Perfil: Júlio Verne – O pai da literatura de ficção científica
Iremos começar uma nova sessão aqui no Maxiverso.
Ao longo dos anos, falamos muito de cinema, TV, quadrinhos, livros, jogos, músicas, ou seja, cultura pop como um todo… mas devemos homenagear os mestres que nos ajudaram a levar nossa imaginação e conhecimento aos limites. Estamos inaugurando a sessão “Perfil” para conhecer e homenagear a história destes heróis e heroínas, mostrar suas principais obras e como elas ainda influenciam o mundo hoje. Destacaremos escritores, compositores, diretores, cineastas, quadrinhistas, atores e gênios de todas as artes.
Não deixem de acompanhar!
Perfil
Vamos inaugurar esta sessão com o homem que é considerado o “Pai da Literatura de Ficção Científica”, o francês Júlio Verne (1828 – 1905), ou o homem que praticamente “inventou o século XX”, que trouxe da sua imaginação as possibilidades que a humanidade ainda iria conhecer vários anos depois, como o submarino, o avião, a volta ao mundo, as viagens espaciais e as sociedades futuristas.
Biografia – A vida de Júlio Verne
Jules Gabriel Verne, para nós aportuguesado como Júlio Verne, nasceu em Nantes, na França em 08 de fevereiro de 1828, como primogênito dos cinco filhos de Pierre Verne, advogado, e Sophie Allote de la Fuÿe, esta de uma família burguesa de Nantes.
Sua cidade natal é a 6ª maior cidade da França e fica na região País do Loire, situada a 50 km do Oceano Atlântico a 384 Km de Paris, a capital da França. Ele passou a maior parte da infância na casa de verão da família em Nantes, junto com os pais e irmãos. A proximidade com o mar, e as docas e porto, constituíram provavelmente grande estímulo para o desenvolvimento da imaginação do autor sobre a vida marítima e viagens a terras distantes.
Ainda na infância, aos 6 anos, iniciou os estudos com a viúva de um capitão, e com 8 anos foi mandado para o seminário com seu irmão Paul. Aos 11 anos, fez algo impensado, partiu para Índia como aprendiz de marinheiro, mas foi interceptado por seu pai no porto de Paimboeuf, perto da sua cidade natal, confessando ter tentado a viagem para encontrar sua prima, Carolina Tronson, e entregar-lhe um colar de diamantes. Prometeu que viajaria “apenas nos sonhos”. Em 1844, estudou retórica e filosofia no Liceu de Nantes. Formado, seguiu os passos do pai, graduando-se em direito em Nantes, em 1864 aos 36 anos de idade.
Apaixonado pela prima Carolina, escreveu sua primeira obra, uma tragédia em versos, que a família desgostou. Para sua infelicidade, Carolina casou-se em 1847 com outro homem.
Verne fez seu exame de Direito em Paris, onde compôs um drama, e retornou à sua cidade natal, onde a obra foi lida por um petit comité no Cercle de La Cagnotte. Seu pai, com a esperança de que o filho seguisse sua carreira de advogado, enviou Verne novamente a Paris, a fim de que continuasse os estudos do Direito. Contudo, em Paris, Júlio começou a se interessar mais pelo teatro do que pelas leis, tendo escrito alguns livretos de operetas e pequenas histórias de viagens. Seu pai, ao saber disso, cortou-lhe o apoio financeiro. Durante esse período, o autor conheceu os escritores Alexandre Dumas e Victor Hugo. Uma das peças de Verne, As Palhas Rompidas, agrada Dumas, e a peça estreia no Teatro Histórico em 12 de junho de 1850.
Posteriormente, Verne apresenta sua tese, e o pai deseja que retorne a Nantes para trabalhar como advogado, mas ele decide pela carreira literária. Para completar a renda, dá aulas em Paris, sem parar de escrever.
Em 1856, conhece Honorine de Viane Morel, de 26 anos, viúva com duas filhas. Casam-se em 1857 e, em 1861, têm seu único filho, Michel Jean Pierre Verne.
