Crítica: O Shaolin do Sertão

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shao_cartaz Crítica: O Shaolin do SertãoO Shaolin do Sertão

Direção: Halder Gomes

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Elenco: Edmilson filho, Falcão, Bruna Hamu, Dedé Santana, Marcos Veras, Fabio Goulart, Frank Menezes e Fafy Siqueira

Usando uma série de referências dos filmes de ação (alguns B) dos anos 70 e 80 (Karatê Kid, Kickboxer, O Vôo do Dragão, O último Dragão e Rocky), o diretor Halder Gomes não somente faz de seu O Shaolin do Sertão um exercício de metalinguagem como rende uma nova homenagem à cultura cinematográfica (e nordestina em si). Neste caso, sua fonte de inspiração e reverência (fora as mencionadas anteriormente) vai desde as obras que marcam o imaginário coletivo nacional como O Bem Amado e Roque Santeiro e principalmente, aquele que foi um dos maiores fenômenos do cinema nacional de todos os tempos: Os Trapalhões.

Demonstrando amor ao que faz, mesmo com sua irregularidade, a direção não deixa de passar imune o tom de nostalgia, onde numa determinada cena de luta dentro de um bar, possa nos trazer a mente os famosos enquetes e filmes protagonizados pelo quarteto liderados por Didi. Assim nada mais justa, a presença de Dedé Santana na película como homenagem não somente ao circo (onde se passa o clímax) como as antigas e populares lutas de telecatch que originou de certa maneira o grupo humorístico.

Repetindo a parceria com o diretor, Edmilson Filho consegue criar seu personagem num protagonista que vimos diversas vezes na pelo de Renato Aragão e que ajudado por uma Fafy Siqueira acertadamente econômica no humor, consegue criar a simpatia correta com o público. Ou seja, um protagonista de mente pura e sem maldade de fácil identificação com qualquer faixa etária.

Baseado sua estrutura praticamente a mesma de todos os filmes de ação, onde o herói busca a auto-afirmação e o coração da mocinha que já foi prometida ao galã da cidade, Aloizio Li (Filho) trabalha numa pequena padaria do interior do sertão do Ceará. Ele sonha em conquistar a jovem Anésia (Hamu) ao mesmo tempo em que tem sua vida pautada pelos ensinamentos dos mestres do kung fu (cuja única fita em VHS que possui de um filme é tratada como objeto divino, mas impossível de se assistir por ironicamente não possuir um vídeo cassete)shao_meio Crítica: O Shaolin do Sertão

Portanto, o roteiro de L.G Bayão não tem muito para apresentar, uma vez que a historia não tem nada como trazer grandes novidades. Assim surge o velho clichê do protagonista desacreditado que irá se reencontrar com seu eu e, contado com a ajuda de um mestre que vive recluso (interpretado por Falcão que mesmo desengonçado em sua interpretação é uma figura que não passa despercebida), irá treinar para enfrentar um lutador maior e mais forte.

Mesmo assim, os diálogos e as típicas tiradas rápidas do linguajar nordestino e de personagens comuns da dramaturgia brasileira são incorporados e conseguem reforçar aquela atmosfera. Assim, tempos o prefeito corrupto e seu rival igualmente corrupto, o bêbado de estimação da cidade, a esposa infiel, as irmãs solteiras em busca de casamento, etc.

Todavia, a direção infelizmente usa alguns destes personagens de maneira estereotipada que, além de soarem completamente desnecessários a ponto de incomodar demasiadamente, soam caricatos e grotesco que parecem mais saídos das comédias estreladas por Leandro Hassum; como podemos ver no assessor (gay) do prefeito que apenas surja em cena apenas para ficar fazendo caretas de cunho sexual ou a própria esposa infiel que tem como característica seduzir os homens com leite condensado.

