Cinema 2016: Melhores e Piores
Caros,
Como não poderíamos deixar passar em branco, fizemos uma lista dos melhores e piores filmes que tivemos o prazer (ou não) de analisar. Claro, como todas as listas, nenhuma é completa e muito menos unânime – até porque existem outros tantos filmes que podem ou poderiam constar aqui naturalmente.
Assim, essa lista se baseia nos filmes em que a nossa equipe viu e principalmente naqueles que chegamos a publicar a respectiva crítica (basta clicar no título do filme para conferir).
Mas, mesmo assim, acreditamos que é possível termos um bom panorama do que rolou de melhor e pior nos cinemas em 2016. Fiquem a vontade para comentarem e engrandecerem o conteúdo!
Melhores de 2016:
A Chegada – Não somente um dos melhores, como provavelmente um dos favoritos às premiações em 2017. O diretor Denis Villeneuve transformou sua ficção científica numa obra que faz jus às suas influências que remetem diretamente aos clássicos 2001 e Solaris.
A Grande Aposta – Um dos favoritos ao Oscar 2016, o intrigante e revelador filme de Adam McKay sobre o estouro imobiliário em 2008 ganhou a estatueta pelo melhor Roteiro Adaptado.
AfterImage – O último filme de Andrzej Wajda (falecido uma semana antes da estreia) não poderia ser mais emblemático. Com uma fotografia que engrandece cada cena, o diretor faz um melancólico filme sobre o pintor Wladyslaw Strzeminsk que sofreu todos os tipos de repressão ao defender a arte.
Aquarius – Aplaudido em Cannes, o icônico filme de Kleber Mendonça Filho acabou não sendo o escolhido para representar o Brasil na categoria de filmes estrangeiro por perseguição política em pleno ano de 2016. Mas a qualidade de poder evocar as memória do passado e uma afiada crítica à nossa sociedade sempre estará acima de qualquer tipo de censura.
Capitão América – Guerra Civil – Acho que seria crueldade deixar um filme baseado em HQ de fora, e Capitão América – Guerra Civil foi o melhor representante do gênero. Aproveitando uma base anterior bem construída, o longa consegue a proeza de se tornar uma obra homogênea com conflitos bem trabalhados entre os personagens principais.
Carol – Um dos injustiçados no Oscar. Uma história do relacionamento entre duas mulheres mostrado de maneira elegantemente belo, delicado e sem qualquer estereótipo.
Filho de Saul – Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro de 2016, o sufocante longa de Laszlo Nemes reconstrói de maneira claustrofóbica o terror dos campos de concentração na Segunda Guerra Mundial na visão de um homem em busca do filho.
O Quarto de Jack – Misturando um clima fantasioso, mas melancólico, o filme premiou Brie Larson como melhor atriz e foi uma das melhores e mais gratas surpresas do ano.
Os Oitos Odiados – Tarantino é um gênio e atingiu uma maturidade técnica incrível, sem deixar de ser Tarantino.
O Regresso – O filme, que finalmente rendeu o Oscar a DiCaprio, é uma ode a persistência e um estudo da natureza humana. Tudo isso com um primor da direção de Iñárritu que salta aos olhos – também premiado com uma estatueta.
Spotlight – Segredos Revelados – Talvez a grande surpresa do Oscar (era o menos cotado na categoria principal). vencedor de Melhor Filme, o longa de Tom McCarthy é um belo exemplo de como fazer um trabalho jornalístico e investigativo.
Capitão Fantástico – Fábula com muito realismo e crítica à sociedade sem perder um segundo sequer de encanto e doçura.
Rogue One – Um filme que conquistou o público com personalidade própria e engrandeceu ainda mais a saga Star Wars. Eu estou com a Força e a Força está comigo!
Menções honrosas e que merecem uma atenção maior: Boi Neon, Café Society(*), Os Garotos nas Árvores(*), Tramps(*), A Bruxa(*), Anomalisa(*) e Menino 23.
(* crítica também disponível no site)
Agora os merecedores de piores filmes de 2016 (normalmente caberiam mais):
Brooklin – Inacreditavelmente um dos concorrentes ao Oscar de melhor filme em 2016. Não convence como drama e nem como um contexto histórico.
Truque de Mestre – O Segundo Ato – Sabe aquelas mágicas que aquele tio fazia nas festas? Então, você cresceu e a mágica não tem graça nenhuma.
