Star Trek – Uma jornada além das estrelas – Parte 9

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Star Trek – O renascimento nos cinemas…

O início do século XXI parecia que a franquia Star Trek havia esgotado sua fórmula. Pela primeira vez um filme para o cinema, Jornada nas Estrelas: Nemesis (Star Trek: Nemesis) havia fracassado nas bilheterias (em 2002), não conseguido pagar seu investimento, ao mesmo tempo que uma série de TV,  Star Trek: Enterprise, era cancelada pela emissora UPN, em 2005, devido a baixa audiência, deixando a televisão sem Star Trek, algo não ocorrido antes nas últimas quatro décadas.

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Logo em seguida, mais um revés, a Viacom, conglomerado de estúdios de cinema e televisão, estava desmembrando seus setores. A parte de cinema da Paramount Studios ficaria com a Viacom, enquanto a parte de televisão, ficaria com a emissora CBS. Isto fez com que os direitos de Star Trek fossem também desmembrados entre as duas organizações, que não mais trabalhariam juntas, ou seja, cada parte daria um destino diferente à franquia, o que também significaria que o cânon de Star Trek não seguiria a mesma lógica cronológica no cinema e na TV, como foi desde o princípio da franquia.

Por tudo isso, muitos fãs pensaram que algo relacionado a Star Trek demoraria vários anos para ser produzido. Ainda mais porque Rick Berman, então chefão da franquia, chegou a apresentar um roteiro para um filme para o cinema, chamado Star Trek: Beginning, escrito pelo roteirista da mini série Band of Brothers, Erik Jendresen, que se passaria na ordem cronológica entre a série ST: Enterprise e a série clássica, mostrando a guerra com os Romulanos, mas a Paramount Pictures rejeitou  o roteiro e de quebra dispensou Berman de comandar Star Trek após 19 anos, 4 séries de TV e 4 longas metragens… mas isso não quis dizer que a Paramount não estava mais interessada em Star Trek.

Em 2006, durante o aniversário dos 40 anos da franquia espacial, a Paramount Pictures anunciou que um novo filme para o cinema seria produzido nos próximos anos. Eles convidaram os roteiristas do filme Missão Impossível III, Roberto Orci e Alex Kurtzman, para criar uma nova história. Eles abordaram o diretor e produtor J. J. Abrams (Lost, Alias, Felicity, e anos depois, Star Wars) para se juntar ao projeto, e ele só aceitou em 2007 após muita relutância. A companhia Bad Robot Productions de Abrams iria produzir o filme, tornando-se a primeira empresa a financiar um filme de Star Trek junto com a Paramount, e posteriormente, a produtora Spyglass Entertainment também se juntou como parceira financiadora. Por fim, J. J. aceitou a direção do novo filme e começou a formar um novo elenco.

Star Trek (2009)

Sinopse: A bordo do USS Enterprise, a nave mais sofisticada já construída, uma tripulação de novatos embarca em sua viagem inaugural, que é atrapalhada por Nero, um comandante que veio do futuro cuja vingança ameaça toda a humanidade. Para que os humanos possam sobreviver, James T. Kirk, um jovem oficial rebelde, e Spock, um vulcano friamente lógico, devem superar a rivalidade que há entre eles e encontrar uma maneira de derrotar Nero antes que seja tarde demais.

Produção: Com a direção de J. J. Abrams e roteiro de Roberto Orci e Alex Kurtzman, foi decidido que o novo filme deveria retratar os personagens da série clássica, em um momento que ainda não havia sido explorado no cinema e TV, quando eles se conheceram e partiram para suas primeiras missões. Antes que os fãs pudessem chiar, já que novos atores iriam interpretar personagens clássicos e estabelecidos, foi criada uma nova linha temporal, para não apagar do cânon o que havia sido criado anteriormente desde então.