Júlio ingressa em uma sociedade na bolsa de Paris, mais especificamente a casa de câmbio Eggly, mediante a uma contribuição financeira de seu pai e as relações de seu sogro. Viaja à Inglaterra e à Escócia, em 1859, e à Noruega e à Escandinávia, em 1861. De 1872 a 1886, vive o apogeu de sua fama e fortuna, advindas de seu sucesso literário. Em 1877, ocorre em Amiens um grande baile à fantasia, que conta com a presença do ilustre fotógrafo Félix Nadar, a quem Verne homenageia em sua obra Da Terra à Lua com o personagem Miguel Ardan, anagrama com “Nadar”.
Verne adquire dois iates em épocas distintas, realizando uma viagem aos Estados Unidos, escrevendo Vinte Mil Léguas Submarinas na volta, ainda a bordo.
Michel, seu filho, era considerado um rapaz rebelde, e não seguiu as orientações do pai. Júlio Verne mandou o seu filho, aos 16 anos, em uma viagem de instrução em um navio, por 18 meses, com esperança que a disciplina a bordo e a vida no mar corrigissem o seu carácter rebelde, mas de nada adiantou. Michel não se corrigiu e acabou por casar com uma atriz, contra a vontade do pai, tendo com ela dois filhos.
Em 9 de Março de 1886, Júlio Verne foi atingido por dois tiros quando este chegava em casa na cidade de Amiens, disparados pelo seu sobrinho Gaston. Um dos tiros o atingiu no ombro e demorou a cicatrizar, o outro atingiu o tornozelo, deixando-o coxo nos seus últimos 19 anos de vida. Não se sabe bem por que seu sobrinho tenha cometido o atentado, mas ele foi considerado louco e internado em um manicômio até o final da vida. Este episódio serviu para aproximar pai e filho, pois Michel vendo-se em vias de perder o pai passou a encarar a vida com mais seriedade.
Seu editor e grande amigo, Pierre Hetzel, faleceu naquele mesmo ano. Depois da perda de seu pai e mãe, Verne passou a se isolar mais.
Foi eleito para o Conselho Municipal de Amiens e passou os seus últimos anos em tal ocupação. Em 1902, após ser acometido de catarata, fica cego e em 24 de março de 1905, falece na casa de Amiens. Foi sepultado no Cemitério de La Madeleine, Amiens, Picardia na França.
Os principais Livros e Obras de Júlio Verne
O famoso escritor visionário é considerado o pai da ficção científica, um gênio inventivo, um dos maiores escritores de todos os tempos e um dos mais vendidos em quase 3 séculos. Seu Da Terra à Lua é um dos pilares do moderno sci-fi ao lado de A Máquina do Tempo, de H. G. Wells.
Segundo dados da Unesco, Verne escreveu mais de 100 livros que foram traduzidos para mais de 148 línguas ao redor do globo, sendo considerado o escritor mais traduzido da história literária.
Suas histórias cativaram a imaginação de diversos tipos de pessoas em diferentes idades, ao mesmo tempo que incentivavam o conhecimento e as ciências nos fatos, ações ou acontecimentos literários sobre invenções que só existiriam anos a frente, após seu falecimento. Ele escreveu sobre viagens ao redor do mundo, viagens de balão pelos céus, transporte de pessoas ou cargas pelos ares, viagens para o espaço, chegada à lua, sobre o submarino e o fundo do mar ou sociedades futuras ou mesmo guerras entre nações que precederam as guerras mundiais…
Uma lista para conhecer o melhor da obra de Verne:
– Cinco Semanas em um Balão (Cinq Semaines en Ballon) – 1863 – Este livro relata uma grandiosa viagem, passada em meados do séc. XIX, que teve como finalidade a travessia do continente africano desde a costa oriental à costa ocidental (Zanzibar ao Senegal), usando como veículo um balão de hidrogênio. Uma aventura no coração da África, até então uma região inexplorada e misteriosa para o público europeu.
– Viagem ao Centro Da Terra (Voyage au Centre de la Terre) – 1864 – Narrado na primeira pessoa de Axel, personagem sobrinho do Professor alemão Otto Lidenbrock, após ter encontrado um manuscrito escrito em código pelo antigo alquimista islandês do século XVI, Arne Saknussemm, e de o ter decifrado, ele descobre que, segundo o alquimista, quem descer a cratera do vulcão Sneffels, situado na Islândia, antes do início de julho, chegará ao “centro da Terra”; sendo que Saknussemm teria feito esse percurso. O Professor Otto, junto com o sobrinho Axel, um jovem órfão que mora com o tio, parte na incrível jornada para a descoberta de um impressionante mundo interior. Teve várias adaptações para o cinema, em especial uma versão de 1959.
