Saiba mais sobre o que é Star Wars e qual sua importância
Afinal de contas, por que tanta gente gosta tanto e só tem falado de Star Wars? Por que o Episódio VII – O Despertar da Força, foi “o filme mais aguardado de todos os tempos”? Por que o Episódio VIII também causou tanta comoção? E, o mais importante: essa fama toda é justificada ou não?
O que é Star Wars:
Star Wars é ‘basicamente’ uma saga cinematográfica que conta uma história ocorrida “há muito tempo atrás, em uma galáxia muito, muito distante“. Mas o que inicialmente era ‘apenas um filme’, virou todo um universo fictício, composto de filmes, revistas em quadrinhos, livros, jogos e muitas outras coisas, todas relacionadas e que narram acontecimentos ocorridos dentro do universo da saga (para saber mais a fundo sobre isso, clique aqui).
O gênero dos filmes é um pouco controverso… o autor da saga, George Lucas, classificou-os como “ópera espacial“, e nos sites especializados em cinema do mundo todo vemos Star Wars classificada tanto como ficção-científica como fantasia espacial, justamente por ter elementos dos dois gêneros e/ou por ser uma mescla de ambos (veja aqui porque Star Wars é ficção científica, a despeito de alguns dizerem o contrário).
Star Wars conta, de uma forma geral, como sombrios seres malignos conhecidos como Sith orquestraram a derrubada da república democrática que comandava a galáxia, transformando-a em um Império ditatorial, enquanto uma rebelião tentava combatê-los com a ajuda das contrapartes ‘luminosas’ dos Sith, os Jedi. Nas duas primeiras trilogias (a clássica e a prequel), o enfoque se dá em Anakin Skywalker, um Jedi que acaba sucumbindo ao lado negro da Força e se transforma em Darth Vader, um dos mais poderosos e bem sucedidos Sith que já existiu e braço direito do Imperador, mas que posteriormente se redime, volta para o lado da luz e mata o seu ex-mestre, ajudando a rebelião (saiba mais aqui sobre a história de Anakin/Vader em um artigo de Sérgio Godoy). Na atual nova trilogia, vemos o destino da galáxia cenário de Star Wars após os eventos mostrados anteriormente, com a Nova Ordem assumindo o papel de antagonismo que antes cabia aos Sith (e o Império, de um modo geral), e Luke Skywalker – filho de Anakin – tentando manter viva a tradição dos Jedi.
Por que Star Wars é tão importante:
A importância da saga SW pode ser resumida da seguinte maneira: o cinema e o entretenimento como o conhecemos hoje, de uma forma geral, tem esse formato por causa de Star Wars.
A fundação do cinema moderno, segundo os estudiosos, começou com o filme Tubarão, de 1975. O filme de Steven Spielberg foi o primeiro blockbuster da História do cinema e criou conceitos que começaram a redefinir a sétima arte, como produção voltada para o entretenimento e não mais a arte pura, além do investimento pesado no marketing para promover a obra (veja aqui um artigo sobre o assunto).
Mas a revolução em “antes e depois” do cinema só se completou em 1977, quando George Lucas lançou seu Star Wars – Episódio IV: Uma Nova Esperança (conhecido aqui no Brasil simplesmente como Guerra nas Estrelas), que, na época, se chamava ‘apenas’ Star Wars.
Diversos problemas durante a filmagem e a produção de Star Wars fizeram com que Lucas tivesse que financiar boa parte do filme e em troca o estúdio lhe ‘deu’ os direitos sobre a obra e os personagens e esse acontecimento aparentemente sem grande importância acabou por mudar não só o cinema, mas o modo de vida como o conhecíamos.
Nascia com Star Wars o ‘fã de um produto’, já que até então exista apenas o fã de artistas ou de celebridades… George Lucas, dono dos direitos de um filme recheado de personagens carismáticos, inaugurou o licenciamento de produtos relativos às obras autorais, da forma como existe hoje, criando uma legião de ‘admiradores’ da saga. Nasciam ali os fã-clubes, o nerdismo atual, a memorabília, o colecionismo, os grupos de discussão, as convenções de fãs com os formatos atuais e também o costume de se reassistir – em casa – um filme já visto anteriormente no cinema. Então, se hoje você gosta de TV a cabo ou de assistir um filme em DVD, saiba que essa costume recente na História da humanidade se popularizou graças a Star Wars e o videocassete. Na verdade, todas essas coisas hoje comuns e corriqueiras existem, dessa maneira, por conta da saga e de tudo o que se desenrolou na cultura pop por causa dela.
