10 jogos a serem salvos do fim do mundo

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Catan - Caixa

Imagem Ludopedia: Catan

 

Imagine que a Terra fosse explodir e a humanidade fosse se salvar embarcando em uma nave, rumo a outro planeta habitável. Nesse caso, quais seriam os 10 jogos mais representativos do hobby dos board games que deveriam ser colocados nessa nave? Se só fosse possível salvar um único jogo, então a escolha é óbvia: um deck com dois baralhos de 52 cartas, Isso devido à miríade de jogos possíveis com um baralho comum. Mas a brincadeira envolve apenas os board games modernos, lançados após 1995. Assim sendo, não contam os jogos de tabuleiro clássicos (Clue, Monopoly, WAR, etc), abstratos ancestrais (Xadrez, GO, Gamão, etc), 18xx e wargames.

 

Uma coisa que precisa ser esclarecida é que há apenas um board game “hour concurs”, que é o Catan, por razões óbvias. Atualmente o Catan já está um tanto o quanto datado, e muitos jogos foram além dele, naquilo que ele se propõe. No entanto, é fundamental lembrar que o Catan foi o pontapé inicial de todo o hobby dos board games. Provavelmente o hobby surgiria independente do Catan, mas isso é uma mera especulação e o fato é que tudo começou a partir dele. É inegável que o Catan foi o jogo que fez com que as pessoas, e principalmente as empresas, voltassem a dar importância e atenção aos jogos de tabuleiro.

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Imagem Ludopedia: Colonizadores de Catan edição original com seu Criador Klaus Teuber – o início de tudo.

 

Basta lembrar que o ano do lançamento do “Colonizadores de Catan” (1995) marca o início da Era dos Board Games Modernos. Portanto, nada mais justo que considerar o Catan como “hour concurs”. É fundamental destacar também, que não estão sendo listados os melhores board games, mas sim os mais representativos, dentro do hobby. Por isso, o fato de um jogo aparecer na lista, não quer dizer que ele seja superior, nem inferior, a outros jogos que não entraram. Além disso, é importante destacar que cada pessoa terá seus próprios critérios e consequentemente a sua própria lista dos jogos mais representativos. Isso faz com que ninguém esteja nem certo, nem errado, nesse sentido.

 

Outro esclarecimento é que nessa lista foi incluída apenas uma mecânica: alocação de trabalhadores. Todos os demais jogos representam as categorias mais comuns de board games. O motivo para a inclusão dessa única mecânica é que ela é sem dúvida a mais popular, e isso já tem alguns anos. Considerando as mecânicas separadamente, possivelmente nenhuma outra produziu jogos tão bons, quanto a alocação de trabalhadores. Isso sem falar que essa mecânica é absurdamente eclética. Alocação de trabalhadores se encaixa muito bem em jogos simples (Stone Age), médios (Viagens de Marco Polo) e pesados (On Mars e Barrage). Desse modo, para destacar uma única mecânica de jogos modernos, que representasse todas as outras, alocação de trabalhadores é a melhor escolha.

 

Como de costume, algumas informações já são de conhecimento geral, para quem tem algum tempo de hobby. No entanto, esse texto visa atingir também os iniciantes, e quem sabe até funcionar como sugestão para as próximas aquisições, o que justifica a inclusão de tais informações.

 

Dito isso, as categorias de jogos, e seus respectivos representantes, são os seguintes:

 

01 Jogos de Alocação de Trabalhadores – LORDS OF WATERDEEP

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Jogos de alocação de trabalhadores são aqueles em que o jogador dispõe de uma determinada quantidade de meeples (pecinhas antropomórficas) para utilizar. Essas peças são colocadas em um determinado local do tabuleiro, para realizar uma ação ou coletar um recurso. Diversos jogos utilizam essa mecânica, mas talvez nenhum deles seja tão significativo, nem reúna tantas qualidades interessantes quanto o Lords of Waterdeep.

 

O Lords of Waterdeep é um jogo de alocação de trabalhadores lançado em 2012, com design de Peter Lee e Rodney Thompson. A arte é de Eric Belisle, Steven Belledin, Zoltan Boros, Noah Bradley e mais 29 artistas. Essa quantidade enorme de artistas, para um board game tem um motivo. Esse jogo tem como cenário a cidade fictícia de Waterdeep, do universo Forgotten Realms, que faz parte do famoso RPG Dungeons & Dragons. Por tal motivo, as imagens do jogo saíram dos diversos suplementos desse universo. O jogo é para 2 a 5 jogadores, com tempo médio de partida de 60 a 120 minutos. Seu peso é 2.45 e sua posição no ranking geral do BGG é 83 e no Ludopedia 58. O Lords of Waterdeep venceu o prêmio ENnie em 2012 e o Origins em 2013. Além disso, foi finalista do prêmio Golden Geek de 2012.

 

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Imagem Ludopedia: Lords of Waterdeep – Tabuleiro e Componentes 

 

Em Lords of Waterdeep os jogadores não são os aventureiros, mas sim senhores do submundo que contratam os aventureiros para comprimir missões. No início cada jogador recebe uma carta de “lord”, que só será revelada no final da partida. Ao longo do jogo, os jogadores compram cartas de missão de naturezas diferentes, que rendem pontos de vitória. Para cumprir essas missões é necessário contratar uma quantidade determinada de aventureiros, o que é feito alocando meeples, nos diversos locais do tabuleiro.

 

Ao longo da partida os jogadores recebem os pontos de cada missão cumprida. Após o término, os jogadores recebem pontos extras, pela quantidade de moedas e aventureiros que sobraram. Além disso, os jogadores ganham pontos pelo cumprimento de missões de naturezas específicas, conforme a carta de “lord” recebida no início do jogo. Isso faz com que nunca se saiba realmente quem ganhou a partida até que todas as cartas sejam reveladas. A interação entre os jogadores fica por conta das cartas de intriga, que permitem interferir e atrapalhar os adversários.

 

Como já foi dito antes, nenhuma outra mecânica produziu tantos jogos bons quanto a alocação de trabalhadores, o que acirra a concorrência nessa categoria. Assim sendo, vários jogos de alocação de trabalhadores têm mais prestígio que Lords of Waterdeep, mas não entraram na lista. Começando pelos “pesos pesados”, jogos como Agricola, Caverna e Robinson Crusoé não foram escolhidos por serem excessivamente punitivo, embora isso seja discutível. Obviamente eles são muito mais desafiadores que Lords of Waterdeep, mas justamente por isso menos acessíveis ao jogador médio. O mesmo se aplica a jogos como On Mars, Um Banquete à Odin e Barrage, em termos de acessibilidade. Tais jogos definitivamente não são para qualquer um.

 

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Imagem Ludopedia: Caylus e Stone Age dois clássicos da alocação de trabalhadores

 

Por outro lado, mesmo analisando jogos com peso mais equivalente ao Lords of Waterdeep, ele ainda prevalece. A comparação mais comum é com o igualmente excelente Stone Age. Se o Caylus colocou a alocação de trabalhadores no mapa, no nível mundial, o Stone Age fez o mesmo no nível nacional. No entanto, Lords of Waterdeep tem algo que Stone Age não tem, que é a questão da “furação de olho”. Nesse jogo as cartas de intriga promovem uma muito maior e muito mais divertida, do que apenas bloquear o acesso a um recurso, como ocorre no Stone Age.

