Mulher Maravilha: 75 anos do controverso ícone das mulheres nos quadrinhos

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Mulher Maravilha, por Alex Ross

Em dezembro deste ano, a Mulher Maravilha completará 75 anos! Com uma trajetória repleta de críticas e admiração, é inegável o sucesso que os quadrinhos da amazona sustenta ao longo de tantas décadas. Nascida no início da Era de Ouro dos Quadrinhos, a Mulher Maravilha é considerada por muitos a primeira super-heroína dos quadrinhos a atingir grande público e hoje falaremos um pouco sobre a história dessa poderosa senhora septuagenária!

Em 1938, na Action Comics #1, o gênero do super-herói foi criado junto de seu primeiro e maior representante, o Super-Homem. Seu sucesso alavancou as vendas dos quadrinhos levando a indústria das comics ao seu primeiro apogeu ao longo dos anos 1940′.

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Seguido da criação de Batman, em 1939, os super-heróis se tornaram mania nacional nos EUA, entretanto, em meio ao entusiasmo, as primeiras críticas começaram a aparecer. William Molton Marston, psiquiatra e escritor estadunidense, famoso pela invenção do detector de mentiras, criticou a indústria dos quadrinhos e em especial os super-heróis, acusando de serem espaços hegemonicamente masculinos, ou seja, a mulher não possuía nenhum protagonismo, tendo seus papéis nas tramas limitados a serem as “donzelas em perigo” à espera de um “super homem” salvá-las.

Em resposta à critica, a DC comics, editora responsável pelos títulos das histórias dos super-heróis citados anteriormente, contratou Marston como consultor. William Marston, em seu novo cargo, então, implementou a novidade que, para ele, cobriria a lacuna dos quadrinhos do momento, Marston criou e H. G. Peter ilustrou, em dezembro de 1941, a Mulher Maravilha.

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All Star Comics #8, primeira aparição da Mulher Maravilha

Na revista All Star Comics #8, Wonder Woman, ou Mulher Maravilha, para nós brasileiros, fez sua estreia no mundo das histórias em quadrinhos protagonizando um enredo próprio e enfrentando todo tipo de vilão com seus poderes divinos. Posteriormente, a Mulher Maravilha apareceu pela primeira vez em uma capa na revista Sensation Comics #1, em janeiro de 1942, e ganhou sua própria revista em junho do mesmo ano.

Sua história começa na Ilha do Paraíso, ou Themyscira, onde a líder das guerreiras Amazonas, a rainha Hipólita, esculpiu em barro e pediu aos deuses do Olimpo que dessem vida à sua filha, a princesa Diana. Sua origem já foi contada também como o resultado da relação entre sua mãe, a rainha Hipólita, com o rei dos deuses olimpianos, Zeus.

Descrita pela primeira vez, em 1941, como cem vezes mais forte e ágil que o maior atleta entre os homens, amável como Afrodite, tão sábia quanto Atena, rápida como Mercúrio (ou Hermes, em grego), e forte como Hércules, Diana se destacou entre suas irmãs Amazonas como a melhor guerreira entre elas e digna de vestir o traje que seria futuramente conhecido como as vestes da Mulher Maravilha.

Após a queda de um avião tripulado por um piloto homem na Ilha do Paraíso, onde só mulheres habitavam, a rainha Hipólita realiza um torneio entre as Amazonas a fim de escolher a responsável por retornar o estranho ao mundo dos homens. Proibida de competir por sua mãe, Diana se disfarça e vence a disputa das guerreiras, revelando-se, então, como a princesa e campeã das guerreiras Amazonas. Ao retornar o piloto, chamado Steve Trevor, Diana descobre a violência, as injustiças, as guerras e toda a desigualdade que há no mundo, e então decide se tornar um símbolo da justiça, lutando contra o crime e defendendo a igualdade de gênero, tornando-se a Mulher Maravilha.

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All Star Comics #11

Em suas primeiras aventuras, a heroína se depara com a Segunda Guerra Mundial e encontra um meio de ajudar ao se disfarçar como enfermeira usando o nome Diana Prince. Não satisfeita em apenas ajudar os feridos, e sabendo de sua enorme capacidade, Diana decide seguir o exemplo do Gavião Negro e luta a favor dos Aliados contra os japoneses na revista All Star Comics #11. As primeiras reações dos japoneses no quadrinho são um tiro no pé em qualquer intenção de enaltecer as mulheres e garantir a equidade dos gêneros: “if a woman can do this to us, what can men do?” (se uma mulher pode fazer isso com a gente, o que um homem poderia fazer?).

