Crítica: Esquadrão Suicida (Suicide Squad)

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ES_cartaz Crítica: Esquadrão Suicida (Suicide Squad)Esquadrão Suicida (Suicide Squad)

Direção: David Ayer

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Elenco: Margot Robbie, Will Smith, Viola Davis, Jared Leto, Jai Courtney, Jay Hernandez, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Cara Delevingne, Joel Kinnaman, David Harbour, Adam Beach, Ike Barinholtz, Alain Chanoine, Karen Fukuhara, Shailyn Pierre-Dixon e Ben Affleck

Esquadrão Suicida é uma obra que tinha tudo para agradar: despretensioso, sem pressão de um Batman Vs Superman, personagens em sua maioria desconhecidos do público comum e uma premissa interessante sobre anti-heróis que se juntam para um trabalho. Tinha.

Com um elenco excessivo e uma inabilidade dos realizadores em trabalhar tantas frentes numa estrutura bagunçada, um roteiro frágil e cenas de ação burocráticas por exemplo, seria difícil que pudéssemos criar algum tipo de identificação.

Arlequina (Robbie) busca ficar ao lado do amado Coringa (Leto). Tem o Pistoleiro (Smith) que busca uma redenção e ser um pai mais presente. Flag (Kinnaman) é o militar padrão que se envolve com a hospedeira da personagem Magia, e não quer perdê-la. Magia (Delevingne) com seus poderes sobrenaturais procura sair do domínio de Waller (Davis). Há o Diablo (Hernandez) que vive em conflito por ter causado a morte de inocentes com sua piromania. Bumerangue (Courtney) é o alivio cômico (que não funciona). Tem o Crocodilo (Akinnuoye-Agbaje) cujo nome resume tudo. Katana (Fukuhara) que usa a vingança como motivação…

Pelo parágrafo acima deu para ter uma noção dos problemas que o filme tem em termos quantitativos. Então usando o argumento ‘Quem poderia evitar que outro Superman aparecesse na Casa Branca e sequestrasse o presidente?’ o governo autoriza a agente Amanda Waller (Viola Davis, uma das poucas a trazer certa credibilidade) a criar o projeto para que estes foras da lei atuem em conjunto para enfrentar uma ameaça (bem, posso dizer que, pelo que sei do Superman, não seria este grupo que conseguiria enfrentá-lo, enfim…).

O diretor David Ayer (do fraco Coração de Ferro) mostra novamente não ter a capacidade de gerir grandes elencos e ainda com um roteiro frágil e problemático as coisas somente ficam piores. O roteiro do próprio diretor não é somente falho por uma questão de um erro de concepção que pode vir de qualquer diretor, mas pelo fato de parecer ser uma constante dentro de filme do gênero de longas baseados em HQs servir apenas como se atendesse um apelo estético expositivo.

Num determinado momento um personagem tem toda uma sequência para demonstrar suas habilidades (que todos sabem que ele tem por ele ser o melhor do mundo na sua atividade) apenas para gerar um conflito ou auto-afirmação. Ou quando no clímax, este mesmo personagem, repete o que deve ser feito para derrotar os ditos vilões, como se não fossemos capazes de lembrar o que eles estão fazendo ali.

A trilha sonora é um dos grandes destaques do longa, não pelas músicas em si, mas por serem óbvias e pelo excessos para tentar engrandecer de maneira superficial o que o roteiro não conseguiu fazer ao apresentar os personagens. Assim temos, por exemplo The House of the Rising Sun do The Animals, The Rolling Stones com Sympathy For The Devil’, ambas para apresentarem a natureza dos integrantes do grupo e não poderia faltar Bohemian Rhapsody do Queen. Mas caso não tenha ficado muito claro aos espectadores a obviedade nas escolhas, a direção, para apresentar um integrante que usa bumerangues, insere AC/DC (Bumerangue, Austrália, AC/DC… pegou?).

