Star Trek – Uma Jornada além das Estrelas – Parte 10
Star Trek : O retorno inevitável de uma jornada espacial na telinha.
Desde o cancelamento de Star Trek: Enterprise em 2003, e posteriormente a divisão dos direitos de cinema e TV, entre a Paramount e a CBS, respectivamente no ano seguinte, houve algumas tentativas nos anos vindouros de trazer a série de volta à televisão, com ideias de produtores, diretores, atores e pessoas ligadas ao entretenimento e até fãs, mas todas as tentativas foram barradas pela rede de TV CBS, que achava que a franquia deveria se manter longe da telinha por um longo período de tempo, para que as pessoas voltassem a sentir um novo apelo real e lucrativo novamente com o passar dos anos.
Anos frustrados – as várias tentativas de relançar Star Trek na TV (2004 – 2016)
Entre vários projetos que podemos citar, está o de J. Michael Straczynski, conhecido por ter criado a aclamada série sci-fi Babylon 5 e por ter roteirizado uma fase famosa do Homem-Aranha nos quadrinhos. Grande fã de Star Trek, Straczynski, junto com o produtor Bryce Zabel (Dark Skies) tentaram, na marra, entre 2004 a 2005, emplacar um projeto de revitalização da franquia Jornada nas Estrelas na televisão.
Eles divulgaram as ideias para quem quisesse ouvir, convocaram internautas a inundar a Paramount de mensagens… E no fim, o estúdio quebrou a insistência dos dois. Sem sucesso, em 2006, Zabel postou na internet o rascunho de roteiro, batizado Star Trek: Re-Boot the Universe, que tinha quatorze páginas. O projeto reimagina o mundo da série clássica, enfocando apenas nos três personagens principais: Kirk, Spock e McCoy. A ideia era mostrar os primeiros cinco anos de aventuras da U. S. S. Enterprise, com novas histórias e novo elenco, fazendo o que normalmente acontece nos quadrinhos, ou seja, criando um universo separado para se aproveitar das coisas boas, banir as ruins e tentar algumas coisas novas, segundo Zabel.
Paralelamente a isto, o diretor Bryan Singer (X-Men), em 2005, começou a desenvolver, junto com o roteirista Christopher McQuarrie (Missão Impossível) e Robert Meyer Burnett, uma nova série chamada Star Trek: Federation, passada no ano 3000, na qual a Federação de Planetas está em declínio e tenta se reerguer. O projeto foi finalizado em 2006 após apresentação à CBS, que rejeitou a ideia, como tinha feito com as ideias anteriores.
Outro que tentou ressuscitar Star Trek foi o eterno Capitão Kirk, o ator William Shatner. Em 2005, em entrevista ao site WENN, o ator falou: “Estou escrevendo uns livros sobre a adolescência do Capitão Kirk e Spock, como um prelúdio. É também uma ideia para a [rede de TV] CBS usar como a nova série de Jornada nas Estrelas“. O projeto morreu quando o ator recebeu uma negativa da CBS.
Em 2006, a CBS chegou a considerar retornar Star Trek… como uma série animada de TV! O projeto chegou a ser desenvolvido pelo produtor David Rossi, na tentativa de pegar carona no sucesso da incrível série animada Star Wars: Clone Wars. A série, que colocaria uma nova equipe de personagens no século XXVI, consistiria primeiramente em uma temporada de episódios curtos, de seis minutos cada, que seria veiculada na internet. Em entrevista ao site, Rossi diz não acreditar que a franquia precise de um tempo para se renovar: “Nós só queríamos dar um novo ânimo em Star Trek e mantê-la viva nos olhos das pessoas”. Um esboço e desenhos dos personagens chegaram a serem divulgados na imprensa, criados pela Zero Room Productions.
Na história divulgada: no ano de 2528, o Capitão Alexander Chase, novo comandante da Enterprise, parte com sua tripulação para novas aventuras, sempre em busca de novas fronteiras, especialmente depois da devastadora guerra contra os Romulanos que abalou a Federação. A CBS encomendou à Zero Room que desenvolvessem testes de artes conceituais e roteiros para cinco mini-episódios. Por fim, a emissora desistiu do projeto.