– Da Terra a Lua (De la Terre à la Lune) – 1865 – Este livro foi a primeira história da exploração espacial escrita em romance na literatura mundial, e por isso é um dos pilares do moderno sci-fi. Conta a saga do Gun Club (Clube do Canhão), uma organização americana especializada em armas de fogo, canhões e balística em geral, e da ideia de seus membros em construir um enorme canhão para arremessar um projétil de forma cilindro-cônica à Lua. Um aventureiro francês chamado Michel Ardan, de modos extravagantes, propõe que o projétil lançado seja tripulado e se apresenta como candidato a “astronauta”. Depois desta surpreendente proposta, dois dos membros do Gun Club também embarcam nesta “loucura”. Para que este empreendimento se realizasse, foram construídos um canhão, uma bala oca e um telescópio, todos de dimensões impensáveis, e a quantidade de pólvora usada também era de volumes impensáveis. Depois de disparada, a bala quando se aproximou da Lua, em vez de alunissar (pousar em solo lunar), entra em órbita da própria lua. Os três passageiros apenas tinham mantimentos para 2 meses, ficando a saga em aberto. O futuro dos três astronautas é descrito na obra Autour de la Lune, publicado quatro anos depois…
– Viagem ao redor da Lua (Autour de la Lune) – 1869 – Continuação de Da Terra à Lua, esta obra distingue-se por estar bastante fundamentada em áreas da física e matemática, e de modo que mesmo um leigo nestas áreas consegue extrair desta obra muitos conceitos fundamentais da mecânica clássica e do cálculo integral, além de entender tudo o que acontece. O livro anterior terminava com o disparo do projétil para o espaço em direção à Lua e com a sua suposta órbita em torno da mesma. Esta continuação descreve toda essa viagem até à Lua. Toda a trajetória estava previamente definida e segundo os cálculos a bala acertaria em cheio nosso satélite, mas durante a viagem passou um asteroide perto da bala que devido à sua grande massa e às leis da gravidade afetou essa mesma trajetória. Quando se aproximam da Lua, o projétil em vez de se dirigir para a zona central do disco lunar, dirigiu-se para o polo norte do mesmo e não chegou a aterrissar (alunissar). Em vez disso entrou em órbita, onde os ocupantes conseguiram observar, devido à luz produzida pelo choque de dois asteroides, alguma vegetação e água na Lua na parte não visível da Terra.
– Fora dos Eixos (De la Terre à la Lune: Sans Dessus Dessous) – 1889 – Mais uma continuação de Da Terra a Lua, mas esta é pouco lembrada. Verne tempera o seu amor pela ciência e pela engenharia com uma boa dose de ironia sobre o seu potencial para abusos prejudiciais e a falibilidade dos esforços humanos. Livro aborda um assunto mais que atual, as mudanças climáticas. Os membros do Gun Glub, 20 anos depois da primeira aventura, tentam mudar a inclinação da Terra.
– Vinte Mil Léguas Submarinas (Vingt Mille Lieues Sous les Mers) – 1870 – Neste clássico da literatura, o leitor é transportado para 1866, ano em que navios de diferentes nacionalidades começam a naufragar e sofrer misteriosas avarias. As descrições revelam que um ser “comprido, fusiforme, fosforescente em certas ocasiões, infinitamente maior e mais veloz que uma baleia” seria o responsável. Imediatamente, governantes e homens da ciência mobilizam-se para deter o misterioso monstro marinho. A missão, porém, não sai como esperado. Os responsáveis pela expedição são capturados pelo capitão Nemo, enigmático e problemático criador do moderno submarino Náutilus, confundido com o tal monstro misterioso. A aventura só começou. A trupe vai viajar pelo fundo do mar, enfrentando águas remotas, criaturas das profundezas e uma fauna e flora exuberantes.
