Crítica: A Bruxa de Blair (Blair Witch)
A Bruxa de Blair (Blair Witch)
Direção: Adam Wigard
Roteiro: Simon Barret
Elenco: James Allen McCune, Callie Hernandez, Corbin Reid, Brandon Scott, Wes Robinson e Valorie Curry.
A Bruxa de Blair original (The Blair Witch Project) causou furor em 1999 ao se tornar uns dos melhores custo benefício do cinema (com gasto de 60 mil, rendeu 250 milhões de dólares) e por renovar o estilo documental dentro do suspense e terror. Tudo isso graças também a campanha boca a boca permeada pela Internet que estava se consolidando na virada do século.
Agora, depois de uma continuação picareta em 2000, chegamos a esta nova versão que pode ser vista como remake, reboot ou continuação (o que preferirem) e mesmo não trazendo elementos novos, consegue dentro do gênero, ser algo mais bem cuidado do que a maioria dos filmes. Mas, ratifico, não é algo novo, por seguir praticamente a mesma fórmula do original.
James (McCune) localiza na internet gravações da irmã desaparecida e parte com um grupo de amigos para a floresta para obter mais respostas. Claro que o filme não foge de seus clichês, de premissas pouco convincentes ou situações desnecessárias, como o tradicional momento que uma vítima vai urinar ou buscar gravetos a metros de distância do acampamento ou a bateria dos aparelhos que nunca acaba. Ou pura e simplesmente ficamos a perguntar o que eles realmente estão fazendo lá – principalmente o casal Talia (Curry) e Lane (Robinson) que se juntam na empreitada sem qualquer premissa que não seja para obviamente se arrependerem.
Mas mesmo assim é elogiável que o diretor Adam Wigard tente sempre sair da zona de conforto, narrativamente falando. Com diversos pontos de vistas (câmeras acopladas nos personagens, drone e câmera de infravermelho) o diretor imprime um dinamismo interessante e evita que o público possa cansar com a câmera tremida, que mesmo assim, ainda é usada em conjunto com a “câmera real” do filme.
Este artifício é interessante em alguns momentos e ajuda na maneira de contar a história, como visto numa cena em que o personagem não pode dirigir o olhar para determinado lugar, a câmera é redirecionada para o público que assume a visão dela (obviamente tendo um poder de descrença absurda pelo fato de que é improvável que num momento de vida ou morte possamos ficar procurando um melhor ângulo para uma filmagem).
A direção, portanto, aposta em abordagens que são comuns em filmes de terror de hoje, como o falso documentário e obviamente o tradicional found footage. A direção também tenta não exagerar no tom do filme ou no inverossímil dentro da proposta, assim quando o faz a cena é mais eficaz junto ao público.
Claro que estamos falando de um filme de terror de uma entidade que assombra uma floresta, mas mesmo assim seria muito tentador que o filme apostasse em doses de terror mais explícito e não necessariamente no poder da sugestão como símbolos espalhados na floresta e barracas voando e na dinâmica dos personagens influenciados pela atmosfera claustrofóbica.
Enfim, sem sair do lugar este ‘novo’ Bruxa de Blair vai atingir seu objetivo com louvores mesmo que o desgaste seja inevitável.
Cotação 3/5
Rodrigo Rodrigues
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esse filme é dakeles found footage, ou seja, como se um dos atores estivesse com uma camera na mao o tempo todo?
Bem vindo
Sim. Pelo menos, tenta.
Abraços
como assim reboot e continuação ao mesmo tempo?
Eliana
Obrigado pelo comentário.
Sobre o tema que você levantou de maneira perspicaz, sei que soa estranho. Mas seria também uma certa ironia da minha parte, pois o filme é bem parecido com o original (que poderia chamar de remake) e tem elementos ligados ao original (uma continuação).
Mas não precisa se atentar tanto para isso (rs)
Parabéns pelo detalhe abordado
Abraço e espero que goste do filme.