Crítica: Missão: Impossível – O Acerto Final

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Missão: Impossível – O Acerto Final.

Direção: Christopher McQuarrie

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Elenco: Tom Cruise, Hayley Atwell, Ving Rhames, Simon Pegg, Esai Morales, Pom Klementieff, Henry Czerny, Greg Tarzan Davis, Angela Bassett e Rolf Saxon

Jamais alguém poderá dizer que a franquia Missão Impossível não cumpriu sua tarefa durante as quase três décadas depois do primeiro filme em 1996 (ainda o meu preferido). E tendo que fazer um esforço para separar arte do artista, Tom Cruise tomou para si a responsabilidade não somente comercial, imprimindo literalmente seu corpo e alma no projeto com acrobacias sem jamais aparentar que não corria algum tipo de risco –  sendo elogiável sua invejável forma aos 62 anos. Assim, finalmente chegamos a Missão: Impossível – O Acerto Final assumindo como a última (ou quase) aventura dele como Ethan Hunt.

Iniciado na reunião do grupo depois dos acontecimentos do anterior Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1, Hunt (Cruise), Benji (Pegg), Luther (Rhames) e Grace (Atwell) precisam saber exatamente em que local encontra-se os destroços do submarino nuclear russo afundado contendo o código fonte da inteligência artificial, antes que essa comece invadir os computadores das principais potências do mundo e destruir o planeta numa guerra nuclear e  antes também que seja controlada pelo vilão Gabriel (Morales).

MI_P Crítica: Missão: Impossível - O Acerto FinalEu queria muito o roteiro tivesse a trama de maneira mais simples, pois assim como o primeiro capítulo, o diretor Christopher McQuarrie  faz com que Missão: Impossível – O Acerto Final não se preocupe em facilitar o trabalho do espectador em entender os detalhes da trama envolvendo a tal Entidade e como detê-la. É chave para abri um código fonte que esta dentro de um bunker, é código para infectar IA antes que assuma o controle, mas ao mesmo tempo precisa lidar com a geopolítica mundial e disputa de agencias etc.  Acho esse todo esse imbróglio desnecessário. Fora que o roteiro, ao tentar se consertar, comete várias vezes o mesmo problema de tornar os diálogos desnecessários; seja o batido “O que define você são suas ações” ou os vários núcleos de personagens que ficam completando a frase do outro com caras e bocas para tentar um impacto explicando coisa que não precisam ser explicadas.

Mas por outro lado, é interessante notar o anacronismo (para bem ou para o mal) do filme, pois, se estamos falando do filme mais militarizado da série com tons dos anos 80 – em que a visão americana é o farol armistício do mundo tendo, claro, a Rússia como ameaça -, serve também para contextualizar o filme numa época pré-digital (ressaltado pelo design de produção em trazer as bunker e sua tecnologia analógica sem computadores modernos).  Assim, como é importante abordar a propagação de Fake News como combustível de cultos apocalípticos com a missão destruírem o estado de direito e democracia. Mas admito certa decepção dos produtores em não dizerem com clareza quem são exatamente os detentores dessa tecnologia e quem eles estão servindo (leiam-se as Big Techs e os governos de extrema-direita).

Enfim, temos também autorreferência aos filmes anteriores com um sentimento ambíguo. Se por um lado torna-se excessiva por querer forçar alguma ligação com os atos dos outros filmes – no caso usar o MacGuffin da Missão: Impossível 3 (2006) – como elo para o surgimento da Entidade o que tornar a trama atual (já é problemática em sobreviver sozinha pelo excesso) , imagina usando elementos de outros filmes. Ou também na presença de Shea Whigham que surgiu no filme anterior para agora servir com elo dramático com um personagem do primeiro filme para exaltar a capacidade de perdão de Hunt. Todavia, alguns desses elementos acabam funcionando, como a presença surpresa de um personagem secundário, mas marcante também vindo do primeiro filme de 1996 por se figura importante na icônica sequência da invasão do cofre da CIA.

Entretanto, o foco do longa não decepciona no objetivo final: Tom Cruise arriscando o pescoço de maneira convincente. O astro não poupa esforços e compreende a jornada do personagem, tanto que Hunt me soou mais compenetrado e até seu habitual sarcasmo aqui ficou comedido. Mas se o clímax envolvendo um sequência em que anda de cabeça para baixo num avião – e toda sua ação é convincente por não deixar duvidas sobre sua capacidade de estar ali -, para mim a sequência a bordo do submarino soa a melhor. Compreendendo o espaço da ação com a fotografia deixando o publico ver o protagonista vai e onde estava o diretor é inteligente suficiente para fazer o espectador temer pelo protagonista ao adentrar na embarcação no fundo do oceano; comprovando que uma cena não precisa necessariamente de perseguições em profusão e barulho para se tornar boa.

Com um final típico do gênero (bombas, cronômetros e heróis dando a vida para salvar o grupo), Missão: Impossível – O Acerto Final deixa no fim o gosto que, mesmo com um esforço descomunal com sobressaltos, entrega aquilo que o público deseja quando o filme se deixa concentrar em que mais importa. Talvez a missão impossível seja realmente saber quando parar depois de bilhões de bilheteria!

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Rodrigo Rodrigues

"Você é chato demais com alguns filmes para alguém que diz gostar de Cinema" - Eu não “gosto” de Cinema. Eu amo Cinema! Mas quando não gosto do que vi, não sou obrigado a fazer média.

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