A ideia dos roteiristas era trazer um vilão do futuro, mais precisamente do século XXIV, na época de Picard, que volta um século no passado, com uma nave tecnologicamente muito avançada e provoca alterações na linha de tempo criando uma nova, após a destruição da nave U. S. S. Kelvin. Este evento muda completamente a linha de tempo definida pela série clássica, os filmes para os cinemas e as séries spin offs seguintes. Como foi criado uma linha de tempo paralela a original ela foi batizada de “Timeline Kelvin”, e será explorado pelos filmes posteriores de cinema produzidos pela Paramount, com ajuda de quadrinhos e livros lançados após o lançamento do filme, mas a linha do tempo clássica fica mantida inalterada. Ou seja, nada se perdeu e todos ganharam com isso!

jjabrams Star Trek - Uma jornada além das estrelas - Parte  9
Diretor e Produtor J.J.Abrams com a nova tripulação da Enterprise

Com uma nova história definida, começou então a montagem do elenco. Jovens atores, com características físicas dos originais foram chamados após uma procura muito grande em Hollywood. O ator Chris Pine assumiu o manto e a responsabilidade de ser James T. Kirk, um cadete da Frota Estelar que se torna capitão da Enterprise rapidamente. Zachary Quinto ficou definido como Sr. Spock, Karl Urban como Dr.McCoy, Zoë Saldaña como Tenente Uhura, Simon Pegg como o Engenheiro Chefe Sr. Scott, John Cho como o piloto Sr. Sulu e Anton Yelchin como o jovem navegador Sr. Checov (detalhe, desta vez, o ator era realmente um russo de verdade!).

E ainda ao elenco foram adicionados o ator Bruce Greenwood que faz o antecessor de Kirk, Capitão Pike e o vilão do filme, Eric Bana, como Nero, que volta no tempo para infernizar e destruir o passado como forma de vingança. E a maior surpresa de todas, o retorno do ator Leonard Nimoy, como lendário Embaixador Spock, como visto no seriado ST:TNG, agora retornando ao passado para tentar deter Nero. O elenco ainda contou com a atriz Winona Ryder e o ator Ben Cross, como os pais de Spock.

As filmagens de Star Trek começaram no dia 7 de novembro de 2007 e terminaram em 27 de março de 2008, com a segunda unidade seguindo até abril de 2008. Filmagens ocorreram nos estúdios da Paramount em Los Angeles, sendo que também ocorreram filmagens  na prefeitura de Long Beach na Califórnia em San Rafael, Swell em Utah e na Universidade do Estado da Califórnia em Northridge, esta última usada como locação para a Academia da Frota Estelar. Bakersfield na Califórnia, serviu de locação para a casa de infância de Kirk em Iowa. O estacionamento do Dodger Stadium em Los Angeles foi usado como a superfície de gelo do planeta Delta Vega e também para a perfuratriz romulana. Os cineastas mostraram interesse na Islândia para as cenas que se passam em Delta Vega, porém acabaram abandonando a ideia; algumas cenas com neve foram filmadas no sul da Califórnia. Cenas do exterior de Vulcano foram feitas nas Vasquez Rocks, uma locação usada em vários episódios da série original. Uma fábrica da Budweiser em Van Nuys foi usada como a engenharia da Enterprise, enquanto uma usina de energia em Long Beach serviu como a engenharia da Kelvin.

Na pós-produção, os efeitos especiais foram adicionados por algumas das principais empresas de Hollywood, a Industrial Light & Magic e a Digital Domain estavam entre as várias companhias que criaram os mais de mil planos com efeitos visuais do filme. Os supervisores de efeitos visuais foram Russell Earl e Roger Guyett, com este último tendo anteriormente colaborado com Abrams em Mission: Impossible III e também atuado como diretor da segunda unidade em Star Trek. Abrams evitou o máximo possível filmar usando apenas telas azuis ou verdes pois elas “o deixavam insano”, em vez disso usou-as para aumentar a escala dos cenários e das locações.

Star Trek foi o primeiro filme da Industrial Light & Magic a usar apenas naves digitais. Abrams queria que a Enterprise fosse uma mistura do desenho da série original e o desenho reformado dos filmes. O diretor tinha boas memórias sobre a revelação da nave em Star Trek: The Motion Picture pois tinha sido a primeira vez que ela pareceu real e tangível. Ele comentou que “Se você vai fazer Star Trek, há muitas coisas que você não pode mudar. A Enterprise é uma marca visual para muitas pessoas. Então se você vai fazer a Enterprise, é melhor que ela pareça com a Enterprise, porque de outra forma, o que você está fazendo?“. A cientista planetária da NASA, Carolyn Porco, foi escolhida como consultora sobre as imagens e ciências espaciais.

