Deadpool_Cartaz Crítica: DeadpoolDeadpool

Direção: Tim Miller

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Elenco: Ryan Reynolds, Ed Skrein, Brianna Hildebrand, Gina Carano, T.J Miller e Morena Bacarin

Deadpool realmente é o mais atípico personagem de HQ adaptado para o cinema nos últimos anos. Sem regras, desbocado e pornográfico (incluindo cena de sexo imprópria para menores de 18 anos), o herói não poupa palavrões em suas ações insanas e grotescas. Criticando o próprio estilo e seus envolvidos, o roteiro não livra nem mesmo o ator principal. Portanto é mais que louvável que os méritos do longa do diretor Tim Miller seja não se levar à sério  (como o personagem) e usar sempre um exercício de metalinguagem contra o próprio gênero.

Utilizando o recurso constante da quebra da quarta parede, na qual a protagonista conversa com o público, a direção já define o tom do filme logo na cena de abertura. Se autointitulado como um filme babaca, feito por um escroto, uma gostosona e um vilão britânico, imediatamente o público fica ciente que o filme tenta se posicionar como incomum e facilmente identificável.

Wade (Reynolds) é um ex-militar que vive de pequenos bicos com achacador para pequenas causas. Ao descobrir uma doença terminal, ele decide aceitar um tratamento secreto que acaba lhe dando grandes habilidades e capacidade de regeneração , mas lhe desfigurando e tirando a pouca sanidade que ainda tinha.

O fato de brincar com a própria imagem do ator é sinal que os realizadores estão conscientes e admitem os erros do passado. Representando quase como uma redenção diante dos fãs que viram Reynolds afundar com suas incursões no filme baseados em HQ. Quando o roteiro faz várias alusões divertidíssimas ao ator Hugh Jackman, soa quase com um divertido exercício de resignação e inveja pelo fato Deadpool ter participado de forma desastrosa no primeiro filme do Wolverine (isso sem contar o fiasco monumental que foi Lanterna Verde).

A estrutura inicialmente funciona ao agilizar a historia com flashbacks do protagonista e de como chegamos à situação apresentada. Todavia, o excesso na narrativa, além de prejudicá-la, por tirar o espectador do filme constantemente, acaba escondendo a incapacidade do roteiro de evitar transformar o filme numa obra mais que convencional dentro do gênero, sem criatividade e cheia de clichês.

Mas acredito que os realizadores não estavam nem um pouco interessados nisso pelo fato da adaptação gerar grande comoção entre os fãs nas redes sociais e que no final acabe entregando exatamente o que querem.

Clichês como o fato de Colossus ser tratado com o velho estereótipo de personagens russo: sotaque carregado, bobalhão, com déficit intelectual, moralmente chato, mas de bom coração. Assim como o fato de Deadpool querer brigar desnecessariamente com ele, mesmo ciente que o X-Men é quase indestrutível, somente para atender uma necessidade do roteiro e saciar os fãs com uma briga.

A questão da metalinguagem é válida em vários momentos, mas por vezes chega a comprometer a descrença do público. Uma coisa é você usa tal artifício (metalinguagem) para engrandecer a narrativa e contexto, como usado, por exemplo, em O Último Grande Herói com Schwarzenegger. Outra é ser usada apenas como escapismo cômico como podemos confirmar na piada relacionada ao fato de dois atores terem interpretado o Professor Xavier nos filmes do X-Men.

Confesso que a piada tem sua graça e todos entenderam, mas, entretanto, o poder de suspensão é falho, pois estas referências são inexistentes a aquele mundo (ou deveriam). Um exemplo deste poder de descrença e crítica, mas que acaba por funcionar no filme, é o fato da piada em torno dos repetitivos filmes do ator Liam Neeson, mas neste caso estamos tratando de um elemento em comum aos dois mundos (real e ficcional).

O filme é corajoso por não evitar os eufemismos que gerou grandes debates nas redes sobre a censura. Elogiável também é o fato de não ter medo de usar referências que muitos dos espectadores juvenis (e muitos adultos) poderiam ignorar por puro desconhecimento, como por exemplo, as relacionadas à cantora Sinead O’Connor e ao filme Alien3 – ambos dos inicio dos anos 90 e, portanto uma época desconhecida para boa parte do público.

Mesmo que o personagem não se leve a sério, era necessário que pelo menos no clímax tal conceito fosse evitado. Claro que a graça é exatamente esta, mas num momento que os personagens correm risco iminente de vida, a piada incomoda. Mas enfim, Deadpool tem todos os elementos para agradar os fãs e os não fãs, mas precisamos questionar até onde isso ainda é válido.

Ps: As cenas pós créditos valem a pena (mesmo!), pois além de funcionar dentro do contexto filme e uma reconstituição exata de uma das mais famosas sequências dos anos 80.

Cotação 3/5

Deadpool_Final Crítica: Deadpool

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FB_IMG_1634308426192-120x120 Crítica: Deadpool

Rodrigo Rodrigues

Eu gosto de Cinema e todas suas vertentes! Mas não aceito que tentem rescrever a história ou acharem que Cinema começou nos anos 2000! De resto ainda tentando descobrir o que estou fazendo aqui!

5 thoughts on “Crítica: Deadpool

  1. Eu achei a história completamente fiel á origem do personagem nos quadrinhos. Wade é um mercenário boca suja, meio louco, mas bem intencionado, que descobre que tem câncer em estágio terminal. Preocupado em deixar para trás o amor de sua vida, Vanessa, ele se sujeita a participar de um tratamento experimental em um laboratório secreto do Arma X. Ali, passa meses sendo torturado até seu gene mutante despertar, o que o concede um fator de cura e uma pele completamente deformada. Apesar de curado, Wade não tem coragem de se revelar para Vanessa com seu rosto cheio de marcas. Ele assume a identidade de Deadpool para se vingar de Ajax, o cientista maligno e antagonista principal do filme. Ao longo do caminho, alguns rostos conhecidos aparecem para ajuda-lo na missão. O que sucede é uma verdadeira sequencia de excelentes cenas de ação, milhares de piadas e uma experiência verdadeiramente empolgante. Deadpool se destaca da concorrência por talvez ser o primeiro filme de super heróis que se compromete em primeiro lugar a agradar os fãs. A fidelidade com a qual o longa adota o bizarro universo de Wade Wilson para as telas é impressionante, naturalmente, com o cuidado necessário para não alienar as legiões de pessoas que não são familiares com o personagem.

  2. Além do humor, a ação está impecável, pelo menos para um projeto com esse orçamento, apostando em maneiras criativas e séries de luta ótimas; a sequência de abertura, por si só, é espetacular. Foi um filme bem barato de se fazer, praticamente dá para contar nos dedos de uma mão de bebê as locações do filme. E pra não falar que é só comédia e ação, o drama da história de Wilson é muito bem explorado, visto que as cenas no laboratório superam, e muito, alguns filmes de super-herói de orçamento absurdo por aí.

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