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All Star Comics #12

Diversas tentativas de promover a super-heroína surtiram efeito contrário, tornando-a um símbolo da inferiorização da mulher em relação ao homem. Na All Star Comics #12, em 1942, a Mulher Maravilha é apresentada à Sociedade da Justiça da América, (equipe de super-heróis formada na edição nº 3 da revista All Star Comics, formada por Gavião Negro, Átomo, Dr. Destino, Sandman, Johnny Thunder, Dr. Meia Noite, Espectro e Starman; a Sociedade da Justiça foi o embrião para a futura Liga da Justiça da América, fundada em 1960.). Até então isso seria um avanço, já que pela primeira vez as mulheres teriam uma representante na sociedade dos heróis, todavia, o Gavião Negro ao apresentar a guerreira Amazona, diz que ela gostaria de se voluntariar para ser secretária da Sociedade da Justiça para que os super-heróis homens pudessem lutar na guerra.

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Capa da Sensation Comics #94, 1949

Nos anos 1950′, as histórias da Mulher Maravilha pioraram. No pós-guerra, os quadrinhos, principalmente os super-heróis, passaram por uma grande crise criativa, que automaticamente se refletiu na perda de interesse do público e uma drástica queda nas vendas que forçou o cancelamento de boa parte dos títulos surgidos nos “anos dourados” das aventuras dos mascarados justiceiros. Os super-heróis haviam retornado da guerra deixando para trás os dias de combate a planos de conquista global, para se ocuparem com crimes locais e situações corriqueiras. Em pouco tempo, Batman, Super-Homem e a Mulher Maravilha, passavam boa parte das aventuras em suas revistas lidando com questões afetivas em tom de romance cômico.

Os quadrinhos eram fortemente censurados desde a criação do Código dos Quadrinhos, em 1954, que visava garantir que o conteúdo das histórias fossem adequados ao público leitor. Dessa forma, todo conteúdo de violência era amenizado e os roteiros se tornaram óbvios e inocentes, uma vez que conteúdos críticos eram considerados ideologizadores. Neste contexto, os quadrinhos da Mulher Maravilha focaram as tramas na relação entre ela e seu amado, o Capitão Steve Trevor. Estes quadrinhos da Mulher Maravilha foram acusados pelos movimentos feministas, nos anos 1960′, de reproduzirem um ideal de mulher, no qual a personagem se submete à figura masculina abandonando sua carreira e voltando todas as suas atenções a ser um suporte à trajetória e ao desenvolvimento do protagonismo do homem, que, sobretudo no caso deste quadrinho, deveria ser o coadjuvante. A capa da revista Sensation Comics #94, de 1949, expressa perfeitamente a inversão dos papéis.

No documentário produzido pela DC Comics, “Secret Origin: The Story of DC Comics”, de 2010, Dennis O’Neil, um dos maiores nomes da Era de Bronze dos Quadrinhos, que nos anos 1970 contestou a censura e introduziu conteúdos que debatiam questões sociais como o racismo, a luta de classes e as drogas, admite ter arruinado a personagem da Mulher Maravilha quando foi encarregado pelas histórias no período entre os anos 1968 e 1972.

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Wonder Woman #178

O ocorrido foi que O’Neil, tinha intenção de reformular a personagem, assim como outros heróis na época haviam sido repensados para que melhor representassem o pensamento do momento e, por sua vez, gerassem maior identificação com os leitores. A ideia do autor era retirar os poderes divinos da heroína, com o intuito de desvincular ela da figura paterna dos Deuses, e transformá-la em uma lutadora de artes marciais, para que seus êxitos fossem frutos de seus atributos e não de poderes atribuídos por outrem. O problema é que com isso, O’Neil “desempoderou” a super-heroína, e, para piorar, fez dela aprendiz de um mestre chinês (um homem) com o nome de um dos maiores clássicos da literatura chinesa, I-Ching.

Devido aos novos rumos que as aventuras da Mulher Maravilha tomaram, a jornalista estadunidense e ativista feminista Gloria Steinem, representou grupos de mulheres que criticaram severamente a “Nova Mulher Maravilha”, Steinem resume a personagem dizendo que “ela não passava de um James Bond entediante e sem a liberdade sexual”. No documentário da DC, O’Neil agradece por Steinem não ter mencionado o nome do autor no artigo que ela escreveu condenando as mudanças na personagem e se desculpa mais uma vez pelo “estrago” que reconhece ter feito.