Independence Day: O Ressurgimento – 20 anos depois, parecem que os alienígenas não aprenderam. Nem os realizadores desta bomba.
Esquadrão Suicida – Um dos melhores filmes baseados em HQs. Pena que estes críticos pagos pela Marvel não sabem nada de quadrinhos…
O Contador – Batman abandonou Gotham City e decidiu fazer faculdade de contabilidade.
O Medo – O maior medo aqui nem foi os horrores da guerra, mas a falta de qualidade na direção que não empolga em nenhum momento.
Yoga Hosers – Kevin Smith sendo o que sempre foi. Um dos piores do ano, MESMO.
Menções “Honrosas”: Inferno, Ben-Hur, Warcraft, Tartarugas Ninja 2, É Fada! e Joy.
(* crítica também disponível no site)
Rodrigo Rodrigues
Latest posts by Rodrigo Rodrigues (see all)
- Crítica: Coringa – Delírio a Dois - 11/10/2024
- Crítica: Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice - 13/09/2024
- Crítica: Alien – Romulus - 24/08/2024
- Crítica: Caça-Fantasmas (Ghostbusters) - 18/06/2024
- Crítica: Furiosa: Uma Saga Mad Max - 11/06/2024
boa lista… eu incluiria o Minha Mãe é uma Peça 2 na de piores… e o ator careca lá que nao lembro o nome poderia ser indicado a um Franboeza de Ouro por sua chatice… meu Deus como ele fala afetadamente chato. Eu sei que todo mundo amou, mas eu não gostei de O Regresso e nem de Spotlight, apesar de serem bons filmes, com roteiros redondinhos e direções firmes, me soaram quadrados demais, formulaicos demais, totalmente previsíveis e ‘certinhos’. O filme mais controverso do ano, Batman vs Superman, eu colocaria no de piores do ano a versão do cinema e na de melhores do ano a versão Ultimate, que apesar de ainda ser do Snyder e sua estilosa (no mau sentido) direção, corrige todos os erros de edição, montagem e ritmo da versão dos cinemas. Qt ao filme Aquarius, achei vergonhosa a manipulação política para tirá-lo do Oscar, mas depois refletindo bem, acho que tb houve o inverso, ou seja, uma forçada de barra política a favor (inicialmente, antes dos direitistas reagirem rs). No fim, qd assisti, não achei tão bom assim… acho que não tivemos nenhum grande filme brasileiro no ano (mau sinal pro nosso cinema). Abraço!
Juca,
Obrigado pelo comentário e troca de conhecimento.
Quanto ao “Minha mãe é uma peça” ou qualquer outro filme “Globochanchadas” eu nem menciono por serem praticamente “hour concours” rs
“Regresso” eu gostei bastante, principalmente pelos elementos narrativos da direção (movimentos de câmera, enquadramentos e fotografia principalmente). Quanto a “Spotlight” também gostei e não vejo tão “Quadrado” assim, principalmente levando em consideração o contexto apresentado e a qualidade investigativa dele. Mas independente disso sua opinião sempre será válida.
“Batman vs Superman” gerou muita discórdia por causa dos fãs e a versão lançada em Dvd. Entretanto como critico, jamais posso levar em consideração tais fatores. Devemos avaliar o produto lançado nos cinemas , independente de fatores externos. Mas acredito que a versão possa amenizar os problemas.
“Aquarius” realmente foi um dos fatos mais tristes pela manipulação e perseguição politica. Mas discordo um pouco sobre a forçada de barra do filme. Como arte (e nenhuma arte é apolítica), os realizadores tem todo o direito de expor sua opinião politica dentro e fora das telas. O que não pode, é sofrer qualquer retaliação num país como o Brasil
Querer equivaler a retaliação como algo a “altura” a critica politica é um erro e não é algo nada democrático – lembrando que ele estava concorrendo a uma vaga para disputar como representante do país no Oscar.
Quanto a questão da qualidade do filme, entendo que possa não ter gostado. Até porque ninguém é obrigado a gostar de um filme, principalmente quando justifica sua opinião.
Quanto a filme brasileiros tivemos muitos filmes bons sim, como Boi Neon, O menino e o mundo, A Frente Fria Que a Chuva Traz, Big Jato, Mãe Só Há Uma, Menino 23 e A Luneta do Tempo são bons exemplos do cinema nacional.
Agradeço novamente pela atenção e espero que continue a acompanhar as nossas criticas em 2017
Abraço.