A popularização das histórias contadas em várias partes (em trilogias, basicamente), também ocorreu com Star Wars, que adaptou a estrutura teatral do Ternário e sua divisão em atos – começo, meio e fim – para uma saga de três filmes.
Portanto, vemos como o cinema moderno surgiu e se fixou com os elementos combinados de Tubarão e Star Wars e como a saga dos Jedi criou o costume existente até hoje de se ‘consumir’ um filme em outros formatos e outras mídias, além de implementar novos comportamentos na sociedade moderna no que tange à forma como as pessoas se relacionam com o entretenimento.
Podemos dizer então que Star Wars ‘mudou o mundo’? Sim. Mudou o cinema, o entretenimento e o modo de vida da sociedade atual e o modo como ela se diverte, da mesma forma que o Orkut e o Facebook mudaram completamente a forma como as pessoas se relacionam com a Internet, por exemplo.
Os elementos narrativos e a mitologia de Star Wars:
Já vimos como a estrutura do teatro e a história contada em atos, firmada com SW, revolucionou a formatação dos filmes, inaugurando a era das franquias cinematográficas que explodiram nas últimas décadas (De Volta Para o Futuro, Senhor dos Anéis, Exterminador do Futuro, Harry Potter, Jogos Vorazes, os heróis Marvel e DC, dentre outras).
Além de estruturar seus filmes dessa forma não usual e que caiu no gosto do mundo todo, Lucas ainda embasou sua história no conceito – hoje comum – do Monomito, ou, como também é conhecido esse postulado, a Jornada do Herói, o que ajudou ainda mais a saga a tornar-se um sucesso e angariar fãs de todas as idades e classes sociais.
A Jornada do Herói é um conceito de rito cíclico estabelecido pelo antropólogo Joseph Campbell em seu livro O Herói de Mil Faces (The Hero with a Thousand Faces – 1949). Na obra, Campbell basicamente identifica elementos comuns a todos os mitos mais populares da cultura mundial, incluindo as mitologias clássicas, e mostra como esse padrão se repete de forma mais ou menos igual, com o protagonista passando por aproximadamente 12 fases/ritos durante sua jornada rumo a um objetivo superior (destrinchadas em 17 etapas pormenorizadas).
A teoria de Campbell tem fundamentação nos estudos de Freud, Jung e van Gennep e seus conceitos de comportamento subconsciente, arquétipos de personalidade e ritos de passagem, respectivamente, e mostra como o Monomito encontra respaldo e aceitação na psiquê humana, o que deixa qualquer obra mais simpática à nossa aceitação se ela incorpora os elementos dessa jornada que, segundo o antropólogo, todas as pessoas passam (em maior ou menor grau), pelo menos uma vez na vida, ainda que em graus menos ‘heróicos’ que nos filmes.
Star Wars, portanto, além de contar uma história bacana de fantasia, com o formato extremamente atrativo da ficção-científica e seu visual chamativo e moderno, com personagens interessantes e carismáticos, ainda ganhou pontos pela abordagem narrativa estruturada em formato de trilogia e com o cerne da história ancorado na Jornada do Herói, que cativa a mente humana e atrai a simpatia do público.
Personagens:
Outro fator que ajudou a popularizar a saga é seu rol de personagens carismáticos. Com as personalidades definidas em cima de arquétipos escolhidos com base na psicanálise, Lucas conseguiu criar várias âncoras emocionais com o público ao caracterizar de forma marcante não só os protagonistas, mas todos os personagens centrais, de modo que ganhou a simpatia de todos os públicos possíveis, escapando assim de uma audiência restrita a nerds ou intelectuais (o consumidor característico do sci-fi, por exemplo), e abrangendo toda a família, inclusive os jovens e as mulheres – até então tradicionalmente relegadas no direcionamento das audiências das grandes produções de Hollywood.
Com Star Wars, vimos como o ‘mocinho’ pode ser imaturo, teimoso e impaciente no começo, tendo que evoluir para chegar ao status almejado (Jornada do Herói); como a ‘mocinha’ não precisa ser uma ‘bela e indefesa coitadinha à espera do príncipe encantado’ e seu par não é necessariamente o estereótipo tradicional encontrado nos filmes família, podendo ser um mercenário cínico e desapegado, dentre outros exemplos.