Outra grande polêmica envolvendo a Mulher Maravilha, que é discutida no documentário citado, é a quantidade de situações envolvendo submissão gerando ambiguidade com práticas sadomasoquistas. O documentário traz diversas cenas dos quadrinhos ainda na Era de Ouro, onde existe grande recorrência de imagens onde personagens são amarrados e torturados, ou imagens de mulheres duelando de forma quase erótica. Ainda no documentário, Mark Waid, brilhante roteirista já citado em nossa coluna quando falamos sobre O Reino do Amanhã, entende que Willian Molton Marston possuía uma concepção estranha do que seria a “força feminina” que ele gostaria de retratar nos quadrinhos, Waid diz que “(…) a questão [para Marston] era a disposição das mulheres de se sujeitarem”. E assim, o que era para ser um ícone da força feminina, se tornou um ícone de fetiches sexuais. Gerard Jones, escritor e historiador, reforça a observação de Waid dizendo que Marston encontrava uma maneira de retratar uma cena de submissão praticamente em cada página dos quadrinhos da Mulher Maravilha, deixando bastante claro o erotismo subliminar da narrativa.

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Exemplo de submissão por amarras nos quadrinhos da Mulher Maravilha
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Exemplo de submissão por espancamento nos quadrinhos da Mulher Maravilha

Após a crise que o título da Amazona passou entre os anos 60′ e 70′, a Mulher Maravilha retornou ao auge da popularidade através de uma adaptação para série de televisão estrelada por Lynda Carter, exibida entre 1976 e 1979. A série foi um enorme sucesso, garantindo uma legião de fãs até os dias de hoje. Em 2011, um episódio piloto para uma nova série da Mulher Maravilha na TV foi produzido pela NBC e graças a alguém de bom senso, a série que teria Adrianne Palick como protagonista, nunca foi ao ar. Com um roteiro linear incapaz de cativar o espectador e efeitos extremamente ruins que beiram a comicidade, a série de 2011 foi cancelada antes mesmo de estrear.

Neste ano, a Mulher Maravilha roubou a cena no filme Batman v Supeman: Dawn of Justice, dirigido por Zack Snyder, onde a personagem, dessa vez interpretada por Gal Gadot, é apresentada ao projeto de um “universo cinematográfico da DC”, onde a heroína retornará às telonas em seu filme solo, Wonder Woman, em junho de 2017, com a diretora Patty Jenkins, e no filme da Liga da Justiça, em novembro de 2017, mais uma vez com direção de Snyder.

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Mulher Maravilha em sua pose clássica. Da esquerda pra direita: na HQ, Lynda Carter e Gal Gadot

A Mulher Maravilha também foi adaptada para diversas outras mídias, como jogos de videogame ou desenhos animados. Desde os primeiros sucessos da DC no mundo das animações, a Mulher Maravilha esteve ao lado do panteão de heróis da editora em desenhos como Os Super-Amigos, entre os anos de 1973 e 1986, e nas séries Liga da Justiça e Liga da Justiça Ilimitada, entre os anos de 2001 e 2006. Durante a Comic Con de San Diego, a DC Comics anunciou o lançamento de uma nova série animada chamada Justice League Action, que estreará ainda em 2016.

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Cena citada da animação Liga da Justiça: A Nova Fronteira

Além das séries animadas para televisão, a Mulher Maravilha está presente em diversos longas-metragens de animação da DC, como na animação Liga da Justiça: A Nova Fronteira, de 2008, onde a Amazona lidera a revolta de um grupo de mulheres que eram mantidas em cativeiro por soldados, na Indo China em 1954. Quando interrogada pelo Super-Homem acerca das circunstâncias da morte dos soldados que as mantinham em cativeiro, Diana responde “dei a elas liberdade e uma chance de justiça, você sabe, bem do jeito americano”. Outra representação interessante da Mulher Maravilha nas animações, é em Flashpoint Paradox, de 2013, onde em uma realidade alternativa, a Mulher Maravilha lidera as Amazonas em uma intentona que dominou a Grã-Bretanha renomeando-a Nova Themyscira, e disputa contra Aquaman, que conquistou a Europa Ocidental, pelo domínio do mundo.

