Arqueiro Verde: 75 anos de Histórias em Quadrinhos

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Arqueiro Verde e Ricardito (Speedy) na capa da More Fun Comics #81

Neste mês de novembro a DC Comics e muitos fãs comemoram um aniversário especial, o Arqueiro Verde (Green Arrow) está completando 75 anos! Em homenagem ao herói, hoje falaremos sobre sua origem, algumas de suas HQs icônicas, suas participações no universo ficcional da DC e suas adaptações para outras mídias.

A DC Comics esse ano celebra este mesmo marco com alguns de seus títulos mais conhecidos. Mês que vem, em dezembro, é a vez da Mulher Maravilha completar seus 75 anos de histórias em quadrinhos, e para saber mais sobre a trajetória da guerreira Amazona confira nossa matéria neste link.

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Após o enorme sucesso que os super-heróis trouxeram para indústria das HQs com a estreia do Super-Homem, na famosa Action Comics #1 (1938), e em sequência, em 1939, com a Detective Comics #1 a primeira história do Batman, uma onda de histórias de “supers” inundou as prateleiras das bancas de revistas. Este primeiro ápice de vendas ficou conhecido como a Era de Ouro dos Quadrinhos, e é neste contexto que o Arqueiro Verde começou suas aventuras.

Em 1941, na revista More Fun Comics #73, o Arqueiro Verde foi publicado pela primeira vez. Criado por Mort Weisinger e George Papp, o Arqueiro Verde é Oliver Queen, um bilionário empresário de uma importante família que combate o crime ao lado de seu ajudante Roy Harper, o Speedy, ou Ricardito como ficou conhecido no Brasil.

A ideia original do personagem não era bem, digamos, “original”. Obviamente baseado na lenda de Robin Hood, o Arqueiro Verde foi inspirado também por uma série de filmes produzida pela Columbia Pictures, em 1940, intitulada The Green Archer”, que se baseou no romance de mesmo título escrito por Edgar Wallace.

Outra inspiração para o Arqueiro foi justamente um personagem de histórias de super-heróis nos quadrinhos, o Batman. Diferente do Super-Homem que gerou uma infinidade de heróis superpoderosos, o homem-morcego lançou a moda de heróis sem poderes, porém altamente habilidosos e repletos de recursos para realizar suas cruzadas contra o mal.

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Arqueiro Verde e Ricardito (Speedy) saltando do “Arrowplane” para deter o palhaço Bull’s Eye

O Arqueiro Verde foi bastante inspirado no Batman, e quando digo bastante, não estou fazendo jus ao tanto que era “parecido” em seu enredo original. Vamos aos exemplos: Oliver Queen, o Arqueiro Verde, é de uma bilionária família, assim como Bruce Wayne, o Batman; o Arqueiro Verde possui diversos recursos para combater o crime, o que inclui locomoção, um potente meio de transporte, o Arrowplane, assim como o Batmóvel do Batman; o Arqueiro é auxiliado por um parceiro, ou sidekick, o Speedy, assim como o Batman, que aliás, seu parceiro Robin foi precursor dos sidekicks; o Arqueiro Verde tem como base a caverna do Arqueiro, ou Arrowcave, assim como a Batcaverna do Batman; na revista World’s Finest #24 é apresentado um vilão para o Arqueiro, um palhaço acrobata chamado Bull’s Eye, semelhante ao Coringa, famoso vilão do Batman.

Após a Era de Ouro, poucos títulos de super-heróis resistiram à crise dos quadrinhos, o Arqueiro Verde foi um dos poucos personagens que permaneceu sendo publicado. (Para saber mais leia nossa matéria sobre a censura nas HQs). Mort Weisinger manteve nas prateleiras das bancas durante os anos 50′ o Arqueiro Verde e o Aquaman, que também foi criado por Weisinger na More Fun Comics #73. Os dois títulos estiveram presentes em revistas que traziam histórias de diversos personagens, como Adventures Comics, World’s Finest Comics ou na própria More Fun Comics.