Os efeitos sonoros foram criados pelo lendário Ben Burtt (Star Wars). Ele inicialmente foi chamado por Abrams para a exibição de um corte bruto do filme, oferecendo alguns conselhos e ideias para a equipe que o levaram a ser convidado a participar da produção. O projetista acabou sendo creditado como “Efeitos Sonoros Especiais e Montagens”, trabalhando em mais de quatrocentos sons, além de projetar e pré-mixar diversas das sequências do filme. Burtt afirmou que adorava os sons da série original, comentando que “Eles articulavam sons para toda a nave – cada sala soava diferente, e cada peça de equipamento tinha um som único […] Se alguém apertava um botão no console, ele fazia uma pequena melodia musical. Havia uma sensibilidade na criação das coisas que tinham um sentimento emotivo para eles“, algo que influenciou muito seu pensamento na criação dos efeitos deste filme.

A trilha sonora de Star Trek foi composta por Michael Giacchino, o colaborador mais frequente de Abrams. O compositor admitiu uma pressão pessoal ao escrever a trilha sonora: “Eu cresci escutando todas aquelas músicas maravilhosas [de Star Trek], e isso em parte me inspirou a fazer o que eu faço […] Você entra assustado. Você espera fazer o seu melhor. É uma daquelas coisas onde o filme irá me dizer o que fazer“. Giacchino incorporou na trilha parte das músicas criadas pelo compositor original de Star Trek, Alexander Courage.

Com o filme finalizado, ele foi lançado oficialmente nos cinemas em  8 de maio de 2009. Ao custo de US$ 150 milhões, o maior valor já gasto em uma produção de Star Trek para os cinemas, e conseguiu ser um sucesso de bilheterias, arrecadando US$ 385.680.446,00 (sendo que boa parte na bilheteria doméstica, US$ 257 milhões, e o restante, na internacional) a melhor arrecadação de filmes Star Trek até então.

O longa foi indicado a 4 Oscars: Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som, Melhores Efeitos Visuais e Melhor Maquiagem para Barney Burman, Mindy Hall e Joel Harlow, que acabou vencendo pela primeira vez na história da franquia.

Os outros prêmios e indicações: Três indicações aos Prêmios Empire, vencendo Melhor Ficção Científica/Fantasia, Prêmio Hollywood de Melhor Filme, ganhou seis Prêmios Scream, dois Prêmios Saturn Awards, e o Prêmio do Sindicado dos Atores para Melhor Elenco de Dublês em um Filme. O filme ainda foi escolhido pelo National Board of Review como um dos 10 melhores filmes de 2009. E ainda o compositor Michael Giacchino foi indicado ao Prêmio Grammy de Melhor Álbum de Trilha Sonora para um Filme, além do filme Star Trek ser indicado a três categorias Prêmios People’s Choice, com Abrams, Orci e Kurtzman também indicados ao Prêmio Hugo Award de Melhor Apresentação Dramática de longa metragem.

Todo o sucesso de bilheterias e prêmios deram novo gás a franquia, que parecia estar morta após o fracasso de Star Trek Nemesis (2003), assim a Paramount Pictures, deu sinal verde para o próximo filme.

Além da Escuridão – Star Trek (Star Trek Into the Darkness – 2013)

Sinopse: Os tripulantes da Enterprise descobrem uma força terrorista dentro da sua própria organização. O capitão Kirk desafia as regras da Frota Estelar e lidera uma missão para capturar uma arma de destruição em massa, um humano geneticamente alterado do passado e um comandante louco da Frota Estelar…

Produção: O grande sucesso do reboot da franquia pegou até os executivos da Paramount de surpresa, assim, com o filme ainda nos cinemas, em 2009, foi dado sinal verde para o seguinte, com os produtores Bryan Burk, Damon Lindelof, Alex Kurtzman e Roberto Orci confirmados. Também já estava confirmado J. J. Abrams que retornaria como diretor e produtor do longa-metragem. É aquele velho tema, em time que está ganhando, não se mexe.