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Esboço de super-heroína feito por Renae De Liz. À esquerda a maneira como convencionalmente se representa a mulher, à direita a sugestão da artista para uma representação correta da mulher.

Repleta de contradições e polêmicas, a história da Mulher Maravilha reflete um problema enraizado em nossa cultura e que vem à tona nos dias de hoje constantemente: a hegemonia do pensamento machista. Os quadrinhos da Mulher Maravilha retratam a desapropriação da mulher de seu lugar de fala e representatividade, ao submeter a imagem, a idealização da mulher, a uma criação de homens. Sua trajetória evidencia como a indústria do quadrinho marginaliza artistas e escritoras, favorecendo autores que frequentemente são encarregados de criar enredos para personagens femininas, que muitas vezes representam a mulher de forma objetificada, hipersexualizando sua imagem e retratando-a de forma frágil, submissa e emotiva em oposição à postura racional, geralmente retratada em personagens masculinos. A artista quadrinista Renae De Liz, que trabalha na Random Comics, na Archie Comics e na DC Comics, compartilhou no Facebook um esboço de como retratar a mulher sem cair nos erros das representações ofensivas convencionadas pelos artistas ao longo dos anos. No esboço, a artista destaca os principais pontos onde o traço revela a intenção por trás do desenho e a característica que a personagem irá expressar. 

Sendo um símbolo da sujeição feminina ao machismo na indústria e na história dos quadrinhos, ou um ícone da representação das mulheres e dos ideais de igualdade de gêneros, a Mulher Maravilha é dona de uma longa e surpreendente história que, ao que tudo indica, ainda está muito longe de terminar!

Por fim indico o vídeo comemorativo que a DC produziu em homenagem aos 75 anos da primeira super-heroína da história dos quadrinhos!

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Raul Cassoni

Professor, historiador e músico. Um hibrido de boêmio com nerd, caso a vida fosse um enorme RPG. Discípulo de Mestre Splinter, Mestre Kame, Senhor Miyagi, Tio Ben, Prof. Xavier, entre outros que me guiaram em meu juramento de pesquisar a Nona Arte "nos dias mais claros e nas noites mais escuras", sempre usando meus "grandes poderes", e conhecimento, com "grande responsabilidade".

45 thoughts on “Mulher Maravilha: 75 anos do controverso ícone das mulheres nos quadrinhos

  1. ok na sua criação ela foi controversa, mas depois disso se firmou como o maior icone feminino dos quadrinhos e nao adianta tentar forçar a capita marvel goela abaixo da gente nao

  2. nao me convence esse lance da sumissao da MM nao… amarra-se pessoas sempre com as maos pra tras, inclusive a policia algema pessoas no chao com as maos pra tras igual a MM faz… se com base nisso se criou uma teoria maluca de que isso representava submissao sexual vcs precisam rever seus conceitos

    1. Assista ao filme “Professor Marston e as Mulheres-Maravilhas” com o Luke Evans, e tire suas conclusões sobre a criação da M.M….bissexualismo, lesbismo, sadomasoquismo, fazia parte da vida do criador….

  3. vcs nesse site tem uns estudos muito bons, meus parabens… passei o feriado praticamente todo na frente da tela do PC aprendendo e me divertindo com analises profundas sobre quadirnhos e o site de vcs acho que teve pelo menos 50% de merito nisso hahahahahaha como é bom ler coisas que nao ficam na nerdice, na guerra das editoras e nas polemicas vazias da midia sobre lacração e teorias de fãs (tem coisa mais inutil que teoria de fã?)

  4. Muito bom seu artigo, Raul. Fiquei curioso em saber a fonte das informações que vc traz.

  5. Excelente texto sobre a Mulher Maravilha. Creio que um dos melhores que já li. Sou historiador e os quadrinhos são minha paixão. Parabéns pelas pesquisas e estudos que com certeza fez para nos oferecer esse artigo. Vejo que muitos pedem algo sobre a Capitã Marvel, eu me junto a eles, acho que seria muito bom, porque sobre ela quase não se acha nada na Internet. Eu mesmo mal conheço a personagem e gostaria de me familiarizar com ela antes de vê-la em um filme dos Vingadores, descendo a lenha no poderoso Thanos. Voltarei sempre ao Maxiverso para acompanhar você, Raul. Abraço!

