O universo paralelo das “nights”
Em um local com música alta, gente dançando, olhares com ares vazios, assuntos cotidianos, assim como num bate-papo da uol, eu me vejo perdida.
Tá, eu sei que balada não é um lugar de conhecer pessoas para se ter um relacionamento duradouro e poético, mas espera um pouco…
Onde está a poesia da vida?
Porque pessoas fazem questão de não se mostrar além das roupas de marca e tirar selfies com o tão glamuroso combo de Absolut?
São beijos perdidos que tornam toda uma juventude pouco preocupada com o que vem depois, com o após.
É uma diversão sem tamanho, que tem a validade até o amanhecer, apenas.
E outro dia começa, a ressaca vem e o que te proporcionou? Diversão?
Se foi apenas isso que buscava, beleza!
Se não, sinto muito. É apenas isso que ela vai te proporcionar. Apenas diversão.
Amigos se fazem, namorados se conhecem e depois de um gole ou outro, todos viram dançarinos profissionais em uma pista de dança.
Já vivi muito disso, trabalhei e ganhei dinheiro promovendo essas festas. Agora eu quero mais.
Quero saber sobre buracos de minhocas, a imensidão da galáxia, buracos negros, quantas luas existem por aí, se realmente existe vida após a morte, sobre a água de Marte…
Não vou ser hipócrita e dizer que eu abomino esse tal universo paralelo das nights.
Eu saio, eu danço e entre uns drinks e outros, acabo conhecendo uns e outros por ai, mas eu sei que dali eu não levo muita coisa além de pés cansados e uma ressaquinha no dia seguinte.
Amanda Coimbra
Latest posts by Amanda Coimbra (see all)
- 5 trilhas sonoras de filmes muito boas - 26/02/2015
- O universo paralelo das “nights” - 20/02/2015