Crítica: Coringa (Joker)
Direção: Todd Phillips
Elenco: Joaquin Phoenix, Zazie Beetz, Frances Conroy, Brett Cullen, Shea Whigham, Bill Camp, Glenn Fleshler, Leigh Gill, Josh Pais, Douglas Hodge, Dante Pereira-Olson, April Grace e Robert De Niro
Nota 5/5
Inspirado pelo clássico O Homem que Ri (1928), baseado na obra de Victor Hugo, o personagem Coringa se tornou notório como arqui-inimigo de Batman, mas o que o longa Coringa de Todd Phillips traz não é somente um filme de origem de um personagem de quadrinhos (e nem sei se realmente a intenção seria exatamente esta…), mas sim um drama auto-contido, uma obra densamente perturbadora, incomum aos filmes baseados neste tipo de personagens. Violento e inquietante, Coringa – assim como o clássico preto e branco acima citado – traz como cerne uma ainda maior análise de um indivíduo dentro de uma sociedade que ignora a existência de alguém que não queria mais se sentir mal consigo mesmo.
Iniciando com um antigo logo da Warner, Coringa traz uma atmosfera retrô, configurando-se em um thriller que poderia facilmente ser identificado como um longa como tons setentistas, algo inclusive feito por Christopher Nolan em O Cavaleiro das Trevas. Firmando essa temporalidade, notamos que não é para menos que a presença de Robert De Niro como Murray Franklin como comediante e apresentador de talk show típico da época, seja tão impactante e inspiradora, (não somente pelo seu personagem, pois ao trazer o Coringa fazendo o gestual da arma na cabeça acaba por invocar Travis Bickle de Taxi Driver), mas pelo próprio ator, que acaba por criar uma outra homenagem a um filme de Scorsese, O Rei da Comédia, onde DeNiro era o comediante em busca da fama de maneira doentia através de seu ídolo (interpretado por Jerry Lewis).
Narrativamente, a direção de Phillips é inspirada ao demonstrar total controle sobre a obra. Um dos grandes exemplos é trazer movimentos de câmera e zooms transitando de maneira sutil o sentimento de alegria ou urgência (como no momento do descuido dentro de um hospital infantil). Usando planos mais longos e evitando cortes bruscos, o que arruinaria a narrativa por se aproximar justamente da vala comum da maioria dos filmes de super-heróis, Coringa transita entre o humor doentio e a tensão crescente (mas absolutamente orgânica, como visto na cena em que Arthur se prepara antes do encontro com Murray – mais um explícita referência a Taxi Driver, faltando apenas o “You talkin’ to me?”). Direção que acaba por apresentar, sem dúvida, uma das mais emblemáticas sequências do ano e já feitas no gênero baseado em personagens de HQs onde, após a violenta cena do trem, a ação acaba culminando com o nascimento do protagonista em uma dança – ao mesmo tempo mórbida e expurgante. Uma cena que já nasce clássica pela construção por, desde o momento que subverte uma situação tradicional (uma vítima em perigo dentro de um vagão) para o próprio protagonista se tornar a vítima e algoz. Ademais, é em pequenos detalhes que a direção engrandece o desespero sintomático de Arthur e seu estado; fora a excelente trilha sonora de Hildur Guðnadóttir, visto que a mesma pontua o turbilhão de sentimentos do protagonista e sua instabilidade como, por exemplo, na conversa com a psiquiatra no início do filme, devido ao acordes dissonantes.
Joaquin Phoenix é um daquelas forças interpretativas cujo trabalho ficará marcado por muito tempo. Ao trazer uma composição complexa para seu personagem, Phoenix emana um sofrimento e dor a cada risada involuntária devido ao seu estado neurológico – e o fato de sempre precisar trazer consigo um cartão explicativo de sua condição é visto como uma tentativa (inútil) de compaixão e empatia das pessoas. E o fato de tentar forçar um sorriso com as mãos em uma cena icônica acaba atualizando o contexto do filme de 1928 em que o mesmo gesto significa uma atrocidade feita às crianças dos inimigos do Rei, mas que não deixa de expor um doloroso contraponto a uma falsa alegria; reparem, por exemplo, na introspecção do ator para trazer certa afetação quando imagina um romance com a vizinha, ao mesmo tempo que traz uma certa elegância quando tenta se impor em uma conversa como Coringa.