 

Isso faz o Lords of Waterdeep também se destacar mais que o Arquitetos do Reino Ocidental. Em relação ao Invasores do Mar do Norte, pesa a favor do Lords of Waterdeep, a tensão de só se ter certeza de quem ganhou ao final da partida. Por tais motivos, o Lords of Waterdeep é o board game mais representativo da categoria alocação de trabalhadores.

 

Outros 10 Jogos de Alocação de Trabalhadores que merecem destaque: Stone Age, Caylus, Agricola, Caverna, Barrage, Um Banquete à Odin, Invasores do Mar do Norte, Arquitetos do Reino Ocidental, Viticulture e Village.

02 Jogos Festivos – DIXIT

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Os jogos festivos, ou party games, são jogos simples, com poucas regras aprendidas em alguns instantes, e que comportam um grande número de jogadores. Normalmente esse tipo de jogo possui poucos componentes (quase sempre apenas cartas), de modo que as caixas são pequenas e muito portáteis. Isso faz com que uma pessoa possa levar tais jogos no bolso, ou em uma bolsa pequena ou mochila, e jogar até mesmo em uma festa, churrasco, chopinho no bar, ou qualquer evento parecido. Como são jogos simples, usualmente não há muita profundidade estratégica, porque a ideia é apenas se divertir, e dar boas gargalhadas com os amigos.

 

O Dixit é um jogo de cartas, lançado em 2008, com design de Jean-Louis Roubira e arte de Marie Cardouat. O jogo é para 3 a 6 jogadores, com tempo médio de partida de 30 minutos. Seu peso é 1.20, e sua posição no ranking geral do BGG é 364 e no Ludopedia 114. O Dixit venceu o prestigiadíssimo prêmio Spiel des Jahres de 2010, a principal premiação da categoria.

 

Ele é um jogo que fez, e ainda faz, muito sucesso no mundo todo, principalmente no Brasil. Esse sucesso todo levou ao lançamento de diversas expansões, com novas cartas de outros artistas, e até mesmo três jogos derivados: o Dixit Odyssey de 2011, o Dixit Jynx de 2012 e o Stella Dixit Universe de 2021.

 

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Imagem Ludopedia: Dixit Spin-offs (Odyssey, Jynx e Stella)

 

No Dixit, cada pessoa recebe 4 cartas, e o jogador da vez, escolhe uma delas e diz a todos uma palavra ou expressão, que tenha a ver com a carta escolhida. Depois disso, todos os outros jogadores escolhem uma carta de sua mão, que tenha a ver com a palavra do jogador da vez. Todos baixam suas cartas, com a face voltada para baixo, que em seguida são embaralhadas. Depois disso as cartas são reveladas, e todos os jogadores, menos o jogador da vez, votam na carta que eles acreditam ser aquela que ele escolheu inicialmente. Cada voto rende pontos aos jogadores, e aquele que acerta a carta do jogador da vez ganha mais pontos.

 

Nenhum outro jogo festivo personifica tão bem esse tipo de jogo como o Dixit, porque ele é muito simples e ao mesmo tempo muito divertido. Ele é o tipo de jogo em que a viagem é mais importante do que a chegada ao destino. Muito mais do que ganhar, a verdadeira diversão está em ver as associações, algumas totalmente absurdas, entre as palavras e as cartas.

 

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Imagem Ludopedia: Expansões do Dixit

 

Outros jogos festivos também foram igualmente importantes, principalmente nos primeiros anos do nosso mercado nacional de board game. Esse é o caso, por exemplo, do Coup, do The Resistance, do Love Letter, e do Dobble. No entanto, o que torna o Dixit mais representativo é que, devido à sua simplicidade e diversão, ele transcendeu as fronteiras do board game. Muitas famílias, que não jogam board games, conhecem e jogam o Dixit.

 

Ele também tem a vantagem de todos os jogadores participarem ativamente em todos os turnos, o que não ocorre no The Resistance. Além disso, o The Resistance tem regras mais complexas que o Dixit. Já no caso do Coup e do Love Letter, diferentemente do Dixit, em ambos os casos há eliminação de jogadores. Quanto ao Dobble, este trata-se de um jogo bem mais infantil, que exige alguma destreza manual/visual, o que elimina, em tese, familiares mais idosos.

 

Assim sendo, o Dixit é, sem sombra de dúvida, o jogo festivo por excelência.

 

Outros 10 Jogos Festivos que merecem destaque: Coup, UNO, Dobble, Lhama, The Resistance, Love Letter, No Thanks, Pega em 6, Fantasma Blitz, Codenames.

 

03 Jogos Família – TICKET TO RIDE

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Jogos família como o nome já diz, são jogos voltados para o grupo familiar de cada um. Por conta disso, é preciso que esse tipo de jogo atenda a alguns critérios. O primeiro desses critérios é ser capaz de comportar um bom número de jogadores. Isso exclui, por exemplo, os jogos abstratos de apenas dois jogadores.

 

Outro critério é a simplicidade das regras, porque é preciso considerar que nem todos os componentes da família são igualmente aficionados por jogos. É necessário também que os jogos família tenham uma estrutura, tanto de regras quanto de componentes, um pouco acima dos jogos festivos. Caso contrário tais jogos se encaixariam naquela categoria.

 

Assim, uma das várias características que diferenciam jogos festivos de jogos família é a facilidade de transporte. Se o jogo é simples, para muita gente, dá para jogar em qualquer lugar, e cabe no bolso, ou bolsa feminina, provavelmente ele é festivo. Se ele é simples, para muita gente, mas não atende os outros dois critérios, então ele é um jogo família.

 

O Ticket to Ride é um jogo família de 2004, do consagrado designer Alan R. Moon, e arte de Cyrille Daujean e Julien Deval. Esse é um jogo para 2 a 5 jogadores, com tempo médio de partida de 30 minutos. Seu peso é 1.83, e sua posição no ranking BGG é 216 e no Ludopedia 89. O Ticket to Ride é outro jogo campeão de público e crítica, vencedor do Spiel des Jahres de 2004.

 

 

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Imagem BGG: Ticket to Ride – componentes e tabuleiro

 

 

O Ticket to Ride teve como inspiração o clássico de Júlio Verne, “A Volta ao Mundo em 80 dias”. O tabuleiro é um mapa dos USA (no jogo original, mas que varia conforme a versão), mostrando diversas rotas ferroviárias. Essas rotas precisam ser conquistadas de modo a ligar duas cidades constantes nos bilhetes de objetivo. Esses bilhetes são selecionados no início da partida, mas mantidos em segredo, e mostram duas cidades que devem ser conectadas, o que gera pontos de vitória.

 

Além disso, cada trecho conquistado também concede pontos de vitória e quanto maior o trecho, mais pontos se ganha. Durante o seu turno, o jogador pode comprar cartas de vagões de trem, cada um de uma cor. Ele precisa juntar uma determinada quantidade de cartas da cor correspondente ao trecho que pretende conquistar. Quando o jogador consegue isso, ele coloca suas peças de vagões naquele trecho, que não pode mais ser conquistado por outro jogador. Com isso as possibilidades de bloqueio são enormes, principalmente quando se joga com mais pessoas. Isso porque elas acabam tendo de disputar os mesmo trechos para cumprirem suas rotas. Existem diversas outras regras, mas no geral é assim que funciona.

