Palmeiras Século XXI: uma humilhação por ano desde 2000
O clube que se auto-intitula “Campeão do Século XX” (o que é totalmente contestável, conforme abordaremos em outra postagem), tem se especializado em sofrer pelo menos uma humilhação a cada ano desse novo Século.
A verdade é que o Palmeiras, desde o jejum de títulos dos anos 80, quebrado apenas pela parceria com a Parmalat, conquistou apenas 1 título por conta própria, sem a ajuda de parcerias e/ou co-gestões como a multinacional italiana (que protagonizou um escândalo de lavagem de dinheiro a nível mundial na década passada) ou a nebulosa empresa de marketing esportivo Traffic. O título que o Palmeiras conquistou exclusivamente por suas forças foi a Copa do Brasil de 2012 (ainda “enfraquecida” pela ausência dos principais times do país, que estavam participando da Libertadores).
Ou seja, nos últimos 39 (!) anos, o Palmeiras venceu apenas 1 torneio sem a ajuda de um parceiro em nível de co-gestão ou que tivesse a propriedade da esmagadora maioria dos seus jogadores nos elencos campeões, e foi uma competição de segunda grandeza. As demais conquistas desse período foram todas sob os auspícios das parcerias com a Parmalat e a Traffic. Isso já mostra o que, de fato, é o clube Sociedade Esportiva Palmeiras nas últimas 4 décadas. É muito tempo sem títulos relevantes por conta própria.
Pra piorar, desde 2000 que o Verdão vem sofrendo pelo menos uma humilhação por temporada (e mantendo a média de uma goleada sofrida por ano). Confira:
2000: No último ano do Século passado, o Palmeiras foi goleado pela Ponte Preta por 5×1. Era o começo do calvário, no ano seguinte após sua glória máxima, o título da Libertadores conquistado em 1999.
2001: Em pleno Parque Antarctica o Palmeiras é goleado pelo Fluminense por 6×2. A derrota em casa por goleada se tornaria comum nos anos seguintes.
2002: O ano mais humilhante do milênio, com o primeiro rebaixamento à Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, em um campeonato que tinha 24 times e apenas 2 seriam rebaixados. Foi goleado pelo Atlético Mineiro por 4×0 em casa e pelo Paraná Clube por 5×1. Pra completar o ano, protagonizou a maior zebra da História da Copa do Brasil até hoje ao conseguir a proeza de ser eliminado pelo até então desconhecido ASA de Arapiraca, que não disputava nenhuma divisão do Campeonato Brasileiro na ocasião. Feito inédito e até hoje não igualado.
2003: Ano da maior goleada e símbolo da decadência do goleiro Marcos (autor de uma furada antológica na partida). Pra piorar, a surra ante o Vitória por 7×2 foi em pleno estádio palestrino.
2004: O Palmeiras foi eliminado pelo Paulista de Jundiaí no Campeonato Paulista e eliminado pelo Santo André na Copa do Brasil.
2005: Um dos anos menos vexaminosos ainda propiciou goleadas sofridas pelo Atlético Paranaense por 4×0 e pelo América de Rio Preto por 4×1 (no Parque Antarctica).
2006: Nesta temporada foram 3 goleadas importantes (duas delas em clássicos): foi humilhado pelo Figueirense por 6×1, e goleado pelos rivais Santos por 5×1 e São Paulo por 4×1.
2007: No Brasileirão, o Palmeiras levou uma goleada do Cruzeiro por 5×0 e mais tarde, na Copa do Brasil, foi eliminado pelo pequeno Ipatinga.
2008: O ano teve o alento do título Paulista (no vergonhoso episódio do “Gás de Pimenta”, cujos laudos periciais depois mostraram ter sido aplicado pela torcida palmeirense), mas a goleada sofrida para o Flamengo por 5×2 no Brasileirão e a eliminação para o Sport na Copa do Brasil também com goleada por 4×1 acabaram fazendo o ano também ser ruim.
2009: O Palmeiras chegou a abrir 5 pontos na liderança da competição restando apenas 10 rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, mas conseguiu não só perder o título (após ver a torcida gritar “é campeão” em alguns jogos) como sequer se classificou para a Libertadores. Essa é a maior perda de rendimento e vantagem de líder da História do Brasileirão (incluindo a era pré-pontos corridos).
2010: O Verdão foi goleado pelo São Caetano por 4×1 em pleno Parque Antarctica (os números mostram que virou rotina) e eliminado da Copa do Brasil pelo Atlético Goianiense e da Copa Sul-Americana pelo Goiás, tendo vencido os jogos de ida em ambas as oportunidades. Contra o Goiás, perdeu em casa, de virada, após sair na frente e jogar com a vantagem do empate.