Será que tudo tem que ser tão obvio, remastigado e sem pretensão de fugir de algo pré-estabelecido? Há espaço para se mexer no contexto sem descaracterizar. Podemos até mesmo pegar o filme Guardiões da Galáxia que a certo ponto tem situações em comum: uma equipe de desajustados no qual o filme usa a trilha sonora para pontuar suas ações, mas  neste caso feito de maneira orgânica e funcional.ES_meio Crítica: Esquadrão Suicida (Suicide Squad)

Comentei nas primeiras impressões que trata-se de um filme em que a presença de Will Smith pode ser um ponto positivo e negativo ao mesmo tempo. Positivamente pelo fato do seu Pistoleiro tentar ser o chamariz e símbolo da dubiedade que o filme tenta inutilmente trabalhar. Negativamente que sua  presença em si desvie a atenção para o próprio ator (tanto que o personagem que me parece usar sempre uma máscara ao assumir sua persona, aqui a usa somente em poucos momentos). Mas de qualquer maneira o problema aqui não é culpa do ator.

Tal dubiedade é tão mal realizada (não somente pelo fato de serem vários personagens) que o roteiro confunde conflitos internos com sentimentalismo barato. Assim quando a direção tenta trabalhar tal conceito com tom onírico, as coisas pioram (mas vale mencionar a beleza e cores da cena entre Arlequina e Coringa dentro de um tanque químico). Além de inseridos erroneamente num momento de tensão, servem apenas para quebrar o ritmo do longa e prejudicar a narrativa, como visto nas lembranças do Pistoleiro e sua filha, e é claro no romance entre Arlequina e Coringa (romance este que torna o desejo feminino da personagem em se tornar uma mulher recatada, do lar, com filhos e com direito a bobes no cabelo).

Mesmo assim a Arlequina de Margot Robbie diverte e é dona dos momentos que mais entretêm o público, contudo mesmo com seu carisma e imprevisibilidade, possui dentro de seu contexto problemas com relação à concepção do universo feminino e sua relação com o vilão Coringa de Jared Leto, como explicado acima. Quanto ao novo personagem de Leto em si, percebe-se que não há uma tentativa de emular visualmente os antigos Coringas (aqui lembra mais um mafioso russo, sei lá), mas surge sem uma personalidade própria e fica no meio do caminho entre reverenciar e criar algo novo.

Quanto ao visual dos personagens a direção aposta em tons escuros e sóbrios, deixando as cores e decotes obviamente para a Arlequina. Contudo é impossível deixar de falar dos antagonistas que soam completamente errôneos, visualmente confusos e com direito ao clichê ‘espetáculo de poderes que emanam de um prédio em direção ao céus’. Fora que dentro do contexto do filme – querer trabalhar algo mais mundano –  soa risível. Tanto que a personagem Magia (Delevingne) e sua dancinha (sim, não estou inventando nada) somada à figura de seu irmão-entidade (com um visual que mais lembra um troféu Kikito com toques egípcios) destoam e são facilmente esquecíveis, assim como o visual dos soldados que enfrentam os anti-heróis, que sem uma face definida soam igualmente descartáveis e inúteis.

Assim Esquadrão Suicida não é somente uma decepção como ainda serve de escada para futuras obras como podemos comprovar pela inserções do Batman (Affleck) e nas cenas pós-créditos. Agora fico pensando quem realmente são os vilões…

Cotação 2/5

Observações:

O 3D é descartável e não acrescenta nada, Com a fotografia já saturada, a mesma fica ainda mais prejudicada pela tecnologia que já escurece naturalmente o filme.

Outro ponto:

Não sei se deveria comentar, mas como um amante inexperiente do cinema, não posso me calar… Na sessão destinada a imprensa estavam presentes mais de 100 pessoas.

Nada contra. Claro.

Estavam todos ali exercendo o direito de um convite feito e em sua maioria demonstraram suas satisfações com camisetas de seus super-heróis preferidos, assim como repetiam as falas dos personagens, suspiravam de prazer ao ver uma referência direta das HQs e até mesmo batiam palmas no final da sessão (por mais que não considere o filme merecedor, respeito).

Mas cinema é muito mais que isso.

Assim, fico entristecido que cabines de filmes com menos alcance não tenham a mesma atenção de mais cinéfilos. Se juntar todas as minhas últimas cabines que participei, o total de espectadores não chega à metade da sessão do Esquadrão Suicida. E olha que vi filme bons. O que não foi este caso, mas na próxima pode ser o contrário.