 

Esse jogo é um verdadeiro fenômeno de board game, agradando praticamente a qualquer pessoa, principalmente os iniciantes no hobby. Ele gerou uma infinidade de expansões e jogos correlatos, e não é para menos. O jogo é simples na medida certa, para atrair quem nunca jogou board games. Porém, apesar dessa simplicidade, o jogo também envolve alguma estratégia, de modo a contemplar quem já tem alguma experiência com jogos modernos.

 

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Imagem Google: Família Ticket to Ride

 

Ticket to Ride é um daqueles jogos que é só abrir e jogar, porque as regras são tranquilamente aprendidas ao longo da partida. Com dois ou três turnos todo mundo já sabe como funciona o jogo e o que é preciso fazer para vencer. Ele também tem a vantagem de acomodar mais do que os tradicionais 4 jogadores. Além disso, o conjunto de componentes rosa permite jogar com 6 pessoas, sem sacrificar a qualidade da jogatina.

 

Dois jogos que disputam, mas perdem, o lugar mais alto do pódio dos jogos família são o King of Tokyo e o Splendor. Esse dois jogos também são simples e absurdamente divertidos. O que pesa contra o King of Tokyo, é que nele o fator sorte é muito mais preponderante, do que no Ticket to Ride. Já no caso do Splendor, a questão é que o jogo tem um tema muito menos trabalhado que o Ticket to Ride. Por conta disso, falta muito pouco para o Splendor ser um jogo abstrato ao invés de jogo família.

 

Assim como o Dixit, o Ticket to Ride também foi um dos grandes responsáveis por popularizar, em certa medida, os board games no país. Só que ele fez isso em um nível um pouco acima dos card games festivos. Além disso, ainda hoje o Ticket to Ride é um dos melhores jogos para apresentar a quem não conhece os board games modernos.

 

Outros 10 Jogos Família que merecem destaque: King of Tokyo, Splendor, Mysterium, Camel Up 2ª Edição, Corrida Maluca, Alhambra, Takenoko,

 

04 Jogos Abstratos – AZUL

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Um jogo abstrato é um tipo de jogo com regras mais simples e sem nenhum, ou quase nenhum, tema discernível. Portanto, um jogo abstrato é praticamente a aplicação de uma mecânica pura. Do mesmo modo, é muito comum que os componentes dos jogos abstratos sejam mais simples, afinal de contas eles não estão ali representando nada. Mas isso não é uma regra, pois alguns jogos abstratos têm um tema muito sutil, trabalhado muito levemente. Esse é o caso do Azul, que envolve os famosos azulejos portugueses.

 

O Azul é um jogo abstrato lançado em 2017, com design de Michael Kiesling, um dos maiores autores de jogos de todos os tempos. Só que dessa vez, Michael Kiesling não está acompanhado do seu tradicional parceiro de criação de jogos Wolfgang Karmer. A arte do Azul é de Phillippe Guerín e Chris Quilliams. Esse é um jogo para 2 a 4 jogadores, com tempo médio de partida de 45 minutos. Seu peso é 1.76, e sua posição no ranking BGG é 71 e no Ludopedia 34. O Azul é outro jogo ganhador do Spiel des Jahres de 2018.

 

Nesse board game, os jogadores têm um tabuleiro individual que é necessário preencher, comprando tiles, ou, peças de uma reserva comum. Desse modo, os jogadores vão ganhando ponto de vitória conforme as linhas e colunas do tabuleiro forem preenchidas. No entanto é preciso cuidado, porque os tiles não utilizados rendem pontos negativos.

 

Esse é outra verdadeira obra prima dos board games modernos. O jogo é simples, sem deixar de ser estratégico. Além disso, ele é de uma elegância de design poucas vezes vista nos jogos de tabuleiro. O Azul é um exemplo de como se consegue extrair tanto, de tão pouco. Merece destaque também a belíssima arte do jogo, bem como a qualidade dos componentes.

 

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Imagem Ludopedia: Família Azul

 

Outra característica que torna o Azul um jogo diferenciado é a quantidade de jogadores. De um modo geral, jogos abstratos comportam apenas dois jogadores, mas o Azul comporta até quatro. Dessa maneira, ele demonstrou que o jogo pode ser abstrato e mesmo assim ir além daquele “eu e você, você e eu”.

 

Assim como diversos outros jogos dessa lista, o Azul também deu origem a uma série de outros jogos. Assim sendo, atualmente é possível falar em uma “família Azul” de jogos, e não é qualquer board game que consegue isso. Nessa categoria, talvez como em nenhuma outra, o Azul realmente reina sozinho. Isso porque não há nenhum outro jogo que consiga chegar perto, e ameaçar o primeiro lugar no pódio de jogos abstratos do Azul.

 

Outros 10 Jogos Abstratos que merecem destaque: Hive, Onitama, Ubongo, Sagrada, Quarto!, Quoridor, Patchwork, Abalone, Santorini, Calico

 

05 Jogos Euro – PUERTO RICO

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Jogos euro, que poderiam se chamar “german games”, na verdade representam a gênese dos board games modernos. Basta lembrar que o Catan é um jogo euro. Tais jogos nasceram como um contraponto aos jogos da escola americana, muito focados no conflito direto e com alta preponderância da sorte.

 

Assim sendo jogos euro são mais focados em gestão de recursos, estratégia, planejamento de longo prazo, e negociação, muito mais que no confronto direto. Outra característica marcante é a ausência da eliminação de jogadores, ou quase isso, e uma forte mitigação da aleatoriedade ou “efeito sorte”.

 

O Puerto Rico é um jogo euro lançado em 2002, com design de Andreas Seyfarth e arte de Harald Lieske e Franz Vohwinkel. O jogo é para 3 a 5 jogadores, com tempo médio de partida de 90 a 150 minutos. Seu peso é 3.27 e sua posição no ranking geral do BGG é 41 e no Ludopedia 14. O Puerto Rico foi um dos finalistas do Spiel des Jahres de 2002, e do As d’Or de 2006. Além disso, ele venceu o Deutscher Spiele Preis de 2002, que não é o Spiel, evidentemente, mas também é muito importante.

 

Isso demonstra que um jogo ganhar o Spiel des Jahres realmente significa muito (muito mesmo!!!), mas não é a única coisa que importa. Mesmo não vencendo, Puerto Rico (41 no ranking BGG) ainda é um dos jogos mais importantes da história dos board games. Já o vencedor de 2002, Villa Paletti (2.225 no ranking BGG), é um ilustre desconhecido, que não está nem entre os 2.000 melhores board games.

 

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Imagem BGG: Villa Paletti, o ilustre desconhecido

 

Em Puerto Rico, os jogadores representam grandes fazendeiros que precisam administra suas fazendas, cultivar produtos agrícolas e exportá-los. A cada rodada os jogadores selecionam uma carta com um personagem que os jogadores deverão representar, executando as funções associadas a esse papel. Ele foi o jogo que mais tempo ficou no primeiro lugar do ranking geral do BGG. Apenas 7 jogos conseguiram tal façanha de modo lícito e considerável. Mas Puerto Rico, além de chegar lá, permaneceu no topo do pódio por mais de 7 anos e meio.

 

Só para efeito de comparação Agricola ficou apenas um ano e meio. O jogo que chegou mais próximo, Gloomhaven, ficou cerca de 5 anos, mas é um ameritrash, um tipo de jogo que costuma atrair mais gente. Além disso, no que pese todo o seu valor, o Gloomhaven foi produzido em outra época, se beneficiou muito do esquema de financiamento coletivo, além de ter uma tonelada de material, já na caixa base.