Outro que tentou tirar uma série da TV da gaiola foi o ator Seth McFarlane. Em 2011, em entrevista ao The Hollywood Reporter, o criador de Family Guy disse: “Não sei quem me daria as chaves do carro“, disse ele. “Mas eu adoraria ver essa franquia revivida para a televisão da mesma forma que nos anos 90: histórias muito bem escritas e inteligentes que transcendem o público de ficção científica”. Pelo visto, com as negativas da CBS, McFarlane, resolveu criar sua própria série espacial, The Orville, lançada oficialmente pela FOX em 2016 e que ainda está sendo exibida.
Também em 2011, o escritor David Foster um dos criadores do site 1947 Entertainment, falando em uma convenção em Las Vegas, disse que sua produtora estava desenvolvendo a algum tempo uma nova série de TV baseado em Star Trek. Ele disse “Em 2006, Kevin Severson e eu co-criamos a nossa ideia de uma série de Jornada que tinha o título provisório de Star Trek: S. E. T. I. Ela passou por vários estágios de desenvolvimento nos últimos anos. Em setembro de 2010, Kevin Severson morreu repentinamente após um AVC. O conceito da série está totalmente desenvolvido, sujeito a mudança de curso, com um plano serial para 5-7 anos sólidos, script-piloto e um final conceituado que pretende definir Jornada para as diferentes gerações, com biografia extensiva dos personagens, trajes, naves e design de cenários e muito mais. Esta é uma mudança drástica em termos de tratamento típico de rascunho com 8 a 10 páginas usadas para as séries anteriores de Jornada que foram aprovadas e que nem mesmo incluíam um roteiro piloto. A série é definida na era pós-Voyager, e é projetada para retornar Jornada às raízes da série original de forma grandiosa e poderosa, sem desconsiderar as outras séries e filmes. Como o longa Star Trek (2009) foi uma linha de tempo alternativa, ela não estará em conflito com qualquer canon. Os co-criadores são fãs ávidos da “visão positiva do futuro” de Gene Roddenberry e pretendem trazer Jornada de volta às suas origens, enquanto avançam com a linha do tempo, integrando os melhores aspectos de cada uma das séries anteriores“. Apesar de todo cuidado para respeitar o canon e o legado de Star Trek mostrado no projeto, a CBS novamente recusou o projeto.
Em 2012, o ator Michael Dorn (TNG e DS:9) revelou que apresentou uma proposta de uma minissérie de Star Trek tendo o seu personagem Worf como protagonista. “Eu tinha criado a ideia, porque eu amo o personagem e eu acho que ele é um personagem que não tenha sido completamente desenvolvido e não foi totalmente realizado”, revelou ao site TrekNews. Houve um interesse no projeto, embora, por enquanto, a reinicialização realizada por J. J. Abrams nos cinemas tenha precedência. “Depois que eu comecei a pensar sobre isso, tornou-se óbvio para mim que eu queria pelo menos colocá-lo para fora, e eu fiz, e a resposta tem sido incrível”, disse Dorn. “Fomos contatados por pessoas diferentes – Eu não posso dizer quem, mas posso dizer que é tudo sobre o desejo de vir a bordo e ser parte disso. Além do que, há todo o material político acontecendo com os novos filmes, com J. J. Abrams e a Paramount e todas essas coisas, eu não tenho ideia sobre o que tudo isso implica, mas é onde está a franquia agora. Curiosamente a ideia ganhou reconhecimento. Fiquei muito surpreso, estava em um filme não muito tempo atrás, onde um dos produtores fez basicamente lobby para ser parte dela. Ele disse algo do tipo: ‘Michael, eu gostaria de escrevê-lo, se você não o fizer. Então, neste momento, meus agentes e meu empresário estão olhando para todas as avenidas e tentando descobrir qual é o melhor caminho.” . Mas novamente a CBS disse não e mais esse projeto foi cancelado.
Em 2015, falando na convenção canadense Fan Expo Regina 2015, o ator e diretor Jonathan Frakes (o Will Riker de TNG), revelou que apresentou a CBS o conceito de uma nova série de Star Trek. Mas Infelizmente, a CBS não pareceu ter qualquer interesse nela ou em outras séries.
CBS diz sim… Star Trek : Discovery é o renascimento na TV aberta
Em meados de 2010, a indústria do entretenimento, havia sofrido um grande impacto com a Internet através das transmissões de stream video. Sites como YouTube e a plataforma Netflix mudaram a forma como a indústria do entretenimento passou a produzir, exibir e vender conteúdo de cinema e TV pela web. Procurando se adaptar às novas mudanças, vários canais de entretenimento como Amazon, Apple, Disney e Paramount começaram a investir em seus próprios canais de stream nos moldes do Netflix.