Em março de 2009 foi relatado que os cinco produtores assinaram o contrato para produzir o filme com o roteiro a ser novamente escrito por Orci e Kurtzman, e com Lindelof, que se juntou à equipe de roteiristas. Com o roteiro finalizado, a filmagem principal começou em 12 de janeiro de 2012, sendo finalizada em maio de 2012. O elenco principal do filme anterior, com toda a tripulação da Enterprise, foi mantido, o ator britânico Benedict Cumberbatch, foi convidado para ser o vilão, um ser humano geneticamente modificado do passado da Terra. Novamente, os roteiristas foram buscar no seriado original e nos filmes originais de cinema a inspiração para a nova história. No elenco ainda foram adicionados o ator Peter Weller e a atriz Alice Eve (a Dra. Carol Marcus), além do retorno de Leonard Nimoy e Bruce Greenwood como Spock Prime e Pike.

As filmagens ocorreram nos sets da Paramount e Sony em Los Angeles, com externas no Lawrence Livermore National Laboratory, Crystal Cathedral no Garden Grove, e Greystone Mansion em Beverly Hills e algumas cenas filmadas na Islândia. A trilha sonora ficou novamente a cargo de Michael Giacchino, que compôs o filme anterior. Os efeitos especiais, novamente ficaram a cargo da Industrial Light & Magic.

O filme foi finalmente lançado em 17 de Maio de 2013 e novamente teve uma grande bilheteria, tendo inclusive se tornando até então, o filme de maior bilheterias da franquia Star Trek (fato ainda não superado). Com o custo de US$ 190 milhões, conseguiu render na bilheteria doméstica US$ 228.778.661,00 e US $238.586.585,00 no resto do mundo, sendo também o primeiro filme da franquia Star Trek a lucrar mais no exterior do que dentro do mercado norte americano, gerando uma bilheteria mundial de US$ 467 milhões.

Na parte de premiação, o filme foi apenas indicado ao Oscar 2014 de “Melhor Efeitos Visuais”, mas acabou perdendo. A ASCAP Film and Television Music Awards deu a Michael Giacchino o prêmio de melhor compositor para o filme e o Britannia Awards, deu a Benedict Cumberbatch, o prêmio de “Melhor Ator Britânico do Ano”.

A felicidade da Paramount e dos produtores foi tamanha que não precisa nem dizer que um próximo filme já estava acertado. Parecia que a Paramount havia novamente acertado a fórmula do sucesso com Star Trek. Com um elenco de jovens atores, o céu era o limite para as novas produções…

Star Trek – Sem Fronteiras – (Star Trek Beyond – 2016)

Sinopse: Em uma missão de resgate, a nave USS Enterprise é atacada por Krall, um chefe militar que jurou vingança contra a Federação. Após uma aterrissagem forçada, a tripulação precisa deter uma raça alienígena hostil e o início de uma guerra galáctica.

Produção: A franquia Star Trek mesmo longe da telinha, parecia reinar absoluta nos cinemas, novamente… mas um novo fator começou a entrar em jogo: A Walt Disney Company havia comprado a poderosa produtora Lucasfilm, de George Lucas, e anunciou em 2012, o lançamento de uma nova trilogia de filmes Star Wars, a partir de 2015. E onde eles foram procurar um novo diretor competente para assumir a produção e direção? Sim, na casa ao lado! O escolhido foi J. J. Abrams, que infelizmente teve que abandonar seus futuros projetos de Star Trek, para assumir o novo filme da franquia “rival” Star Wars.

