Séries: O Prisioneiro (The Prisoner)
Introdução:
Série britânica da ITV, produzida no final dos anos 60. Criada e estrelada pelo ator Patrick McGoohan, a série narrava as aventuras de um agente secreto inglês que, após ser demitir do serviço secreto, é sequestrado e levado para uma ilha conhecida apenas como A Vila. Lá ele encontra dezenas de outras pessoas que não têm a menor ideia de como chegaram ali. Determinado a descobrir o que está acontecendo, quem comanda a Vila e como escapar dela, o agente, agora batizado pelos administradores como Número 6, precisa ainda enfrentar as sessões de torturas psicológicas às quais é submetido para revelar os motivos pelos quais pediu demissão. A Vila é comandada pelo Número 2, que se altera de episódio para episódio, sendo também que suas identidades nunca são reveladas. Para descobrir a principal informação que querem, ou seja, o verdadeiro motivo do agente ter pedido demissão, o Número 2 ordena uma série de ações contra o Número 6, que inclui desde uso de drogas alucinógenas e roubo de identidade até controle dos sonhos e coerção social. A Vila também possui um sistema de defesa própria, na qual bolas gigantes são usadas para perseguir quem tenta fugir ou que vá contra as regras vigentes no lugar.
Produção:
A série foi uma ideia produzida em conjunto pelo ator Patrick McGoohan e pelo escritor, roteirista e jornalista George Markstein. O ator McGoohan, estava trabalhando em uma série sobre agente secreto chamada Danger Man (entre 1960 a 1968), a espionagem estava em alta neste período devido a Guerra Fria, tornando-se bastante popular ao público desde o sucesso dos filmes do famoso agente James Bond, 007. McGoohan, tinha o desejo de sair da série e desde 1962 junto com o roteirista Markstein, já editavam o que seria o plot principal de O Prisioneiro. Junto com o produtor David Tomblin, ambos escreveram o piloto da série, The Arival que foi aprovado pela rede inglesa ITV. Markstein depois se instalou como editor de roteiro da série. Mais tarde, ele descreveu o trabalho do editor de histórias como “o homem-chave em qualquer série, ele é o homem em cujas mãos é o ethos da série, o espírito da série, e é seu trabalho transmitir os escritores e os autores de modo que um diretor dirija seus atores e as estrelas “.
Os detalhes exatos de quem criou quais aspectos do programa são disputados. O crédito de opinião da maioria é de que McGoohan foi o único criador da série. No entanto, um status de co-criador em disputa foi posteriormente atribuído a Markstein depois que uma série de entrevistas de fãs foram publicadas na década de 1980. O programa em si não possui um “criado por…“. Isto gerou uma polêmica por anos sobre quem seria realmente o verdadeiro criador da série.
Markestein queria uma série simples de ação, McGoohan queria uma série intrincada, cheia de símbolos, sem explicação, deixando para o público absorver e tentar entender seu significado. Quando Markestein defendeu a ideia de dar um episódio final explicativo para o Prisioneiro, McGoohan se opôs e a dupla se desfez, deixando McGoohan sozinho na produção da série. Além de atuar, McGoohan também escreveu e dirigiu vários episódios.
Na opinião de McGoohan, ele não queria mais interpretar um agente secreto a la James Bond, que é expert em armas de fogo e “pegador” de mulheres. Para ele, isto era bastante vazio, de modo que ele pensou em outro tipo de personagem, que deveria ser meio excêntrico, averso à violência, utilizando o raciocínio para resolver seus casos, e tímido com as mulheres, embora fingisse não ser. Isto já era um diferencial na sua série anterior, Danger Man, na qual chegou a brigar com os produtores para que se realizassem mudanças do personagem neste sentido. Foi durante as filmagens do seriado anterior, que McGoohan conheceu o vilarejo-estancia gales de Portmeirion, lugar que chamou bastante atenção do ator e onde se inspirou para começar a escrever a série que depois seria O Prisioneiro.
Tendo sido renovada para uma quarta temporada, agora a cores, Danger Man iniciou a produção de seus primeiros episódios quando Patrick McGoohan anunciou que não desejava mais estrelar a série. Em troca, ofereceu O Prisioneiro, que utilizaria a mesma equipe de produção e seria exibida no lugar das aventuras do agente John Drake. Com a série aprovada pela ITV e o início das filmagens agendados, com o vilarejo de Portmeirion servindo de cenário, a produção apresentou o novo seriado à imprensa inglesa.
