Resenha: A Maldição do Nome
Título: A Maldição do Nome
Autor: Joaquim Rubens Fontes
Editora: Edições Galo Branco
Ano: 2011
Páginas: 156
Desde que Edgar Allan Poe publicou The Murders in the Rue Morgue (no Brasil: Os Assassinatos da Rua Morgue) em 1841, criou-se uma atração especial entre um leitor e um mistério. Talvez não saibamos o porquê, mas adoramos desvendar um crime, acompanhando etapa por etapa o desenrolar da trama, não é mesmo? Das páginas dos livros para as telas do cinema e da televisão, dezenas e dezenas de histórias de teor policial tentam capturar nossa atenção, aproveitando-se desta nossa “queda” pelo lado obscuro da sociedade. Dos detetives de Agatha Christie e do famoso Sherlock Holmes ao fundo de um copo de whisky de um livro de Lawrence Block ou o fundo da mala de Raphael Montes, essas histórias nos perseguem em âmbito internacional. E, mesmo peneirando e lendo muito, por mais que pensemos ter visto de tudo e conhecido os melhores, sempre aparece um grande autor para nos alegrar. Este talvez seja – pelo menos para muitos – o nosso caso.
Vamos, então, para o maravilhoso estado Rio de Janeiro!
A Maldição do Nome é, primeiramente, um título muito propício para um livro que trata de um assunto não incomum em cidades interioranas do nosso Brasil. Se você, leitor, como eu, é de uma pequena cidade, você me entende! O nome – ou melhor, o sobrenome – pesa. Traz poder e prestígio (ou o oposto) para quem o carrega. E, para continuar a ler este artigo, peço para que fique com o nome daquela família aristocrata de sua cidade natal e/ou dos casos que você ouve ou já ouviu nas ruas. Pensou? Está com os fulanos na cabeça? Ótimo! Sigamos, meu caro ou minha cara.
O romance se passa na cidade de Vassouras, no Rio de Janeiro (para os turistas/viajantes de plantão: Vassouras. Só não sei se desejarão ir depois de ler a história!). O personagem principal, Da Mata, é um tiozão, professor universitário, meio puto da vida (encrenqueiro, digamos) e com a necessidade de fazer o que é certo, com uma rotina bem organizada, que saiu do Rio de Janeiro para viver em Vassouras. Da Mata é também dono de uma cachorrinha bastante participativa na história, a rottweiler Kara. Ela adora os caras maus! Adora!
O core da trama é um misterioso acidente de Clarice, amiga – e às vezes amante – de nosso caro protagonista, Da Mata. Uma moça calma e precavida que se envolve em um acidente de trânsito em um local que ela muito conhecia – e sabia dos riscos. Estranho, né? Então, Da Mata também achou. O homem passa a história toda jurando que os Florestas possuíam um dedo nessa (se não os cinco!) história, afinal a família da nossa querida Clarice tinha lá sua história de mortes estranhas.
O fato de ser um professor universitário e não um policial no centro da trama não tira os seus méritos de uma literatura policial hard boiled. O sujeito, Da Mata, é um senhor que dá as caras ao tapa e vai atrás do que crê ser verdade e certo. Não sendo um agente policial, não há muito o respeito à lei por parte dele, o que, para a trama, é bom.
Com um ambiente brasileiro, alguns tiros, socos e encontrões pesados e um mistério a ser desvendado, temos em A Maldição do Nome uma ótima literatura policial e um ótimo livro mais underground. Um livro curto, para uma sentada, para se distrair e curtir.
Fica a dica!
No mais, ei de trazer um pouco mais do grande autor que é Joaquim Rubens Fontes.
Joaquim Rubens Fontes é brasileiro, natural de Minas Gerais, tem 79 anos. Agora, talvez um grande diferencial, pois além de escritor, ele é também um grande estudioso da literatura. Possui pós-doutorado em Romance Policial, pela UERJ; Mestrado e Doutorado em Letras Vernáculas, pela UFRJ; pós-graduação em Filosofia Medieval, pela Faculdade de São Bento; pós-graduação em Língua Portuguesa, pelo Liceu Literário Português; graduação em Jornalismo, pela Faculdade Nacional de Filosofia; e Letras, pela Universidade Santa Úrsula.
É mole?
Obras publicadas do autor: Nas cordas do violão (Litteris), Juro dizer a verdade (Ed. Galo Branco), Fruto amargo (Litteris), Razões para matar (Vertente), Os sobreviventes (Ed. SENAC), A Maldição do Nome (Galo Branco) e O Universo do Romance Policial (tese de pós-doutorado).
Sentiu-se tentado a conhecer? Espero que sim, pois não se arrependerá!
Os livros podem ser adquiridos com o próprio autor. Basta entrar em contato com o mago; segue o e-mail: jrubensfontes@gmail.com.
Enfim, espero que tenham curtido a resenha. Estamos aí para ouvi-los e atendê-los, meus caros.
Ler é maravilhoso. E enquanto discutíamos esta obra, centenas de outras certamente foram publicadas.
Não paremos!
Matheus Mundim
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que legal ver que vcs vão dar espaço maior pra literatura aqui… e ainda mais nacional! parabens!!!
Todo sábado agora um momento pra gente haha. Não será sempre literatura nacional, mas vou trazendo uns que gosto aqui.
Abraço!
vc fez esse livro parecer até um caso do Conan Doyle rsrs… me atiçou a curiosidade, vou ler pra ver se é tudo isso mesmo!
Hahaha. É um pouco menos pensante. Um personagem dando as caras pra bandidada aristocrática de sua cidade. Mas é uma leitura muito divertida. Vale a pena. 🙂