Em 2011, a CBS, dona dos direitos da franquia de Star Trek na TV, concedeu licenciamento de todas séries de Star Trek (incluindo a série animada de 1973) ao Netflix para o seu serviço de streaming online (e mais tarde também para a Amazon Prime). Isto foi parte de um grande acordo da CBS com a Netflix e uma amostra de que Jornada ainda continua com prestígio na alta cúpula da empresa.
Nesta década, vários rumores sobre uma nova série, transmitida via stream começaram a aparecer na imprensa. Até um suposto interesse do Netflix em produzir uma nova série. Ao que parece, a CBS, recebeu ao longo da última década um assédio muito grande por parte dos canais de stream, e isto motivou a própria emissora a repensar suas estratégias internas com relação a série e o futuro das transmissões de seu conteúdo de mídia.
Assim, em novembro de 2015, a CBS aproveitando as notícias dos 50 anos de Star Trek a serem celebrados em 2016, anunciou o desenvolvimento de uma nova série de TV da franquia. Este desenvolvimento estava a cargo do produtor Alex Kurtzman, que ajudou a produzir e Co escrever os filmes Star Trek (2009) e Além da Escuridão (2013), junto à produtora Heather Kadin. A série seria lançada pelo novo canal de stream que a rede de TV estava desenvolvimento, o CBS All Access, negando assim o assédio de outros canais como Netflix, Amazon Prime e Showtime. Em fevereiro de 2016, foi anunciado que o roteirista Bryan Fuller (que já tinha no currículo roteiros de episódios de DS:9 e Voyager), foi anunciado como novo showrunner da nova série, na qual também foi responsável pelo piloto. Posteriormente, também se juntaram à equipe como consultores o diretor Nicholas Meyer (ST:II – A Ira de Khan e ST:VI – A Terra Desconhecida) e Rod Roddenberry (filho do criador de Star Trek, Gene Roddenberry).
No desenvolvimento da série, Bryan Fuller, definiu a nova série como antológica, com cada temporada sendo independente da outra, passando cada uma em uma época diferente da Federação. A nova série começaria como uma prequel da série clássica, e as temporadas seguintes poderiam se passar entre a Clássica e a Nova Geração, e posterior a esta última. Em vez disso, a CBS sugeriu que ele criasse um único programa serializado para ver como isso funcionava primeiro, e Fuller começou a desenvolver então o conceito de prequel da série original. Em Julho de 2016, Fuller, anunciou que a série teria 13 episódios (embora preferiria fazer apenas 10).
Em Agosto de 2016, Bryan Fuller anunciou o título da nova série, Star Trek: Discovery, que se passaria 10 anos antes da série clássica de Kirk, Spock e Cia, dentro do universo ‘Prime timeline‘ (linha de tempo original que não leva em conta os filmes produzidos por J.J.Abrams, naquela que é conhecida como ‘Kelvin timeline‘.
A CBS licenciou o canal Netflix para exibição da série fora dos EUA, incluindo o Brasil. O preço médio de cada episódio ficaria por volta dos US$ 6 a 7 milhões (valor que subiria posteriormente). Infelizmente, durante a pré-produção da nova série, Fuller acabou se indispondo por questões criativas com a produção da CBS, e resolveu abandonar o posto de showrunner, ficando creditado apenas como um dos criadores, roteirista do piloto e também atrelado como consultor criativo. Houve atrasos na produção e o lançamento em 2016, para celebrar os 50 anos de Star Trek, teve que ser adiado para começo de 2017.
Com a saída de Fuller, os roteiristas de sua equipe, Gretchen J. Berg e Aaron Harberts, assumiram como showrunners. O produtor Akiva Goldsman (Uma mente brilhante, Batman e Robin, Perdidos no Espaço), subiu a bordo, para somar ao time de produtores executivos. Mais tarde, Fuller confirmou que não estava mais envolvido com a série, mas manifestou interesse em retornar para as próximas temporadas, se solicitado.
Sob o comando de Berg e Harberts, a produção contratou novos roteiristas, e a CBS decidiu dividir a temporada em duas, sendo a primeira parte (episódios 1º ao 9º) sendo exibida entre Setembro a Novembro de 2017 e a segunda parte exibida entre Janeiro a Fevereiro de 2018 (episódios 10º ao 13º), fazendo assim com que a temporada pudesse ainda ser produzida e estendida para mais 3 episódios do que os originais 10, enquanto ainda estava sendo lançada no stream.