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The Brave and The Bold #85

A revista The Brave and The Bold, publicação que trazia parcerias, ou team ups, entre os heróis, também contou com aventuras do Arqueiro Verde. A edição da The Brave and The Bold #85, de agosto/setembro de 1969, traz a parceria de Batman e Arqueiro Verde, ilustrados por Neal Adams. O Arqueiro Verde ganhou um visual novo, o que revitalizou o personagem que permaneceu por décadas quase inalterado, diferente de personagens como o Flash e o Lanterna Verde, que foram completamente reinventados. Adams deu à “Ollie” o visual que se tornou “clássico” com seu característico cavanhaque. The Brave and The Bold é referenciada em diversas mídias, como desenhos ou na própria série de televisão do Arqueiro Verde, Arrow (2012). O “Robin Hood” da DC aparece na série animada do Batman inspirada na Era de Ouro e Prata dos Quadrinhos, chamada Batman: The Brave and The Bold, e no 8º episódio da 3ª temporada da série, The Brave and The Bold foi o título do episódio que trouxe o crossover entre as séries do Arqueiro Verde e do Flash.

Ainda em 1969, em novembro, na revista Justice League of America #75, o escritor Dennis O’Neil transformou o personagem do Arqueiro fazendo com que ele perdesse sua fortuna devido a uma fraude que o acusou de lucrar com os benefícios da Fundação Queen. Uma vez falido, Oliver concentra sua cruzada em criminosos “de colarinho branco”, ou seja, empresários e políticos corruptos que se aproveitam de suas posições de poder para oprimir os pobres e lucrar indiscriminadamente, e a partir daí o Arqueiro Verde fica conhecido como o “herói do povo”. Nesta mesma edição da JLA, a super-heroína Canário Negro é apresentada ao time e torna-se parceira do Arqueiro Verde na luta contra o crime e no amor. No 1º episódio da Liga da Justiça Sem Limites, animação de 2004, podemos notar uma alusão à JLA #75, no episódio o Arqueiro Verde é convidado a participar da Liga da Justiça e, por fim, conhece a Canário Negro.

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Arqueiro Verde e Lanterna Verde, de Neal Adams e Dennis O’Neil

No começo dos anos 70′, o escritor Dennis O’Neil e o ilustrador Neal Adams, utilizaram a parceria entre o Arqueiro Verde e o Lanterna Verde, para discutir as latentes questões sociais que afligiam os EUA e o mundo, como a fome, a pobreza extrema, a exploração indiscriminada da força de trabalho e da natureza, as drogas, a corrupção entre outros temas. A parceria dos super-heróis e dos autores foi um marco na história dos quadrinhos da DC, que até o momento era considerada menos realística que sua concorrente, a Marvel Comics, que no começo dos anos 60′ introduziu problemas pessoais e sociais nos enredos dos super-heróis. (Para saber mais sobre essa parceria e sobre a contracultura nos quadrinhos, confira nossa matéria no link)

Durante os anos 80′, o Arqueiro Verde participou de algumas histórias bastante importantes da DC e também teve reformulações. Em 1986, no volume 2 do Dark Knight Returns, de Frank Miller, o Arqueiro Verde fez parte do plano de Batman para enfrentar o Super-Homem. Na história a Liga da Justiça deixou de existir por imposição dos governos, mas Oliver insistiu em continuar sua luta contra o crime, então o Super-Homem sob ordens do governo dos EUA tentou impedi-lo amputando um de seus braços, a fim de que o Arqueiro Verde não atirasse suas flechas para o lado errado, pois o herói era visto com tendências de esquerda, e em plena tensão da Guerra Fria, qualquer dúvida era radicalmente sanada.

