Top 7 séries antológicas de ficção científica (e terror)
Neste novo Top7 do Maxiverso listamos algumas séries de ficção científica, com terror – de preferência, que adotaram o formato de antologia, ou seja, cujos episódios não formem uma única história ao longo das temporadas. Para os fãs do sci-fi (e terror também, claro…), e para quem gosta de poder assistir uma série sem necessariamente seguir a ordem dos episódios, ou que goste de histórias mais curtas, é um prato cheio.
Além da Imaginação:
A mais clássica das séries do tema, iniciada em 1959. Pioneira, praticamente abriu o mercado da TV e do cinema para tudo o que veio depois disso em matéria de sci-fi, terror, suspense e bizarro. Inspirou filmes e outras séries, dentre as quais, Galeria do Terror, do mesmo criador, o gênio Rod Serling, levando a um cenário que jogou a ficção científica no mercado mainstream (um caminho que começou com o longa-metragem Planeta Proibido, a obra-prima sci-fi com altas doses de filosofia que possibilitou comercialmente a ficção científica de primeira linha e levou a outras obras clássicas de FC dos anos 60 e 70). Focada no bizarro, com elementos de terror e ficção científica, se notabilizou por mostrar histórias “cotidianas”, de pessoas “comuns”, que em algum momento adentravam a chamada zona do crepúsculo do título original (The Twilight Zone), uma espécie de limbo existencial, ou um plano diferente da realidade, onde as regras normais da vida, do universo e das coisas parecem se subverter. Gerou séries derivadas, remakes e continuações e inspirou toda a cultura pop ocidental, ainda que hoje em dia possa parecer meio lúdica demais.
Black Mirror:
Alvo de vários artigos do Maxiverso, Black Mirror é também, provavelmente, a mais popular das séries aqui listadas (uma condição atual, visto que as duas primeiras temporadas da série foram bastante underground e foram compradas pela Netflix, que produziu as demais sequências). Com uma qualidade fantástica nas duas primeiras temporadas (2011 a 2013), Black Mirror deu uma leve caída na terceira temporada (2016), e na quarta (2017) a queda foi acentuada. No lugar de uma quinta temporada, vimos um longa-metragem criativo, com a opção de escolha de direções que a história poderia tomar (Bandersnatch – 2018), que, apesar da inventividade, ficou bastante aquém do que prometia. Para quem ainda não conhece, a série trata da interatividade das pessoas com a tecnologia, e suas consequências, o que gera episódios que vão desde dramas familiares cujos apetrechos tecnológicos são apenas coadjuvantes, até histórias fortes – e de terror – na qual a tecnologia pode ser até mesmo um antagonista.
Electric Drea
ms:
Série da Amazon Prime iniciada em 2018, cujos episódios são adaptações dos contos ou histórias longas do mestre Philip K. Dick, autor de obras-mestras do gênero que renderam adaptações sensacionais como O Homem do Castelo Alto (transformada em uma excelente série sci-fi, também da Amazon), Blade Runner, Minority Report, Total Recall, Scanner Darkly, etc. Com epísódios longos, instrospectivos e dramáticos, sempre com atores de primeira linha, a série joga a ficção científica em um caldeirão que também tem filosofia existencial, dramas humanos, cotidianos e existenciais, debates sobre ética e moral em relação ao uso da tecnologia pela humanidade e outros assuntos tão profundos quanto. Por ser de uma plataforma menos popular que a Netflix, e por ter primado pelos dramas dos personagens ao invés da aventura e ação que caracterizam as adaptações de K. Dick para o cinema, esta série não foi tão aclamada pelo público quanto os longa-metragens, mas vale tanto a pena quanto eles.
Into the Dark:
Uma boa surpresa da Hulu, esta série basicamente de terror com algumas variantes, consegue surpreender pela qualidade dos episódios e pela mão firme dos roteiros, que não se vendem a saídas fáceis em busca de espectadores menos pacientes, de forma que temos episódios de mais de uma hora que não se preocupam em exibir um ritmo lento na construção de atmosferas, personagens e situações. Para alguns, episódios como o que se passa inteiro dentro de um elevador podem soar lentos e arrastados… para outros, o mesmo episódio pode se mostrar uma boa combinação de suspense e tensão que se elevam e culminam em uma história claustrofóbica (em todos os sentidos) e pesada. Não tem o mesmo nível de Love, Death + Robots, mas ainda assim está acima da média geral do gênero e tema, conseguindo com eficiência unir o humor negro e a crítica ácida à situações cotidianas sem deixar o terror, o suspense e o bizarro de lado. Vale bastante a pena.