– A Ilha Misteriosa ( L’île Mystérieuse) – 1874 – O livro conta a história de cinco abolicionistas que fogem num balão. Após vários dias de tempestade, um deles cai ao mar e desaparece enquanto os demais despencam sobre um rochedo no meio do oceano. Os quatro sobreviventes buscam a todo custo encontrar o amigo desaparecido, organizando suas vidas na ilha desconhecida localizada perto do rochedo. Acontecimentos estranhos, porém, põem em risco suas integridades físicas e emocionais, levando-os a acreditar na existência de uma força secreta – que segredos, afinal, guarda essa ilha misteriosa? E como eles vão sobreviver num local inóspito e não civilizado? Saiba mais sobre esse livro nessa nossa resenha.
– A Volta ao Mundo em 80 Dias (Le Tour du Monde en Quatre-vingts Jours) – 1873 – Falar em uma viagem ao redor do globo no final do século XIX, não era bem algo inédito, já que séculos antes o homem já se aventurara pelos 7 mares em viagens de conhecimento e conquista de terras e continentes. Mas em uma época na qual o transporte a motor era quase limitado e os meios de transporte não eram muito evoluídos, fazer uma viagem usando todos os tipos de transportes disponíveis naquele período era algo impensado devido ao alto custo e logística. Verne pensou nisto e lançou este maravilhoso livro que fala de um cavalheiro inglês, rico e enigmático, chamado Mr. Phileas Fogg. Ele aposta com amigos e cavalheiros londrinos que conseguiria dar a volta ao mundo em apenas 80 dias, usando para isto todos os meios de transporte como barcos, trens, balões e o que estivesse em mãos. Aposta feita, ele parte então apenas com uma bolsa e um empregado francês contratado para o feito, Jean Passepartout. Juntos, atravessaram o mundo ainda selvagem e inóspito, cruzaram diferentes culturas e religiões, enfrentaram tribos selvagens e muitas vezes a insensatez de várias pessoas para finalmente cumprirem o prazo. Um livro fantástico e cativante que foi adaptado diversas versas para o teatro, cinema e TV.
– Robur – O Conquistador (Robur-le-Conquérant) – 1886 – No decorrer de uma assembleia do Weldon-Institute, em Filadélfia (Estados Unidos), um estranho personagem sobe à tribuna e zomba dos espectadores — cheia de entusiásticos adeptos das máquinas aerostáticas — dizendo que os balões não seriam o futuro da navegação aérea, mas que esse futuro estava reservado a máquinas “mais pesadas do que o ar”. A assembleia expulsa-o de imediato, e por pouco se livra a um linchamento. O estranho personagem denominava-se Robur, e tinha construído uma máquina voadora de fato mais pesada que o ar, veículo esse que usa para raptar o presidente e o secretário do Weldon-Institute como retaliação pela forma como o receberam. Robur quer assegurar a paz no mundo. Ele quer a paz a qualquer custo, mesmo que para isso tenha que jogar bombas em todos os militares do planeta. Este livro, publicado em 1886, ou seja, alguns anos antes dos primeiros voos de aviões bem sucedidos (1903), mostrou mais uma vez a capacidade que Júlio Verne tinha de antecipar os desenvolvimentos científicos.
– O Dono do Mundo (Maître du Monde) – 1904 – Eventos estranhos estão acontecendo perto do Great Eyry, na parte oeste do estado da Carolina do Norte. O governo dos Estados Unidos envia seu melhor investigador, John Strock, para desvendar o mistério do fenômeno. Ao mesmo tempo, vários relatórios são recebidos de diferentes partes do país, relatando o aparecimento de três artefatos que desafiam o ar, o mar e a terra respectivamente. É possível que todos esses fatos estejam relacionados? Depois de receber a missão, John começa imediatamente a buscar as pistas que lhe permitirão chegar a uma explicação do fenômeno. Quem o dirige? Para qual finalidade? Essas e outras perguntas serão respondidas graças à astúcia de um John Strock, um investigador que ajudará a desvendar o mistério e dará o nome do piloto “Horror”. Continuação do romance Robur – O Conquistador.