Sendo assim, o terceiro filme da Timeline Kelvin de Star Trek teve algumas atribulações no meio da produção, visto que a Paramount estava determinada a lançar um novo longa a tempo de celebrar os 50 anos da franquia. Abrams não saiu em definitivo, ele ainda estava ocupando o cargo de produtor-executivo, mas passou suas principais atribuições para os outros produtores. Roberto Orci assumiu novamente a cadeira de roteirista ao lado de Patrick McKay e John D. Payne. Mas o grande desejo de Orci era também assumir o lugar de Abrams, na direção, na qual era grande amigo pessoal. Relutante em dar a direção de um filme importante para um novato na direção, a Paramount, acabou ainda assim oficializando Orci, mas no final de 2014, quando a primeira versão do roteiro foi entregue, houve bastante insatisfação com a história. Assim, a Paramount negou a direção e cancelou o roteiro de Orci, algo preocupante para um filme que deveria ser lançado em 2016!

Depois, também com a benção da Paramount, o diretor da franquia Velozes e Furiosos, Justin Lin, assumiu o comando, com o aval do estúdio para fazer algo na linha das space operas da Marvel, Guardiões da Galáxia, com muita ação, aventura e humor e poucas referências ao passado Trek. Dois novos roteiristas foram contratados às pressas para produzir uma nova história, no caso o ator Simon Pegg (que interpretava o Eng. Scott) e Doung Jung. Seis meses depois o roteiro ficou pronto e se deu início a pré-produção do 11° filme da franquia Star Trek.

As filmagens se iniciaram e 25 de junho de 2015, com cenas filmadas em Vancouver, Canadá com locações em Seul, na Coreia do Sul, e Dubai nos Emirados Árabes. O processo de filmagem foi encerrado entre 15 de outubro e em março de 2016. O elenco novo, desde 2009, se manteve, com todos os atores retornando. O ator britânico Idris Elba foi convidado para interpretar o vilão Krall, que jura vingança à Federação. Outra adição ao elenco foi a atriz Sofia Boutella, fazendo a alienígena Jaylah. O filme ainda sofreu um processo de refilmagem, quase às vésperas do lançamento

Desta vez, a ILM ficou de fora da produção de Efeitos Especiais. Foram contratados outras empresas: Atomic Fiction, DNEG e Kelvin Optical com ajuda da Rodeo FX. Michael Giacchino novamente assumiu a composição da Trilha Sonora.

Com a pré-produção finalizada, infelizmente, uma notícia triste abateu a equipe de produção e o elenco às vésperas do lançamento do filme nos cinemas: o ator russo Anton Yelchin, que fazia o navegador Pavel Checov, faleceu após um acidente com seu próprio carro na porta de sua casa, e ele tinha apenas 27 anos. O filme foi dedicado a ele e a Leonard Nimoy, o Spock original, que havia participado dos dois primeiros filmes da Timeline Kelvin e que havia falecido um ano antes.

Finalmente, em 7 de Julho de 2016, o filme foi lançado oficialmente. Houve algumas críticas dos fãs, com relação ao filme, que apesar de tudo, não tentou reciclar uma ideia anterior da série original, como foi o caso dos filmes antecessores. Por fim, o filme teve um custo final de US$ 185 milhões, tendo gerado nas bilheterias domésticas, US$ 158.848.340,00, um valor abaixo do investido na produções, sendo que o mesmo foi salvo nas bilheterias internacionais, gerando US$ 184.623.476,00, totalizando um valor mundial de US$ 343.471.816,00. Novamente a bilheteria internacional superou a doméstica, mas o lucro final para o estúdio ainda foi abaixo do esperado, ao contrário dos dois filmes anteriores. Isto poderia deixar a Paramount pensando se realmente ainda valia a pena investir nesta franquia.

Saiba mais sobre este filme, lendo nossa crítica publicada aqui em 2016.

Epílogo e Além…:

Desde que a franquia se dividiu em duas partes sem necessidade de se manter o cânon original ao criar uma linha de tempo alternativa, com a Timeline Kelvin, a Paramount havia feito com que os filmes de Star Trek voltassem a dar um retorno financeiro muito maior que os filmes anteriores. Era evidente que Star Trek voltava a ser os “Ovos de Ouro” da Paramount Studios, mesmo com a perda menor na arrecadação no terceiro filme. Era evidente também, que um melhor planejamento também era necessário, na medida que a franquia era quase uma concorrente com os filmes Star Wars, agora sob a responsabilidade dos estúdios Disney.