 

A comparação com outros jogos euros é certamente a mais acirrada de todas as categorias da lista. Existem diversos euros excelentes, muitos ganhadores do Spiel des Jahres, e que sempre disputam as melhores colocações do ranking do BGG. São jogos do quilate de Terra Mystica, Agricola, Castles of Burgundy, Brass: Birmingham, Terraforming Mars, Great Western Trails, Food Chain Magnate, entre tantos outros. Qualquer um deles poderia muito bem representar os jogos euros, que a categoria estaria muito bem representada. O que favoreceu o Puerto Rico, além do seu grande valor, foi realmente o feito extraordinário de permanecer tanto tempo como número 1 do BGG.

 

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Imagem BGG: Puerto Rico 1897

 

Porém, apesar de ser um verdadeiro colosso de board game, o Puerto Rico não está acima do bem e do mal. Nenhum board game está. A principal polêmica a respeito do jogo, e muito justa por sinal, é que os jogadores na verdade fazem o papel de senhores de escravos. Essa situação obviamente ofende a sensibilidade de muitas pessoas e com toda a razão, tanto aqui, quanto no exterior.

 

Essa questão foi tão grave que a editora modificou o jogo em 2022, que passou a se chamar Puerto Rico 1897. Esse foi o ano da abolição da escravidão na ilha de Puerto Rico. Desse modo, os trabalhadores não são mais escravos, mas sim colonos assalariados. Essa polêmica já foi debatida exaustivamente em fórum de jogos do mundo todo, inclusive o Ludopedia, por isso não cabe aqui reavivar tal discussão. Independente disso, o que importa é que o Puerto Rico é um jogo excelente, e merecidamente o representante dos jogos euro.

 

Outros 10 Jogos Euros que merecem destaque: Terra Mystica, Castles of Burgundy, Agricola, Food Chain Magnate, Brass: Birmingham, Terraforming Mars, Great Western Trails, El Grande, Tigris & Euphrates e Wingspan.

 

06 Jogos Ameritrash – ZOMBICIDE

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O Zombicide é um jogo ameritrash lançado em 2012, com design de Raphael Guiton, Jean-Baptiste Lullien e Nicolas Raoul. A arte é do aclamado artista Miguel Coimbra, de Nicolas Frutus, de Édouard Guiton, entre outros. Esse é um jogo para 1 a 6 jogadores, com tempo médio de partida de 60 minutos. Seu peso é 2.54, e sua posição no ranking geral do BGG é 626 e no Ludopedia 276. O Zombicide foi finalista do As d’Or e do Golden Geek de 2013.

 

Nesse board game cooperativo, os jogadores fazem parte de um pequeno grupo de sobreviventes de um apocalipse zumbi, que tentam sobreviver a todo custo. Isso envolve a coleta de suprimentos e armas, exploração do mapa do tabuleiro e o cumprimento de missões pré-determinadas. Cada jogador faz o papel de um personagem com características e habilidades únicas, úteis para a sobrevivência do grupo. Ao longo da partida o grupo será confrontado por hordas de zumbis famintos, que aumentam cada vez mais, e a única saída é destruir esses inimigos. Talvez aqui o termo matar não seja totalmente apropriado, porque afinal de contas um zumbi é na verdade um ser humano ou animal que já está morto em primeiro lugar. É importante destacar que, sendo um jogo cooperativo, a ideia é que todos os jogadores sobrevivam. Portanto, não basta apenas sobreviver, mas também fazer com que os outros jogadores também sobrevivam.

 

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Imagem BGG: Zombicide Black Plague, possivelmente o melhor Zombicide

 

Zombicide é um board game que divide opiniões, uma parte da comunidade odeia o jogo, mas uma parcela bem maior o adora. Independente do que se possa achar do jogo, o que não se pode negar é que o Zombicide foi muito importante para o desenvolvimento dos board games. Ele foi o primeiro jogo, cujo financiamento coletivo bateu a marca de um milhão de dólares. Isso provou para a indústria que esse era um modelo viável, e muito interessante para produzir board games. A editora não empata nada do seu capital, e ainda consegue levantar recursos em condições muito melhores que qualquer outra opção. Não é à toa que boa parte dos lançamentos de board games atuais adota esse formato.

 

No caso do Brasil, o Zombicide é ainda mais relevante, porque foi com um vídeo desse jogo que Jack Explicador praticamente deu início à produção de conteúdo de jogos de tabuleiro. Muitas pessoas, inclusive o próprio Jack, começaram a produzir conteúdo e lançarem seus respectivos canais, após o sucesso do vídeo de gameplay do Zombicide.

 

Vale lembrar também que o Zombicide, como tantos outros, originou uma verdadeira família de jogos. Incialmente a ideia era variar o tema de apocalipse zumbi na atualidade. Com isso surgiram o Zombicide Black Plague, provavelmente o melhor de todos, com temática medieval, o Zombicide Invader, com temática futurista e mais recentemente o Zombicide White Dead de fantasia oriental.

 

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Imagem BGG: Zombicide Invader, o Zombicide sem zumbis (como assim ?!?!)

 

Há outra coisa que conta muito a favor do Zombicide. Ele obviamente é um jogo para ser apreciado da forma mais descontraída possível. O jogo é praticamente uma palhaçada e que não deve, de forma alguma, ser levado a sério. É muito importante lembrar, principalmente a boardgamers hard core, que jogos de tabuleiro são acima de tudo para serem divertidos. E muita gente boa e entendida às vezes esquece esse detalhe, entre uma análise ultra aprofundada ou um partida de um euro do Vital Lacerda, com toneladas de peso em complexidade. Claro que diferentes pessoas têm conceitos diferentes de diversão, mas aí entra a questão do gosto pessoal, em que não cabe discussão.

 

O problema é que essa série faz tanto sucesso e vende tanto, que fatalmente acabou caindo na armadilha do lucro fácil. Com isso foi lançado muito material caça-níquel (Marvel como não podia deixar de ser, Thundercats, e até um dispensável Zombicide Monty Python), além de uma versão independente por ano do jogo, sem novidades entre si. Assim a única crítica que fica em relação à editora e não ao jogo em si, é quantidade de material desnecessário, lançado ao longo dos anos. Obviamente o jogo é uma franquia de muito sucesso portanto a empresa detentora do jogo quer ganhar a maior quantidade possível de dinheiro em cima do sucesso de seu produto. Com isso, com a frequência de um relógio, surgem novas versões do Zombicide com diferenças mínimas para as versões existentes. Entretanto, independente disso, Zombicide continua sendo um bom board game.

 

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Imagem BGG: Zombicide Monty Python (totalmente dispensável e fora do tema)

 

Outra coisa negativa em relação ao jogo é que houve uma escalada de preços vertiginosa até mesmo para os padrões de um hobby tão elitista. Em pouco tempo o preço médio do jogo mais que dobrou. O bom é que com isso, muitas versões mais antigas são vendidas usadas e em bom estado, nos sites de jogos. Assim sendo, se não dá para pegar o último lançamento do Zombicide é possível pegar outra versão já de alguns anos atrás, que a diferença em termos de jogo será pequena.

