Top 7 jogos mais famosos do Atari
Lançado nos EUA pela Atari em 1977 (e no Brasil em 1983), o Atari 2600 é o maior responsável pela popularização dos videogames ou consoles de jogos na cultura pop mundial. Conhecido popularmente apenas como “Atari” – o que o transformou no símbolo da própria empresa – o aparelho tem números quase inacreditáveis (principalmente se considerarmos o mercado dos anos 80 e 90) com mais 40 milhões de unidades vendidas durante seus 14 anos de vida útil, cerca de 3 vezes mais que a vida útil média dos consoles, e milhares de jogos (os famosos “cartuchos”) produzidos oficial e extra-oficialmente.
Uma das muitas curiosidades eram as ilustrações das caixas e rótulos dos cartuchos, bem como manuais e/ou folhetos, quando estes existiam, pois os mesmos nos davam uma noção visual mínima do tema do jogo, já que na tela os gráficos (jurássicos se comparados mesmo com os primeiros consoles “poderosos”, como o Master System) pouco nos deixavam imergir no cenário idealizado, ficando quase tudo por conta da imaginação de quem jogava.
Vejamos agora os 7 mais famosos jogos do Atari:
Foi um dos games que depois apareceu em outros consoles, teve outras versões e inspirou diversos outros títulos posteriores, basicamente criando o segmento de jogo do tipo “plataforma”. Criado pelo lendário Shigeru Miyamoto (foi seu primeiro sucesso comercial), é o arcade mais vendido da História (mais de 40 milhões de unidades). Originalmente fabricado pela Nintendo, Donkey Kong foi levado à Atari pela Coleco, e tem como grande curiosidade o protagonista, chamado então de “Jumpman”, que na verdade era o Mario dos futuros novos games da série Mario Bros. O objetivo do jogo era resgatar a donzela Pauline, que havia sido seqüestrada por Donkey Kong, passando por telas com níveis de dificuldade crescente, nas quais Kong tentava impedir o resgate através de armadilhas, barris e outros obstáculos, que deviam ser pulados ou desviados para serem evitados.
Apesar de muito famoso no Brasil e na Europa, não era um campeão de vendas nos EUA, talvez por retratar carros diferentes dos estilos “Nascar”, os preferidos dos norte-americanos. Produzido pela Activision, tornou-se o primeiro game popular de corrida de automóveis, e tinha gráficos bons para a época, mostrando a tela de maneira que se simulavam duas dimensões (lembrando que a maioria dos games rodava em 1D) graças às noções de profundidade e escala conseguidos pelos programadores. O objetivo era dirigir por estradas cada vez mais difíceis, desviando dos outros concorrentes (evitando-se as odiadas batidas nas traseiras adversárias). Os momentos mais “temíveis” do game ocorriam quando escurecia e a tela ficava preta, deixando apenas uma parte da visibilidade para o jogador, em uma simulação de queda de visibilidade e de alcance de faróis. Sensacional.
Com o nome original sendo um sigla (H.E.R.O.), tem grande parte de seu sucesso devido ao fato de que se tratou, na época, de uma pequena revolução gráfica em comparação com os games até então lançados, além da inovação em termos de enredo, sendo até hoje considerado um dos mais inventivos games já criados. Apesar de toda sua qualidade, o jogo foi lançado no ano da quebra do mercado de videogames dos anos 80, quando as vendas despencaram e houve fechamento de quase todas as produtoras de cartuchos, de modo que não teve alta vendagem, vindo a ser apenas posteriormente reconhecido como um dos melhores games de todos os tempos, principalmente por colecionadores. Produzido pela Activision (a melhor criadora de games do Atari), apresentava missões a serem cumpridas pelo protagonista, o primeiro “herói’ dos jogos eletrônicos, no primeiro caso de física crível e level design da História.