ES_final Crítica: Esquadrão Suicida (Suicide Squad)

 

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Rodrigo Rodrigues

Eu gosto de Cinema e todas suas vertentes! Mas não aceito que tentem rescrever a história ou acharem que Cinema começou nos anos 2000! De resto ainda tentando descobrir o que estou fazendo aqui!

14 thoughts on “Crítica: Esquadrão Suicida (Suicide Squad)

  1. Eu adorei o elenco, obrigado por compartilhar!! Eu amei isso filme meu personagem favorito é Harley Quinn <3 Quando vi o elenco de Esquadrão Suicida imaginei que seria um grande filme, li que o diretor é David Ayer, um dos mais talentosos de Hollywood. O filme superou as minhas expectativas, realmente o recomendo

  2. Filme que prometeu MUITO nos trailers… mas entregou pouco. O Coringa parecia protagonista, mostrou-se apenas uma peça colocada pra atrair público. Novamente parece que a Warner forçou um corte diferente, mutilando o filme, tal qual BvS… aliás, perto de Esquadrao Suicida, BvS agora parece um filme excelente. Uma pena… tinha muito potencial, mas ficou abaixo da media. Uma pena mesmo.

    1. Rogério
      Obrigado pelo comentário,
      Jamais devemos criar muita expectativa sobre um filme (eu evito até os trailer se possível). Mas concordo que o filme tinha potencial.
      Abraço

  3. engraçado mesmo os fanboysinhos… aplaudem o filmeco como se fosse maravilhoso (se bem que dentro da parca percepção ainda crua e rasa deles, acho que consideram filmes como esse maravilhosos MESMO)… mas o pior é criticar quem nao gosta do filme ou criticar quem acha defeito neles, como se isso fosse uma ofensa pessoal contra a editora preferida deles… bando de manezao mesmo

    1. Gilmar
      Obrigado pelo comentário.
      Infelizmente muitas analises sobre os filmes baseados em HQ levam em conta mais a paixão dos fãs que propriamente uma opinião baseadas em critérios técnicos ( concordando ou não com eles).

      Para isso que serve uma boa crítica, levantar a discussão de maneira saudável.

      Abraços

  4. serio que vcs acham que SS tinha que ser uma obra prima do cinema? nao dava pra ir la e so se divertir com o filme, que é maravilhoso e todo mundo ta amando???

    1. Birra
      Obrigado pelo comentário.

      Acredite. Ninguém vai para um cinema para não gostar um filme , pelo contrário. O filme baseados em HQ, assim como qualquer outro, deve ser avaliados por vários tipos de critérios que envolvam o Cinema. E neste caso o ES é bem decepcionante.

      Mas você tem todo o direito de discordar da nossa opinião.

      Abraço

  5. QUE PORRA DE FILME FOI ESSE? DC PORQUE TU FEZ ISSO?(Ou a Warner???) TINHA TUDO PRA SER O MELHOR DO ANO! UM ELENCO DE ARREBENTAR! NÃO PRECISAVA SER LEVE, TINHA QUE SER FORTE, SER FODA!
    Infelizmente galera, eu esperava muito desse filme, ontem xinguei muito essa e outras criticas, pq não tinha como Esquadrão dar errado, falei em conspiração da mídia, perseguição da industria cinematográfica. Mas tenho que dar o braço a torcer, realmente o filme parece que foi picotado. Tem cenas em que ele parece que vai cair para um drama gore pop, mas tem um corte e o tom muda drasticamente. Fora o final mais bosta.
    Salva mesmo a Arlequina, pq nem o Coringa, que mais parece um pervertido apenas e não o maior inimigo do Batman, ele nem apresenta risco. (O LEX DO BATMAN VS. SUPERMAN, FOI MAIS CORINGA QUE O PRÓPRIO CORINGA)
    Vou apostar minhas fichas finais, em Mulher Maravilha. Essa não tem como errar. Se for mal tbm, sugiro a Warner a rebotar essa porra toda. Antes que eles estraguem a Liga da Justiça ou desmoralizem o Batman.