Acrescentado de um engasgo como uma repulsa de seu estado e algumas pausas abruptas e com tom de voz quase trôpego (obviamente algo que a dublagem vai arruinar completamente), o ator traz um elemento físico de extrema magreza – cuja marcas são de traumas profundos e não de lutas contras bandidos -, o que acaba remetendo ao trabalho de Christian Bale em O Operário (uma figura igualmente perturbada). Um indivíduo sofrendo com a ausência paterna e um relacionamento conturbado com a mãe (remetendo ao ótimo Você Nunca Esteve Realmente Aqui) que precisa sempre de uma espécie de boia salvadora, como seu caderno de piadas que nunca chegará a contar totalmente, além do fato de ser incapaz de conter seu riso (de nervosismo) diante do público.
Méritos também para o coeso trabalho da fotografia de Lawrence Sher que pontua o estado do personagem e Gotham ao trazer uma paleta de cores transitando entre as luzes frias e sépias. Fora que, ao utilizar de maneira elogiável cores lavadas, acaba trazendo belos planos de uma show que pouco alcança as cores em sua plenitude – uma alegria nunca alcançada – como visto no momento em que Arthur/Coringa dança atrás dos bastidores do estúdio de TV. Fora que o figurino também tem um importante trabalho por não somente transpor os verdadeiros sentimentos devido ao colorido que jamais teve, mas até mesmo criar uma ilusão de algo que acha que “poderia ser”, como visto na cena em que conversa com um importante garoto vestindo as mesma cores (ironicamente o único momento em que a luz é totalmente realçada é justamente em sua loucura plena).
Realizando um belo trabalho de design de produção, Coringa apresenta Gotham City permeadas de ruas abarrotadas de lixo, corredores e prédios decadentes, mas ainda trazendo totalmente elementos de realidade mais condizente com a proposta dos últimos filmes do Homem-Morcego dirigidos por Nolan, um estado embrionário do caos institucional que a cidade se tornou, conhecida pelo seu abandono, e moribunda. Mas o fato de não existir um Batman – e todo o tom cartunesco que carrega consigo – por mais realista que seja – é um ponto favorável do longa. Elogiável, portanto, que o roteiro de Scott Silver trabalhe bem este contexto sem apostar totalmente em algo absurdo ou mesmo fantasioso e até mesmo dando percepções diferente para fatos já popularmente conhecidos do Batman (obviamente não poderia dizer quais…). Fora as belas rimas visuais, como a própria dança como um ritual para o aparecimento do Coringa ou aquela em que o personagem encara todos os dias uma escadaria como um martírio para, no único momento em que ele desce os degraus de maneira “livre” seja assumindo sua nova “face”.
Mas a discussão e principal mensagem da obra é como podemos encarar as ações do Coringa, e no próprio símbolo que ele se tornou: um mártir involuntário ou uma agente do caos que abre as portas da anarquia e morte aos ricos? Ou os dois? Assim, com uma espécie de V de Vingança, Coringa é principalmente contra uma minoria que julga como apenas “sorte” suas condições privilegiadas de pessoas que “se divertem pisando em sonhos”, enquanto a maioria é largada ao próprio destino por autoridades que não se envergonham, por exemplo, em encerrar programas assistenciais como o que Arthur tanto precisa. Elite representada por Thomas Wayne (Cullen) que se comove – assim como a sociedade – com três funcionários vítimas de um crime (não romantizando, claro, o ato em si), mas esquece que o caos pode gerar monstros, facilmente culpados pela falência das instituições. Onde uma greve de lixo, por exemplo, somente tome atenção quando começa a atingir áreas nobres da cidade. Não sendo coincidência, em uma bela homenagem ao cinema, que vemos a elite de Gotham rindo com uma deboche (ah é só um filme “palhaço falando de pobres desempregados”) durante a exibição de Tempos Modernos do mestre Charles Chaplin. Além do que, me revolta profundamente como cinéfilo que parte do público (obviamente alguns fãs dos quadrinhos) reduzem as questões levantadas em Coringa por não gostarem que “maculassem suas infâncias” por trazerem “questões políticas” relevantes no longa…
A pergunta que deve ser feita depois do clímax deste Coringa é: como deixaram isso acontecer? Como, quando e porque estas entidades se rebelam? Para responder basta olhar ao nosso redor e ver o que acontece hoje em dia, aqui mesmo em nossa sociedade. Como diria aquela música dos Paralamas do Sucesso: A cidade apresenta suas armas, meninos nos sinais, mendigos pelos cantos e o espanto está nos olhos de quem vê o grande monstro a se criar!