 

O Zombicide também teve um papel importante para o mercado nacional, por mostrar às nossas editoras a viabilidade de lançar, nacionalmente, jogos com miniaturas. Diversos jogos ameritrash, alguns muito melhores, foram lançados antes e após o Zombicide. São jogos das mais variadas temáticas como Blood Rage, Star Wars Rebellion, Rising Sun, Lord of Hellas, Eldrich Horror, Cyclades, Kemet, entre outros. Do mesmo modo, o Dead of Winter, que também é outro jogo de apocalipse zumbi, mas com uma levada muito mais séria, poderia facilmente tomar o lugar do Zombicide. No entanto, todo o pioneirismo do Zombicide, principalmente no caso do Brasil, o coloca acima de todos os outros.

 

Outros 10 Jogos Ameritrash que merecem destaque: Dead of Winter, Blood Rage, Lord of Hellas, Star Wars Rebellion, Mage Knight, Eldrich Horror, Kemet, Battlestar Galactica, Rising Sun, Cyclades.

 

07 Jogos CIV – 7 WONDERS

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Jogos CIV são jogos que envolvem o desenvolvimento de civilizações, desde os seus primórdios, subindo passo a passo, até atingir o ápice da era imperial. Essa é uma ideia muito anterior aos jogos modernos. O conceito surgiu em 1974, com o jogo de tabuleiro Civilization de Francis Tresham. Posteriormente, o clássico jogo de computador Sid Meier’s Civilization desenvolveu ainda mais o conceito, originando um board game com o mesmo nome.

 

Normalmente, os jogos CIV são muito confundidos com jogos 4x, porque ambos envolvem o desenvolvimento de civilizações. Porém, se todo jogo 4x é um jogo CIV, em última análise, a recíproca não é verdadeira. Isso porque nem todo jogo CIV obedece a fórmula eXplorar, eXtrair, eXpandir, eXterminar, característica dos jogos 4x. De todo modo, em se tratando de jogos CIV é impossível deixar de citar o 7 Wonders.

 

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Imagem BGG: Sid Meier’s Civilization

 

O 7 Wonders é um jogo de draft de cartas lançado em 2010, com design de Antoine Bauza, que dispensa apresentações. Ele é um designer que recorrentemente aparece na lista de TOP 10 designers de todos os tempos do BGG. A arte desse board game é do célebre Miguel Coimbra, Dimitri Chappuis Etienne Hebinger e Cyril Nouvel. O jogo é para 2 a 7 jogadores, com tempo médio de partida de 30 minutos. Seu peso é 2.32 e sua posição no ranking geral do BGG é 88 e no Ludopedia 72.

 

Esse jogo foi o primeiro ganhador do Kennerspiel des Jahres de 2011, uma nova categoria criada para os board games mais complexos e pesados. O 7 Wonders inclusive foi, não o único, mas um dos principais jogos responsáveis pela criação dessa nova categoria. Além disso, o 7 Wonders ostenta a respeitável marca de, ainda hoje, ser o board game moderno que conquistou a maior quantidade prêmios internacionais relevantes. E isso, mesmo passados quase 15 anos desde o seu lançamento.

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Imagem BGG: Empires – Age of Discovery

 

Como dito acima, 7 Wonders é um jogo de draft, ou seja, um jogador recebe um conjunto de 7 cartas, separa aquela que deseja manter e passa as restantes para o jogador do lado. Em seguida ele utiliza suas cartas, para desenvolver suas civilizações, e o processo se repete até que todos os jogadores tenham utilizado 6 cartas. Quando isso é acontece se encerra uma das três eras, que corresponde aos períodos de tempo em que o jogo acontece. Ao final de cada era, cada jogador entra em guerra com seus vizinhos, na mesa. Esse jogo tem muita interação, porque além das guerras, os jogadores também compram e vendem mercadorias dos demais jogadores. Ao final de três “eras” a civilização de tiver acumulado mais pontos de vitória ganha a partida. Cada uma das civilizações do jogo está ligada a uma das 7 Maravilhas do Mundo Antigo.

 

Uma característica do 7 Wonders, que agrada muitas pessoas, é o dinamismo das partidas, porque tudo parece, e está acontecendo ao mesmo tempo. Porém, é preciso reconhecer que isso não agrada a todos. Isso faz com que seja necessária uma marcação cerrada daquilo que seus oponentes estão fazendo, para que se tenha alguma chance de vencer a partida. Também salta aos olhos da arte belíssima do incrível Miguel Coimbra.

 

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Imagem BGG: CIV Carta Impera Victoria

 

De um modo geral, jogos CIV acabam tendo uma quantidade considerável de regras, o que amplia a sua complexidade, o que não é o caso do 7 Wonders. São jogos como Through the Ages, Empires: Age of Discovery, Rise of Empires, e os próprios Civilization de 1980 e o Sid Meyer’s Civilization. Só que uma das principais vantagens do 7 Wonders sobre esses jogos pesadões, é o tempo de partida que no 7 Wonders é muito menor. Enquanto esses jogos têm partidas de 3 ou 4 horas, e às vezes até mais, uma partida de 7 Wonders dura em média 30 minutos.

 

Vale destacar também a maior quantidade de jogadores que o 7 Wonders acomoda, que varia de 2 a 7 jogadores. Claro que alguns jogos CIV pesados também acomodam um bom número de jogadores, como o Empires: Age of Discovery (1 a 6 jogadores). Entretanto, nesses casos, a contagem máxima de jogadores aumenta absurdamente o tempo de jogo, o que não acontece com o 7 Wonders, devido ao dinamismo das partidas.

 

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Imagem BGG: 7 Wonders Duel

 

Por outro lado, nem só de euros pesadões vivem os jogos CIV. Alguns exemplos são o Imperial Settlers e o CIV Carta Impera Victoria, que são jogos mais simples, mais modestos e com tempo de partida muito menor. Só que em relação a esses, o 7 Wonders é indiscutivelmente um jogo superior. Outro ponto de destaque do 7 Wonders é que ele praticamente deu origem ao formato “Duel” adotado por diversos outros jogos como Kingdomino, Splendor, Bohnanza, Cosmic Encouter, Imhotep, Allumbra e o próprio Catan, entre outros. Mas, acima de tudo, conta muito em prol do 7 Wonders a quantidade absurda de prêmios internacionais de board games conquistados. Um desempenho dessa magnitude simplesmente não pode ser ignorado.

 

Outros 10 Jogos CIV que merecem destaque: Through the Ages, Empires: Age of Discovery, Imperial Settlers, Civilization (1980), Sid Meyer’s Civilization, Tapestry,  History of the World, Império Lendário, CIV Carta Impera Victoria, Dominations.

 

08 Jogos Dungeon Crawler – MANSIONS OF MADNESS (2nd Edition)

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Dungeon Crawlers são jogos, normalmente cooperativos, mas com algumas características próprias. Nesse tipo de jogo, os jogadores são aventureiros explorando um local, na forma de labirinto, normalmente uma masmorra, e daí o seu nome. No entanto, também é possível que dungeon crawlers tenham como cenário, por exemplo, casas mal-assombradas, estações espaciais, vilas medievais e assemelhados. Um dos melhores dungeon crawlers é sem dúvida o Mansions of Madness, do selo Arkham Files.

 

O Mansions of Madness 2nd Edition é um jogo dungeon crawler lançado em 2016, com design de Nikki Valens. O jogo tem a arte de Cristi Balanescu, Yoann Boissonnet, Anders Finér, entre outros. Esse é um jogo para 1 a 5 jogadores, com tempo médio de partida de 120 a 180 minutos. Seu peso é 2.67 e sua posição no ranking geral do BGG é 52 e no Ludopedia 28. O jogo foi finalista dos prêmios Golden Geek e Meeples’ Choice ambos em 2016.