Love, Death + Robots:
Lançada recentemente, é a maior surpresa dessa lista. Composta de episódios curtos (em média, 5 a 10 minutos apenas), todos animados, apresenta histórias que vão desde o hard science fiction até variantes mais soft, como space opera e steampunk. Quase todos os episódios são de alto nível e apresentam boas doses de terror e violência (e até, quem diria, um pouco de gore), uma combinação que costuma atrair os fãs do gênero e permeia grandes obras da ficção científica no cinema, na TV e na literatura (lembrando que Frankenstein é considerado por muitos como a primeira obra sci-fi da história). Love, Death + Robots conta com alguns nomes famosos na direção dos episódios e na dublagem dos personagens, além de ter David Fincher na produção, o que por sí só já seria motivo para prever os cenários apresentados, muito mais pesados e fortes do que em séries como Black Mirror e Into de Dark. Altamente recomendável para quem gosta do tema e aprecia todas as variantes da FC, sem qualquer “discriminação”. Assistam!
Quinta Dimensão:
Muito comparada com Além da Imaginação, essa série diferencia-se da primeira por enfocar mais a ficção científica do que o terror, o suspense e o bizarro, além de trazer muitas vezes o componente do plot twist para surpreender o espectador. Criada para aproveitar a onda de Além da Imaginação, que havia tirado a ficção científica do âmbito infantil e “B” na televisão, Quinta Dimensão conseguiu ter boa aceitação da crítica e público em uma época ainda incipiente para o sci-fi. Criada por Leslie Stevens, que escrevia, produzia e dirigia todos os episódios, a série surgiu em 1963 e durou apenas até 1965, ainda que as reprises tenham se seguido pelas décadas seguintes e os anos 90 tenham trazido novas temporadas em uma espécie de remake produzido pela Showtime. Diz-se que na época a emissora ABC queria apenas uma série de “monstro da semana” para concorrer com Além da Imaginação, mas o seriado foi mais ambicioso em complexidade e profundidade, considerados altos para a época, o que provavelmente explica sua audiência não muito boa na ocasião. Ambas as versões (a original e o remake) são recomendáveis.
Room 104:
Série da HBO iniciada em 2017, com episódios de cerca de meia hora que retratam acontecimentos não usuais ocorridos sempre em um mesmo quarto de um hotel dos Estados Unidos. Os gêneros dos episódios variam, mas abordam também a ficção científica soft, ainda que em geral a série esteja listada mais como algo acerca do bizarro e do terror (o que a colocaria mais próxima de Além da Imaginação do que de Black Mirror, por exemplo). Para não ficar maçante, a série procura mudar o que pode entre um episódio e outro, incluindo montagem, fotografia e até a filmagem, tendo por exemplo episódios exibidos através de filmagens de celular. Assim como Quinta Dimensão, parece que a grande sacada da série fica por conta das reviravoltas, sejam elas nos finais dos episódios ou mesmo no meio dos mesmos, já que os roteiros gostam de indicar uma direção, mas depois acabar indo em outra… ou até mesmo voltando ao caminho original, depois de um breve desvio.
E aí, gostaram das sugestões? Aproveitando o tema, que tal ver este especial com os robôs mais famosos da ficção?
Ralph Luiz Solera
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comecei a ver a serie da imagem, assisti 4 episodios, muito boa
Excelente lista!!!
Parabéns pelo artigo, muito boa a seleção. Gosto como vcs enxergam a ficção científica e como conseguem mesclar sempre nos textos material antigo e novo, sem fazer acepção de nenhum subgênero ou nenhuma época. Mais uma vez parabéns. Vi 3 episódios de Love, Death + Robots, realmente é muito bom, diria que a melhor coisa que a Netflix lançou desde Dark.
ow Into the Dark é show de bola bem legal tem uns terrorzao maneiro e outros nem tanto mas muito bom recomendo
muito bom!!! o episodio do lixão dá até um embrulho no estômago!
cara, essa Love Death Robots parece boa heim ta tendo ótimas notas nos EUA