Séries: The Walking Dead – a decepção de 2017

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The Walking Dead

O seriado The Walking Dead, da AMC, infelizmente foi considerado uma das grandes decepções de 2017, e os números estão lá para provar. Segundo o calculador de audiência Nielsen, os pontos do thriller zumbi simplesmente despencaram, alcançando a sexta posição das séries mais assistidas nos Estados Unidos – lembrando que por anos TWD não saía dos três primeiros colocados.

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Rick e Negan / The Walking Dead

Além disso, o aguardado midseason finale da oitava temporada, que foi exibido pela FOX no dia 12 de dezembro, foi o menos assistido da história dos hiatos de The Walking Dead. Fato que sugere que uma parte considerável de espectadores conquistados nos últimos anos simplesmente desistiu de acompanhar a trama.

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Então, o que houve, afinal, para que um dos seriados mais assistidos aos domingos até então, sofresse um tremendo baque desses?

Eis que o enredo começou a apresentar uma série de falhas, envolvidas em uma bola de neve de erros e decisões mal tomadas – talvez desesperadas – por parte do showrunner Scott M. Gimple em conjunto com os produtores, resultando em um tremendo desgaste do programa.

O público vinha reclamando, nos dois últimos anos, que The Walking Dead estava sem ação, em carência de grandes acontecimentos. Pois bem, os produtores ouviram.

O centro dos erros: empacar desde o 6º ano de exibição. Assim que Negan (Jeffrey Dean Morgan) e os Salvadores desembarcaram na série, uma loucura de cenas com violência gratuita vieram junto – e a esmagadora maioria delas, nem se tratava dos mortos-vivos. Ao mesmo tempo, vários personagens que passaram anos cativando o público começaram a perder suas personalidades e enfraquecer dentro da história.

O personagem mais viril da trama, até então, Rick Grimes (Andrew Lincoln) parece ter esquecido como ser um líder. E sua nítida fraqueza fica ainda mais exposta quando comparado ao personagem do spin-off “Fear The Walking Dead”, Madison Clark (Kim Dickens). Devagar e atrapalhado, as atitudes de Rick quase passam despercebidas ao longo dos episódios, com ele tornando-se somente um joguete na mão de líderes de outros grupos existentes na história.

O último episódio da primeira metade da oitava temporada, que resultou na iminente morte de Carl Grimes (Chandler Riggs), aumentou o sentimento de fraqueza de Rick ao nível máximo. Praticamente toda sua família foi devorada por zumbis e ele simplesmente não conseguiu evitar, bem como não pôde cuidar da comunidade que liderava e Alexandria se foi debaixo das chamas. Rick deixou de ser confiável pela maioria de seus colegas de batalha.

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Michonne

Mas claro que o personagem não se enfraqueceu sozinho. Michonne (Danai Gurira) antigamente era a força feminina da série. Uma espadachim de sangue frio, que não precisava de ninguém e podia muito bem se virar sozinha, engatou em um relacionamento com o protagonista e parece ter perdido qualquer ambição de tomar decisões sozinha, além de deixar de liderar várias batalhas.

O amado Lobo solitário Daryl Dixon (Norman Reedus) também não evolui na trama desde a quinta temporada, quando ocorreu a morte de Beth Greene (Emily Kinney).

A solução

O seriado já se distanciou das histórias em quadrinhos nas quais foi baseado. O que fazer agora? Caso haja esperança para The Walking Dead, esta virá pelas ações de Maggie Greene (Lauren Cohan) ou Eugene Porter (Josh McDermitt).

Apelidada de viúva, Maggie, mesmo grávida, se tornou temida e respeitada, além de uma ótima líder – do tipo que conseguiria deixar Alexandria de pé, por exemplo.

Já Eugene se aproveitou do instinto de sobrevivência e de sua sagacidade para apunhalar pelas costas o grupo de Rick e mudar de time para o grupo dos Salvadores.

Caso Scott M. Gimple pretenda salvar a série, será necessário trabalhar o lado humano de Negan, tornando-o passível de erros, restaurar a personalidade dos antigos personagens, decidir de uma vez se Rick vai ou não continuar como líder e trazer de volta sua virilidade. E também trazer de volta a questão dos mortos-vivos para responder àquela questão mágica: o mundo acabou ou não?

A oitava temporada de The Walking Dead retornará somente em fevereiro de 2018. Vale citar que, só nos Estados Unidos, existem aproximadamente 14,8 milhões de fãs da série, então há esperança de ela se reerguer.

Seguimos na torcida!

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Stef Nunes

Escritora fascinada pelo mundo dos cinemas, quadrinhos e seriados.

10 thoughts on “Séries: The Walking Dead – a decepção de 2017

  1. eu continuei vendo, mas tb to achando que caiu muito, nao sei explicar, nem é pelo Rick, acho normal ele ter perdido a mao com tudo que rolou, mas ele vai se reerguer, e o Negan, se humanizar ele demais vc nao acha que ele deixa de ser o Negan?

  2. o diferencial de Walking Dead era justamente o roteiro… não caía na tentação da facilidade da ação desenfreada, dava profundidade aos personagens, era pausado e gostoso de assistir, o oposto de um Guerra Mundial Z ou um Exterminio… mas nao adianta, cultura de massa está sujeita a nivelar por baixo, entao a audiencia millenial que só curte explosão, tiro e porrada, força uma mudança na direção da produção… ainda bem que caiu a audiência, tomara que volte a ser como era

  3. O que me parece é que a qualidade caiu qd os roteiros passaram a atender essa demanda do fandom TWD, que como qualquer outro, é cheio de reclamações. “Episódio parado demais” era a reclamação da “criançada” qd tinha um episódio mais contemplativo e sem tiroteio, lutas etc, que é o que essa geração vazia ama ver (só isso serve pra eles: porradaria, tiroteio, perseguição). Se não tem ação, é “chato”. Nessa toada, a produção da série meteu um 2017 a mil por hora, só tem ação. Resultado: descaracterização de personagens, falta de história, enredo raso como pires, e por ai vai. Quem tem um mínimo de percepção, se incomoda. Resultado: perderam cerca de 4 milhões de espectadores. Tendencia: as coisas irem voltando ao normal, e agora os malditos reclamões não terão mais voz, afinal, está comprovado que são mais barulhentos nas redes sociais, mas são minoria (igual o fandom de Star Wars reclamando da diversidade, do Luke, e do Snoke em Star Wars: azar o deles). Só não achei bom no texto qd vc dá a solução, afinal, se fosse líquido e certo assim dizer o que está errado, seria fácil corrigir, né? Vamos com calma que podem ter várias soluções, e essa sua ser apenas uma delas. Abraço.

  4. nao entendo as reclamacoes… uma hora reclamam que tem pouca ação, agora que tem muita… o que vcs querem afinal???

  5. discordo… pra mim está excelente… o Rick está passando por um estagio de baixa natural, muitos problemas e antagonismos, faz parte das jornadas de crescimentos dos personagens, a tendencia é ele voltar ao normal logo ao fim da guerra com Negan.

  6. Concordo. Qd era mais introspectivo e tavam evoluindo os personagens os fanboys so queriam ação, ação, luta, tiro pa bomba, rs, “ta muito parado”… tai o que vcs queriam, haters, agora TWD é só tiroteio… tao felizes? Seus desejos se tornaram realidade. Parabens!

    1. “nao acontece nada”??? vc deve estar na quinta ou sexta temporada entao…

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