 

Esse board game é um jogo narrativo cooperativo, ou seja, os jogadores compõem uma equipe de investigadores do paranormal que devem desvendar um mistério envolvendo as forças sobrenaturais do universo lovecraftiano. Cada personagem terá pontos fortes e fracos que se complementam. Eles vão percorrer a “mansão” do título para coletar pistas, solucionar enigmas, bem como enfrentar seres de outro mundo e o cultistas que os invocaram.

 

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Imagem BGG: Gloomhaven

 

Como o estilo Dungeon Crawler tem muitos jogos de respeito, a concorrência é forte. O Gloomhaven, por exemplo, teve mais sucesso, a caixa base tem uma infinidade de material e a campanha total dura uma vida. Porém, esse é mais um jogo de fantasia medieval genérica, enquanto que o Mansions of Madness envolve o universo lovecraftiano o que é uma baita vantagem. Outro problema é que o Gloomhaven é tão complexo e rico na ambientação que necessita de um grupo bem estabelecido e realmente comprometido em jogar regularmente. O Mansions of Madness não exige tal dedicação.

 

Além disso, Gloomhaven talvez até seja um board game melhor, porém, o Mansions of Madness foi fundamental para mostrar um uso inteligente e eficaz dos aplicativos, como recurso válido e interessante para os board games. O Sword & Sorcery é outro dungeon crawler que poderia competir com o Mansions of Madness. Entretanto, além de cair na questão da generalidade do cenário medieval, o Sword & Sorcery trás apenas 6 aventuras na caixa base. Em contrapartida o Mansions of Madness tem uma profusão de aventuras, principalmente se for considerado uso do aplicativo Valkyrie, em que os fãs criam e divulgam suas próprias aventuras.

 

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Imagem BGG: Betrayal at House on the Hill

 

É preciso considerar também a inovação do Mansions of Madness ao apresentar um excelente dungeon crawler que foge daquele estereótipo “aventuras dentro da masmorra”. Nesse aspecto, outro concorrente de peso seria o Betrayal at House on the Hill, que tem a vantagem de ser um semi-cooperativo. Em dado momento, um dos jogadores trairá o grupo e passará a jogar contra os demais jogadores. Mesmo assim, o Mansions of Madness ainda é superior, porque os cenários são mais bem escritos. Isso para não falar que após algumas partidas o “suspense” do Betrayal at House on the Hill acaba prejudicado. Os jogadores já sabem de antemão, que em algum momento da partida alguém mudará de lado e passará a lutar contra o grupo. Eles só não sabem qual dos jogadores será esse traidor, e exatamente quando isso ocorrerá.

 

Esses três aspectos, universo lovecraftiano, uso elegante e eficaz do aplicativo e inovação quanto ao tema, fazem do Mansion of Madness um ótimo representante da categoria dungeon crawler.

 

Outros 10 Jogos Dungeon Crawler que merecem destaque: Gloomhaven, Sword & Sorcery, Cthulhu: Death May Die, Star Wars: Imperial Assault, Betrayal at House on the Hill, Tainted Grail, Massive Darkness, Descent: Lendas da Escuridão, As Lendas de Andor, Jornadas da Terra Média.

 

09 Jogos Coop – PANDEMIC

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Os jogos coop, são jogos em que os jogadores não competem entre si, mas sim atuam juntos tentando vencer o próprio jogo. Esse conceito não é novo, e deriva diretamente dos antigos RPG clássicos, surgidos em 1974 com o lançamento de Dungeons & Dragons.

 

Porém, isso representou uma mudança de paradigma, em relação aos jogos de tabuleiro, a partir de 1995, o início da Era dos Board Games Modernos. Antes dessa época, o natural nos jogos de tabuleiro era que os jogadores competissem e só houvesse um vencedor. Atualmente os jogos coop são uma das principais categorias dos board games modernos, e o Pandemic é um de seus principais expoentes.

 

O Pandemic é um jogo coop de 2008 do famoso designer Matt Leacock e arte de Josh Cappel e Christian Hanish, entre outros. O jogo é para 2 a 4 jogadores, com tempo médio de partida de 45 a 60 minutos. Seu peso é 2.40 e sua posição no ranking geral do BGG é 132 e no Ludopedia 112. Ele foi um dos finalistas do Spiel des Jahres de 2009, perdendo para o Dominion, outro excelente board game, e do As d’Or no mesmo ano. No entanto, ele ganhou os prêmios Golden Geek, JoTa, Golden Ludo e Ludoteca Ideale.

 

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Imagem BGG: Pandemic Iberia

 

Esse é um dos jogos cooperativos de maior sucesso no mundo todo, e já surgiram diversas expansões. Também existem algumas versões mais localizadas do jogo, como o Pandemic Iberia (Península Ibérica) e o Pandemic Rising Tide (Países Baixos). Até mesmo no caso do quase onipresente universo lovecraftiano há um Pandemic, o Reino de Cthulhu. Esse, além de ser um bom jogo, tem com partidas muito mais rápidas que os demais jogos Arkham Files. Outro destaque do Pandemic é a sua versão Legacy (uma das melhores do estilo), em que as partidas não são aleatórias, mas sim compõem um todo coeso. Assim cada partida é um episódio de uma campanha, e o que ocorre em uma delas interfere naquilo que ocorre nas demais partidas.

 

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Imagem Ludopedia: Pandemic Reino de Cthulhu

 

Nesse board game os jogadores fazem parte de um equipe da OMS, com diferentes habilidades, que deverão ser utilizadas para encontrar a cura para quatro doenças. Quatro cores representam essas doenças: Azul (América do Norte e Europa), Amarela (América do Sul e África), Preta (Eurásia) e Vermelha (Extremo Oriente). Existem cartas de infecção, com o nome de cada cidade, que são sorteadas e indicam em quais cidades a situação das doenças vai se agravar. Isso é representado pela colocação de cubos coloridos na cor de cada doença. Quando a cidade recebe o quarto cubo, significa que houve um surto, e que a doença se espalhou para as cidades adjacentes, cada uma recebendo um cubo a mais. Se nessa nova cidade já houver três cubos, um novo surto ocorre, o que repete o processo.

 

Cada cidade também tem outro tipo de carta com a cor correspondente à área em que se localiza. Os jogadores utilizam essas cartas para se locomoverem mais rápido e mais distante pelo tabuleiro. Quando dois jogadores estão na cidade correspondente à carta de um deles, eles podem passar essa carta de um para outro jogador. Isso é muito importante, porque os jogadores, no geral, precisam juntar e descartar cinco cartas da mesma cor para encontrar a cura da doença correspondente. Essa ação de cura é feita em centros de pesquisa criados pelos próprios jogadores. Quando for encontrada a cura para as quatro doenças o jogo termina e os jogadores ganharam.

 

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Imagem Ludopedia: Board Games das Primeiras Levas

 

O ano de 2014 foi fundamental para o mercado nacional de jogos, porque foi nessa época que os board games estrangeiros começaram a ser lançados por aqui, e para valer. As edições nacionais de Zombicide, Citadels, Dixit e Keltis são de 2013. Ticket to Ride, 7 Wonders, Love Letter, Coup, Eldrich Horror, Race for the Galaxy, The Resistance, Concept saíram em 2014. E em 2015 chegaram por aqui Agricola, Puerto Rico, Cyclades, Kemet, Small Word, Splendor e Stone Age. E isso para citar apenas alguns.

