Resenha: Como falar com Garotas em Festas
Como falar com Garotas em Festas é baseada em um conto, de mesmo nome, do escritor Neil Gaiman, adaptado pelos irmãos brasileiros Fabio Moon e Gabriel Bá, e conta a história de dois amigos adolescentes a procura de uma festa e que, ao a encontrarem, algo mágico acontece.
Enn conta como ele e seu amigo Vic procuravam por uma festa, e acharam. Vic era o típico garoto popular da escola que sempre se dá bem com as garotas, enquanto Enn é o cara introvertido, tímido e que não tem a desenvoltura para ter o mesmo sucesso do amigo.
Quando vem a grande dica de Vic “Você só tem que falar com elas“, a mesma, para qualquer um, soa como absurdo de tão óbvio, mas para um garoto tímido é um grande desafio. E é após o esperado encontro da garota mais bonita da festa com o garoto mais popular do colégio que acontece o verdadeiro barato da história.
Depois de se distanciar de Vic, Enn põe em prática o conselho do amigo, e cada garota com quem ele conversa é uma viagem a parte, como se elas fossem de outro planeta, de um conto de fadas, como um poema. E o mais interessante é a interpretação que podemos tirar desses encontros; como se para uma pessoa introvertida o que acontecia no momento da conversa fosse de fato uma viagem e a garota fosse algo inatingível que estava ali, por um instante, para que pudesse ser tocada.
A narrativa é muito bem conduzida e envolvente, apesar de ser uma leitura rápida, dá pra entrar no clima e sentir-se na pele do protagonista, principalmente se as características baterem (o que foi meu caso). A arte dos irmãos Moon e Bá dá ainda mais magia ao conto, deixando fácil visualizar o que é proposto por Gaiman. Podemos dizer que é um casamento perfeito, o roteiro de Gaiman e as artes de Moon e Bá.
Gaiman já roteirizou histórias da Marvel como 1602 e Eternos, e na DC trabalhou com seu personagem preferido, o Batman, em O que Aconteceu ao Cavaleiro das Trevas, além de ter entrado para a História dos quadrinhos com um dos pés do tripé que “revolucionou a nona arte e a fez subir de patamar” (ao lado de Watchmen e Cavaleiro das Trevas): Sandman. Bá e Moon tem histórias próprias como Dois Irmãos e trabalharam nas artes de Hellboy no México.
Jean Bonjorno
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Gaiman mestre. O autor deixa pistas para que o leitor preencha as lacunas com aquilo que faz sentido para si. Deixa nas mãos de quem acompanha a história a possibilidade de interpretar sua mensagem e assim criar, na própria mente, o final que achar mais adequado. Acredito que aqui, através dos quadrinhos, essa interpretação acontece de maneira muito mais natural do que na leitura do conto original, quando a gente precisa se fiar somente com a própria capacidade imaginativa para criar representações que façam jus ao texto.
Exatamente isso…
eu li isso ai me identifiquei na hora hahahahahahahah eu sempre fui o protagonista, a vida toda tive essa dificuldade
também me identifiquei logo de cara. Tanto que nem pestanejei em pegar esse material pra ler. Haha