  6. Além da Capitã Marvel podia rolar um artigo nesse estilo referente a Mulher Invisível, que foi a primeira grande heroína da Marvel, surgida qd o Stan Lee fez o Quarteto Fantástico pra rivalizar com a Liga da Justiça que a DC tinha lançado (revitalizando a antiga Sociedade da Justiça da Era de Ouro). Que tal heim Raul? 🙂 Diz que sim vai rsrsrs acho que tem tudo a ver com o que vc escreve, pq a Sue ela meio que foi criada sendo a “dona de casa” do Quarteto, sempre meio que coadjuvante, ai nos anos 90 tentaram “melhorar” ela e o que fizeram? Deram roupas decotadas pra ela rsrsrsrs… acho que tem muita coisa pra vc analisar nela com essa sua visão feminista, seria muito legal.

  7. Excelente post, Raul. Meus parabéns. É denso e profundo sem se estender além do que devia. Notei tb que vc deu informações pertinentes, não tem nada ali pra encher linguiça. Parabéns. Tb to no aguardo do texto sobre a Carol Danvers, nessa linha, espero que fique tão bom qt esse da Diana.

    1. Obrigado, Adriano! Que bom que gostou do texto. Pode deixar que já tirei o artigo da Ms. Marvel do “coma” (hah! quem sacou a referência?). Em breve ele estará aqui no site. Abraço

    2. Mulher Maravilha e Miss Marvel… as duas maiores heroínas dos quadrinhos, que otima noticia saber que teremos tb um especial dela… oqu evc achou da atriz que vai fazer a Carol no cinema, gostou?

  8. pra mim a WW nao tinha nada a ver com ideologia e sim com mercado… mas ai a galera ve feminismo em tudo

    1. So pra esclarecer, ainda assim adoro a personagem e quero muito o post da Carol… essa sim acho que tem uma bandeira feminista mais proposital

    2. depois de tudo o que o Raul escreveu, e ainda com uns comentarios muito massa aqui, vc tem a coragem de falar que não tinha haver com ideologia???

  9. Raul excelente, excelente artigo!!! Seria incrivel se vc escrevesse um parecido sobre a Capita Marvel, pq tem tudo a ver, tipo, ela eh a personagem mulher mais forte da Marvel, vai ter um filme solo, esta brilhando nas revistas emquadrinhos atualmente, e com certeza tem toda a representatividade que as mulheres pedem nas paginas das marvetes, que seria um contraponto da Mulher Maravilha da DC. Alem disso acho que nenhum grande site fez um especial sobre ela, vc seria o primeiro!

    1. Maggy, muito obrigado pelo elogio. Fico feliz que tenha gostado do artigo. Sobre a Ms Marvel, pode apostar que farei.. Já havia começado a escrever sobre ela, mas por diversas razões não estou conseguindo parar pra terminar de escrever. Fique atenta que em breve estarei compartilhando o texto sobre ela. Afinal, além de ser um pedido de mais de uma leitora, e os fatores que vc mencionou, como a Capitã Marvel ganhar um filme próprio, esse ano a Ms Marvel completou 40 anos, e como vc reparou, tenho uma queda por história das HQs hehehe. Um abraço!

    2. Legal que vai sair um artigo sobre a Carol!!! Já estou ansiosa… espero que não seja algo na linha do que o Omelete fez uns tempos atrás tentando dizer que ela é o maior ícone feminista das HQs, etc (discordo), espero que seja algo parecido com essa da Diana. Gosto da duas e espero que um dia a Capitã Marvel tenha ao menos um pouco da influência da Mulher Maravilha, que ultrapassa gerações e fronteiras, influencia feministas, crianças, homens e mulheres, que nunca leram nenhuma HQ. A imagem dela é muito forte, não foi à toa que ela venceu a eleição dos super-heróis mais influentes da história da revista Entertainment Weekly, não foi à toa que a ONU a homenageou e a nomeou embaixadora. A mulher maravilha é reconhecida por duas coisas: Foi a primeira heroína feminina em uma época aonde “os mocinhos salvavam as mocinhas” e quebrar todo esse conceito. E por fazer parte de uma das equipes mais reconhecidas da cultura pop (desde desenhos,series,jogos e futuramente filmes).Isso é um máximo para tornar a personagem uma influência mundial e coloca-la como embaixadora da ONU,já que a personagem passou anos lutando contra Estereótipo. Já miss marvel foi sendo moldada com o tempo.Quando a ilustre roteirista Kelly Sue DeConnick assumiu as HQs da personagem, ela mudou completamente o rumo das histórias.Tornando a personagem uma combatente principal contra o machismo e lutando pelo direito das feministas.Ela utilizou muitos temas atuais desse movimento nas histórias da personagem. Ela é já está sendo muito bem reconhecida lá fora, os EUA por exemplo, as feministas utilizaram a imagem da personagem em seu protestos,logo a personagem se tornou um simbolo da “atual luta do feminismo”… Mulher Maravilha é reconhecida muito bem por ser a pioneira e a primeira a quebrar essa balança, mas Miss Marvel tá reconhecida por ter um posicionamento principal nessa luta feminista atual, então é inegável que ela tem seu papel no feminismo, mas acho demais dizer que de algum modo ela passou a Diana.