O mais famoso dos games de tiro do Atari (mais popular que o Demon Attack, por exemplo), Megamania era bastante simples (mas não simplório), constituindo-se no controle de um canhão móvel, que lhe permitia atirar em naves inimigas que se moviam cada vez mais rápidas conforme o jogador avançasse de fase. Além da velocidade, outro fator de dificuldade era a distância dos inimigos, que ia diminuindo (as naves abaixavam cada vez mais, encurralando o protagonista). Viciante, o jogo foi inovador para a época, marcando o segmento de shooters com um sucesso até então inédito. A curiosidade fica por conta da história do jogo: o suposto canhão, na verdade, era uma nave tipo Klingon (de Star Trek) e as supostas naves adversárias eram – acredite – objetos encontrados pelo caminho, como biscoitos, hambúrgueres, pneus e outras coisas bizarras (o que não explica os tiros inimigos).
O jogo mais popular da História – muito provavelmente – e, por consequência, o mais popular do Atari. Também conhecido como “Come Come” no Brasil, Pac-Man mostrava vários níveis de dificuldade para quem comandava o protagonista em um labirinto onde o objetivo era conseguir comer o máximo de waffles possíveis, evitando os “inimigos” fantasmas. O detalhe bacana do jogo eram as “pílulas” de poder ou força, como as chamávamos, que normalmente ficavam nos cantos do mapa, e que permitiam ao protagonista, quando as ingeria, ficar forte o suficiente para comer também os fantasmas (que ficavam fugindo do Pac quando este estava poderoso). Trata-se do maior clássico dos antigos consoles, e o símbolo de toda uma geração de videogames. A simbologia de sua existência transcende o mundo dos games e acaba retratando também uma época e um estilo de vida.
Um dos maiores sucessos da Atari, juntamente com Donkey Kong e River Raid, esse game de gênero plataforma criado pela Activision aperfeiçoou tudo o que Donkey Kong havia inaugurado. As aventuras do protagonista tinham cenários mais elaborados, com vários níveis físicos (incluindo um subterrâneo que metia medo na criançada por conta de um escorpião, mas que servia de atalho na proporção de 3 pra 1 em relação à superfície) e geravam uma inquietação até então inédita entre os jogadores, que simplesmente não sabiam se o jogo tinha um final, já que na época não existia esse esclarecimento. No game, Pitfall Harry tem 20 minutos e 3 vidas para achar os 32 tesouros disponíveis, porém para chegar a eles precisará passar por vários obstáculos, incluindo lagos cheios de jacarés (sendo que os lagos com 3 jacarés e nenhum cipó para auxiliar a travessia eram o mais difíceis e perigosos).
O maior sucesso comercial do Atari 2600 e pai do vertical shooter (ou shoot’em up) e do checkpoint foi mais um feito memorável de programação da Activision, a começar por ter sido criado por uma mulher – Carol Shaw – em uma época em que elas mal jogavam, quanto mais programavam games. No jogo, controlava-se um avião em um cenário de guerra, na qual praticamente tudo podia ser destruído, incluindo os “postos de combustível” e um avião branco que passava pela tela na horizontal e dava muitos pontos. Inovador por conta das cores, qualidade dos gráficos e quantidade de elementos em tela, o game só foi possível de ser produzido porque Shaw ao invés de desenhar as telas usou um algoritmo que as criava dinamicamente, o que propiciou 256 (!) telas nos exíguos 4kb de ROM dos cartuchos da época. Ao contrário do que diz a lenda, o jogo tem um final, na qual a pontuação máxima faz o protagonista explodir.
Obviamente diversos jogos famosos como Adventure, Combat, Demon Attack, Space Invaders, Pong, e outros, ficaram de fora da nossa lista, já que tradicionalmente fazemos um “Top 7”, mas nesse post da Superinteressante podem ser vistos os 40 jogos mais famosos do Atari, que praticamente inaugurou o mercado mundial doméstico de consoles, que propiciou o crescimento do setor anos depois, com Master System, Super NES e, claro, o PlayStation.
Bônus: veja nesse site um pouco da história do Atari no Brasil.
Ralph Luiz Solera
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que maravilha de post… faz a gente lembrar de coisas que havia esquecido décadas atrás… parabens!!! valeu meu dia!!! até salveis os gifs pra mostrar pro meu filho, com quem eu jogava Atari qd ele tinha 7 anos…
muito legal. o Atari foi meu primeiro vídeo game e isso no inicio dos anos 90.
escorreu um suor hetero do meu rosto aqui ao ler esse texto e relembrar as horas boas que passei com meu pai jogando esses jogos… obrigado por propiciar isso!