2011: O Palmeiras foi goleado pelo Coritiba por 6×0 em partida válida pela Copa do Brasil, na partida considerada “o maior domínio de um time sobre o adversário” na competição daquele ano.
2012: Conquistou seu único título nos últimos 39 anos sem ajuda de parcerias, a Copa do Brasil (que não contou com os 5 melhores times do Brasil, que jogavam a Libertadores), mas foi rebaixado para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro pela segunda vez em sua História.
2013: Ano em que o Palestra foi humilhado pelo minúsculo Mirassol por 6×2 no Campeonato Paulista, maior vitória do time do interior em toda sua História na competição. Já sob o mecenato de Paulo Nobre.
2014: No Campeonato Paulista, o Palmeiras foi eliminado pelo Ituano e não disputou o título. Mais tarde, no Campeonato Brasileiro, foi goleado pelo Goiás por 6×0 no chamado “Massacre da Serra Dourada”.
2015: O Palmeiras é goleado pela Chapecoense por 5×1 pelo Campeonato Brasileiro em um ano em que o clube contratou 27 jogadores (alguns alardeados como craques).
2016: Em março, o clube estabelecido como “novo rico” graças ao segundo mecenato consecutivo, agora de Leila Pereira, sofre um dos maiores vexames de sua história ao tomar uma goleada do inexpressivo Água Santa: 4×1, fora o baile, e já com um dos melhores elencos da américa latina.
2017: O clube declarou por meio de Alexandre Mattos que o objetivo do ano era a Libertadores, mas caiu ante o fraco Barcelona (não o de Messi e sim o do Equador…). A contratação de Borja virou meme por conta da certeza de que a torcida teve de que um craque colossal estava aportando no Parque. Mas se a questão é resultado elástico, teve o 3×0 para a Ponte Preta de orçamento 21 vezes inferior que causou a eliminação no Paulista e fez o ano fechar sem títulos.
2019: Outro 3×0, dessa vez para o Flamengo. O placar pouco dilatado perto dos demais dessa lista esconde uma situação: o Flamengo humilhou o Palmeiras em campo, com uma atuação que merecia pelo menos um placar de mão cheia. De positivo dá pra afirmar que pelo menos nos desde 2017 o time não toma goleadas superiores a 3×0.
…
2024: A presidente do Palmeiras (e mecenas do clube) dá uma entrevista bombástica esmigalhando a instituição, alegando que sem ela o clube voltaria à época pré 2015, que antes dela aportar dinheiro em forma de patrocínio e empréstimos a maior emoção que o clube tinha era saber se ia cair pra segundona ou não… lamentável. Pelo lado bom, pelo menos não sofreu goleada em campo.
Ralph Luiz Solera
Latest posts by Ralph Luiz Solera (see all)
- Análise: a obra máxima do terror é The Thing? - 12/07/2022
- Na mesa: jogo de tabuleiro The Thing: The Boardgame - 11/07/2022
- Série do Obi-Wan expõe o verdadeiro problema dos SW da Disney - 02/06/2022
- Resenha: o box completo de Bone - 17/11/2021
- Piores Filmes do Mundo: Serpente Mortal (Silent Venom) - 06/11/2021
kkkkkk Seus ****** e mesmo com tanta eliminação e maior campeão do brasil
Nao esquece de colococar em 2015 campeao da copa do brasil
nao escquece tambem de colocar campeao do braisleirao 2016 com os “craques” seus ******
Puxa “Respeita”, que falta de respeito é essa? rsrs… porque a ofensa? Não é maduro o suficiente para ler um relato de fatos que depoem contra seu clube? O texto relata as goleadas sofridas pelo clube, uma fato esportivo, mas não ofendeu ninguém, não tirou sarro, não desrespeitou… sei que é difícil mas acho que se vc tentar vc consegue entender 😉
Também não entendo essa de ‘Campeão do Século’… o time ganha 1 Libertadores no último ano do Século, e fora ela tem 4 Campeonatos Brasileiros, e mesmo assim se auto-intitula o melhor do Século? Fala sério rsrs…
2 brasileiros 93 e 94
3 paulistas 93,94 e 96
1 torneio rio sao paulo 93
1 copa do brasil 98
1 copa mercosul 98
1 libertadores 99
tudo isso de 1993 ate 1999, qual clube brasileiro ganhou mais do que isso nesse periodo???
O texto fala do Século XXI e fala de rebaixamentos e goleadas, não títulos. Abs.