SUPER

Superman

Direção: James Gunn

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Elenco: David Corenswet, Rachel Brosnahan, Nicholas Hoult , Skyler Gisondo , María Gabriela de Faría , Sara Sampaio , Nathan Fillion , Isabela Merced , Edi Gathegi , ikaela Hoover , Wendell Pierce , Pruitt Taylor Vince , Neva Howell , Beck Bennett , Michael Ian Black , Dinesh Thyagarajan , Anthony Carrigan , Angela Sarafyan e  Bradley Cooper

Um imigrante chega à terra uma prometida usando seus dons para ajudar um povo massacrado por um país liderado por um fascista poderoso. Questionando sua própria existência, esse imigrante desafia esse país para tentar evitar mais mortes desse povo. No entanto, esse líder fascista possui um aliado – igualmente fascista – oferecendo apoio financeiro e arsenal para levar em frente seu plano de aniquilação. Sem problemas , pois como gostam de propagar: “ É para levar a democracia ao povo governado por tiranos”, pior, justificar milhares de crianças sendo mortas em “retaliação” sem alegar suas reais intenções: extermínio étnico, religioso e cultural.

Ademais, esse mesmo aliado fascista, tem grande influência dentro do governo de seu próprio país e grande capacidade de controlar a informação. Informação essa que pode derrotar esse poderoso imigrante apenas manipulando a visão do público que antes o via como herói; mesmo que os inúmeros atos deste mesmo imigrante comprovem seus valores em ajudar o próximo!

Esse é o resumo temático de Superman de James Gunn que, obviamente, é a representação geopolítica atual, somente não é mais representativa que a incapacidade de entender  –  vindo de parte do universo de fãs do personagem – quem seria Lex Luthor ou quem seriam os países fictícios Boravia e Jarhanpur. Contudo, não me causaria surpresa que esse mesmo grupo acuse o filme de “estragar o personagem para falar de política”. Digo isso apenas por redundância, por ser óbvio, dentro desse universo tomando por ideologia,  que torcem por extermínio de um povo em suas telas de computadores. E não conseguem perceberem a mediocridade em endeusar extremistas como ícone moderno de empreendedorismo político!

Trazendo provavelmente o mais humano e vulnerável (ingênuo?) de todas as versões do herói da DC, Gunn não somente atualiza a versão para um contexto atual sobre o massacre em Gaza feito por Israel, ocultado por parte da imprensa internacional e patrocinada pelo EUA de Trump como oferece uma versão fantástica, colorida e muito próxima do universo de Guardiões da Galáxia do que visto, por exemplo, da visão cinzenta vista em Homem de Aço com Henry Cavill. Confirmando que a mudança não deixa de ser contundente, uma vez que versão de Christopher Reeve – definitiva -, o herói foi usado como ferramenta de propaganda americana em Superman – O Filme (1978) e Superman II – A Aventura continua (1980); ou acham que carregar a bandeira americana pelos céus de maneira orgulhosa era apenas um furo de roteiro?

Essa visão Kitsch do herói permite que os exageros do filme sejam visto como uma insistência em reafirmar as características altruístas do protagonista. Sendo assim, não é a toa que o roteiro mostre Superman (Corenswet) sempre salvando até os menores dos seres vivos durante um combate tendo como companheiro o cão Krypto – sim, uma fofura indispensável que rouba o filme para ele sempre que aparece em cena! Além do mais , Corenswet não transforma seu Superman em algo carrancudo com uma postura de superioridade, mas alguém ciente de sua essência extraterrestre sem jamais perder justamente aquilo que o separaria dos restante do mundo : humanidade. E mesmo que a decisão do ator em não tentar diferenciar tanto seu Clark Kent do Superman (seja na postura ou voz), demonstra simbolicamente como ele sente confortável em sê-lo mais que o próprio herói.