Na apresentação da série à mídia, McGoohan apareceu preso em uma jaula, confundindo os jornalistas presentes. A cada pergunta feita pelos jornalistas, Patrick McGoohan respondia com outra pergunta, confundido ainda mais o público presente que saiu dali sem saber direito do que se tratava a série que eles deveriam divulgar.
McGoohan originalmente queria produzir apenas sete episódios de O Prisioneiro, mas Lew Grade, produtor da ITV argumentou que mais shows eram necessários para que ele vendesse com sucesso a série para a americana CBS. O número exato que foi acordado, juntamente com a forma como a série terminou, é contestado por diferentes fontes. Segundo algumas fontes a CBS estava disposta a bancar uma série com 26 episódios, mas no final McGoohan só concordou com 17 episódios. Mas de acordo com The Prisoner: The Official Companion para a série de TV clássica, ela deveria ser executada por mais tempo, mas foi cancelada, obrigando McGoohan a escrever o episódio final em apenas alguns dias.
A série estreou na TV britânica em 29 de setembro de 1967 e seu último episódio foi ao ar no dia em 1° de Fevereiro de 1968.
A lista de episódios de O Prisioneiro:
1) Arrival
2) Free For All
3) Dance Of The Dead
4) Checkmate
5) The Chimes Of Big Ben
6) A, B And C
7) The General
8) The Schizoid Man
9) Many Happy Returns
10) It’s Your Funeral
11) A Change Of Mind
12) Hammer Into Anvil
13) Do Not Forsake Me Oh My Darling
14) Living In Harmony
15) The Girl Who Was Death
16) Once Upon A Time
17) Fall Out
A série:
Algumas dúvidas são levantadas ao longo da série:
O personagem que representa o inimigo se apresenta como “novo número 2”. Por que o novo número 2? Porque, durante a série este personagem é trocado sistematicamente a cada episódio.
Há a pergunta “Quem é o número 1?”. Esta pergunta percorrerá toda a série sendo o seu principal mistério.
Onde exatamente se localiza a Vila?
O que aquelas pessoas que vivem na Vila estão fazendo ali? Alguns são prisioneiros como o Número 6, outros podem ser infiltrados…
Qual foi o motivo da demissão do agente antes de ser enviado para a Vila?
As tentativas de subversões contra a Vila ou seu sistema ou mesmo as fugas (impossíveis), eram punidas através de um sistema de auto-defesa do lugar chamado Rover, que mais parecia uma bola branca gigante de borracha que perseguia e as vezes asfixiava os oponentes.
Entre as principais teorias ao longo dos anos feitos pelos fãs da série, a maioria se relaciona à verdadeira identidade do Número 6. Seu verdadeiro nome nunca é revelado. Seria ele o espião protagonista da série Danger Man, série anterior de Patrick McGoohan? O próprio ator é silente a este respeito, sempre negando o fato.
Existem ao longo do programa uma variedade grande de citações bastante claras a outras obras de ficção como Alice no País das Maravilhas e Alice no Reino do Espelho (num dos episódios há um imenso jogo de xadrez, e um dos personagens foi representado pelo mesmo ator que representou o Chapeleiro Louco na versão televisiva do livro), O Processo, de Kafka (Patrick McGoohan fez uma ponta na versão de Orson Wells para o cinema), O Gabinete do Dr Caligari, a obra que marcou o expressionismo alemão. E que não poderia deixar de ser também, as sociedades distópicas totalitárias presentes em livros como 1984 de George Orwell ou Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley.
A série faz uso de tecnologias que só se tornaram realidade muito tempo depois. Realidade virtual, técnicas de manipulação psicológica (lembrando os pastores da TV de hoje), inteligência artificial, controle mental através de drogas, transmutação de pensamento, manipulação do sonho (lembrou A Origem?) etc.
Não podemos esquecer também uma crítica social que seria a desumanização frente à burocracia estatal que reduz a pessoa a apenas um número em um banco de dados. O protagonista sempre diz como lema: “I am not a number, I am a free man!” (Eu não sou um número, sou um homem livre!).