Rodrigo Rodrigues
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saiu Coringa 2, é uma bomba como se esperava… o 1 é um filme beeem mais ou menos, pq apesar de tecnicamente ate ser bom, nao da pra dissociar o tema e o personagem do resto do filme entao como o personagem Coringa foi destruido no filme nao tem como achar ele bom, fora que as tentativas do Phoenix de “ganhar Oscar” como a cena do improviso no banheiro sao de lascar… mas o 2 é esse sim um filme porcaria, aproveitem se puderem
Pergunta sincera: passado um ano e meio, o critico ainda acha que esse filme foi tao bom assim? Ou com o distanciamento do tempo percebeu que a coisa era bem menos boa?
Bem vindo
O tempo é fundamental para analisarmos a obra, tanto para o bem quanto para o mal.
No caso de Coringa para mim, a obra continua impactante sim. Pois a qualidade narrativa da obra não se perde com o tempo; talvez sua temática ou contexto, mas o restante dificilmente.
Assim, a força e o aspecto social que o filme aborda através de um personagem de HQ será sempre elogiável.
Obrigado pelo seu comentário
Abraço
daqui uns anos galerinha vai reassistir isso e se envergonhar de ter elogiado tanto… filme bem mediano e olha la… Coringa equizofrenico literalmente, nao sabe se é heroi, vilao, assistente social…
nao sei sinceramente o que viram de taaaaao especial nesse filme… ok, uma historia madura, mas longe de ser maravilhosa… o ator foi bem (foi sim)… a trilha sonora é boa… e so… misterio pra mim esse deslumbre todo
A incensada atuação de Joaquin Phoenix é sem dúvida o grande atrativo do filme. Significa dizer que é espetacular? Nem tanto. Qual a real dificuldade em interpretar um personagem como este Coringa? Trata-se de um ‘louquinho de praça’, completamente perturbado, sem qualquer nuance. A única coisa que diferencia Arthur Fleck de um Joselino Barbacena da Escolinha do Professor Raimundo é o instinto assassino. Claro que o ator está ótimo, mas o desafio colocado pelo roteiro é ínfimo. A magreza excessiva e os tiques causam espanto, mas existe pouca coisa além disso….’Coringa’ finge tratar de questões importantes, como a invisibilidade dos desassistidos, mas na verdade é um emaranhado de breves citações sobre problemas sociais para dar algum verniz a uma trama simplória. Não há um mínimo de imersão no debate, nem mesmo levanta-se qualquer tese sobre o que é mostrado na tela. O fato do Coringa ir até as últimas consequências não quer dizer que o tema tenha sido tratado de maneira profunda —muito pelo contrário…. A violência surge de maneira quase pornográfica, contextualizada por um fiapo de história. Durante muito tempo, essa foi também uma alavanca da indústria dos quadrinhos para colocar o selo de “adulto” em qualquer gibi e vender mais…. A tentativa era de cativar a audiência mostrando personagens originalmente criados para um público infantil, como o palhaço inimigo do Batman, em um contexto inusitado: “nossa, você viu o que eles fizeram com o Coringa?” Levou anos até que os gibis superassem a fase da violência como chamariz e buscassem abordagens realmente maduras para seus protagonistas….O começo da jornada de Arthur chega a lembrar a música do Homem-Aranha: “nunca bate, só apanha”. Mas em vez de ser picado por um inseto radioativo, o palhaço ganhou seus poderes graças a um revólver presenteado por um colega de trabalho —totalmente do nada, sem qualquer justificativa coerente. Boa parte dos acontecimentos do filme são concatenados quase que por magia. O espancamento sem lógica no metrô que leva aos primeiros assassinatos não se sustenta, assim como a súbita bisbilhotice sobre a carta da mãe para Thomas Wayne depois de tantos anos de correspondência, além da apresentação de stand-up viralizando magicamente em um período pré-internet. O superpoder do Coringa é promover uma eloquente suspensão da descrença no público. Os realizadores do filme parecem o tempo todo terrivelmente orgulhosos do que estão fazendo. A evidente homenagem a filmes do Martin Scorsese dos anos 70 fez com que chegassem a acreditar que era, de fato, algo com qualidade equiparável. Passou longe. Apesar da bonita embalagem, tudo é vazio. Algumas cenas soltas são especialmente incômodas, como quando Arthur é demitido e resolve pichar uma placa na saída do escritório —dá a impressão de algo pensado para fazer sucesso no Tumblr em 2015. Aliás, GIFs animados de Heath Ledger em Cavaleiro das Trevas devem ter sido uma das principais referências para todo o clima do filme. Só esqueceram de dedicar mais tempo ao estofo de tão bela mobília. Violento, pesado e desmiolado, o filme do Coringa impressiona pela falta de vergonha, mais ou menos como um mágico de rua. Deixo meu alerta: é truque!