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Oliver Queen em Dark Knight Returns Volume 2

Com o sucesso do Cavaleiro das Trevas, a DC continuou a investir em histórias de super-heróis voltados ao público adulto e, em 1987, foi lançada uma novela gráfica do Arqueiro Verde intitulada Green Lantern: Longbow Hunters escrita e ilustrada por Mike Grell. Nessa história, Oliver deixa para trás a característica boina verde de Robin Hood e passa a usar um capuz verde, ainda utilizado até os dias de hoje. O Arqueiro Verde e a Canário Negro deixam Star City, a cidade que protegiam, para se mudar para Seatle, isso fez com que, ao deixar uma cidade fictícia e ambientar a história em uma cidade real, o leitor tivesse maior empatia e o enredo parecesse mais verossímil. O Arqueiro deixou de usar tantas “flechas bugigangas”, ou seja, aparatos especiais, para usar flechas com pontas e matar seus inimigos de forma sangrenta.

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Green Arrow Longbow Hunters

Longbow Hunters foi polêmica por trazer um conteúdo violento e uma trama que envolvia drogas, crime organizado e política. Um dos momentos mais chocantes do quadrinho é quando o Arqueiro encontra sua parceira Canário Negro torturada pelos traficantes. O casal havia anteriormente discutido a possibilidade de terem filhos, Oliver queria, mas Dinah Lance, a Canário, temia o fato de suas vidas serem cercadas de perigos, e não queria que seus filhos fossem órfãos. É nessa HQ também que a assassina Shado é apresentada. Shado era filha de um enviado da Yakuza para a América, mas após sua mãe morrer e seu pai fracassar em sua missão resultando em seu próprio sacrifício, Shado foi criada para se tornar uma assassina implacável.

No ano seguinte, em 1988, Shado retorna às histórias do Arqueiro Verde, e acaba tornando-se um par romântico do herói, e o ajuda a se recuperar depois de ter sido gravemente ferido por ela. Durante sua recuperação, Oliver teve alucinações envolvendo sua conversa com Dinah sobre a possibilidade de terem filhos, e em meio aos delírios, o Arqueiro engravidou Shado, que disse não ter percebido que se tratava de um delírio até que Oliver chamasse pela Canário. Anos depois, Shado retornou com uma criança chamada Robert, filho de Oliver Queen.

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Green Arrow Vol 2 #0, 1994. Connor Hawke como novo Arqueiro Verde

Nos anos 90, Kelley Puckett e Jim Aparo, criaram um personagem que ocuparia o posto de Oliver como o Arqueiro Verde, o jovem Connor Hawke. O jovem era filho de Oliver com uma antiga namorada, Sandra “Moonday” Hawke, e sempre admirou os feitos do Arqueiro Verde, até um dia decidir criar uma roupa para si e se juntar ao Arqueiro como seu novo parceiro. Connor chega a substituir Oliver após a morte de seu pai em uma missão fatal. Oliver Queen se sacrificou para evitar que um avião carregando uma bomba chegasse a Metropolis, os ocorridos se deram em 1995, na história “Where Angels Fear to Tread”, de Chuck Dixon, nas edições #100 e #101 da série de HQs do Arqueiro Verde iniciada em 1988. O espaço para cartas dos leitores da edição 106 ficou dividido entre aqueles que acharam um absurdo a morte de Oliver e aqueles que gostaram da mudança radical da série e apostaram no jovem Connor para revitalizar a HQ.

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Algumas das cartas dos leitores na edição #106 elogiando ou criticando a morte de Oliver Queen

Apesar das tentativas de emplacar o novo Arqueiro Verde através de parcerias com outros heróis, como o Lanterna Verde Kyle Rayner, Robin, Canário Negro, Flash, entre outros personagens da DC, Connor Hawke, por fim, não conseguiu sustentar popularidade tamanha qual o carismático Oliver Queen foi capaz de alcançar.

Na última edição do volume 2 da série de HQs do Arqueiro Verde (1988), a edição #137, Connor Hawke decide seguir seu próprio caminho sem mais permanecer na sobra de seu pai ao usar seu nome, e nos últimos requadros a volta de Oliver é subentendida. Kevin Smith, Phil Hester e Andé Parks trouxeram de volta Oliver Queen no arco de histórias intitulado “Quiver”, na edição #1 do volume 3 das histórias do Arqueiro Verde, em 2001.

