Esperança

Então Pandora tropeçou e a caixa caiu…
A esperança se esgueirou pela fresta, perseguindo a luz que violava a imensidão solitária da caixa.
Galgou os centímetros enquanto Pandora tomada por um frenesi corria, tudo em vão…
A esperança pousou-se fora da caixa e ironicamente riu-se…
Riu-se porque todos os bens da humanidade se foram, e ela, a única que ficou é a que a humanidade menos merece.
Saltou para o chão, e como um relâmpago cruzou o céu desaparecendo para nunca mais voltar, Pandora fechou a caixa, triste, e levou para o altar, disse para o sacerdote que a caixa se abriu e todos os bens da humanidade escaparam, menos a esperança, ingênuo ele acreditou e passou a mentira adiante.
Fim da história.
imagem: Pintura de Pandora, 1879, Dante Gabriel Rosseti.