O elenco e trama ficaram assim: o protagonista, pela primeira vez, não seria um capitão da nave, mas uma tripulante subalterna, a Chefe de Ciências Michael Burnham (Sonequa Martin-Green), uma mulher afrodescendente, criada entre vulcanos pelo Embaixador Sarek e sua esposa Amanda, os pais de Spock, que teve sua carreira interrompida quando servia à bordo da U. S. S. Shenzhou após se amotinar com sua capitã Philippa Georgiou (Michelle Yeoh) durante um ataque klingon que acabar provocando sua morte.
Condenada a prisão perpétua em uma corte marcial, Michael Burnham é novamente reconvocada para sua surpresa, para servir na nova nave U. S. S. Discovery, sob o comando do capitão Gabriel Lorca (Jason Isaacs), um homem com um passado estranho. Completa ainda o elenco Doug Jones como Saru, um extra terrestre que é primeiro oficial de Lorca, Anthony Rapp como Paul Stamets, o Engenheiro chefe e gay, namorado do médico Doutor Hugh Culber (Wilson Cruz), e a tripulante espevitada Sylvia Tilly (Mary Wiseman).
1ª Temporada (2017-2018)
O episódio piloto foi dividido em duas partes, The Vulcan Hello e Battle at the Binary Stars, e ambos foram lançados oficialmente em stream vídeo (CBS All Access e Netflix) no dia 24 de setembro de 2017. De acordo com o Nielsen Media Research, a recepção ao piloto levou a uma audiência ‘decente’ de 9,5 milhões de espectadores apenas nos EUA. Com o lançamento pela Netflix em 188 países, houve um retorno bastante positivo para os executivos da CBS, que priorizaram a série na sua grade. A sequência de lançamento de todos os episódios da primeira temporada ficou:
The Vulcan Hello – 24/09/2017
Battle at the Binary Stars – 24/09/2017
Context Is for Kings – 01/10/2017
The Butcher’s Knife Cares Not for the Lamb’s Cry– 08/10/2017
Choose Your Pain – 15/10/2017
Lethe – 22/10/2017
Magic to Make the Sanest Man Go Mad – 29/10/2017
Si Vis Pacem, Para Bellum – 05/11/2017
Into the Forest I Go – 12/11/2017
Despite Yourself – 07/01/2018
The Wolf Inside – 14/01/2018
Vaulting Ambition – 21/01/2018
What’s Past Is Prologue – 28/01/2018
The War Without, The War Within – 04/01/2018
Will You Take My Hand? – 11/01/2018
A temporada em si apresentou Michael Burnham (Sonequa Martin-Green) em sua jornada pessoal após passar um período na cadeia onde é convidada a juntar-se à nave Discovery, enquanto parte de seu passado em Vulcano é desvendado. A série mostra as casas unidas dos Klingons envolvendo-se em uma guerra com a Federação Unida de Planetas, ao mesmo tempo que a nave Discovery, usando motores revolucionários movido a esporos, tenta desvendar todo o mistério a isso relacionado. Nesse meio tempo, somos apresentados aos tripulantes enquanto eles enfrentam os desafios do dia a dia da nave e suas missões. Em um determinado momento da jornada, a Discovery acaba indo parar no Universo Espelho, na qual o Império Terrestre é governado pela tirana Imperatriz Philippa Georgiou (Michelle Yeoh), para grande surpresa de Burhnham. A primeira temporada finaliza com um cliffhanger com o destino final do CapitãoLorca e o aparecimento da famosa…U. S. S. Enterprise!
Cada episódio lançado era acompanhado ao seu final por um programa chamado After Trek, apresentado por Matt Mira, que discutia junto com convidados do seriado como atores, produtores e roteiristas, todos os detalhes e segredos do episódio em questão.
A série teve uma aprovação de 83% no Rotten Tomatoes e 72% no Metacritic. Houve críticas sobre possíveis descaracterizações de personagens, tecnologias apresentadas nas naves e a própria aparência dos Klingons ou mesmo o fato de uma irmã adotiva terrestre da família de Spock nunca ter sido mencionada no canon anteriormente. Temas como homossexualismo também foram discutidos de forma mais direta, deixando vários fãs descontentes.
A primeira temporada chegou a ser indicada a vários prêmios (nenhum Emmy Awards), e venceu :
‘Melhor Ator de TV’ para Jason Isaacs pela revista Empire UK
‘Melhor Atriz de série de TV’ para Sonequa Martin-Green no Saturn Awards.