Temos também simpáticos robôs servindo de alívio cômico (sem gags, como já disse Irvin Kershner, diretor do Episódio V – O Império Contra-Ataca); o mestre que serve de guia ao herói em sua iniciação e treinamento (Jornada do Herói) e, claro, os vilões… em SW, os vilões não são maniqueístas, e são tão protagonistas quanto os ‘heróis’ da história, com personalidades marcantes e densas.
Darth Vader é tão icônico na cultura pop mundial que foi eleito pela Films Critics Society e pelo site Hollywood.com como “o maior vilão da História do cinema“.
Design:
Temos aqui mais um fator que transformou Star Wars em um fenômeno de massa em todo o planeta.
E não estamos falando da até então inédita sacada genial de se criar o ‘futuro velho’, ou seja, de se mostrar um futuro tecnológico com marcas de uso e vestígios de idade, que o torna verossímil, em lugar dos ambientes ‘impossivelmente intocados’ e dos equipamentos ‘novos e lustrados’ que até então eram mostrados nos filmes sci-fi.
Na verdade, o diferencial do design de SW vai do som genial do ‘mago’ Ben Burtt, criador dos efeitos sonoros dos sabres de luz, dos tiros laser dar armas blaster, das linguagens do R2-D2 e dos wookies e etc., passando pelo visual estupefante dos personagens, equipamentos e cenários, criado por Ralph McQuarrie – cujos painéis pintados com sugestões de cenas foram decisivos para os executivos da Fox decidirem produzir o filme original.
Quem, após assistir um dos filmes Star Wars, não se deixou encantar pelas armaduras dos Stormtroopers ou pelo traje majestoso de Darth Vader? E que menino – de qualquer idade – não ficou de boca aberta ao ver pela primeira vez na vida um duelo com sabres de luz (e não os reproduziu com os amigos, imitando o som característico das armas Jedi)?
Trilha Sonora:
O último fator que elevou Star Wars á condição de obra mais relevante e influente da História do cinema (conforme já explicado) é sua trilha sonora épica e marcante.
Composta pelo maestro John Williams – a quem considero um gênio musical que, se vivesse antes do Século XX, seria considerado um dos maiores compositores eruditos da humanidade em todos os tempos, ao lado de lendas como Wagner, Verdi, Mozart, Bach, Beethoven e outros – a trilha sonora de Star Wars é a mais famosa do cinema, desde seu surgimento até os dias atuais, e (como quase tudo em SW) dividiu em ‘antes e depois’ a composição de trilhas para obras cinematográficas, em um processo que o póprio Williams havia iniciado em Tubarão, poucos anos antes.
Aliás, aqui vemos mais uma vez como as duas obras mudaram completamente o cinema, dando a ele sua formatação atual em um ‘nascimento’ que começou com o filme de Spielberg e se completou com o de Lucas.
Voltando à trilha sonora, ela ajudou a tornar a sequência inicial do primeiro filme Star Wars, o Episódio IV – Uma Nova Esperança, de 1977, a “mais impactante abertura da História do cinema”, segundo pesquisas realizadas em 1999 para as eleições que, naquele ano, apontavam as melhores ‘alguma coisa’ do Século.
Star Wars x Star Trek:
Para quem não sabe a diferença (e recomendo que saiba, já que os fãs das duas sagas não gostam muito quando se confunde uma com a outra), podemos resumir da seguinte maneira: Star Wars é aquela do Darth Vader, dos Skywalkers e dos Jedi, da Aliança Rebelde, da Estrela da Morte e das lutas com sabre de luz, e Star Trek é aquela do Capitão Kirk, do Sr. Spock e da nave estelar Enterprise e sua “missão de 5 anos para explorar novos mundos, pesquisar novas vidas, novas civilizações, audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve” e onde sabemos que ‘os tripulantes vestidos de vermelho vão morrer’.
Criada por Gene Roddenberry, Star Trek diferencia-se de Star Wars basicamente no enfoque um pouco mais puro de ficção-científica durante as aventuras de Kirk e sua tripulação. Essa alegada fidedignidade maior de Star Trek gerou inclusive toda uma polêmica sobre Star Wars não ser ficção científica, que você pode conhecer nesse artigo especial, que desmente essa teoria.