boas ponderações
e ai Rodrigo viu as indicacoes ao Oscar? o qe um bilhaozinho nao faz heim………. sinceramente, um filme bom e nada mais porem agra vao fazer isso parecer mesmo uma obra prima, duvido que ganhe de Irlandes mas tb nao é impssivel ja que ROcky, Shakesper Apaixonado e Green Book ja foram melhor filme ne
Rouquinha
Bem vinda
Vi e ainda estou analisando. Como filme , apesar de gostar muito do Coringa, não vejo ganhando como melhor filme (1917 ainda é o favorito). Entretanto, como é um premio que depende mais de propaganda que necessariamente da qualidade, fico com um pé atras (Green Book que o diga)
Abraço e obrigado pelo comentário!
li varias vezes pra assimilar seu pensamento mas tenho que discordar apesar do filme ser mesmo bom eu simplesmente nao consegui em momento algum achar ele tudo isso de bom, o Coringa uma hora é louco, outra burro, outra psicotico, outra boa pessoa, outra lunatico, outra fodao, a atuacao do Joaquim foi otima mas o personagem pra mim muito falho
e o lance de q o filme pode fazer com que as pessoas queiram imitar o personagem?
filme do coringa sem o coringa, com um palhaço falido e louco cuja unica realização é matar 3 bullies no metro “meio sem querer” e assassinar um apresentador m#$%dinha ao vivo
Um filme forte, que te deixa mal em alguns momentos. Um personagem nao muito bom, mas um ator muito bom. Motivacoes cliches. Final previsivel. Mas no geral acima da media. Nota 8 de 10.
Economico nas palavras, mas certeiro.
Filme bom, longe de ser obra prima como disseram…. Phoenix mandou bem, tb longe de ser umma atuacao fantastica como disseram
Com Joaquin Phoenix o objetivo é causar pena e tirar-lhe a culpa por seus atos bárbaros. Neste filme, o culpado é sempre a vítima. Não importa quem o Coringa violente ou mate, ele é sempre o inocente primordial que ganhou o direito de violentar a matar apenas por ter sido vitimado primeiro. O Coringa de Joaquin Phoenix é, acima de tudo, um torturado, um animal acuado que reage violentamente, sem controle de suas ações. Ou está sofrendo ou está em êxtase inconsciente e dançarino, como um urso de circo. Mesmo sua aclamação final não acontece em função do sucesso de seus planos, mas por mero acaso. A tão elogiada atuação de Joaquin Phoenix não me convenceu. Achei histriônica e pouco sutil. Seus movimentos me pareceram autoconscientes e ensaiados, diferentemente dos maneirismos de Ledger, que pareciam fluir naturalmente por mais bizarros que fossem. O Coringa de Ledger se recusava a aceitar que é louco. O Coringa de Joaquin Phoenix anda com um cartãozinho avisando que sofre de transtornos neurológicos, pedindo desculpas antecipadamente. É fácil ser acusado de insensibilidade quando se apresenta esses argumentos, mas é preciso se lembrar de que não estamos falando dos perturbados mentais que conhecemos em nossas vidas cotidianas, pessoas que devem ser tratadas e receber apoio social, e sim do Coringa, um monstro genocida, capaz de arrancar a pele do próprio rosto, matar um adolescente com um pé de cabra e envenenar a água de toda uma cidade. O primeiro sentimento diante de uma criatura tão vil não pode ser a piedade, não pode ser dizer “eu te entendo”. Retirado de um site qualquer aí com uma crítica do filme. O que vcs acham?