E um dos episódios, Magic to Make the Sanest Man Go Mad, chegou a ser indicado ao Hugo Awards (2018), sem vencer.
2ª Temporada (2019)
Satisfeita em ter relançado Star Trek com grande sucesso, a CBS deu sinal positivo para uma nova temporada. 14 episódios (um a mais que o inicialmente planejado) foram encomendados desta vez. Houve várias mudanças na produção e parte criativa da série (vários produtores não voltaram desta vez). A principal mudança foi com relação aos dois showrunners, Gretchen Berg e Aaron Harberts, que saíram por diferenças criativas com o resto da equipe. De acordo com as fontes do THR, a dupla era “verbalmente abusiva para com a equipe de roteiristas e, uma vez desafiados, desencorajavam os escritores a levarem suas preocupações aos superiores”. O co-criador e produtor executivo de Discovery, Alex Kurtzman, assumiu totalmente o controle da série. Outra mudança foi a saída de Akiva Goldsman da Produção Executiva. Nicholas Meyer, que havia sido contratado como Produtor de Consultoria, mas foi pouco usado na primeira temporada e nem teve crédito nos episódios, também não retornou na segunda temporada. Ele estava desenvolvendo uma outra série de StarTrek para a CBS, Star Trek: Ceti Alph V, sobre a vida de Khan antes de retornar no filme clássico Star Trek II: A Ira de Khan, mas este projeto não obteve sinal verde e foi engavetado.
A segunda temporada seguiu o envolvimento cada vez maior da U. S. S. Discovery e a U. S. S. Enterprise, comandada pelo Capitão Pike (Anson Mount), tentando desvendar o mistério do “Anjo Vermelho” ao mesmo tempo que Burnham e Capitão Pike tentam descobrir o que aconteceu com o jovem Spock (Ethan Peck). Pike assume a Discovery temporariamente e acaba tendo que se confrontar novamente com os talosianos e a volta de Vina (visto nos episódios da TOS: The Cage e The Menagerie), a primeira oficial NumberOne (Rebecca Romijn), também marca presença.
Desta vez, a CBS decidiu não mais apresentar os After Trek, após os episódios. Mas algumas semanas antes de lançar a segunda temporada, colocou no ar via stream, os mini-curtas chamados de Star Trek: Short Treks, pra fazer uma ligação entre a primeira e a segunda temporadas de Star Trek: Discovery. Os 4 mini-episódios desta primeira temporada foram exibidos a partir de Outubro de 2018 a Janeiro de 2019 e eram voltados a um determinado personagem de Discovery:
Runaway – Sobre a Alferes Tilly
Calypso – Passado a 1000 anos no futuro com a Discovery
The Brightest Star – O passado de Saru é apresentado
The Escape Artist – Sobre Harry Mudd
A série retornou para a segunda temporada em 17 de Janeiro de 2019, e tentou apresentar, entre outros assuntos, o balanço entre ciência e fé, além da inclusão de personagens conhecidos clássicos, o que foi tiro certeiro na audiência, com a inclusão do Capitão Pike e sua tripulação. O episódio duplo Such Sweet Sorrow foi exibido em 18 de abril de 2019. Entre outros elementos que foram incorporados nesta temporada podemos citar a presença da Sessão 31 e o retorno da Imperatriz do Universo Espelho (Michelle Yeoh). Ao final a Discovery acaba sendo enviada pra mil anos no futuro…
A sequência de lançamento de todos os episódios da segunda temporada ficou assim:
Brother – 17/01/2019
New Eden – 24/01/2019
Point of Light – 31/01/2019
An Obol for Charon – 07/02/2019
Saints of Imperfection – 14/02/2019
The Sound of Thunder – 21/02/2019
Light and Shadows – 28/02/2019
If Memory Serves – 07/03/2019
Project Daedalus – 14/03/2019
The Red Angel – 21/03/2019
Perpetual Infinity – 28/03/2019
Through the Valley of Shadows – 04/04/2019
Such Sweet Sorrow – Parte 1 – 11/04/2019
Such Sweet Sorrow – Parte 2 – 18/04/2019
A audiência reagiu positivamente às mudanças na segunda temporada, com 83% de aprovação no Rotten Tomatoes, com aprovação de 82% em média por episódio. O Metacritic, que usa uma média ponderada, atribuiu uma pontuação de 72 em 100 com base em avaliações de 10 críticos, indicando “avaliações geralmente favoráveis“.
