Crítica: Amores Expressos (Chungking Express, 1994)

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Direção: Wong Kar-wai

Elenco: Brigitte Lin, Tony Leung, Faye Wong, Takeshi Kaneshiro, Valerie Chow e Jinquan Chen.

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Como dito na crítica de Amor à Flor da Pele, Wong Kar-wai é um diretor capaz de fundir magistralmente locais e personagens em busca do par perfeito, como uma herança da Nouvelle Vague; e como visto anos depois em sua filmografia. Saindo da vala comum que tal premissa poderia trazer, o diretor simplesmente deixa os acontecimentos de suas histórias fluírem, sem jamais se apoiar em algo forçado em seu roteiro e que tem admiração de cineastas como Tarantino, que tem nesse filme uma das paixões e, logo após Pulp Fiction, abriu usa própria distribuidora para lançar Amores Expressos e outro filmes de Wong Kar-Wai em solo americano.

Sendo apenas o terceiro filme de Wong Kar-Wai, Amores Expresso fatalmente pode ser acusado de expor a inexperiência do diretor ao soar com uma narrativa datada por permear sua “primeira parte” com uma estética de vídeo clipe (contando com o clássico California Dreams tocado a todo volume), por exemplo. Mas mesmo que essa linguagem jovial para a época soe fincada no passado (lembre-se que estamos falando da década 90), Kar-Wai jamais abandona seus personagens, seus desencontros, sonhos e frustrações; diferindo frontalmente de muitas abordagens dos filmes do gênero para a época (algo que costumo sempre frisar ao comparar a filmografia do diretor).

Claro, que sua estrutura sofre devido ao seu desequilíbrio, intencional, mas ainda assim desequilibrado. Sendo assim, se o primeiro ato soa inocentemente como um noir apresentando um jovem policial viciado em comida enlatada, rejeitado pela ex e que se apaixona (sem saber) por uma traficante de drogas e nos deixa esperando uma conclusão desse relacionamento (nunca visto); o segundo – ocupando a maior parte da narrativa –, soa quase como que de maneira independente, cuja única ligação com o outro são as mesmas vielas de um bairro da cidade de Hong Kong. Fora que essa segunda parte, narrativamente, é quase oposta do início, onde o diretor usa planos longos e elementos que se aproximam mais de um romance com direito a personagens sonhadores; principalmente Faye Wang, moldada como uma personagem pop com seu carisma e desprendimento (juntamente com a própria Brigitte Lin, no início do filme, com seus óculos escuros e peruca loira).

Amores Expressos é um alívio sobre o amor, para quem se interessar, e fornece material suficiente para fisgar corações disponíveis; pode ser um mero escapismo, mas em se tratando de desventuras e acaso das paixões, nunca soa banal.

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FB_IMG_1634308426192-120x120 Crítica: Amores Expressos (Chungking Express, 1994)

Rodrigo Rodrigues

Eu gosto de Cinema e todas suas vertentes! Mas não aceito que tentem rescrever a história ou acharem que Cinema começou nos anos 2000! De resto ainda tentando descobrir o que estou fazendo aqui!

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