Resenha: Guerra do Velho
Título: Guerra do Velho
Título original: Old Man’s War
Autor: John Scalzi
Editora: Aleph
Ano: 2005
Tradução: Petê Rissati
Páginas: 360
Faremos hoje algo ainda inédito no Maxiverso: uma preview. O alvo dessa primeira experiência? Um dos mais recentes lançamentos da Editora Aleph, Guerra do Velho.
Se você acompanha qualquer site de cultura pop ou está por dentro do mercado literário brasileiro, já deve ter ouvido falar nesse livro. Lançado no final de abril no Brasil, Guerra do Velho foi massivamente divulgado nas mais variadas mídias. John Scalzi, autor da obra, não era muito conhecido pelos leitores brasileiros (com as raras exceções de quem já acompanhava livros de fantasia e ficção científica), mas escreve há mais de dez anos e já firmou seu nome no mercado literário americano.
Presenciar a ascensão de um autor contemporâneo dentro de um segmento onde reinam apenas os clássicos é, no mínimo, revigorante. É muito comum a qualidade das obras de autores mais recentes ser questionada, e podemos responsabilizar tanto as editoras, que visam o lucro desenfreado e sacrificam a a integridade da obra em prol disso, e o próprio público, que entrega de mão beijada o monopólio da ficção científica aos autores de sempre, como Philip K. Dick, William Gibson, Arthur C. Clark, dentre outros.
Mas por que Guerra do Velho se sobressaiu? Por que, atualmente, John Scalzi é um dos autores mais badalados dos Estados Unidos? Descubra a seguir!
Tudo a seu tempo…
Ao enxergar todo o panorama que resume a obra de John Scalzi até os dias de hoje, concluo que o autor teve tempo para amadurecer e definir bem seu estilo. Tudo bem que ele ganhou notoriedade com seus primeiros livros (o próprio Guerra do Velho, que saiu nos Estados Unidos em 2005, garantiu a indicação de Scalzi a “Novo Autor” no prêmio John W. Campbell), mas o reconhecimento da crítica se materializou apenas em 2013, com a conquista do prêmio Hugo.
De 2005 até os dias de hoje, Scalzi escreveu nove livros que se passam no mundo de “Guerra do Velho”, além de diversos outros romances a parte. O que me chamou a atenção ao abrir as primeiras páginas do livro foi a naturalidade com que a história era contada. Geralmente, consigo notar quando um autor está preparando terreno para apresentar um personagem ou descreve alguma situação para nos ambientar. Scalzi, entretanto, nos faz mergulhar de cabeça no mundo de John Perry, um senhor de 75 anos que se alistou para as Forças Coloniais de Defesa depois de perder a esposa, sem hesitar.
Ora, mas como assim? Um senhor de 75 anos indo para a guerra? E que guerra é essa, afinal? Com apenas algumas linhas, John Scalzi lança essas perguntas e nos deixa curiosos para desvendá-las. Ao invés disso, porém, mais dúvidas surgem em nossas cabeças, e a maestria com que o autor conta sua história faz com que avancemos mais e mais no livro. Guerra do Velho tem a proeza de nos manter interessados mesmo quando está apenas criando uma trama para apresentar ao leitor. Mérito único e exclusivo do autor, temos que admitir!
Para situar quem ainda não conhece muito bem a história de Guerra do Velho, segue a sinopse oficial, divulgada pela própria Editora Aleph:
“A humanidade finalmente chegou à era das viagens interestelares. A má notícia é que há poucos planetas habitáveis disponíveis – e muitos alienígenas lutando por eles. Para proteger a Terra e também conquistar novos territórios, a raça humana conta com tecnologias inovadoras e com a habilidade e a disposição das FCD – Forças Coloniais de Defesa. Mas, para se alistar, é necessário ter mais de 75 anos. John Perry vai aceitar esse desafio, e ele tem apenas uma vaga ideia do que pode esperar.”
Interessante, não é? Mas vamos deixar a premissa de lado e ir ao que interessa…
Primeiras impressões de Guerra do Velho.
