Lost: paralelos comparativos e o final

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Se você, caro internauta, não morou em Marte nos últimos 20 anos, então parabéns, a chance de você gostar e acompanhar uma série de televisão é de aproximadamente – segundo o famigerado Instituto Bipop – 97,1%.

Ou seja, é mais provável que alguém faça um bolinho feio e ruim em A Guerra dos Cupcakes do que você não gostar – nem acompanhar – nenhuma série, de nenhum tipo, das que passam atualmente.

As séries de televisão existem há décadas, principalmente nos Estados Unidos (de onde a maioria acabou exportada para o resto do planeta), mas elas podem ser definidas em antes e depois de Lost, a série que mudou a história da televisão para sempre.

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Se você hoje ama as nerdices de Big Bang Theory; se sente-se um Sherlock Holmes acompanhando CSI; se não perde um episódio de Game of Thrones ou The Walking Dead nem em caso de terremoto; se adora ver o sofrimento dos Winchesters perante os demônios de Supernatural

…ou mesmo se gosta das brasileiras Adorável Psicose, Meu Passado Me Condena, Surtadas na Yoga, etc, saiba que de algum jeito todas devem algo a Lost. Todas.

Não… não vou explicar porque elas devem algo à Lost. Vou é falar sobre a série criada por Jeffrey Lieber, J. J. Abrams e Damon Lindelof e de como ela é considerada uma das melhores de todos os tempos.

“Uma das melhores”… mas não “A melhor”?!

Lost só não é o máximo absoluto em escalas cósmico-universais; só não é a “Pelé das Séries”; só não é uma unanimidade total e absoluta como bolacha ser o certo e não biscoito, porque muita gente não gostou do seu final.

O bendito “final de Lost”.

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Tudo bem… o final não foi realmente lá essas coisas. E é inegável que ficou aquém do nível da própria série. Mas virar um hater anti-Lost por conta do episódio final? Para!

Ou você odeia o rodízio em que foi porque o último pedaço da pizza não estava tão bom? Amaldiçoa a churrascaria porque na última descida a picanha estava mal temperada?

Ok, paremos com os exemplos gastronômicos…

Você acha que seu fim-de-semana foi uma droga completa porque no Domingo a noite não tinha nada melhor que Fantástico pra assistir? Você deixa de acompanhar hockey sobre a grama porque o último jogo foi chato? Você joga fora o livro porque, depois de adorar lê-lo por completo, não gostou do final?

Não.

Não!

Então porque achar que Lost não é um, digamos assim, Messi, e sim “apenas” um Cristiano Ronaldo, só porque o final ficou abaixo do esperado?

Aliás, saber se o final é de fato fraco ou se o problema foi a inacreditavelmente alta expectativa gerada sobre ele, talvez seja a chave para decifrar esse enigma…

Por exemplo: não adianta querer ouvir Beyoncé ou Lady Gaga achando que vai encontrar algo do nível da Madonna que você vai quebrar a cara.

Fato.

Enfim, o que quero dizer é que Lost foi espetacular por sua história apaixonante, pelo drama e desenvolvimento dos personagens, pelo desenrolar não-linear da trama, pelas teorias e conteúdos intrínsecos em outras mídias, por ter mudado a História da TV como a conhecíamos…

Acompanhar por vários anos aqueles sobreviventes em uma ilha cheia de mistérios, enquanto ficávamos conhecendo seus passados (e depois, futuros… e mais depois ainda, paralelos), foi uma experiência única.

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O final foi fraco? Talvez.

Isso diminui a série? Não!

Lost foi e sempre será um marco – positivo – na televisão.

Sorte de quem entende isso e soube dar valor ao que via, deleitando-se com o desenrolar da história sem se fixar de forma quase psicótica nas “respostas” dos mistérios e sem deixar a decepção do final nublar o julgamento a respeito de tudo o que veio antes dele.

Para mim, o final da série foi o que menos importou.

Bônus: vídeo com compilação com momentos marcantes da série

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Ralph Luiz Solera

Escritor e quadrinhista, pai de uma linda padawan, aprecia tanto Marvel quanto DC, tanto Star Wars quanto Star Trek, tanto o Coyote quanto o Papaléguas. Tem fé na escrita, pois a considera a maior invenção do Homem... depois do hot roll e do Van Halen, claro.

2 thoughts on “Lost: paralelos comparativos e o final

  1. Muitos se queixam sobre o ritmo desta série, mas não podemos negar é que o sucesso era indiscutível, as primeiras temporadas foram os mais recentes de luxo, mas perdeu o contato, eu acho que foi uma excelente série, mas abusou temporadas. Pela forma como seus criadores têm feito o suficiente bons empregos, por exemplo, Damon Lindelof criado com Tom Perrotta The Leftovers que está agora em sua segunda temporada, uma série baseada em um romance sombrio. Enquanto isso J.J. Abrams continua com excelentes e divertidas propostas. Em suma, os criadores de “Lost” são gênios, eu amo o seu trabalho.

    1. oi Pía… eu também gosto muito do Lindelof e do JJ… acho que se perderam um pouco em alguns momentos em Lost e o final foi uma aposta arriscada e não me agradou tanto, embora eu não ache que foi o desastre que muitos propagam… ainda assim acho Lost a melhor coisa já feita para a TV, ela mudou o jeito como as séries passaram a ser exibidas e criadas… Lost é demais… mesmo com o final controverso. Eu acho. 🙂

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