Mangá: Gigantomachia
Quando se fala de Kentaro Miura, as pessoas imediatamente pensam em Berserk, mas essa review trata de outro seinen do autor, uma história um tanto diferente da dark fantasy pela qual é mais conhecido.
Enquanto Berserk possui várias características que nos remetem à Europa medieval, Gigantomachia bebe da fonte da mitologia grega: o próprio título faz referência à revolta dos gigantes contra os deuses olímpicos, mas o mundo retratado nesse mangá é bem diferente daquele narrado pelos gregos.
A história desse volume único se passa num futuro muito distante, misturando fantasia e ficção científica, um mundo onde a evolução dos seres vivos prosseguiu irredutível, dando origem a humanos adaptados, criaturas gigantes, bizarras, monstros incompreensíveis, todos desenhados no estilo característico de Miura, bastante trabalhado em hachuras e criativo no design.
Temos uma dupla inusitada de protagonistas: Prome (possível referência a Prometeu), aparentemente uma garotinha de aparência delicada e frágil, mas dotada de poderes, além de ser quase uma enciclopédia viva, de tão inteligente; e Delos (nome de uma ilha grega), um jovem lutador de bom coração que representa os “músculos” da dupla, humano, mas não um humano qualquer. Além dos dois, as menções a nomes e ocorrências relacionados à mitologia são constantes e o leitor atento poderá traçar paralelos entre eles.
Tudo começa com Prome e Delos viajando pelo deserto à procura de um povo específico. Quando encontram esse povo que procuravam, vemos um pouco mais da diversidade da vida naquele planeta e ficamos sabendo da situação desses povos, do conflito central da história. A partir daí, confrontos e lutas vão rechear esse mangá, e os acostumados com a seriedade de Berserk irão se surpreender com momentos descontraídos em Gigantomachia, muitas vezes devidos à interação dos personagens principais. Alguns elementos desse mangá me lembraram histórias como Nausicaä (o mundo num futuro distante e as novas formas de vida surgidas), Planeta Hulk (injustiça e resistência de povos oprimidos) e Shingeki no Kyojin (gigantes).
Gigantomachia é um mangá de 2014 que foi lançado em 2015 pela editora Panini no Brasil, com boa qualidade, capa fosca e papel offset, ou seja, branquinho, ótimo para ver desenhos tão detalhados. Vale a pena conferir!
Nota: 8.5/10
Karina Moreira
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amei e odiei rsrsrs o lance de ser one shot é de doer o fundo da alma…
Gigantomaquia é um conto não muito brilhante, mas muito divertido, e narrado com imagens que merecem ser admiradas durante o tempo necessário. Ainda é frustrante que este parece ser o primeiro ato de uma jornada mais longa que nunca será realizada e que muitos elementos introduzidos vão sem mais desenvolvimento. No entanto, devemos aceitar essa história em quadrinhos como o que é: como Jaco, o patrulheiro galáctico, é um parágrafo mais otimista e casual na carreira de um autor tipografado por um único trabalho.
O problema de Giganto é ele ser um one-shot. Há muitas coisas que ficam sem respostas, e quando você acaba, fica aquela tristeza em saber que é somente isso… muitos pontos ficam indefinidos. Merecia no minimo uma continuacao.
que coisa linda essa arte!!!
Mangá muito bom, que te deixa com uma vontade de ler mais, pena que é volume único…
Realmente, esse tem tudo pra ser o início de uma bela jornada com muitos volumes!
Ele foi escrito durante os intervalos de Berserk, logo, dificilmente tera uma continuacao.