assisti ontem e nao me convenceu tanto… qts dramas psicologicos iguais a esse nao temos por ai? esse ficou famoso pq afinal é o Coringa, o inimigo mais famoso do Batman… mas como disseram ai embaixo, tira o Coringa e no lugar dele poe outra pessoa e passa a ser so mais um filme de esquizofrenia e tals, como tantos outros… muito bom, mas nada tao absurdo… nao me incomodou, nao sai do cinema revoltado com a vida, nao mudou meu mundo de cabeça pra baixo… sou mais aquele filme do Ralph Fiennes em que ele é esquizofrenico, cujo nome nem lembro mais, excelente filme
Olha eu gostei da critica, sem extremos, fala o que tem que falar, nao diz que é o maior filme do ano que o Joaquim é o maior ator da galaxia, que é o maior filme de herois de todos os tempos da ultima semana parabens
Especial
Bem vinda
Obrigado pelo elogio. Acho que tento sempre passar o mais equilibrado possível rs
Abraço
O filme é legal, mas não me deixou incomodado, chocado nem perturbado. E meu estômago está bem, obrigado. O Joaquim Phoenix está excelente no papel de desgraçado triste que enlouquece a ponto de virar um assassino louco, mas eu achei que faltou mais partes de assassino louco. Ele até mata uma galera, mas quase todos têm motivo. Não necessariamente um bom motivo, mas um motivo que seria suficiente para um personagem um pouco louco. Estamos falando do Coringa, um cara ridiculamente insano. Nem sempre precisa de motivo. E é aí que o filme me incomoda: na falta de surpresa. Eu não fiquei surpreendido com nenhuma das mortes. Todas você consegue prever antes de acontecer. Para dizer a verdade, eu fiquei mais surpreso com as pessoas que ele não mata. Pode parecer que eu estou sendo chato (eu sou chato mesmo), mas eu leio gibis, certo? O Coringa é o maior vilão de um personagem que é, supostamente, o maior detetive do mundo. O cara é tão maluco, que a grande vantagem dele é ser imprevisível para o maior detetive do mundo. Para eu ficar surpreso ou com nó no estômago ou bestificado, ele deveria fazer algo que eu sou incapaz de imaginar. Sei lá. Enforcar alguém com as tripas de um cachorro (eu consegui imaginar isso, então tem que ser pior). Novamente: Eu gostei do filme, mas achei previsível. É um filme de origem sobre os dramas de um cara maluco, mas não é um filme terrível e traumático que vai explodir o seu cérebro. A narrativa é bem simples, inclusive. Mas, o que mais me incomoda é o fato de que a coisa mais importante do filme não é causada pelo Coringa. Até é, mas não propositalmente. E é exatamente o problema. Muitas das coisas que acontecem no filme, acontece porque têm de acontecer. É a história que leva o personagem e não o contrário. Não é “Esse cara está ficando maluco e está fazendo coisas.”, é mais “Esse cara está ficando maluco enquanto as coisas acontecem”. A narrativa funciona mesmo assim, mas isso acaba tirando, um pouco, o protagonismo do protagonista.
Muitos pontos positivos e poucos negativos, na minha opinião. A luta interna do personagem contra a loucura proporciona cenas de drama e agonia. Em alguns momentos, é possível sentir empatia e, até mesmo, sofrer junto. Percebemos como o meio em que Fleck vive, aliado as suas condições emocionais, contribuíram para tirar o mau que vivia dentro dele, se transformando no temido Coringa. A atuação de Joaquin Phoenix é extremamente expressiva, com “caras e bocas” na medida certa, risadas marcantes e um jeito de se comportar que chega a ser cômico em alguns momentos, o que é bem aceitável para o personagem.
filme maravilhoso que nos faz pensar a respeito de diversos aspectos da nossa sociedade hj em dia amei da vontade de ver varias vezes
Vitoria
Bem vinda
Que bom que gostou!
Abraço
Boa critica gostei mas faltou por o dedona ferida, afinal é um filme perigoso ou nao?
tanto qt achar que ao assistir Rambo vc vai sair matando mexicano por ai
Bem vindo
A resposta é não. É muito fácil criticar uma forma de arte popular como gatilho para atrocidades. Fosse assim, V de Vingança ou Um Dia de Fúria também seriam.
O filme pode até romantizar o personagem e suas atitudes, mas como gatilho não.
Mas sua pergunta foi pertinente.
Obrigado pelo comentário e elogio ao texto. Isso dá mais força para continuar!
Nao admirar esse filme é birra de criança. Fotografia linda, roteiro magiatral, atuacoes epicas. Filmaço.
Forcadinha de barra heim tirando a atuacao do Joaquom nao se ve nada memoravel no filme uma autopiedade gigante e um dramalhao exagerafo
Muito oba oba em cima de um filme bom e nada mais. Tira o Coringa e temos um filme de suspense bom, mas esquecivel.
como assim maluco o filme é sobre ele como vc tira ele
Melhor filme do ano!!! Disparado!!!
Cebolinha
Com certeza esta entre os melhores do ano, sem dúvida!
Obrigado pelo comentário.