51ogkO5FGEL._SX322_BO1204203200_-300x300 Arqueiro Verde: 75 anos de Histórias em QuadrinhosA explicação é um tanto complicada, mas vamos lá: No arco “Crepúsculo Esmeralda”, o Lanterna Verde Hal Jordan, perde sua cidade e, atormentado por sua perda, se revolta contra os Guardiões e a Tropa dos Lanternas Verdes. Após derrotar a todos e roubar seus poderes, Jordan se tornou tão poderoso quanto um deus. Possuído por Parallax, uma antiga entidade que os Guardiões e os Lanternas Verdes impediram de ameaçar a existência, Hal Jordan voltou à Terra trazendo destruição e caos. Após muito esforço coletivo e uma boa dose de milagres, Jordan foi derrotado, e o golpe final veio de uma flecha no peito atirada pelo espírito de Oliver, no final do arco “Zero Hora”. Na tentativa de corrigir seus erros, Hal realiza um último feito divino, e aconselhado pelo espírito de seu velho amigo “Ollie”, resolveu ressuscitar Oliver Queen. Bom, agora essa confusão vai ficar um pouco mais confusa, pois Hal Jordan trouxe de volta à vida o corpo de Oliver, porém sem sua alma. A alma de Oliver permaneceu no pós-vida para que pudesse descansar em paz, enquanto uma versão de si mesmo foi trazida a terra em seu lugar. Além desse lance de corpo sem alma, a “cópia” feita de Oliver não viveu os acontecimentos do arco Longbow Hunter em diante, pois Hal e a alma de Oliver concordaram que a partir do momento que o Arqueiro matou pela primeira vez (vingança pela tortura da Canário) ele nunca mais foi o mesmo. Ao acordar vivo, a “cópia” do Arqueiro acreditava que estava longe de seus companheiros por alguns dias, mas na realidade haviam sido dez anos. Muito confusos com a situação, a Liga tenta descobrir o que aconteceu. Batman e o Arqueiro passam literalmente pelo diabo pra conseguirem respostas, pois precisaram derrotar Etrigan, um demônio encarnado em Jason Blood. Por fim, o Espectro leva o Arqueiro para o pós-vida para explicar o que houve. Surpreendentemente, o Espectro é Hal Jordan, que após sua morte, transformou-se no espírito da vingança, então junto da verdadeira alma de Oliver Queen, o Espectro/Hal Jordan mostra ao Arqueiro tudo que aconteceu. Resumindo: Kevin Smith desfez tudo que aconteceu com o personagem dos anos 80′ em diante. Essa confusão toda está nas edições #7 e #8 do Volume 3 da série de HQs do Arqueiro Verde (2001).

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Arqueiro Verde e Canário Negro em Rebirth (2016)

O Arqueiro Verde participou de diversos arcos nos anos 2000, como Identity Crisis, Blackest Night e Brightest Day, Injustice, e participou também dos últimos reboot, ou seja, recomeços da DC Comics, o Novos 52 e o mais recente, Rebirth, iniciado em fevereiro de 2016. Os Novos 52 foi uma série de revistas da DC iniciada após o arco do Flashpoint, que afetou todos os personagens da editora. Em Flashpoint, o Flash volta no tempo e altera um fato ocasionando em uma transformação que alterou toda a realidade e a colocou em perigo. Já Rebirth se passa antes dos eventos de Flashpoint, e tem como objetivo resgatar os valores que caracterizam o personagem. Em Rebirth, Benjamin Percy traz o retorno de Oliver Queen e seu icônico cavanhaque no combate ao crime e na luta pela justiça social, e também o retorno de sua parceria com a Canário Negro (os dois não se uniam desde 2011).