Com o passar dos anos e a crescente tendência mundial a se dicotomizar tudo na vida, os fãs mais hardcore de ambas as sagas passaram a nutrir antipatia pela outra, de modo que se tornou comum hoje em dia – e de forma cada vez mais definitiva – que ‘se goste ou de uma ou de outra’, o que, evidentemente, é uma grande bobagem e as pessoas normais podem, e devem, apreciar as duas sem qualquer constrangimento, cada uma com suas devidas virtudes, sem que seja preciso comparar ambas para se achar a ‘melhor’.
Trilogias:
Star Wars, como já dito, é uma história contada – no cinema – em trilogias. Quando George Lucas escreveu o roteiro original da saga, ele adaptou o formato do Ternário teatral em três escalas, dividindo a história principal em três partes menores e pegando cada uma dessas partes menores e dividindo-as novamente, desta vez em trilogias.
Ou seja, a história principal criada por Lucas deveria ser contada em nove filmes. No entanto, ciente das dificuldades de se produzir algo tão grande – e caro – o autor tentou primeiro vender apenas a primeira parte da trilogia do meio. O sucesso comercial do episódio IV, portanto, viabilizou a produção dos episódios V e VI. Esta primeira trilogia é a ‘clássica’, a original, do fim dos anos 70 e início dos anos 80.
A trilogia clássica conta a história da Aliança Rebelde e sua luta contra o Império, que comanda a galáxia com mão de ferro em um sistema déspota e autoritário. Os filmes mostram como Luke Skywalker se junta aos rebeldes e se inicia na Força e começa seu treinamento Jedi. Ele é considerado pelos rebeldes como “a última esperança contra o Imperador”.
Muitos anos depois, quando considerou que a tecnologia dos efeitos especiais havia alcançado o patamar ideal para que contasse o começo de sua história, Lucas filmou a segunda trilogia (a primeira, cronologicamente falando, com os episódios I, II e III), contando o começo de sua história. Essa é a trilogia ‘prequel’ ou ‘nova’.
Nessa nova trilogia (porém, cronologicamente anterior à trilogia original), vemos que a história de Star Wars na verdade é a Jornada do Herói de Anakin Skywalker, pai de Luke, que deixa de ser um Jedi e passa a ser o Lorde Sombrio de Sith conhecido como Darth Vader, o braço direito do Imperador, e ajuda na derrubada da República Galáctica, então vigente, e na criação do Império.
A trilogia que se iniciou em 2015 com o Episódio VII não conta necessariamente a continuação da história exata imaginada por Lucas, já que ele vendeu a franquia para a Disney e já foi divulgado que pouco se aproveitou de sua ideia original para os “novíssimos filmes” (ainda não sabemos como essa trilogia capitaneada por J. J. Abrams será conhecida). Ainda assim, é a sequencia original das histórias de Star Wars, e mostra como a Nova República, fundada após a queda do Império, passou a ter na Nova Ordem, liderada pelo enigmático Snoke, o “inimigo” da vez.
Star Wars em outras mídias:
Além dos filmes, Star Wars tem sua história contada também em spin-offs, ou material extra derivado do original/principal, lançado em diversos formatos e considerado “oficial” na cronologia da saga.
Isso significa na prática que, por exemplo, podemos encontrar em revistas em quadrinhos alguns relatos sobre o que fez Darth Vader entre os filmes IV e V (lembrando que no fim do Episódio IV ele está em um caça e não é apanhado na explosão da Estrela da Morte). Do mesmo modo, na série de cartoons Clone Wars podemos ver mais a fundo o desenrolar das Guerras Clônicas citadas na trilogia clássica e mostradas apenas de forma superficial na trilogia prequel. Podemos citar ainda games, livros, o vindouro filme do Han Solo, o filme Rogue One (o primeiro derivado oficial da franquia principal) e outros materiais cujas histórias fazem parte da saga Star Wars, complementando-a e enriquecendo sua história (lembrando que a Disney desoficializou quase tudo do antigo Universo Expandido para oficializar seu próprio novo cânone de Star Wars).
A nova trilogia:
Tudo o aqui explanado ajuda a explicar o sucesso histórico de Star Wars, o que já ajuda a entender parte da comoção que acometeu o mundo quando a Disney anunciou que em 17 de Dezembro de 2015 teríamos, finalmente, o Episódio VII da saga.
