Crítica: As Horas Finais (These Final Hours)

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Esse post não contém spoilers.

De tempos em tempos um filme te surpreende, seja pela positiva quando você não espera muito, ou pela negativa, quando o “hype” é muito alto e o filme acaba não correspondendo.

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Obviamente a segunda é mais frequente, na era da informação e da propaganda (que é a alma do negócio como sabemos), um bom editor para um trailer pode criar boas impressões mesmo que erradas.

Já a primeira condição é mais difícil acontecer, com tantas séries e filmes, com tantas coisas para fazer/assistir, apostar em um filme que pode ser um colosso é raro, o nosso tempo é cada vez mais escasso e precioso, a maioria das vezes não vale a pena arriscar.

Meu género de filme ultimamente tem sido Sci fi (raros), Fantasia/Medieval/Épico/Aventura e Heróis (é aquilo que você já sabe, Marvel/DC), até mesmo as comédias são raridade.

Não gosto de perder tempo com filmes, e sendo esses gêneros maioritariamente filmes pipocas (blockbusters), o que foge a isso vejo sinopse trailer e etc, perder a viagem não é minha praia se tratando de filmes.

Foi lendo uma sinopse na diagonal que me deparei com These Final Hours (2013), acabei não prestando atenção e quando li evento cataclísmico e meteorito pensei “hmmm um filme Sci fi”, mas não era, aliás o cataclismo é apenas a ambientação juntamente com o cenário apocalíptico, o restante do filme é drama, e um daqueles dramas que te surpreende e desta vez, pela positiva.

O Tom é pesado desde o início, o filme deixa claro que o que está acontecendo é um evento de destruição em massa daqueles que a acontece a cada 600 milhões de anos em média, ou seja não vai sobrar muita coisa. Para você ter uma idéia fica um vídeo abaixo mostrando algo parecido com o proposto pelo filme.

O protagonista James (Nathan Phillips) se vê em um conflito interno quando resgata uma garota de nome Rose (Angourie Rice), sequestrada do pai, algo até fácil face a confusão que o mundo se encontra, das mãos de dois psicopatas. James se dirigia para uma enorme festa rave para se encontrar com sua namorada, (algumas pessoas queriam se divertir até o ultimo momento de suas vidas), mas Rose precisa se encontrar com seu pai.

Confesso que quando Rose diz que tem que se encontrar com seu pai quando tudo estiver para acabar, meu lado daydreamer, começou a falar mais alto e eu pensei: “ah isso é um sci fi, ela precisa estar com o pai, pois os dois são de outro planeta muito mais avançado e ela é a chave para ligarem um dispositivo para salvar a humanidade.”

Ledo engano, a esperança é nula, e isso vai ficando claro a medida que a história avança, e apesar do final tentar resgatar a fé no lado bom da humanidade, desprovido de egoísmo, simpático e empático, os questionamentos frequentes que são atirados violentamente na nossa cara acabam por falar mais alto.

These Final Hours não se trata de um filme extraordinário, mas vale a pena. Surpreende exatamente por colocar você contra essas questões que são difíceis de digerir.

É esse lado amargo do ser humano que é colocado na tela onde as pessoas face ao desconhecido e ao fim eminente deixam transbordar.

Questionamentos fortes e contundentes, quem somos quando ninguém nos observa? Quem somos quando a impunidade é total? Quem somos quando nada mais importa ou faz sentido algum, você manteria seus valores mesmo se tudo ruísse sob seus pés?

No fim, é essa a mensagem que o filme nos deixa, quem somos nós nas nossas horas finais quando não há esperança.

Recomendo esse filme australiano de muito boa qualidade.

Obrigado pela visita.

imagem:imdb

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Sérgio Godoy

Não gosta de mini-biografias, tenta ser roteirista e escritor, faz origamis às vezes, gosta de saber coisas e precisa ler mais, é amante de sci-fi e fantasia, RPGista aposentado momentaneamente, gamer viciado... quando não esta dando rages e reports, posta por aqui.

1 thought on “Crítica: As Horas Finais (These Final Hours)

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