Quanto a premiação, pela primeira vez, a série recebeu indicações para o Emmy Awards de 2019, com 4 indicações e uma vitória para o episódio If Memory Serves, na categoria de Melhor Maquiagem Protética para uma série de TV. Entre outras premiações estão 3 Saturn Awards (Melhor Série de TV, Melhor atriz para Sonequa Martin-Green e melhor ator coadjuvante para Doug Jones). Além disto a Directors Guild of Canada deu à série a premiação de Melhor Designer de Produção em série dramática pelo episódio Such Sweet Sorrow Part 2.
Com premiação e números melhores que a temporada anterior, houve uma imediata reação da CBS, que autorizou mais uma nova temporada e novos projetos envolvendo Star Trek, colocando o produtor Alex Kurtzman com total responsabilidade pela franquia Star Trek na TV (ou stream), algo que no passado foi do produtor Rick Berman. Entre os projetos estão um spin off de Discovery, Star Trek: Session 31, com Michelle Yeoh, novos episódios de ST: Short Treks para preparar a próxima temporada de Discovery (ainda sem data de estreia), o retorno de Star Trek às séries animadas, com o projeto Star Trek: Lower Decks, na qual explorará tripulantes menos importantes das naves da Federação, e ainda o projeto para o canal infantil Nickelodeon, para uma nova série animada, ainda sem título, que está sendo criada pelos Irmãos Hageman (Uma Aventura Lego), e até uma nova série de TV com a tripulação da Enterprise do Capitão Pike, Number One e Spock, aproveitando os atores que os representaram na segunda temporada de Discovery.
Star Trek: Discovery mostrou que a franquia soube aproveitar bem o espaço para as séries em canais stream, e que é possível agora, se bem administrada pela CBS, que esta Jornada ainda continue por muitos e muitos anos. Como vimos que vários projetos já estão em planejamento pelo CBS, o próximo projeto aprovado veio agradar em cheio os fãs saudosistas, Star Trek: Picard, com o retorno do ator Sir Patrick Stewart, sobre o qual falaremos futuramente…
A nossa Jornada continua em Dobra máxima… Engage!
OBS: Esta matéria ainda poderá sofrer updates à medida que as temporadas de Discovery forem finalizando.
Ricardo Melo
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aguardando o texto sobre Picard hehehe
essa é a ultima serie de ST que teve?
Era, agora temos as animações Star Trek Low Decks, Star Trek: Prodigy, e as séries Star Trek: Picard e a futura Star Trek : Strange New Word….mais estão em planejamento, aguardem novas informações pra breve…Aqui somos todos trekkers…
Ruim demais. Saudades de Star Trek Enterprise. O melhor de Star Trek Discovery são os curtas disponíveis no Netflix. Como foi possível produzirem curtas tão legais em uma série sofrível? Não dá para entender.
excelente documento sobre ST parabens
Melhor serie de FC de todos os tempos, quem discorda é hater
uau muito bom esse texto adorei parabens Ricardo
isso que é guia de Star Trek, palmas pra vcs
muito boa essa serie de posts de ST parabens to seguindo
Realmente, Star Trek ficou tão grande, que só um guia pra poder entender tudo isto…e nos próximos anos, ainda teremos muito mais coisas no cinema e TV.
adoro Jornada mas essas series pra mim viraram bagunça… tantas epocas, tantas frentes diferentes… desorganizado ao extremo…. deviam seguir sempre em uma linha unica, em frente, como era com a serie classica e depois TNG que veio, em linha do tempo, depois… e devia seguir assim
sao historias que se passam no mesmo universo trekkie so isso, para de problematizar vai
O sentimento de retorno às origens se limita ao piloto do seriado. Já no segundo episódio da temporada, Burnham consegue dar início a uma guerra entre a Federação Espacial e os Klingons, fazendo com que Discovery deixe de lado o papel de trazer Star Trek de volta às origens para se encaixar na enxurrada de séries de ação que vêm dominando a televisão americana. A sensação é de que, de um episódio para o outro, deixamos de assistir uma temporada de Star Trek para uma versão live action de Clone Wars, com os episódios focando infinitamente mais nas cenas de ação e estratégias de guerra do que na exploração espacial que, convenhamos, está mais do que sugerida no título.
to meio perdido aqui… Discovery se passa afinal em que epoca? a mesma da serie original?
Javier, se passa uns 10 anos antes das aventuras de Kirk na Enterprise. E alguns meses depois dos eventos visto em The Cage com o Cap.Pike.