O final enigmático e suas consequências
O episódio Fall Out representou o fim da série. Escrito e dirigido pelo próprio Patrick McGoohan, continuação direta do anterior, Once Upon A Time, na qual Número 2 tenta a todo custo obter informações do Número 6, através de um método de regressão mental do prisioneiro. Tentativas que acabam colocando a própria vida de seu algoz em cheque no final.
Finalmente no último episódio o prisioneiro tem a oportunidade de conhecer os subterrâneos da Vila em seus diferentes níveis, sendo o nível mais baixo, onde encontrará finalmente o Número 1 e provocará uma reação sem procedentes para o futuro de todos envolvidos. Uma verdadeira viagem lisérgica e surrealista, com direito até a Beatles na trilha sonora.
O final enigmático e aberto da série, causou tanta confusão que a rede ITV passou a receber inúmeros telefonemas indignados. Patrick McGoohan teria sofrido inclusive ameaças e pressões na própria casa com os espectadores que não estavam contentes com o cancelamento do seriado, sem nenhuma explicação. “Eu ia ser linchado“, McGoohan disse uma vez. “Eu tive que me esconder nas montanhas por duas semanas“. No começo dos anos 70, ele se mudou para a Suíça, e tornou-se mais recluso e não aceitando dar entrevistas sobre o assunto.
Cultura Pop
O Prisioneiro teve curta duração no final dos anos 60, mas por causa de reprises nos EUA uma década depois, ela passou a atingir um status cult. Livros, resenha, documentários, audio books, cards, quadrinhos e várias outras coisas foram criados sobre ela. Ela também ajudou a inspirar muita gente em suas obras, em especial diretores e roteiristas que fazem homenagens ou paródias em outros filmes, cinemas e outros meios de mídia.
Exemplos:
A banda britânica de heavy metal, Iron Maiden lançou a música The Prisoner no álbum The Number of the Beast (1982) e Back In The Village no álbum Powerslave, em duas homenagens à série. No início da primeira música, podemos escutar as palavras que o ator Patrick McGoohan diz junto com o Número 2 na abertura do programa.
No episódio The Computer Wore Menace Shoes da 12° temporada do desenho Os Simpsons, produzido em 2000, o ator Patrick McGoohan foi convidado para dublar a voz do Número 6 em uma estória na qual Bart Simpson vai parar na Vila.
Isto só pra citar alguns, pois as referências são várias em diversos programas, séries, filmes, músicas…
O diretor/produtor David Lynch é um grande fã de O Prisioneiro e o seu famoso seriado Twin Peaks bebe muito da fonte no quesito mistério. As séries apresentavam uma similaridade muito grande, onde o espectador via a maior parte da história, desde o ponto de vista do protagonista, mas não conseguia compreender direito o que estava se sucedendo.
Se a série introduziu a teoria de conspiração na TV, devemos lembrar do seriado Arquivo X, nos anos 90, também bebendo da mesma fonte. E o que dizer do produtor e diretor J.J. Abrams, outro grande fã da série, que ao criar Alias, se inspirou muito em O Prisioneiro, isto sem falar no seu maior sucesso, Lost, que praticamente ‘chupa’ várias ideias da série sessentista e até mesmo Fringe, outra que segue em linha similar. Ron Moore, ao criar a nova versão de Battlestar Galactica para a televisão, deu o nome a personagem cylone, Número 6.
O Prisioneiro chegou até mesmo a ser teses em faculdades norte-americanas.
O que dizer então de filmes como The Truman Show (1998) ou EDTV (1999) ?
Nos quadrinhos, na segunda metade dos anos 1970, a editora americana Marvel Comics comprou os direitos para produzir uma minissérie de O Prisioneiro. A ideia inicial do projeto foi do escritor e então editor-chefe Marv Wolfman, um apaixonado confesso pela série de TV. Isso deve ter acontecido no final de 1975… A minissérie deveria ser escrita por Steve Englehart e desenhada por Gil Kane, no entanto, com a volta de Jack Kirby à Marvel para produzir uma nova fase do Capitão América (que iria culminar no bicentenário da declaração da independência dos EUA), além de 2001: A Space Odissey, Black Panther, etc, Stan Lee decidiu passar o projeto a Kirby.