    1. Oi Mariane, vou tentar resumir aqui minha opinião sobre o filme.
      Bom, não podemos desvincular o filme de seu contexto, assim como não podemos nos deixar levar pelo contexto para analisar o filme. O filme é de fundamental importância uma vez que é extremamente necessário o protagonismo das mulheres no universo dos super-heróis que é majoritariamente dominado pelos homens. Um filme sobre a MM era urgente e ao mesmo tempo carregava uma carga de responsabilidade gigante. O filme teve muito sucesso e fiquei muito feliz com isso.
      Particularmente fiquei um pouco decepcionado com o resultado final. Criei expectativa, coisa que evito fazer, e acabei me frustrando um pouco. O roteiro é muito linear (começo, meio e fim), e até a primeira metade do filme funcionou muito bem. Porém na segunda metade do filme acredito que a falta de surpresas no desenrolar da história e o excesso de cenas de ação com câmera lenta (marca do Snyder) deixaram o filme um pouco desinteressante.
      Algumas referências aos quadrinhos achei excelentes, outras achei meio “jogadas”, tipo a cena do sorvete que acabou sendo tomado às pressas… O filme todo se passa em um curto período de tempo por conta dos conflitos.. talvez fosse interessante desenvolver a personagem e colocar essas referências num contexto menos corrido.
      A direção de Patty Jenkins foi preciosa em determinadas cenas e cuidados que muito provavelmente um diretor homem não teria realizado por ausência de identificação. Isso se dá principalmente no começo do filme.. então torno a dizer, a primeira metade é um filme, a segunda é outro.
      Resumão: Comecei gostando bastante do filme, mas terminei de assistir sentindo que poderia ter sido bem melhor.
      E vc, o que achou? Um abraço

  10. discordo de alguns pontos do texto, mas no geral ele é muito bom… na parte “Neste ano, a Mulher Maravilha roubou a cena no filme Batman v Supeman: Dawn of Justice, dirigido por Zack Snyder, onde a personagem, dessa vez interpretada por Gal Gadot” eu tb discordo, acho que ela não roubou a cena acho que ela complementou bem, só isso, e no final ainda ficou meio apagadinha… no mais a Diana é incrível mesmo ela é um ícone é o maior ícone mulheristico dos quadrinhos hahaha eu tb acho meio forçada essa interpretação sexual das fases iniciais dela, acho que o autor tinha aqueles fetiches e acabou desenhando aquilo mas ela mesma nunca representou aqueles conceitos, é o que eu acho… bjokas

    1. Oi Drika, obrigado pelo comentário. Que bom que no geral gostou do texto ^^. Quanto aos pontos que vc destacou, em relação à participação da MM no BvS, eu senti quando assisti no cinema que foi um dos pontos altos do filme, e acredito que muitas pessoas sentiram o mesmo, mas concordo contigo que ela ficou um pouco apagada no final. Quanto ao autor utilizar a HQ como um escape para fetiches sexuais e isso acabar sendo consumido e de certa forma entendido dessa maneira por parte dos leitores, não é opinião minha, isso pode ser encontrado no próprio documentário da DC que citei no texto, assim como em artigos e pesquisas sobre a vida de Willian Molton Marston e a origem da personagem, mas quero enfatizar que certamente esse fato não resume a Mulher Maravilha à isso, e que Marston sempre frisou que o propósito da personagem era justamente representar as mulheres no mundo dos heróis que era majoritariamente dominado pelos “cuecas sobre as calças” rss. Bjokas

  11. Ótimo texto, muito bem complementado pelo comentário do THAYBSILVA… parabéns… sugiro algo parecido com a Capitã Marvel, primeiro pq criaram essa comparação dela com a Diana, segundo pq hj ela é de fato a maior heroína da Marvel…

    1. Luis, obrigado pelo comentário e agradeço a sugestão. Bom saber que estou em sintonia com os leitores do Maxiverso, pois eu já havia planejado escrever sobre a Ms. Marvel, afinal além de ser uma personagem icônica e uma das maiores heroínas da Marvel, ela completou 40 anos neste ano de 2017. Fique esperto que em breve publicaremos esta matéria! Abraço.