 

Portanto, esse foi o período em que os brasileiros, de um modo geral, começaram a ver que jogos de tabuleiro iam muito além de WAR, Banco Imobiliário e Detetive. Claro que algumas pessoas já jogavam e já conheciam os board games modernos há anos. Mas esses eram uma media dúzia de “excêntricos”, que se reuniam na casa de alguém para jogar. E com um detalhe, todos os board games eram importados. Só que os lançamentos de 2013/2015 chegaram para mudar esse panorama.

 

É nessa época, mais precisamente 2015, que saiu a versão nacional do Pandemic, e isso foi fundamental para que o hobby chegasse onde está hoje. Pode parecer exagero, mas existem três detalhes que fazem toda a diferença em relação ao Pandemic, e que de certo modo explicam o seu enorme sucesso.

 

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Imagem Ludopedia: tabuleiros de Pandemic e WAR

 

O primeiro detalhe é que o tabuleiro do Pandemic lembra muito o do WAR, mais do que nenhum outro board game da mesma época de lançamento. Talvez apenas os jogos Axis & Allies sejam mais parecidos, mas esses já não são jogos tão acessíveis para iniciantes. Quem apresentou o Pandemic para amigos “não-boardgamers”, certamente ouviu deles que o jogo novo lembrava o “medalhão da GROW”. Inclusive, muito provavelmente foi daí que surgiu a icônica, e cômica, frase: “É tipo o WAR?”. Por esse motivo, o Pandemic dava às pessoas a segurança de estar lidando com um jogo, parecido com outro jogo, que absolutamente todo brasileiro e brasileira conhecem. Isso faz muita diferença, para apresentar e atrair uma pessoa para qualquer atividade, porque aí, o novo e desconhecido já não assustam tanto.

 

O segundo detalhe, que fez o diferencial do Pandemic, foi a mudança de paradigma de como funciona um jogo de tabuleiro. Todos os jogos de tabuleiro clássicos utilizam uma dinâmica em que os jogadores competem entre si, para ver quem é o vencedor. Mesmo o nosso Interpol, apesar de variar um pouquinho, porque funciona no esquema “todos conta um”, ainda apresenta algum grau de competitividade entre jogadores.

 

E aqui cabe um parêntese para esclarecer uma dúvida que sempre aparece quando se fala em Interpol e Scotland Yard. Interpol é o nome da versão nacional do jogo estrangeiro Scotland Yard, vencedor do Spiel des Jahres de 1983. O nosso “Scotland Yard nacional”, na verdade é outro jogo cujo nome original é 221b Baker Street: The Master Detective Game. A editora nacional fez essa alteração para tornar o jogo mais “vendável”. Fecha parêntese.

 

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Imagem BGG: Interpol, Scotland Yard Nacional, 221b Baker Street e Scotland Yard Original

 

Retornando para o Pandemic, conforme dito acima, ele foi o principal board game do período 2013/2015 a mostrar uma nova forma de jogar. Nessa nova forma, os jogadores se auxiliavam mutuamente e tentavam vencer o jogo e não um ao outro. As pessoas precisavam conversar e traçarem juntas as melhores estratégias, caso contrário certamente perderiam a partida. Hoje em dia, passados 10 anos, isso não parece muita coisa, mas quem viveu a época deve lembrar como isso foi revolucionário, principalmente para quem estava acabando de conhecer os jogos modernos.

 

É preciso destacar também que o Pandemic é um jogo com regras simples e acessível, e com uma boa chance de sucesso, sem ser fácil demais como o Elder Sign, sem as expansões. Com as expansões, o Elder Sign se torna outro jogo, no quesito dificuldade. Em comparação, Robinson Crusoé: Aventuras na Ilha Amaldiçoada, que é outro excelente jogo coop é muito mais complicado que o Pandemic e absurdamente mais difícil de vencer. Isso pode ser muito legal para quem já está no hobby há muito tempo, e tem muita experiência com jogos bem difíceis. Mas, para jogadores novatos pode ser muito frustrante, não vencer quase nunca, o que acaba mais afastando do que atraindo gente para o hobby.

 

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Imagem Ludopedia: Robinson Crusoé: Aventuras na Ilha Amaldiçoada

 

O terceiro detalhe da receita de sucesso do Pandemic é que o jogo mantém o suspense e a tensão o tempo todo (em algumas partidas até a última carta). Isso sem esquecer que o Pandemic lida com um assunto muito próximo das pessoas comuns, o que facilita muito se identificar com o jogo. Evidentemente, a maioria das pessoas não faz parte da OMS, mas certamente todo mundo já ficou doente algum dia. Assim sendo, enquanto jogos coop como a Ilha Proibida, Eldritch Horror, Mysterium, Zombicide, Spirit Island, A Tale of Pirates, lidam com cenários totalmente irreais, o Pandemic trata do dia a dia. A conexão é direta. Obviamente o jogo lida com um cenário catastrófico que por uma infeliz coincidência, o mundo conheceria alguns anos depois, mas dá para entender a ideia da identificação por trás do jogo, mesmo antes da COVID.

 

Desse modo, o Pandemic foi um enorme sucesso de crítica e público, o que levou ao lançamento de uma enxurrada de material extra e expansões. Isso, aliado à sua importância para a divulgação do hobby, nos primórdios do mercado nacional de board games, fazem do Pandemic a escolha perfeita para representar os jogos coop.

 

Outros 10 Jogos Coop que merecem destaque: Eldritch Horror, Spirit Island, Arkhan Horror, Mysterium, Elder Sign, Dead Men’s Tell No Tale, Magic Maze, Robinson Crusoé, Série Tiny Epic, A Tale of Pirates.

 

10 Jogos 4x – TWILIGHT IMPERIUM 4

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Jogos 4x são jogos competitivos que exploram basicamente quatro ações principais: eXplorar, eXtrair, eXpandir e eXterminar, daí o seu nome. Uma característica dos jogos 4x é a complexidade e a infinidade de regras. Definitivamente esse tipo de jogo não é para iniciantes. Outra característica é que as partidas são verdadeiramente épicas, com horas e horas de duração. Isso para não falar no alto grau de interação entre os jogadores, onde em um turno se firma uma aliança com um adversário, só para trair essa aliança no turno seguinte. Os jogos 4x são os “jogos eventos” por excelência, e nenhum outro board game representa isso melhor que o Twilight Imperium 4.

 

O Twilight Imperium 4 é um jogo 4x de 2017, do fenomenal designer Corey Konieczka (outro top 10), Dane Beltrami e Christian T. Petersen. O jogo tem arte de Scott Schomburg, é para 3 a 6 jogadores, e tem tempo médio de partida de 240 a 480 minutos. Sua posição no ranking geral do BGG é um incrível 5 lugar e no Ludopedia 8. Apesar de ter muito prestígio e um grande fã clube no Brasil, o jogo foi apenas finalista do Golden Geek de 2017. Isso indica que o desempenho nas premiações internacionais de jogos, mesmo sendo um bom parâmetro, não é o único indicativo de um bom jogo.