Uma história completa de 17 páginas foi escrita e desenhada por Kirby em fevereiro de 1976. No entanto, antes que a mesma fosse totalmente arte-finalizada e letrada por Mike Royer, o projeto foi engavetado pelo próprio Lee. Recentemente, os manuscritos originais e não acabados dos quadrinhos desenhados por Kirby, foram encontrados e levado a leilão na internet. O seu comprador então resolveu escanear as páginas e colocar online para todos lerem. A pouco tempo, o brasileiro Leandro Luigi Del Manto, ex-editor da Globo e da Pandora Books e atual editor da Devir, traduziu e letrou a história por conta própria em seu tempo livre, com o único objetivo de compartilhar com outros fãs.
Entre 1988 a 1989, a minissérie em quadrinhos Shattered Visage mostrava uma Graphic Novel baseada no seriado, escrita e desenhada por Dean Motter e Mark Askwith, lançada pela DC Comics de forma serializada e depois em edição completa em 1990. A história chegou ao Brasil no mesmo ano como O Prisioneiro, pela Editora Globo. A narrativa se passa 20 anos após a evacuação da Vila e o retorno do Número 6.
Futuramente iremos falar sobre o remake de 2009 produzido pelo canal Sky One. E os percalços de uma versão para o cinema que está sendo preparado a pelo menos uns 30 anos… aguardem!
obs: Este texto foi publicado inicialmente no blog http://unidadedecarbonoterra.blogspot.com.br e está aqui reproduzido com sua devida autorização.
http://blogdopainerd.blogspot.com.br/2010/02/o-prisioneior.html
http://www.tvsinopse.kinghost.net/p/prisioner1.htm
http://veja.abril.com.br/blog/temporadas/versao-cinematografica-de-8216-o-prisioneiro-8217-pode-ter-direcao-de-ridley-scott/
https://en.wikipedia.org/wiki/The_Prisoner
https://www.theguardian.com/film/2000/aug/17/features.theguardian
http://variety.com/1999/voices/columns/west-pursues-prisoner-spielberg-scribbles-1117758075/
http://sixofone.com/news.htm
http://www.ign.com/articles/2006/10/03/exclusive-nolans-dark-knight-revelations
Ridley Scott Captivated By ‘The Prisoner’, Film Version Of Patrick McGoohan TV Series
Ricardo Melo
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sinto falta nesse site de analises de:
– Dark
– Severance
– Vivarium
– For All Man Kind
tem tudo a ver com o que vcs abordam
For All Manking, terá algo em breve em 2023, sobre as outras, eu mesmo não acompanho, mas creio que outros membros aqui possam assistir. Obrigado por acompanhar nosso canal.
série mais viajada que ja assisti
no que exatamente o original é melhor que o remake? eu gostei do remake
O original foi feito em uma época, que este tipo de produção cabeça não existia. então foi um marco para a televisão. O remake, não teve todo este alarde e praticamente já está esquecido, e existe a anos um projeto de filme para o cinema, que pelo que lembro da ultima noticia a quase uma década…tá na mão do Ridley Scott e sua produtora.
assisti isso ai chapado de LSD e foi uma viagem alucinante literalmente falando
Lembre-se que na época que foi realizada, ainda vivíamos o final dos anos 60, movimentos lisérgicos em volta do mundo, contra cultura e psicodélica….
Assisti a refilmagem e sinceramente nao vi nada de mais… interessante, um pouco diferente, mas no fim roda em círculos e não chega a lugar nenhum. Vc investe tempo e emocional em uma trama que não evolui em nada no fim. Nao é que não tem final ou deixa o final em aberto, é que não leva a nada… tem série cujo final é totalmente em aberto, aí vc teve a jornada dos personagens naquele periodo e eles evoluiram de algum modo, a historia evoluiu, saiu do ponto A pro B, mas nessa serie, qd ela termina, parece que tudo foi perda de tempo, nada ali evoluiu, é minha opiniao
Por isto que o original sempre será melhor que a refilmagem…
eu vi a refilmagem e achei meio viajada no final… nada absurdo, mas tem uma piração ali que me fez ficar meio sem saber se gostei ou nao, mas acho que gostei mais da ideia do que o que eles fizeram na verdade
Então vc precisa ver a psicodélica do original filmado no final dos anos 60.