Além das histórias em quadrinhos, o Arqueiro Verde está presente em outras mídias, como séries animadas, filmes de animação, jogos de videogame e série de televisão. Como mencionamos, o Arqueiro aparece em diversos episódios da série animada de 2004, Liga da Justiça Sem Limites; aparece também na série de 2010, Justiça Jovem (Young Justice), como mentor do Arqueiro Vermelho e membro da Liga; na série do Batman (The Batman), de 2004, o Arqueiro Verde aparece na 5ª temporada para junto de Batman deter um de seus vilões, o Conde Vertigo; o Arqueiro Verde e Speedy aparecem no desenho animado Batman: The Brave and The Bold, de 2008, citado anteriormente; na websérie animada da Vixen (2015), o Arqueiro Verde e o Flash das séries de televisão participam e compartilham de universo ficcional com a protagonista da animação.

Oliver Queen também deixa sua marca nos longas de animação da DC Comics em parceria com os estúdios da Warner. É possível encontrar as flechar verdes do Arqueiro coadjuvando em longas como Liga da Justiça: A Nova Fronteira (2008), mas o “Robin Hood” dos quadrinhos ainda não ganhou um longa próprio, entretanto, na série de curtas de animação da DC inspirada na revista que lançou e relançou muitos heróis, a Showcase, o Arqueiro Verde ganhou em 2010 seu próprio curta de 12 minutos que conta uma aventura de Oliver tentando proteger uma princesa do ataque do Conde Vertigo. Sua amada “pretty bird” Canário Negro também aparece na animação.

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DC Showcase: Green Arrow. Curta de animação do Arqueiro Verde, 2010

O Arqueiro Verde também está presente em jogos de videogame, como Injustice: Gods Among Us. O jogo de luta da NetherRealm Studios, empresa responsável por “Mortal Kombat”, foi lançado em 2013, e é baseado na série de quadrinhos lançada no ano anterior para promover o game. Em Injustice, o Super-Homem sofre uma terrível perda que faz com que o herói ultrapasse o limite que nunca havia cruzado e a partir de então começa a fazer tudo que for necessário para impor a paz no mundo, acabando com guerras, nações e até mesmo matando. Neste cenário, Batman, Arqueiro Verde e outros heróis se unem para formar uma resistência. Como sempre, Ollie enfrentou todos que apoiavam o regime, inclusive seu líder, o Super-Homem. Infelizmente o Arqueiro Esmeralda foi mais uma vítima do Super-Homem e seu regime fascista. No jogo, o Arqueiro Verde é um dos personagens jogáveis. (e eu sou bom com ele)

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Arqueiro Verde no jogo Injustice: Gods Among Us
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Arqueiro Vermelho e Arqueiro Verde em suas versões para o jogo Lego Batman 3: Beyond Gotham

No jogo Lego Batman 3: Beyond Gotham, o Arqueiro Verde é um personagem jogável assim que desbloqueada sua versão Lego. É possível jogar também com os personagens da série de televisão, adaptados para o jogo da Lego, ao baixar o pacote dos personagens. O jogo expande o universo das histórias do Batman para uma trama que abarca uma grande quantidade de personagens da DC. É possível jogar com personagens da Liga da Justiça, Novos Titãs, Liga da Justiça Jovem, com os vilões de todos esses heróis e, até mesmo, personagens menos conhecidos do universo da DC Comics.

Na televisão, Oliver Queen (Justin Hartley) já atirou suas flechas em participações no seriado do Superboy, Smallville (2001 – 2011), mas em 2012 o Arqueiro acertou suas flechas no grande público com sua série própria de televisão produzida pela CW Network intitulada “Arrow”.

Em Arrow, Oliver Queen (Stephen Amell) é um jovem bilionário e inconsequente que perde tudo ao naufragar em uma ilha. Cumprindo a promessa que fez ao pai logo antes do mesmo se matar para permitir que Oliver tivesse mais chances com os suprimentos que restavam, o jovem Oliver sobreviveu por anos na ilha conhecida como Purgatório. Depois de cinco anos, Oliver retorna à Star City e começa sua cruzada como o vigilante Arqueiro, que um a um riscou, da lista que seu pai lhe entregou, os nomes daqueles que traziam perigo à cidade.