    Galera to bem chatiado, esperava mesmo outro tipo de filme! Não estava afim de ver um filme de explosão, explosão. Estava mais interessado em Plot twists, tipo um traindo o outro, cenas de luta bem elaboradas. Mas não é isso, infelizmente falar, mas é só mais um blockbuster descartável. Pra quem não se preocupa com roteiro e lógica, pode ir ver, mas pra quem é fã como eu e esperava algo mais, só não vá com grandes expectativas.

  6. O filme me agradou muito. Mais um trunfo desse universo, na minha opinião. Obviamente, como todos os filmes, existem pontos que pareciam que poderia ser melhor. As cenas de luta, por exemplo, acho que foram pouco trabalhadas. Muito longe do que foi BvS. Outro ponto negativo são as montagens feitas com o Ben Afleck. Claramente ele nunca encontrou o elenco do filme (além da Amanda). Todo o resto foi montagem, e mal feita. Mas a história é muito boa, e a maioria dos personagens conseguiu ser fiel às personalidades originais dos quadrinhos. Isso pra mim foi o ponto forte. O outro é que realmente alguns personagens, apesar de vilões, cativam os expectadores, atingindo o principal objetivo do porque o esquadrão suicida foi criado tanto nas HQs quanto nas telas. É empolgante a ideia de reencontrar alguns desses personagens nos próximos filmes da DC, principalmente o Pistoleiro e a Arlequina. Tomara que os dois evoluam para um romance que deixará o Coringa mais louco que é…. isso ficou explícito nas entrelinhas em diversas partes do filme, e isso já ocorreu em outras mídias. Em fim. Continuo sem entender o conceito de “crítica especializada”, visto que 80% das vezes essas críticas divergem da minha opinião pessoal, e é ruim porque cria uma onda de expectativas ruins quanto ao filme, o que leva o público a assisti-lo procurando defeitos ao invés de aproveitar a diversão. É um filme bastante divertido, co personagens cativantes e uma história legal. Tem mais descontração do que BvS e Homem de Aço, se aproximando de alguns filmes da Marvel, por isso acredito que agrada até o público que gostava mais deste universo do que do da DC até então..

    Nota final: 7,8/10

    1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk poucas vezes vi uma avaliação tao fora da realidade

  7. A função do Coringa aqui era só de fazer seguir o arco da Arlequina, gente! E é um Coringa legal, diferente. Lembra o do Azzarelo, pela pegada mais gangster e tal.

    O filme é sim divertido, não tem esse papo de “é uma bosta”. Claro que tem seus erros, sendo o vilão o pior deles. E essa Cara Delevigne… Pô, a menina simplesmente não consegue atuar!

    O resto ta ótimo, sem exceção. Até o Jai Courtney, que não costumo curtir, tá bem divertido, bem legal.

    É que pelo tipo de equipe que era, creio que esse primeiro filme combinaria muito mais com um vilão meio “filme de ação anos 80”. Nada grandioso que pode DESTRUIR O MUNDO. Algo do tipo: “esse ditador de ‘Wakajinga’ quer foder os EUA. Precisamos detona-lo”. Enfim, uma trama contra seres humanos mesmo haha.

    1. Sobre o filme: ROTEIRO IMBECIL!!! Os caras são vilões e tentaram transformá-los nos Vingadores. Salvar o mundo foi demais pra mim!!! O Pistoleiro fala mais.. Poderia ser um Filme do Pistoleiro e sua turma. A vilã é péssima….Coringa totalmente dispensável….tempo perdido!! Muita chatice dessa produção. Arlequina é muito gata…mas meio forçada (merecia uma bundinha maior para ficar ainda mais linda – mas passa!!)… Uma ótima oportunidade perdida pelo roteiro besta!!!SE fosse uma missãozinha de detonar um ditador em um país da qualquer teria sido muito mai legal!! Acho que tá faltando simplicidade nesses roteiros..todos envolvem questões mundiais… muito chato!!! No final das contas um pena…O lance de amizade e bla bla bla….não cola…desculpa mas já tem isso demais nos filmes Disney..não precisava…Cuidado DC tá errando a mão…

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