Preciso realmente assistir essa série…..
Inclusive uma produtora, acabou de lançar o box da série aqui no Brasil. Pode encontrar na Saraiva.
Sou frequentador assíduo aqui do site, apesar de pouco comentar, admito. Sempre admirei a qualidade dos textos aqui publicados, seja pelos temas, seja pela profundidade com que tratam os assuntos, seja pelas citações, referências, etc. Os autores sempre demonstraram muito conhecimento nas suas áreas de atuação. Vejo que o sr Ricardo ven agregar à equipe justamente por ter o mesmo perfil, por conhecer muito do que fala, por trazer profundidade ao que analisa, inclusive com informações interessantíssimas de bastidores. Parabéns ao site pelo novo membro do time, parabéns ao Ricardo pelo excelente artigo!
Caro Dr. Luiz, agradeço pelas belas palavras de apoio. Ainda veremos aqui mais coisas sobre “O Prisioneiro”, além de “Logan’s Run”, “Viagem Fantástica”, “O Tunel do Tempo”, “V – A Batalha Final”, “Abismo Negro”, “Tron”, “O Fantasma”, “Galactica”, “Buck Rodgers”, “Planeta dos Macacos” e tantas coisas …aguarde !!!
meu Deus Ricardo que pérola vc achou!!! nunca tinha ouvido falar disso ai, juro mesmo… vou correndo procurar, parece altamente inteligente e diferenciada… hj em dia é tudo série voltada para cenas de ação, nao aguento mais… que saudade de qd a intelectualidade se sobrepunha ao visual e aos socos das coisas… obrigado por essa dica!
Isto mesmo José Gomes, corra atrás, é uma série sensacional. Que mexe com o cérebro das pessoas, obrigando as mesmas a pensarem.
Excelente série… O valor de The prisoner vai além do seu visual dos anos 60, que é bem legal, e da trama aparentemente simples. Através dos episódios, as histórias nos faz pensar sobre o papel da educação na sociedade, os meios de comunicação em massa, a conformidade, a autoridade, além de brincar com a questão de quem são os vilões e quem são os heróis. A série nunca deixa claro se a Vila está do lado dos soviéticos, se faz parte do mundo livre ocidental ou se é outra facção política; ela deve ser a mais secreta prisão do mundo ficcional. Outro tema recorrente na série que dialoga com a questão da submissão é a dicotomia entre individualismo e coletivismo. Além da importância desses temas, Patrick McGoohan quis criar um show que questionasse mais do que respondesse, algo que fugisse das mesmas histórias de espionagem. O Number Six não pega nenhuma Bond girl, as respostas não são mastigadas para os telespectadores e vale dizer que ao longo da série a coisa vai ficando mais pesada e surreal.
Isto mesmo Slip, excelente análise. Parabéns.
essa série tem pra baixar em torrent, recomendo, é excepcional… apesar de ser P&B e meio lenta, nem parece dos anos 60
Cassia, ela não era em P&B, como pode ver no vídeo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=kcrvyQ8lJi0
mas foi colorizada por computador entao, certo?
Não, ela não foi mesmo colorizada, ela quando foi gravada aliás já nem gravavam mais em P&B vc deve tá confundindo.
Apesar dela não ser recente, mas não é tão antiga assim.
assisti a versão com o Caviesel (tive que baixar, nao achei em canal nenhum nem na Netflix)… achei mais ou menos… nao sabia que tinha uma serie original anterior… esse negocio de “deixar em aberto” as vezes me enche o saco… vc deixar em aberto algumas questoes para o publico interpretar é uma coisa, vc deixar em aberto o mote principal de uma historia é sacanagem…
“O Prisioneiro” original, mesmo não sendo cult aqui no Brasil como séries contemporâneas como Tunel do Tempo, Star Trek (Classico) ou Bonanza, tem uma legião de fãs no exterior, a ponto de todo ano se reunirem em um festival na cidade balnearea inglesa de Portmeirion, onde a série foi filmada a 50 anos atrás.
Ridley Scott tem um plano de levar a série para os cinemas…mas até o momento nada foi definido. Sobre a série reboot, ela está longe de ser uma unanimidade entre os fãs.