A série está em sua quinta temporada e ao longo desses anos apresentou diversos vilões do Arqueiro Verde e do universo da DC, e também diversos heróis que resultaram em séries derivadas, que foi o caso de Flash (2014) e Legends of Tomorrow (2016).

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Segunda temporada de “Arrow”

A temporada mais interessante foi a segunda por algumas razões: foi na segunda temporada que Barry Allen (Grant Gustin) aparece pela primeira vez antes de se tornar o Flash e ganhar sua própria série; Roy Harper (Colton Haynes) aparece pela primeira vez e se torna o Arqueiro Vermelho (Arsenal); na segunda temporada, Sara Lance (Caity Lotz), retorna como Canário e explica que no tempo que esteve desaparecida havia treinado com a Liga dos Assassinos (de Ras al Ghul); um fantasma do passado retorna para cobrar a promessa que havia feito a Oliver de matar todos que ele amava, o nome do vilão é Slade Wilson, o Exterminador (Manu Bennett).

Na trama, Slade e Oliver se conheceram na ilha tentando sobreviver junto de Shado (Celina Jade), filha do homem que ensinou Oliver a sobreviver no primeiro ano após o naufrágio. Os três estão sendo perseguidos pelo Dr. Anthony Ivo (Dylan Neal) que acreditava que o pai de Shado guardava o mapa para o Mirakuru um soro capaz de dar habilidades sobre-humanas. Oliver acaba sendo treinado por Slade e Shado, e os três desenvolvem um triângulo em que o ciúme que Slade sente da relação de Oliver e Shado cresce a cada dia.

Na tentativa de salvar Slade, que estava gravemente ferido, Shado e Oliver decidem usar o Mirakuru, porém o soro não só recupera a saúde de Slade como aumenta suas capacidades e turva sua mente o levando à loucura. A insanidade de Slade, provocada pelo Mirakuru, ganha um foco quando Slade descobre que Shado morreu por culpa de Oliver, então Slade promete a Oliver que retornaria para matar todos aqueles que ele amava. Acreditando que seu pior pesadelo havia morrido na ilha, Oliver fica aterrorizado ao ver que Slade está vivo e em sua cidade para dar início a um terrível plano contra o Arqueiro, seus amigos e toda a cidade.

A partir da segunda temporada de Arrow o universo da DC na televisão se expandiu. Durante a terceira temporada de Arrow e a primeira temporada de Flash os heróis se encontraram cruzando suas tramas e unindo forças para deter seus inimigos. Na quarta temporada, o Átomo, Vixen, Mulher Gavião, e até mesmo um crossover com Constantine, aumentaram o número de personagens do universo compartilhado das séries televisivas, e em breve a CW irá apresentar seu maior evento de crossover unindo as séries Arrow, Flash, Legends of Tomorrow e Supergirl.

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Connor Hawke e o Arqueiro Verde de 2046

O resultado dos cruzamentos entre as séries do Arqueiro Verde e do Flash, foi o surgimento da série Lengends of Tomorrow que traz um grupo de viajantes temporais, formado por parte dos elencos de Arrow e Flash, com o objetivo de derrotar Vandal Savage, um vilão imortal. Durante as aventuras, os heróis vão para o ano de 2046 em Star City, onde encontram a cidade tomada por vilões liderados pelo filho de Slade, o novo Exterminador. Nesse futuro, o novo Exterminador havia derrotado Oliver, que perdeu um de seus braços na batalha, e um novo Arqueiro Verde surge para defender a cidade. O novo Arqueiro Verde é inspirado em Connor Hawke, mas sua identidade é Jhon Diggle Jr., filho de Diggle (David Ramsey), amigo de Oliver. Connor Hawke aparece como um filho que Oliver não sabia que tinha com uma antiga ex-namorada, na quarta temporada de Arrow.