  12. WW nunca me cativou… prefiro a Cap Marvel… esse uniforme sexy dela eh nadaver pq Amazona eh sexy???

    1. Olá Greta, obrigado pelo comentário. Concordo contigo de que um biquíni está longe de ser o uniforme ideal para uma guerreira. Quanto à Capitã Marvel, em breve publicarei um texto sobre a Ms. Marvel, e nele abordarei a ascensão de Carol Danvers de Ms. Marvel para Capitã Marvel. Fique atenta e continue participando de nossas postagens. Abraço

    2. Tb nunca vi nada de mais nessa mulher de biquini, saia ou shortinho, usando a bandeira dos EE.UU. e cuja historia teve que mudar uma pá de vezes pra ficar decente, pq convenhamos, até os anos 80 era ridicula a historia da personagem… o que elevou ela recentemente foi esse lance da representatividade, que eu pessoalmente acho meio distorcido, pq ela era um sex symbol e tão transformando ela meio que a força em um icone feminista… alem de tudo é branquela e ocidental, a representatividade é bem questionável…

    3. Orlandinho, pra mim isso é haterismo… primeiro que duvido que vc tenha lido quadrinhos antes dos anos 80, então – segundo vc mesmo – vc só pegou o filé da coisa. Quanto a representatividade, não é forçada, ela SEMPRE foi um símbolo do feminismo (googla aí pra confirmar), e atualmente isso só é diferente pq de fato tem um extremismo em se tratando de feminismo (da qual eu discordo). Assim como existem mulheres orientais e de pele mais escura, existem ocidentais de pele clara… evidente que um símbolo negro seria mais emblemático, mas não é por conta da Diana ser branca e ocidental que isso faz dela menos simbólica nesse sentido.

  13. WW é um fetiche… Além de psicólogo, inventor e escritor, o cara que inventou ela era adepto de sadomasoquismo e bondage, e é possível encontrar diversas referencias a isso nas HQs dela… só não ve quem nao quer

    1. Guedes, realmente Willian Molton Marston utilizou as aventuras da Amazona para extravasar questões sexuais e este conteúdo foi consumido por uma geração que não tinha acesso à pornografia como os jovens de hoje têm. Mas o quadrinho não se limitou a isso, ou teria sido pego pela “malha fina” dos movimentos de censura das HQs (para saber mais: http://maxiverso.com.br/blog/2016/09/11/censura-nas-hqs-o-codigo-dos-quadrinhos/)
      Por mais que houvesse esta conotação sexual, felizmente a personagem e suas histórias evoluíram alcançando a representatividade das mulheres no mundo dos quadrinhos e tornando-a um dos maiores ícones do combate à inferiorização das mulheres.

    2. Caro Guedes, a MM não é só isso… favor se informar mais… o presente artigo inclusive mostra como a personagem é interessante, empoderada e representa bem o gênero das HQs e das mulheres rs

  14. Inacreditavel que um cara do naipe do O’Neil tenha feito tamanha idiotice, ainda que de pra entender os motivos que o levou a fazer isso… mas fico imaginando como hj em dia se ele mesmo não admitisse que foi um erro, o que ia ter de idiota enaltecendo o que ele fez em defesa de algum argumento idiota nesses tempos em que o feminismo vem sendo deturpado por extremismos que acabam destruindo o conceito em si da luta que é o feminismo…

    1. Pois é, Lia. No documentário que citei ele se desculpa com todas as letras reconhecendo a burrada que fez rss.. e o curioso é isso, um artista que contribuiu tanto na desconstrução dos esteriótipos das histórias de super-heróis trazendo questões sociais e políticas para os enredos do gênero, mas quando foi se aventurar numa realidade que não é a sua, como a das mulheres, estragou tudo rss

  15. Muito interessante o post, sem falar que foi bem oportuno aproveitar o aniversário da personagem pra puxar a discussão pra um debate atual. E pensar que ela nasceu para dar mais equilíbrio a uma mídia marcada por protagonistas do sexo masculino, mas muitas vezes ocorreu o efeito contrário do que poderia ser um importante passo à igualdade de gênero nos quadrinhos. Como você mesmo disse, como um tiro no pé, ou melhor, vários tiros ao longo da trajetória dela, pelo que deu pra notar. Engraçado como as intenções começam boas mas não chegam ao efeito desejado, e o pior é ver que a situação demorou a melhorar.