– Paris no século XX (Paris au XXe Siècle) 1994 – Embora tenha sido escrito em 1860, foi o último livro de Júlio Verne a ser publicado, apenas em 1994. O manuscrito foi encontrado por um bisneto de Verne em 1989. A ação se passa em Paris no ano de 1960, e aqui Jules Verne se firma como um romancista de antecipação futurista. A visão contrastada de uma civilização urbana, ao mesmo tempo admirável pela sua tecnologia e totalmente “desculturizada”, é a chave deste romance sombrio que nos dá a exata medida do fabuloso talento de um dos maiores romancistas de todos os tempos.
As coincidências da viagem à lua imaginada por Júlio Verne e a verdadeira chegada do homem a lua em 1969:
Uma das obras mais famosas de Júlio Verne foi o livro Da Terra à Lua (De la Terre à la Lune) escrita em 1865. O livro se tornou um sucesso instantâneo ajudando a consolidar a carreira de Verne como escritor. O sucesso do livro levou a uma continuação, Viagem ao Redor da Lua (Autour de la Lune), lançado em 1869. Estes livros, clássicos da literatura infanto-juvenil por gerações, cativaram a mente de várias pessoas, inclusive de um jovem menino alemão chamado Werner von Braun, que anos depois se tornaria o principal projetista de foguetes da NASA, responsável pelo desenvolvimento do foguete Saturno V, que levou o homem de verdade à Lua a primeira vez em 1969, ou seja… exatos 100 anos depois de Viagem ao Redor da Lua!
Mas as coincidências entre os livros de Verne e a realidade do Programa Apollo da NASA não param aqui. A nave de Júlio Verne, em seu livro, foi lançada de um canhão, e não de um foguete, mas o nome da cápsula de Verne era Columbiad, e o nome do módulo de comando da histórica missão Apollo 11, que levou a primeira tripulação a descer na lua, foi batizada de Columbia (posteriormente batizando o primeiro Space Shuttle da NASA).
Ambas as cápsulas tinham uma tripulação de 3 pessoas. No livro, a tripulação foi composta pelos personagens Barbicane, Nicholl e Michel Ardan, e a tripulação histórica da NASA foi composta pelos astronautas Neil Armstrong, Edwin ‘Buzz’ Aldrin e Michael Collins. Ambas as naves, tanto da literatura em que foi lançada de um canhão, como a Apollo 11, lançada de um foguete Saturno V, partiram da Florida, o estado norte-americano mais perto da linha do Equador, de locais a poucos quilómetros de distância. O tempo de duração da viagem entre a Terra e a Lua no livro de Verne foi calculado em 4 dias… que foi exatamente o tempo real gasto para a Apollo 11 após o lançamento. E por fim, o Oceano Pacífico foi o destino final de ambas as cápsulas, a do livro e a real!
Também podemos mencionar que o visionário Verne não mandou os três tripulantes sozinhos no projétil, pois iam acompanhados de dois cães – Diana e Satélite. Satélite acabou por morrer depois do lançamento. E aqui temos outra coincidência com a vida real, já que Laika foi o primeiro ser vivo a orbitar a Terra, lançada pela antiga URSS na época da “corrida espacial”, mas não resistiu ao sobreaquecimento da nave espacial soviética Sputnik 2, a 3 de novembro de 1957.
Últimos anos
Nos últimos anos de vida, Verne escreveu muitos livros sobre o uso errôneo da tecnologia e os seus impactos ambientais, sua principal preocupação naquela época, no início do século XX. Ele continuou sua obra até a sua morte. E após seu falecimento, seu filho Michel editou seus trabalhos incompletos e escreveu ele mesmo alguns capítulos que estavam faltando, quando da morte do pai. Entre tais obras póstumas, A Missão Barsac (L’Étonnante Aventure de la Mission Barsac) continha, em seus rascunhos originais nomeados Voyage d’étude, referências ao esperanto (língua sobre a qual seu pai possuía grande interesse) que foram removidas, entre outras alterações feitas por Michel Verne na obra final.
Em 24 de março de 1905, enquanto sofria de diabetes crônica e complicações de um derrame que paralisou seu lado direito, Verne morreu em sua casa em Amiens, 44 Boulevard Longueville (agora Boulevard Jules-Verne). Foi enterrado no cemitério de Amiens, França.
Adaptações da Obra de Verne para o cinema e TV:
Do conjunto das obras de Júlio Verne, 33 foram levadas ao cinema, dando lugar a um total de 95 filmes, sem contar com as adaptações para séries de televisão.