Assim, até os mesmo clichês de sempre (“não importa que você seja, e sim seus atos”) toma uma proporção mais significativa junto ao personagem. Clichê? Muito, mas o diretor entende para quem está falando. Mas que seria apenas um refugo inútil visto nos filme do gênero, aqui tem uma função analisando pelo todo em reforçar o contexto geral . O que não deixa de ser surpresa o contra ponto criando pelo Lex Luthor de Nicolas Hout, transformando Luthor como um Elon Musk eugenista e apoiador de tortura em prisões em que alienígenas (leia-se imigrantes) são levados e mortos na frente da família.  Diferente, por exemplo, da versão criada por Kevin Spacey em Superman – O Retorno, que era a mesma versão de Gene Hackman do filme original, Hout é suficientemente capaz de convencer como uma mistura de magnata da comunicação com um projeto de fascista (frágil e patético), mas com um poder que emana justamente do seu apoio financeiro dentro do campo político. E mesmo apresentando seus sentimentos como um ser humano comum, não deixa de ser odioso por ser a personificação da atual política americana de impor uma nova ordem em que eles pretendem privatizar as força de segurança em nome do planeta (assim como na série “The Boys”). Além do mais, ele detém um capital ainda maior diante do Superman além da batida Kryptonita: redes sociais com alcance para bilhões que assumem suas manipulações como fosse toda verdade.

Mas tal elemento não seria tão influente também se não fosse uma mídia travestida de isenta para ajudar a propagar suas mentiras. Sendo assim, O Planeta Diário é uma espécie de bastião dentro desse mundo, cujo editor chefe Perry White (Pierce) incentiva seus comandados a buscarem os fatos mesmo indo em direção ao restante da mídia tradicional ; que preferem dar palco sensacionalista para um Luthor  mais que entender a verdade. O que nos trazer a segura Lois Lane de Rachel Brosnahan, cuja paixão por Superman/Clark Kent não a impede de confrontá-lo diante de suas ações que possam causar impactos na diplomacia pelo temor de usar seus poderes em prol de outras nações. Até mesmo a versão de Jimmy Olsen de Skyler Gisondo que acaba funcionando dentro da trama em conjunto com a Sra. Teschmacher da atriz Sara Sampaio que vai além do estereótipo apresentado!

A embalagem apresentada por James Gunn tem seus prós e contras. Devido ao meu imaginário ainda remeter aos filmes clássicos, lembro que fiquei pouco incomodado com a versão de Zack Snyder tentou fazer com seu Homem de Aço e todas as discussões genéticas sobre a origem do herói etc. Todavia, Gunn assume seu colorido sem pudor (fotografado com contra luzes por Henry Braham  apresentando certa aura de uma época dourada daquele universo em que se inspira), onde o diretor permite até cometer alguns escorregões em usar os mesmo conceitos vistos nos filmes anteriores do herói. Devido à limitação por Superman ser praticamente invulnerável, o perigo vem do uso de Kryptonita ou surgimento de outro ser com o mesmo poder acaba tornando as coisas mais repetitivas. Inclusive, isso foi apresentado, por exemplo, nos filmes com Christopher Reeve com seu embate contra uma máquina e Homem Nuclear; não sendo coincidência respectivamente dos dois piores filmes com o ator vestindo a capa do personagem: Superman III (1983) e Superman IV – Em Busca da Paz (1987).

Porém,  trazer essa abordagem do herói é a base que precisava para avançar e trazer futuramente de maneira mais orgânica outros personagens e universos como Lanterna Verde de Nathan Fillion, a Mulher Gavião de Isabela Merced e o Sr.Terrif de Edi Gathegi e até mesmo inserir elemento do universo japonês Kaijus (monstros gigantes). Mas, ao meu ver, esse contexto cobra um preço por apenas parecer atender uma demanda em que o surgimento desse personagem dependesse exclusivamente de um reconhecimento sobre eles. Além do mais, não é nada inspirado um clímax genérico envolvendo realidades alternativas, multiverso, destruição em escala global.

Enfim, Superman ressalta que o poder do herói é reconhecer suas fragilidades sem jamais perder sua ternura para fazer o bem para humanidade. O que mais me entristece é saber que esses indivíduos no mundo real são cada vez mais subjugados pela maldade. Sim, são palavras colocadas de maneira meio simplória da minha parte, mas infelizmente assistimos incrédulos esses males diariamente; e nem hasteando uma bandeira pedindo ajuda aos céus é o suficiente para restituir a glória e mudar o curso da nossa história.

 

SUP_-2 Crítica: Superman

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Rodrigo Rodrigues

"Você é chato demais com alguns filmes para alguém que diz gostar de Cinema" - Eu não “gosto” de Cinema. Eu amo Cinema! Mas quando não gosto do que vi, não sou obrigado a fazer média.

1 thought on “Crítica: Superman

  1. pq vcs querem tanto ver o Superman mais… “humano”????????? ele NAO é humano!!! ele é super! mas blz… fora isso o filme é bacaninha, apesar dos problemas que vcs ignoram so pq o filme bate no Musk rsrsrsrsrs mas é um filme divertido sim

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