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Ensaio fotográfico da Enterteiment Weekly para promover o “super crossover”: Brandon Routh (Átomo), Stephen Amell (Green Arrow), Melissa Benoist (Supergirl), Grant Gustin (The Flash) e Caity Lotz (Canário Branco)

O Arqueiro Verde está completando neste mês de novembro seus 75 anos de histórias em quadrinhos, e ao longo de todos esses anos o personagem se desenvolveu e cativou diversos públicos dialogando com diversos momentos históricos e sociais. De um “Robin Hood” moderno com suas flechas de luva de boxe, a um justiceiro social com moral e ética inabaláveis, Oliver Queen provou que não são os super-poderes, ou as roupas espalhafatosas que fazem de alguém um super-herói, e sim a determinação em lutar sempre em nome da justiça protegendo aqueles que são vítimas de todo tipo de opressão. O Arqueiro Verde ficou conhecido por seu temperamento desafiador, provocador e questionador, sempre disposto a se sacrificar na batalha contra os injustos, inclusive quando a injustiça está no próprio sistema, nos próprios governos e leis que muitos heróis juram proteger.

Em 75 anos de Arqueiro Verde, pudemos acompanhar a cruzada de Oliver inspirar outros heróis a ver nele não só um excelente estrategista e mentor, mas também uma das figuras mais respeitadas no universo da DC quando se busca conselhos sobre o certo e o errado. Muitos heróis como Batman, Super-Homem e Lanterna Verde procuram Oliver Queen quando não têm mais certeza se suas ações e escolhas são as melhores no momento, pois confiam no senso de justiça impávido do Arqueiro Verde.

Certamente o Arqueiro Verde já viveu muitas aventuras e ainda viverá muitas mais, então convidamos a todos a utilizar esse espaço para rememorar essas histórias. E pra você, qual foi a melhor história do Arqueiro Verde? O que vocês acham da série de televisão? Acham que o Arqueiro Verde deveria ganhar uma adaptação para o cinema? Deem suas opiniões, sugestões e ideias nos comentários!

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Raul Cassoni

Professor, historiador e músico. Um hibrido de boêmio com nerd, caso a vida fosse um enorme RPG. Discípulo de Mestre Splinter, Mestre Kame, Senhor Miyagi, Tio Ben, Prof. Xavier, entre outros que me guiaram em meu juramento de pesquisar a Nona Arte "nos dias mais claros e nas noites mais escuras", sempre usando meus "grandes poderes", e conhecimento, com "grande responsabilidade".

11 thoughts on “Arqueiro Verde: 75 anos de Histórias em Quadrinhos

  1. prsonagem inutil… o arqueiro dos vingadores já é um pouco inútil, mas la pelo menos poder so tem o Thor e o Hulk… ja na Liga, os membros sao quase deuses de tao poderosos, e no meio deles tem um cara que atira flechas kkk ridiculo

    1. esse cara nao era nem de terceira categoria e mereceu um textão gigante desse, enquanto isso o Jordan, o Wally e o Aquaman nada

  2. excelente compilação da história desse que é um dos meus personagens preferidos, adoro a fase dele com o Lanterna e a volta dele dos mortos com o mago dos nerds Kevin Smith foi legal tb e na animacao da Liga da Justiça ele era sensacional, mas atenuaram as questoes extremistas dele

  3. Amei o texto! Muito bem escrito! E me tirou muitas dúvidas e curiosidades que eu tinha sobre o Green Arrow. Eu gostaria de ler as HQ’s, mas desde o início, a primeira até agora, sabe me dizer onde posso encontrar, a sequência certinha?
    Desde já, obrigada.