A obra mais vezes adaptada foi Miguel Strogoff (dezesseis vezes), seguida de Vinte Mil Léguas Submarinas (nove vezes) e Viagem ao Centro da Terra (cinco vezes), e de A volta ao mundo em 80 dias (duas vezes).
Principais filmes baseados nas suas obras:
Viagem à Lua, de 1902, realizado por Georges Méliès.
A Ilha Misteriosa, de 1951, realizado por Spencer Gordon Bennet e protagonizada por Richard Crane.
20.000 léguas submarinas, de 1954, realizado por Richard Fleischer com Kirk Douglas no papel de Ned e James Mason como o capitão Nemo.
Michel Strogoff, de 1956, realizado por Carmine Gallone e com Curd Jürgens como Miguel Strogoff.
A Volta ao Mundo em 80 dias, de 1956, realizado por Michael Anderson com David Niven como Phileas Fogg e Cantinflas como Passpartout.
Da Terra à Lua, de 1958, realizado por Byron Haskin com Joseph Cotten, Debra Paget e George Sanders.
Viagem ao Centro da Terra, de 1959, realizado por Henry Levin e protagonizada por James Mason.
A Ilha Misteriosa, de 1961, realizado por Cy Endfield com Michael Craig como protagonista.
Os filhos do Capitão Grant, de 1962, realizado por Robert Stevenson e com Maurice Chevalier, George Sanders e Hayley Mills como protagonistas.
Cinco Semanas em um Balão, de 1962, realizado por Irwin Allen, com Red Buttons e Barbara Eden.
O Farol do Fim do Mundo, de 1971, realizado por Kevin Billington e interpretado por Kirk Douglas, Yul Brynner e Fernando Rey.
A Volta ao Mundo em 80 Dias, de 2004, realizado por Frank Coraci, com Jackie Chan.
A Ilha Misteriosa de Júlio Verne, filme para a televisão de 2005, realizado por Russell Mulcahy e interpretado por Kyle MacLachlan, Patrick Stewart e Gabrielle Anwar.
Journey to the Center of the Earth (2008) em português: Viagem ao centro da terra, de 2008, realizado por Eric Brevig e interpretado por Brendan Fraser, Josh Hutcherson e Anita Briem.
Journey 2: The Mysterious Island em português: Viagem 2: A Ilha Misteriosa, de 2012, realizado por Brad Peyton e interpretado por Josh Hutcherson, Dwayne Johnson e Michael Caine.
Atualmente a série Nautilus que foi desenvolvida para o Disney +, mas será lançada pelo canal ACM Network, para lançamento em 2024, baseada no personagem Nemo dos romances Vinte Mil Leguas Submarinas e A Ilha Misteriosa, interpretado pelo ator Shazad Latif (Star Trek: Discovery).
Ricardo Melo
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namoral esse cara ai merecia um premio nobel postumo
o mais inventivo escritor que a Humanidade ja teve… ou o cara é viajante do tempo, ou uma ou outra…
pra esse cara eu tiro o chapeu
acompanho vcs periodicamente e gostei dessa nova secao vou aguardar os perfis novos
Caro Ricardo Melo
Parabéns pelo excelente artigo. Gostei muito, e se você me permite o ousio de uma sugestão, acho que seria interessante escrever também sobre outro titã da ficção científica, o fenomenal Isaac Asimov.
Um abraço.
Iuri Buscácio
Obrigado Iuri, a ideia realmente é esta, mostrar o perfil e falar das obras dos grandes artistas, serão escritores, quadrinistas, atores, cineastas, produtores. Na literatura, H.G Wells, George Orwell, Conan Doyle, Arthur Clarke, Asimov e Ray Bradburry sãos nomes certos aqui. Vamos ver se consigo fazer dois ou três perfis por ano.
meu escritor favorito, e tb o favorito do Doc Brown hahahahahahaha
Pensei que o autor mais filmado de todos os tempos era o Conan Doyle, sempre disseram que o Sherlock era o personagem mais adaptado pra outras midias
Como personagem único, sim Sherlock Holmes é campeão, mas como várias obras de vários personagens, Julio Verne é ainda muito adaptado.
um dos grandes genios da humanidade, sem ser cientista!
otima definição!