Ocorre que, além de todos os motivos normais que os fãs teriam para aguardar o novo SW, alguns elementos se somaram aos “normais”, que já seriam suficientes para fazer daquele lançamento, um dos mais aguardados de todos os tempos.
a) Existe uma certa decepção – pelo menos dos fãs – para com a trilogia nova (Episódios I, II e III), cujos filmes são considerados inferiores, em termos narrativos, à trilogia clássica, e alguns elementos acrescentados por Lucas (como os Midi-chlorians, dentre outros) acabaram denegrindo alguns dos conceitos estabelecidos na trilogia clássica. Assim, para muitos, a “verdadeira sequência de Star Wars” será o próximo filme, que promete retomar tudo o que funcionou nos episódios IV, V e VI e foi deixado de lado nos episódios I, II e III (marcados também por um excesso de efeitos especiais em detrimento da narrativa);
b) A produção do Episódio VII mostrou desde o início que bebeu da fonte da trilogia original, em termos narrativos e de design. Além disso, o filme mostraria o que ocorreu na vida dos personagens dos originais filmes icônicos, que têm muito mais apelo emocional junto ao público do que os personagens apresentados nas prequências, bem como na galáxia onde se passa a saga, e perguntas como “o que houve com o Império após a morte de Vader e do Imperador” foram finalmente respondidas.
Assim, a base de fãs da saga, que só aumenta nas últimas décadas – por conta do Universo Expandido, os quadrinhos, os cartoons e os games – se viu no píncaro da expectativa em relação ao lançamento do novo filme, por conta de todos os motivos aqui expostos. Junte a isso o grande momento que o cinema como um todo vive atualmente e a popularização das obras e temos o cenário perfeito que resultou, por exemplo, no fato que os teasers do novo filme fossem os mais assistidos da História, assim como a pré-venda de ingressos do Episódio VII bateu todos os recordes históricos existentes, em todo o mundo.
J. J. Abrams não decepcionou e entregou um Episódio VII à altura da trilogia original. O filme tinha “textura” de Star Wars como os antigos filmes, e continuou de forma digna a saga cósmica de George Lucas. A despeito de alguns problemas conceituais, como a base Starkiller (nada que estrague a experiência), o filme foi muitíssimo bem recebido pela crítica e pelo público e se tornou a segunda maior bilheteria da História do cinema, atrás apenas de Avatar (principalmente porque Star Wars não é muito popular na China, o segundo maior mercado do mundo, ao contrário do filme de James Cameron).
Além da “cara” de Star Wars que a trilogia prequel não tinha, Episódio VII ainda usou uma estrutura de roteiro similar ao filme original (Episódio IV), o que obviamente serviu de âncora emocional para os fãs originais. Além disso, os personagens clássicos estavam todos lá, e como nunca antes pôde-se sentir que o legado de uma obra foi respeitado.
A mesma “textura” e respeito ao material clássico original foi encontrada em Rogue One, filme sem relação com a história principal, mas que mostra acontecimentos imediatamente anteriores ao primeiro episódio da saga (o IV, é bom frisar). Rogue One ainda trouxe o maior fan service da história do cinema com a sequência já mitológica do “corredor”, com Darth Vader justificando sua fama apregoada em Uma Nova Esperança de forma antológica, e um final que casa de forma simplesmente perfeita com o início do Episódio IV.
O Episódio VIII – Os Últimos Jedi, de 2017, dividiu a base de fãs de uma maneira inesperada, despertando amor e ódio (saiba aqui mais sobre esse fato e os motivos da polêmica). Em 2019 teremos o encerramento da terceira trilogia.
Leitura complementar:
Clique aqui para saber mais sobre o conceito do Monomito.
Clique aqui para saber mais sobre os passos da Jornada do Herói (com exemplos calcados em obras como Harry Potter e Senhor dos Anéis).
Ralph Luiz Solera
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Muito bom esse apanhado do Star Wars, principalmente o lance de ter mudado o cinema e a cultura mundial. Parabens!
Que belo texto sobre Star Wars
Excelente!!! Conciso, sem se alongar demais e ainda assim completo sobre o assunto, citando fatos técnicos e históricos que explicam pq SW é tão amada e tão importante dentro do cinema e da cultura pop de um modo geral. Parabens!
Aeeee finalmente um artigo que explica o hype que essa saga tem… parabéns!!! Estamos no aguardo pra uma eventual resenha do filme ou um update nesse texto.
A ta entao Star Wars mudou o mundo… quanta b.o.s.t.a
chola, hater!
finalmente alguem soube explicar direito o que é Star Wars e pq é tão famosa… parabéns!