Maxi-Retrospectiva 2015
O ano passado foi recheado de momentos memoráveis, e o Maxiverso reúne aqui os 7 principais deles, no Brasil e no mundo, para relembrar a todos de que alguns dos momentos vividos em 2015 com certeza estarão nos livros de História muito em breve:
2015 foi um ano de retomada de ataques terroristas em larga escala ao redor do mundo. Os de maiores repercussões ocorreram na França, em Paris (o primeiro foi em Janeiro, quando os terroristas mataram 12 pessoas e feriram outras 5 na sede do execrável ‘jornal’ francês Charlie Hebdo*, e o segundo ocorreu em Novembro quando terroristas atacaram vários pontos da Cidade Luz). Causaram menos comoção – injustamente – outros atentados de 2015, ocorridos em Ancara, Bamako, Bardo, Beirute, Garissa, Copenhaguem, Sousse, Suruç, Saint-Quentin-Fallavier, Kuwait, Baga e Charleston, além do voo Metrojet 9268. Ao contrário do previsto na década anterior, parece que as atividades terroristas, ao invés de diminuírem, estão aumentando com o passar dos anos, o que evidencia a incapacidade dos países ocidentais em combater as organizações terroristas.
Não foi só no Brasil, mas sim em vários países do mundo, que a crise hídrica – iniciada em 2014 – deu as caras. Aqui em terras tupiniquins, o Estado mais afetado foi São Paulo, cuja situação chegou ao ponto de falta de água em algumas cidades – incluindo pontos da capital – e implantação de racionamento oficial. Como medidas de urgência, a Sabesp passou a usar o volume morto do sistema Cantareira e diminuiu a pressão nos encanamentos (uma medida preocupante, segundos os especialistas). Nos últimos meses do ano, a alta incidência de chuvas fez a situação melhorar, e a previsão de que 2016 não será tão ruim – ainda que não chegue a ficar cômodo – não esconde as falhas de planejamento e investimento nos sistemas hídricos do Estado e do país, nas últimas décadas.
Iniciada em 2014, com a deflagração da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, a crise política chegou ao ápice na segunda metade de 2015, com prisões, indiciamentos e investigações de vários políticos de primeiro escalão – incluindo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha – além de um pedido oficial de impeachment contra a presidente Dilma Roussef. O problema nas contas públicas – agravado pelo encorpamento do déficit fiscal e pelas “pedaladas” apontadas pelo TCU – deixou o clima no Congresso ainda mais tenso e o que vimos no final do ano foi a pior condição política do Brasil e a maior crise institucional dos três poderes desde os tempos de Fernando Collor.
Rompimento das barragens de Mariana:
A maior tragédia ambiental do Brasil em toda sua história na verdade não foi um acidente, já que as investigações mostram – até aqui – ter havido negligência da mineradora Samarco no trato com a manutenção da barragem e no modo como lidou com os laudos recebidos previamente ao desastre. O mar de lama que saiu das barragens rompidas devastou localidades de Mariana e Bento Gonçalves, chegando depois à Barra da Lagoa e seguindo até o mar, no litoral do Espírito Santo. No caminho, destruiu o Rio Doce e alguns afluentes, além de outros rios menores, “cimentando” toda a vida animal e vegetal desses locais e impedindo o abastecimento de água em 7 cidades da região. Houve mortos nos locais por onde a lama passou, e muitos ainda estão desaparecidos, além da economia local nessa região ter sofrido uma queda abrupta.
Migrações oriundas das guerras no Oriente-Médio:
2015 proporcionou imagens chocantes de fugitivos das guerras no Oriente-Médio que tentaram – muitos conseguiram – chegar à Europa, em uma inversão histórica de ações, já que as maiores migrações ocorridas no planeta anteriormente foram justamente de europeus que fugiram do Velho Continente durante as duas Guerras Mundiais. Diferentemente daquela época, no entanto, os asiáticos e africanos encontraram diversas barreiras para entrar na Europa, e muitos daqueles que conseguiram pisar em terra firme foram devolvidos aos seus países, sem falar nos milhares de mortos durante as tentativas de travessia do Mar Mediterrâneo. Dezenas de milhares de pessoas morreram nas tentativas de fuga do sudeste asiático, do Oriente-Médio e do norte da África, enquanto que cerca de 400 mil conseguiram chegar à Europa.
O maior fenômeno cultural do Ocidente voltou com força total em 2015, seja pela expectativa gerada ao longo do ano, seja pelo lançamento propriamente dito do filme Star Wars – Episódio VII: O Despertar da Força. Récordes históricos na pré-venda de ingressos e depois nas bilheterias confirmaram as previsões de que o sétimo Star Wars deve se tornar o maior vendedor de ingressos de todos os tempos da 9ª Arte, coroando um retorno épico da franquia que originou todas as franquias, e sedimentou o formato atual do cinema moderno, inaugurando o nerdismo nos moldes atuais (saiba mais sobre isso aqui). O filme ajudou o mercado de cinema dos EUA a conseguir seu melhor resultado em bilheterias na sua História e reacendeu o mercado de colecionáveis e de itens relacionados às franquias cinematográficas. A Força está de volta.
Como se não bastasse a dengue, outro vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o ZIKV, o “Zika Vírus”, se mostrou ainda mais grave e preocupante, já que – ao que tudo indica – é capaz de causar microcefalia nos bebês de gestantes infectadas. O quadro de epidemia que já é comum no país (que se mostra incapaz de erradicar o mosquito) ganha contornos ainda piores com a disseminação do Zika, já que as consequências agora afetam bebês, de forma permanente. Pra finalizar o quadro gravíssimo, o Zika ainda causa problemas de paralisia temporária em idosos, cujas sequelas após a melhora dos sintomas ainda são desconhecidas.
Ralph Luiz Solera
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