  4. não gosto do Arqueiro… é um cara machista, extremista, preconceituoso, elitista, xenófobo e escrotão… podia ter feito um do Lanterna Verde ao invés do Arqueiro…

    1. É um personagem complexo, conforme o artigo demonstra. Enquanto o Batman possui uma vasta gama de vilões conhecidos (alguns tão famosos quanto o próprio), O Arqueiro Verde insiste em dar uma trabalheira aos seus roteiristas que precisam criar um novo inimigo a cada nova saga que o herói participa, já que o Arqueiro não perdoa e flechada sem piedade na testa de seus desafetos, não dando chance para que haja fugas da prisão, vinganças particulares ou qualquer outro tipo de retorno dos seus inimigos (Com uma flecha cravada na cabeça fica difícil voltar até como zumbi). O Arqueiro já flechou mais corações do que um cupido. Como Oliver Queen ele é tão cafajeste quanto Tony Stark, e uniformizado não perdoa nem as vilãs. Sem contar que o romance descarado entre o Arqueiro Verde e a Canário Negro nunca permitiu que a masculinidade do herói fosse colocada em xeque! Vale destacar também a dramática participação do personagem na série Cavaleiro das Trevas (os quadrinhos originais, nada a ver com os filmes) onde ele tem um dos braços amputados pelo Superman para não poder mais usar o arco, e ainda assim detona o homem de aço com flechas de pontas explosivas de kriptonita. Tem uma personalidade forte, é republicano e nacionalista, mas daí ser xenófobo e preconceituoso eu discordo.

  5. esse é o melhor texto que ja li sobre o Arqueiro… acho o personagem meio ‘mé’, mas adorei a historia dele que vc condensou aqui, com todos esses detalhes editoriais… parabens

    1. Muito obrigado, Luciano! Fico feliz que tenha gostado do texto e que tenha se interessado mais pelo Arqueiro, que na minha opinião é um dos heróis mais interessantes das HQs uma vez que suas histórias já foram utilizadas muitas vezes para discutir questões reais que afligem a todos nós.
      Um abraço!

  6. amei a historia do Kevin Smith… Além de uma série de ideias bem sacadas (envolvendo até magia negra) e diversas “participações especiais” de outros personagens da DC (atentem para um dos melhores diálogos do Batman com o Superman de todos os tempos), somos brindados com um verdadeiro respeito a cronologia (há, inclusive, referências a títulos que, costumeiramente, não são citados em revistas “menos sérias” da DC), provando que ela só limita aqueles que não possuem talento ou conhecimento da mesma. É uma história de pouca ação (excetuando uma luta selvagem – com arcos quebrados – travada contra Salomon Grundy na Flechacaverna), mas possui bons diálogos, um grande desenvolvimento de personagens e aquele algo mais que faz você se sentir agradecido e emocionado depois de ter se divertido por várias páginas. Um momento único em que Oliver Queen prova que a máscara é apenas mais um disfarce que ele usa. Contudo, até chegar a isso, a história tem outros momentos extremamente cativantes para os fãs da DC. A reação de Oliver ao recuperar um dos anéis do Flash com um uniforme de Arqueiro dentro dele (“Ele fez pra mim. Meu amigo fez pra mim.”) e a descoberta de que Hal confiou a ele um anel dos Lanternas, para um caso de emergência, são dois exemplos. Outra cena de alta dose emocional é o frustrado pedido de casamento a Canário Negro, onde podemos sentir o coração do herói se partindo.

    1. Muito legal seu comentário, Marcelo! Dá pra ver que vc manja mesmo do Arqueiro Verde!
      Particularmente não gostei muito da fase do Kevin Smith, acho que deu umas viajadas que descaracterizou um pouco o personagem na tentativa de justamente trazer de volta as principais características dele. Minha fase predileta do Arqueiro Verde é a parceria de Neal Adams e Dennis O’Neil. Pra mim é ali que está o verdadeiro Arqueiro Verde.. e o Kevin Smith deve concordar, pq quando trouxe o Oliver de volta a vida ele apagou tudo que aconteceu em Longbow Hunters em diante..

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