Parecia evidente que novos filmes seriam lançados, e foi pensando nisto que o Produtor J. J. Abrams chegou a anunciar durante o lançamento de Star Trek: Sem Fronteiras, em Julho de 2016, que um quarto filme seria produzido com uma nova história envolvendo o encontro do Capitão Kirk com seu falecido pai, George. Fato confirmado um mês depois pelos próprios estudios Paramount, anunciando que  J. D. Payne e Patrick McKay seriam os roteiristas do novo fime. No ano seguinte, o diretor Quentin Tarantino anunciou que estava desenvolvendo outro filme da franquia, com roteiro de Mark L. Smith, também com produção de J. J. Abrams.

Com dois projetos correndo em paralelo dentro da Paramount, em Abril de 2018, foi anunciada a contratação da diretora do quarto filme da franquia Star Trek, S. J. Clarkson e a renovação do elenco principal, mais a adição do ator Chris Hemsworth retornando como pai do Capitão Kirk. Mas infelizmente, após o acerto com parte do elenco, houve problemas para o acerto de Chris Pine (James Kirk) e Hemsworth, que pediram um valor que os estúdios se negaram a pagar… assim, o filme acabou sendo engavetado em Janeiro de 2019 e a diretora Smith, dispensada. Quanto ao projeto de Tarantino, ele ainda está em desenvolvimento, mas ele mesmo não sabe se irá dirigir ou quando o filme será filmado!

Em vista de um evidente descaso com a franquia, a Paramount e a Rede de televisão CBS voltaram a fazer parte do mesmo grupo da Viacom novamente a partir de agosto de 2019, unificando novamente a franquia no cinema e na TV, após 14 anos de separação, criando o ViacomCBS, um conglomerado de telecomunicações, que quer fazer frente à Disney.

E um dos primeiro anúncios da junção, com relação a Star Trek nos cinemas, é o sinal verde de um novo quarto filme, a ser filmado nos próximos anos, na qual e Noah Hawley será responsável pelo roteiro e direção, e o longa não terá qualquer relação o filme cancelado do encontro de Kirk com seu pai. Ainda não se sabe se o elenco da Timeline Kelvin fará parte deste projeto, mas o produtor J. J. Abrams continuará envolvido com ele. Ao mesmo tempo que o projeto de Tarantino para seu próprio filme Star Trek ainda está de pé, apesar de Tarantino, já não se sentir mais a vontade de dirigi-lo…

Só futuro mostrará os próximos passos de Star Trek, mesmo porque não houve apenas um renascimento nos cinemas com a Paramount, mesmo com a divisão do cânon, pois a CBS também passou a se interessar novamente em produzir novas série de TV para seu novo canal de stream, o CBS All Access, como veremos futuramente.


[RM-RS   –  Trekbrasilis / Guia de Star Trek (Nogueira/Alexandria)]

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Ricardo Melo

Profissional de TI com mais de 10 anos de vivência em informática. Tem como hobby assistir seriados de TV, ir ao cinema e namorar!!! Fã de rock'n'roll, música eletrônica setentista, ficção-científica e estudos relacionados a astronáutica. Quis ser astronauta, mas moro no Brasil... Os anos 80 foram meu playground!

12 thoughts on “Star Trek – Uma jornada além das estrelas – Parte 9

    1. Ainda não tive tempo de acompanhar, sempre espero uma temporada finalizar pra poder assisti-la. No meu caso tem uma série em quadrinhos prequel e um livro pra ver e o filme ST:Nemesis pra rever.

  1. Ricardo acabou esse especial de Star Trek ou vc ainda vai abordar outras coisas como a serie nova Pickard ou sei la, livros, quadrinhos e outras coisas afins aos trekkers?

    1. A ideia é permanecer apenas nas produções audio visuais (TV e cinema), visto que livros, quadrinhos e jogos, não são considerados canon , não existe controle.