    1. Sim, Karina.. A situação ainda demora a melhorar.. ainda estamos numa fase de alguns acertos em meio a muitos erros… Recentemente o quadrinho da Bat-Girl agradou muita gente, em seguida a animação da Piada Mortal colocou o público de novo contra a DC por conta da forma que retrataram a Bat-Girl.. Ou se pensarmos no cinema, muitas mulheres gostaram da forma que adaptaram a Mulher Maravilha no BvS.. no filme seguinte trazem uma hiper sensualização da Arlequina para levantar o ibope… complicado rs

  16. Em 1987 o quadrinista George Perez assume o título da Mulher Maravilha e se torna responsável por escrever novas histórias com a colaboração de Gloria Steinem. Juntos eles pretendiam devolver o prestígio de que a princesa amazona desfrutava antigamente, apoiando-se em tramas que exaltassem as características pelas quais Diana deveria ser conhecida, de acordo com eles, como ícone do feminismo. Apesar da fase de Perez como roteirista ter durado meros cinco anos, foi uma época repleta de histórias fortes e empoderadas da Mulher Maravilha.

    Outra série de histórias incríveis da super heroína está presente na fase Os Novos 52. Com tramas escritas por Brian Azzarello e arte de Cliff Chiang, essa nova versão da princesa amazona trouxe algumas alterações em sua mitologia mas, mesmo assim, manteve a essência da antiga criação de Moulton. A série passou por um período sombrio quando o casal David e Meredith Finch assumiu a revista, mas tudo voltou às boas quando Greg Rucka resgatou a personagem em meados dos anos 2000. E é Greg Rucka, inclusive, o responsável pela atual renovação da super heroína sob o selo Rebirth que teve, com arte em parceria de Liam Sharp e Matthew Clark, a primeira revista lançada no último 8 de junho. Essa nova versão pretende fazer com que a Mulher Maravilha retorne às suas raízes para poder se reencontrar.

    1. Thay, seu comentário fechou o texto com chave de ouro! Parabéns pela análise e obrigado por acrescentar em nossa discussão! Nós do Maxiverso ficamos muito felizes com a participação de vcs.
      Realmente, assim como Nemo observou, deixei de falar da fase mais recente da Mulher Maravilha nas HQs. Como disse a ele, minha intenção não era percorrer toda a história da MM nas HQs, mas pontuar sua importância nos debates sobre a representação da mulher nos quadrinhos. Mas, ow, é bom saber que posso contar com vcs pra me ajudarem nessa luta! Quem sabe aqui seja o início da Liga da Justiça do Maxiverso!

  17. Mais um texto de encher os olhos nesse site fantastico! Parabens!!! So vi um erro no texto, nao abordou as fases pós Crise, principalmente a fase Da destruicao de Themyscira e nem a fase Novos 52 onde ela faz par vom o Superman…

    1. Obrigado Nemo, fico feliz que tenha gostado do texto. Com relação à sua crítica, sim, deixei de falar muita coisa sobre a Mulher Maravilha, afinal, são 75 anos de histórias! Então como não seria possível falar de tudo, optei por focar naquilo que achei mais importante de tratar no texto, como sua origem, seu papel na questão das mulheres nos quadrinhos e abordei sua inserção em outras mídias a fim de mostrar o impacto cultural exercido pela personagem . Mas realmente poderíamos ter falado mais, como por exemplo sobre o péssimo longa de animação da Mulher Maravilha de 2009, um filme repleto de piadas que reforçam esteriótipos machistas das mulheres.. Enfim, são muitas histórias e muito o que falar sobre a Mulher Maravilha, então nos ajude a recontar essas histórias, diz pra gente quais HQs vc mais gosta e fale um pouco sobre elas! Um abraço!

    2. A fase do George Perez foi tão icônica, e na verdade é a base do que é a WW hoje (sendo a pedra fundamental da criação da personagem nos filmes atuais) que me encanta e acho que valia a pena a citação no texto. 🙂

    3. Concordo contigo, Nemo. Respondi seu comentário junto do comentário do Thay. Valeu 🙂

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