Resenha: A Guerra dos Criativos
Título: A Guerra dos Criativos
Autor: Alec Silva
Editora: EX! Editora
Ano: 2013
Páginas: 450
Bom, caros leitores, já falamos sobre policial e terror, indo do Brasil aos Estados Unidos, nas publicações anteriores. Ótimo, ótimo. Hoje voltaremos ao nosso país pra tratar de Fantasia; um nicho um tanto quanto específico: – posso estar tentando inventar moda (e passando vergonha) com a terminologia, mas vamos lá! – fantasia onírica. Um livro que se passa majoritariamente nos sonhos do protagonista e narrador Alec Silva, o próprio escritor do livro.
Acho muito válido, particularmente, uma obra tratar sobre fantasia com esse olhar, porque, convenhamos, se tem um lugar em que vivemos infinitas aventuras é neles, deitado nas nossas quentes caminhas, sonhando com as coisas mais absurdos e as histórias mais incríveis jamais escritas.
Minto?
- O princípio.
O título já é maravilhoso: A Guerra dos Criativos. Dá vontade de ler. Você já imagina uma bagunça meio épica com grandes artistas em guerra. E é bem assim mesmo. Vale muito para quem curte Pokemon e Digimon, pois estes se sentirão contemplados.
Em uma clássica chamada à aventura, o protagonista Alex Silva (ou Alec Silva, seu nome de guerra) recebe um convite irrecusável de um misterioso Arauto para participar de um evento chamado Guerra dos Criativos.
Como tudo que se mistura o real com a ficção, desde o começo o leitor é instigado a pensar o que de fato ocorreu na obra. O autor – ou comandante Alec Silva, como preferir – aproxima-se de quem o lê compartilhando momentos de sua vida, o que pode gerar afinidade e empatia naquele que acompanha suas palavras.
A história se passa em um mundo fantástico acessado apenas quando se dorme. “Você está sonhando e você não está sonhando”, mostra-se o paradoxo revelado por Zarak, amigo e fiel escudeiro do protagonista. Respeitando a hierarquia do novo mundo, ele se revela um Comandante abaixo da Capitã Marcélia, uma linda fantasista.
Tá, mas e as batalhas, Matheus? Não é uma literatura fantástica? Você vem com essas historinhas aí, mas…
Calma!
E apresentado o mundo e seus moradores e criaturas magníficas, o inevitável em uma literatura fantástica, claro, acontece: o prelúdio para a Grande Batalha – podendo esta, como tantas outras, ser destacada com iniciais maiúsculas. Ao que parece, um dos grandes Lordes quais mantêm o fantástico mundo voltou-se contra o mesmo. Restava ir encontra-los, encontrar os misteriosos senhores que cuidavam daquela terra.
E assim termina o livro um, a primeira parte da história. Alec, Marcélia e outro capitão, Pablo, encaminham-se para os Pilares, morada dos Lordes da Guerra dos Criativos. Começa a verdadeira aventura por esta cativante ficção fantástica com tons de autobiografia.
- Do meio para o final: o que esperar desta jornada?
O livro dois possui muito mais conflitos, tanto físicos com inimagináveis e conhecidos monstros na fantasiosa terra criada pelo autor – permitindo até mesmo o encontro e diálogo com um anjo, um ser um tanto “élfico” e enigmático que reside nos lugares mais nobres do mundo. Devo ressaltar que a empatia com o protagonista aumenta à medida que o mesmo expõe seus medos, sonhos e até mesmo segredos. Não será uma surpresa ou um exagero o leitor sentir-se um amigo do personagem que, diferente de muitos e até mesmo por tratar-se de uma autobiografia fantástica, mostra-se um humano, no melhor e mais real sentido da palavra.
- A busca pela salvação do mundo e de suas fantásticas criaturas continua.
Chega-se ao Deserto. Marcélia (a linda Capitã), Cíntia (uma Comandante), Willian (um ex-Juiz), Pablo (Capitão) e o protagonista e Comandante Alec formam o grupo nesta parte da aventura. Momento reservado para reviravoltas, com passagens íntimas, batalhas inesperadas, segredos revelados e tudo o mais que pode-se esperar em um momento de turbulência num bom livro. Abster-me-ei de mais comentário sobre essa incrível passagem, deixando a mesma para o possível leitor.
O livro três impõe mais um destino para o herói, um misterioso Labirinto onde ele e seus novos companheiros são convocados para salvar um Criativo – convocados por sua criatura, um sarcástico esqueleto chamado Percival.
Um ser de poder superior revela-se no enredo, denominando-se Lorde Phyreon – apesar de não ser de fato um dos poucos Lordes –, um personagem místico e complexo que junta-se ao grupo na jornada para encontrar os Lordes (os verdadeiros!) e destruir o mal que afronta o mundo. Superado o desafio, várias grandes surpresas – tanto sobre a trama, quanto sobre o personagem, que se vê diante de uma pessoa muito especial em sua vida terrestre.
Finalmente o protagonista torna pela última vez ao maravilhoso mundo novo – há sempre que se enfatizar a palavra “última”, tão adorada, odiada e temida no mundo das histórias. E, falando em última, a última batalha, a Grande Batalha, é anunciada. E é no cerne da batalha que uma querida personagem aponta para a surpresa de todos. Porém, a real surpresa está nas páginas seguintes: o inesperado acontece. Acho que essa é uma boa frase para boa parte do livro, o inesperado sempre acontece! É surpreendente a cada novo trecho, não caindo na mesmice que atrasa nossas leituras em dias ou semanas.
Chegamos ao final. O momento em que o autor refere-se ao que viu – dado que ele é o personagem – como algo que mudaria para sempre sua vida. E, de fato, é um lindo final.
- Quero e quero mais. E agora?
Espero que os que acompanharam esta tentativa de expressar o quão bom foi a jornada façam como eu e aceitem o Convite Irrecusável, pois o mesmo está dado!
A saga é relembrada em um segundo livro do Lordeverso do autor, Colisão: Mundos em Conflito, livro sobre o qual falarei em algum momento por aqui.
Vocês podem encontrar o livro na Amazon, em versão digital apenas.
Aproveito o momento para dizer: adquiram um e-reader (gosto muito do Kindle, mas não me pagam pela propaganda!), pois ler no PC e no celular é muito difícil (ruim) e não é todo mês que a gente tem quarentão pra gastar com livro, né? Os livros digitais são um universo em expansão que nos apresenta muita coisa boa, como este livro. Os aparelhos são leves e a leitura é muito boa. Viciante!
Até o próximo sábado na mesma hora e no mesmo lugar (sempre quis falar isso).
Matheus Mundim
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