Resenha: Dias Perfeitos
Título: Dias Perfeitos
Autor: Raphael Montes
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2014
Páginas: 280
Com os direitos de tradução vendidos para 13 países, Dias Perfeitos se tornou um grande marco da literatura contemporânea atual. Brasileiros e gringos já conhecem e já adoram um nome que tem ganhado destaque na literatura e também na área televisiva: Raphael Montes.
Mas o que separa sua escrita da de tantos outros autores brasileiros?
A maturidade é, ao meu ver, um ponto de importante destaque. Mesmo com seus vinte e poucos anos, Raphael já domina a língua, usando-a como seu instrumento de sedução. Flui e flui bem o que ele escreve.
Sobre o livro que o garantiu destaque internacional, no começo, o personagem retrata as características de um psicopata, lembrando um pouco o mais querido personagem do gênero nos anos 2.000: Dexter Morgan. O autor demonstra muito conhecimento técnico sobre as áreas das quais fala e escreve à medida que esbanja seu belo português.
A leitura, acredito, pode ser dividida em duas partes, sendo a segunda principiada com um passeio guiado pela luz de uma lamparina. Deste ponto para frente é, de fato, um livro brilhante, deixando muitos autores internacionais à deriva. Original, bem escrito, detalhado e com a dose certa de insanidade que abala a mente do leitor.
Téo, o personagem principal, bebe de sua própria megalomania à medida em que assombra a pobre e energética Clarice. É perturbador – muito – notar o quão seus atos às vezes não se afastam do que muitos julgam comum.
No mais, claro que Téo não é um rapaz de atos comuns. Se fosse, Montes não escreveria sobre ele.
A última frase do livro é muito instigante ao meu ver, porém, a ideia de que se fosse terminada algumas páginas antes teria um toque a mais é compartilhada por algumas pessoas (e eu não posso dizer que discordo; é um “win win”).
Em novembro sai um novo romance de sua autoria, o quarto: Jantar Secreto.
Matheus Mundim
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Curto muito o escritor, mas esse livro eu nao achei legal nao
Raphael Montes consegue nos levar a fundo em sua história e nos envolve de uma forma extraordinária. Dificilmente um livro me causa tantas sensações como esse fez… O que mais sobressaiu foi a perturbação. O protagonista do livro é extremamente cruel e não possui consciência das atrocidades que realiza, o que torna tudo ainda pior. Porém, é isso que faz de “Dias Perfeitos” um livro excelente. Pode não ser ideal para qualquer um, mas recomendo para quem procura uma leitura fora da sua zona de conforto.
Dias Perfeitos não me agradou. Há algum tempo, comprei o livro de um autor que se promove pelo Facebook. Era um livro policial, e eu não esperava muito dele. Acabou se revelando um livro péssimo. Para mostrar como Dias Perfeitos acabou sendo uma decepção, eu esperava que o livro do autor do Facebook fosse um Dias Perfeitos um pouco melhor. É isso.
Talvez eu leia um próximo livro de Raphael Montes, mas só se eu ler que ele amadureceu muito como escritor, e que seu novo livro é muito melhor que Dias Perfeitos. Mas ele é jovem, e tudo indica que tem um longo e alvissareiro caminho a percorrer como escritor de literatura policial, a despeito da minha desfavorável opinião.
arrisque o “Suicidas”, primeiro dele! =D
Concordo! Excelente!
adoro o Rapha… já peguei autógrafo dele uma vez e ele foi super simpático!
Também! É um cara muito gentil.