Pude ler as primeiras páginas do livro e, como me referi acima, gostei bastante da maneira com que Scalzi apresenta seu mundo ao leitor. E o que mais?
Bem, vamos para a experiência completa… Primeiramente, a Aleph presentou o Maxiverso com esse kit super bacana, que conta com uma ecobag tematizada, um poster nos convidando a nos juntar as Forças Coloniais de Defesa – e, olha, com uma arte dessas, eu quase fui… só faltou eu ter 75 anos mesmo 😉 – e outras coisitas más… Deem uma olhada!
Outra coisa que me chamou a atenção foi, novamente, a qualidade da arte da capa, a diagramação e a fonte escolhida para o livro, tudo muito agradável para os olhos. O avançar de páginas é rápido, o que causa no leitor a sensação de que está seguindo em frente com rapidezf. A história possui um ritmo bem diferente, pois permite que o protagonista narre sua própria epopeia espacial. Os momentos de dúvida dele representam as dúvidas também dos leitores, e o novo mundo que nos é apresentado é formulado a partir do olhar de John Perry, que não passa de um senhor que está no fim da vida e não tem muito mais que esperar dela.
Mas… Por que as tropas de defesa aceitam velhotes como John Perry no seu exército? Bem… Ao que me parece, a FCD possui uma tecnologia misteriosa que é capaz de rejuvenescer um humano – e é justamente por isso que muitos idosos aceitam se alistarem. Inclusive, estou num ponto da história onde outro personagem questiona se isso realmente é possível. A resposta ainda não foi dada, mas sinto que logo logo ela deve surgir (e eu vou contar pra vocês assim que descobrir).
Em suma, Guerra do Velho representa uma leitura obrigatória para qualquer fã de um bom livro. Para os mais saudosistas da ficção científica, uma curiosidade: John Scalzi admitiu se inspirar muito em Robert Heinlein, autor de Tropas Estelares. E se você é fã de blockbusters e adaptações para a tv ou cinema, tenho mais novidades: Guerra do Velho será adaptada para uma série de TV, que deve estrear ano que vem no canal Sy Fy, e também para o cinema! A Paramount já comprou os direitos da obra e, ao que tudo indica, teremos algumas novidades nos próximos dois anos.
Tá parecendo promissor? Então vou finalizar a publicação de hoje com uma informação DAQUELAS: de tão popular com o público americano, John Scalzi fechou um acordo milionário com a Tor Books (milionário mesmo, ultrapassando a marca de 3 milhões de dólares) para escrever mais treze livros num período de dez anos. Isso significa que ouviremos falar muito no autor nos próximos anos – e eu mal posso esperar pelo que está por vir!
A dica do Maxiverso? Leia Guerra do Velho! Quer ficar mais por dentro do livro? Então fique ligado no nosso site, porque estamos programando para o mês que vem uma resenha completa de Guerra do Velho. Tá bom, ou quer mais?
Você quer mais, né? Não tem problema! Se ainda não teve a chance de conferir o livro, veja a seguir a arte da obra que tanto elogiei acima! Com ela, ficamos por aqui! Até a próxima!
Marcus Colz
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a principio não me parece nada de mais… me lembra varias outras sci fi do genero, como Tropas Estelares e Ender’s Game… com pequenas variações… mas ta fazendo sucesso especializado, ou seja, parece ter qualidade sim… vou me arriscar!
Já esperava que você fosse falar um pouco sobre esse livro. Quando o vi pela primeira vez, fiquei curioso. Li algumas coisas sobre e agora vou esperar pela resenha completa.
Devo dizer que o tema é interessante, mas ainda fico receoso para comprá-lo. Acho que tem margem para trabalhar duas questões que muito se discute: velhice e guerras. A idade virou um fator econômico, sinônimo de produtividade. Ou seja, ao propor rejuvenescer seus idosos, esse mundo propõe reinseri-los em uma ordem capitalista de produtividade. Pelo que entendi, eles vão “produzir” em um contexto de guerra… Eu preciso parar pra pensar mais nesse ponto e, por isso, estarei esperando, ansiosamente, pela resenha.