 

Em Twilight Imperium 4 tudo é superlativo, a começar pela miríade de raças, que o jogador pode escolher para jogar. Poucos jogos têm tantas opções nesse quesito. Evidentemente existem algumas raças mais fortes e outras nem tanto, mas de modo geral, todas elas são bem elaboradas, de modo a atender ao estilo de jogo de qualquer jogador. Quanto ao jogo em si, o próprio estilo 4x é autoexplicativo.

 

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Imagem Ludopedia: Eclipse

 

Infelizmente toda essa grandeza, que faz do TI4 um enorme sucesso de público e crítica, também é o seu “Calcanhar e Aquiles”. Como todo jogo evento, o Twilight Imperium 4 não é um jogo para se jogar a todo o momento. A menos que em um grupo de jogo, todos sejam entusiastas do TI4, como ele também é chamado, a chance de se jogar regularmente é bem pequena. Também não é para menos, considerando que o tempo de uma única partida pode chegar facilmente a quatro ou cinco horas de duração. Esse é o preço que se paga por ter um jogo com tantas opções e tantas possibilidades para se explorar.

 

Desse modo, uma única partida desse jogo, em condições normais, requer basicamente toda uma tarde, ou a maior parte de uma noite de jogatina. Isso complica muito para os grupos que também curtam outros jogos, e em muitos casos o TI4 acaba sendo jogado uma vez a cada quatro ou seis meses. Se o grupo conseguir jogar 4 partidas por ano, serão 40 partidas em 10 anos, e isso é muito pouco, para quem não é um verdadeiro fã. Para outros jogos, bastam alguns meses para atingir essa quantidade de partidas (dependendo do board game obviamente), e isso no caso de jogos médios e não party games.

 

Por outro lado, é preciso considerar também que, mesmo não sendo tão jogado, e talvez até por isso, cada partida de TI4 é única. Assim, jogar Twiligth Imperium 4 equivale, basicamente, a vivenciar um filme de space opera, e dos bons. Não é sem motivo que os fãs do jogo não trocam ele por nenhum outro. Apesar de normalmente partidas de jogos 4x demorarem muito, isso não é uma regra e jogos como Scythe e Impulse, têm partidas bem menos demoradas.

 

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Imagem BGG: XIA

 

Quanto à comparação com outros jogos 4x, a disputa é injusta, por motivos alheios ao Twiligth Imperium 4. O fato do lançamento do TI4 ter ocorrido um ano antes da pandemia facilitou bastante que sua enorme base de fãs crescesse exponencialmente. Em contrapartida, o lançamento do Clash of Cultures e do Eclipse só ocorreu após pandemia, sendo o primeiro dois anos após o TI4 e o segundo três anos depois. Só que aí a base de fãs do TI4 já estava bem consolidada. Pode parecer que dois ou três anos não seja muito tempo. Porém, é preciso considerar que jogos 4x são o “nicho do nicho”, e durante o lançamento do TI4 houve um verdadeiro estardalhaço e muito hype associado. Isso porque jogos dessa natureza não chegam aqui com facilidade, e isso ainda hoje.

 

Com isso, todos os amantes do estilo trataram logo de arrumar um Twiligh Imperium 4 para chamar de seu. E esse não é um tipo de jogo barato. Acresce também que jogos 4x necessitam, como nenhum outro, de muito empenho e dedicação apenas para aprender a jogar. Com isso, é natural que muitas pessoas, depois de terem investido tanto, em termos de dinheiro e de tempo, para jogar o TI4, não tivessem a mesma disposição, para começar todo o processo novamente em relação a outro jogo 4x, por melhor que ele fosse.

 

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Imagem Ludopedia: Clash of Cultures

 

Desse modo, considerando não apenas todos os méritos próprios do TI4, mas também todo o seu pioneirismo, que abriu as portas do mercado nacional para outros jogos 4x pesadões, com toda a justiça o Twiligh Imperium 4 é o representante dos jogos 4x da lista.

 

Só para esclarecer, as indicações abaixo, é preciso lembrar que não existem tantos jogos 4x, bons lançados no mercado nacional, por isso alguns dos jogos citados só estão disponíveis no exterior.

 

Outros 10 Jogos 4x que merecem destaque: Eclipse, Space Empires 4x, Clash of Cultures, XIA, Brazil Imperial, Age of Galaxy, Scythe, Conquest of Paradise, Omega Centarui, Impulse.

 

Por fim, esse é mais um texto para, em tom até de brincadeira, propor uma discussão interessante sobre esse hobby maravilhoso dos board games modernos.

 

Um forte abraço e boas jogatinas!

 

Iuri Buscácio

 

P.S. Esse artigo é mais um dedicado à memória de Klaus Teuber, recentemente falecido em 01/04/2023, e que não poderia ter escolhido data mais apropriada, para nos pregar essa peça. Vá com Deus, Mestre!

 

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Iuri Buscácio

Leitor voraz de filosofia, teatro, literatura brasileira e estrangeira, suspense, e de romances históricos, de fantasia e ficção científica, além de ser fã de quadrinhos americanos e europeus, desde os tempos da saudosa Ebal, amante do cinema e das séries, e também um grande entusiasta e pesquisador dos jogos de tabuleiro, tanto clássicos quanto modernos, cuja trilha sonora é o bom samba, a MPB de qualidade, black music e música pop dos anos 70 e 80.

2 thoughts on “10 jogos a serem salvos do fim do mundo

  1. Caro Jadson Vo

    Na verdade eu acho que é meio o contrário, e esse texto pode gerar muita discordância, a começar pelos critérios escolhidos. Alguém pode achar por exemplo, que compensaria mais selecionar os 10 jogos pelos temas abordados do que pela natureza dos jogos, e as duas propostas estariam corretas, mas apenas diferentes.

    E mesmo dentro das categorias do texto, a discordância fundamentada é sempre bem vinda, porque enriquece o debate. Só para citar alguns exemplos, alguém poderia entender que o Eclipse é um jogo 4x melhor estruturado que o Twlight Imperium 4. Do mesmo modo, alguém poderia entender que o Stone Age deveria entrar na lista, no lugar do Lords of Waterdeep, mesmo sem tanta interação entre jogadores, porque o primeiro foi muito mais impactante e importante por difundir no país a alocação de trablahadores, do que o segundo.

    No caso que você citou, é possível que o Terraforming Mars seja inclusive melhor que o Puerto Rico, mas na minha opinião o segundo foi mais importante que o primeiro por ter pavimentado a ideia de jogos de tabuleiros modernos em contraposição aos jogos clássicos. Isso porque o Puerto Rico foi lançado em 2002, e o Terraforming Mars em 2016, quase 15 anos depois. Então trata-se de uma década e meia de diferença, em que surgiram novos jogos, novos conceitos, novas ideias, novas implementações, que contribuíram imensamente para que o Terraforming Mars seja o jogo que é. Dessa maneira, é possível dizer que, de certa forma, o Puerto Rico contribuiu bastante, não apenas para o Terraforming Mars, mas em relação a todos os jogos euro que vieram depois.

    Discordâncias à parte, o que não se pode negar é que tanto o Puerto Rico, quanto o Terraforming Mars são verdadeiros colossos de board game, e em última análise, a lista estaria muito bem servida tanto com um, quanto com o outro.

    Um forte abraço e boas jogatinas!

    Iuri Buscácio

  2. tipico texto em que dificilmente alguem vai discordar, e se discordar é mais pq tem preferencia pessoal por um ou outro jogo… por exemplo, eu colocaria o Terraforming Mars no lugar do Porto Rico hahahaha

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