O design de produção é interessante por unir de maneira orgânica os elementos característicos das lutas marciais adaptados ao ambiente nordestino. Assim temos a casa de Aloizio adornada como um templo chinês e seu quarto possui interessantes e cômicos elementos, como um medidor de altura (onde o povo cearense é visto como um povo mais baixo que os próprios chineses). Para manter esta lógica visual, a trilha sonora também insere de maneira agradável o ritmo tão próprio do nordeste como o baião com um leve toque oriental o que acaba rendendo bons momentos.

Mesmo que o filme claramente se arraste de maneira irregular até seu bem dirigido clímax, cuja atmosfera inspirada na série Rocky tem também um bonito clima circense, este novo trabalho do diretor de Cine Holliudy é suficientemente passível de simpatia pelo público por suas intenções.

Cotação 3/5

shao_final Crítica: O Shaolin do Sertão

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Rodrigo Rodrigues

Eu gosto de Cinema e todas suas vertentes! Mas não aceito que tentem rescrever a história ou acharem que Cinema começou nos anos 2000! De resto ainda tentando descobrir o que estou fazendo aqui!

18 thoughts on “Crítica: O Shaolin do Sertão

  1. em um país onde o Tiririca é eleito, onde a Globo emplaca filmes do Leandro hassun, onde até o SBT faz uns filmes como De pernas pro ar, nao me espanta alguem achar isso ai bom

  2. Brasil faz boas comedias pastelao, todos tem Lisbela e o Prisioneiro e O Auto da Compadecida como maiores exemplos, mas de resto o nivel caiu muito

  3. adorei o filme vcs que ficam falando mal de filme brasileiro tem complexo de vira lata um monte de comentario de viralatisse aqui

  4. nao tenho opiniao sobre o lance que tao falando ai de que a maioria dos filmes nossos so reproduz o sertao e ainda por cima sempre reforçando os estereotipos batidos… mas qt ao filme em si, assisti e nao gostei muito nao, meio fraqiunho, mas o ator é bom

  5. O Brasil é imenso… tem o Sul e o Sudeste urbanizados… o Centro-oeste agrário… o Norte na “floresta”… mas por algum motivo que desconheço, 90% dos filmes brazucas retratam o sertão nordestino… assim como pro resto do mundo o Brasil é só o Rio e mulatas com pouca roupa, pros cineastas brasileiros o Brasil é o Nordeste (as exceções são normalmente filmes sobre favelas do Sudeste). Sou do Norte e me incomoda muito essa visão quase exclusiva, tanto de fora qt de dentro. Ja qt ao filme em si eu gostei.

    1. Roger
      Bem vindo
      Que bom que se divertiu, então o filme cumpriu sua função.
      Obrigado

  6. nao gosto desses filmes… qd sai filme gringo e mostram o Brasil, é sempre o Rio… qd sai filme brasileiro é sempre o semiarido do Nordeste… me irrita isso… mas blz da pra entender a proposta, so que é quase sempre a mesma coisa, pega esses filmes todos e joga no mesmo balaio de um Lisbela e o Prisioneiro, que ja era do mesmo balaio de um Auto da Compadecida… pow diretores como é vamo mudar um pouco isso vai (adoro Lisbela, Compadecida e outros filmes desses, so to reclamando que parece que so é lançado filme brasileiro assim)

  7. mais um filme de comedia de estereotipos que parece feita pelo SBT Filmes de tao ruim e quase amadora… nao recomendo, a nao ser que vc ache mesmo Os Trapalhoes a maior coisa ja feita pro cinema kkkkkkk

    1. esse filme é legal e bem produzido, não da nem pra comparar com os filmes do SBT Filmes ou dos Trapalhões, eu compararia com Auto da Compadecida ou então Lisbela e o Prisioneiro. Tem defeitos, mas no geral é bem bacana de ver.

    1. Amanda.
      Obrigado pelo comentário.

      Bem, pode me chamar de bondoso se preferir. Mas admito que simbolizar um filme somente com uma nota, acho realmente reducionista e sempre causa certa polêmica (rs)

      No caso deste filme, eu poderia ter dado 2 estrelas também, confesso. Contudo, peço que continue avaliando o filme mais pelo texto, como tão bem você fez.

      Abraço

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