      Sobre os próximos artigos…sim, o próximo será sobre o renascimento de Jornada com Discovery e depois o que vier a seguir… aguardem…

  2. parabens parabens excelente analise tb sou fã das antigas minha serie preferida é a classica e o filme preferido é o primeiro mas amei os filmes novos

  3. Star Trek acabou virando uma franquia poderosa, e sabemos que só iria sobreviver, se fosse o mais comercial possível ao longo dos anos, mas como diz, só atraia seu nicho de fãs específicos e não um publico em geral como Star Wars ou produções da Marvel. Visto que seus filmes para o cinema, tinha mais público nos EUA do que o resto do mundo, o que fizeram a partir do J.J.Abrams, foi esta mudança radical de direção das estórias, muito mais ação e aventura, menos filosofias, mais tiros, etc. Obviamente, que os fãs mais tradicionais, chiaram bastante, mas isto expandiu seu lugar na cultura pop e pode garantir uma longevidade muito maior para franquia, por muito mais anos…vamos ver.

    Eu pessoalmente, como um trekker tradicional que acompanho desde 1980, quando assisti o primeiro filme no cinema, e posteriormente dois anos depois, quando tive contato com a série na TV Band, esta nova direção não me agradou muito, mas como diz, ST já fez contribuições imensas para a cultura e inspirando ciências, que talvez levar a série para um público maior, não seja de todo modo ruim, pois atraíram mais gente para ela.

  4. bela resenha Ricardo, tenho acompanhado essa série de textos ansiosamente desde o primeiro parabens!

  5. JJ qd assumiu declarou que nunca tinha gostado muito da serie, e que achava os personagens pouco criveis… eu discordo, mas isso explica a visao dele. Alem disso, é fato que ST estava acabando, bilheterias ruins, filmes fracos… a dinamica filosofica que o colega ai gosta nas series nao funcionava nos filmes… cinema é antes de tudo negocios, entao a Paramount pediu algo mais vendavel: JJ entregou um filme de ação, com respeito ao canon da serie classica, mas com roupagem moderna. E nao deixe a edição enganar vc: apesar de movimentado, o filme é centrado nos temas de sempre, só que com mais ação. Pra mim, trekker das antigas, passou com louvor.

  6. JJ destruiu ST. A serie era focada em filosofia, ciencia, humanidade, cultura, desafios eticos, humanitarios (mesmo com outras raças) e principalmente morais. A ação era pouca, e só pra não ficar parado demais. JJ transformou ST em uma aventura de ação desenfreada genérica, mais do mesmo. Aquilo ali nao é ST. Lamentável.

    1. Historicamente, a franquia de Jornada nas Estrelas nunca recebeu muita atenção das pessoas que não fossem trekkers — e havia muito tempo que não atraía nem a de seus seguidores. A obra era mais tratada com saudosismo ou para explorar características cômicas de personagens nerds, como Sheldon Cooper e seus amigos de Big Bang Theory.

      Até que a Paramount resolveu investir pesado em um reboot. Era até óbvio. Se as continuações cinematográficas ou as séries já não mais atraíam tanto, nada melhor do que usar uma das armas secretas de Hollywood para quando uma franquia não está mais tão em forma. E, assim como Batman já havia mostrado, para se realizar um bom reboot, não basta reiniciar a história, é preciso rever os conceitos da obra.

      Chamando J.J. Abrams, a empresa mostrou que não estava para brincadeira. O diretor/roteirista/produtor já havia mostrado talento para lidar com o universo nerd cheio de fãs xiitas (Lost), assim como para comandar uma franquia cinematográfica com bastante ação (Missão Impossível III). Sabendo da pressão que viria pela frente e dos riscos que corria, de maneira inteligente, Abrams usou o artifício de uma viagem no tempo para poder escapar dos acontecimentos cronológicos da série, mas sem destruir o universo construído ao longo de 47 anos. Era uma clara tentativa de agradar aos antigos fãs sem deixar de tentar ganhar novos.

      Eu não conhecia praticamente nada de Jornada nas Estrelas até 2009. E como um novo fã da franquia, os Star Trek de J.J. Abrams representam, para mim, filmes de ficção científica com ação muito bem inserida, tramas inteligentes, personagens cativantes e interessantes toques de humor.

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