Pequena “Enciclopédia” Sobre Board Games de Horror – Parte 1

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Essa “Pequena Enciclopédia sobre Board Games de Horror Parte 1”, é uma pequena análise  dos board games de horror, para auxiliar, quem quiser conhecer melhor os jogos de tabuleiro modernos desse gênero.

Assim como o cinema, e nos jogos eletrônicos, os board game também abrangem uma grande quantidade de gêneros, e inclusive existem diversos jogos que são exatamente adaptações de filmes, vídeo games e séries de sucesso.

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Infelizmente, apesar do crescimento dos últimos anos, em termos gerais, o mercado nacional de board games ainda é muito restrito, e isso se aplica também aos jogos de horror. Muitos jogos estrangeiros só são lançados no Brasil se realmente forem verdadeiros fenômenos de venda. Isso se aplica especialmente aos jogos anteriores a 2014, quando os board games começaram, realmente, a serem lançados nacionalmente em maior quantidade.  Por isso, diversos jogos do gênero horror, alguns muito bons, provavelmente jamais terão uma versão nacional. Isso sem falar que muitos desses jogos mais antigos têm um design ultrapassado, e já existem similares, mais recentes, com a mesma mecânica e ambientação.

Somente a título de esclarecimento, existe uma tênue distinção entre os termos terror e horror.  O “terror” é o medo do desconhecido, daquilo de ruim que pode acontecer, após a curva da estrada, o temor daquilo que está à espreita. Por outro lado, o “horror” é a repugnância causada por uma situação ruim, abjeta e horrenda, que se está vivenciando, ou na presença dela.

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Imagem: BGG – Jason Vorhees – Franquia Sexta-Feira 13

(Máscara = Terror / Rosto = Horror)

Resumindo, o terror acontece quando um grupo está em um corredor escuro, de uma casa cheia de zumbis, ou com um serial killer, sem saber em que cômodo estão os zumbis ou o assassino. O horror acontece quando o grupo dá de cara com o zumbi, ou com assassino e são trucidados ou esquartejados pelos mesmos.

Apesar dessa distinção, muitas vezes os dois termos são usados como sinônimos. Normalmente “terror” é usado como uma tradução para o português, do termo “horror” em inglês (“horror movies” = “filmes de terror”). Desse modo, considerando essa equivalência, o texto a seguir utilizará o termo horror, tanto para as situações de terror, quanto de horror, propriamente ditas.

O horror é um dos temas mais explorado nos board games, e nesse quesito se destaca a onda de jogos de zumbi de 2010-2014, quando diversos jogos incluíam esse elemento. Outro recurso que merece destaque quando se fala em jogos de horror é o jogador/traidor. Muitos jogos exploram isso, de modo a deixar todos os jogadores no suspense de desconfiarem um dos outros. Em alguns jogos nem há certeza se realmente existe um traidor entre os jogadores. Do mesmo modo, o jogador/traidor também tem sua dose de adrenalina, lutando para não ser descoberto, sabotar os personagens e ganhar o jogo.

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Imagem: BGG – Battlestar Galactica Board Game – Caixa

Também não se pode deixar de citar outro tema recorrente, e muito explorado nos board games, que é o universo criado pelo escritor H. P. Lovecraft, um mestre da literatura de horror. Os contos lovecraftianos normalmente se localizam na cidade fictícia de Arkham e envolvem o “Mito de Cthulhu”, juntamente com os demais Antigos. Estes são seres sobrenaturais de poderes incomensuráveis, e que a sua mera presença leva as pessoas à loucura. Normalmente, os Antigos estão em estado de dormência, e uma vez despertos, têm o poder de destruir todo o universo. Cabe aos jogadores impedir que isso ocorra.

Desse modo, os board games baseados nesse universo são quase sempre cooperativos, ou seja, os jogadores não competem entre si, mas sim contra o próprio jogo. Quando se fala em jogos de tabuleiro de terror, não é possível deixar de citar a editora norte-americana Fantasy Flight. Essa editora é a responsável pelo selo Arkham Files, que envolve os principais jogos baseados no universo lovecraftiano.

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Imagem: BGG – Selo Arkham Files

Em relação à profundidade das análises do texto, cabe explicar que elas não podem ser muito profundas, e detalhadas, por uma questão de espaço e da quantidade de jogos abordados. Mas qualquer um que se interessar por um jogo em particular, não terá muita dificuldade em encontrar artigos mais completos e detalhados nos sites de board games.

Além destes, existem também diversos outros jogos de cartas, também do gênero horror, que foram lançados nacionalmente. São jogos como “Lobisomen Por Uma Noite”, “Not Alone”, “Stay Away”, “Cidades Sombrias: Salem 1692”, “Nosferatu” e o brasileiro “Por Favor, Não Corte Minha Cabeça”. Mas estes são jogos mais simples, que também não fazem parte da lista, porque o foco desse texto são os jogos mais tradicionais, mais complexos e com mais estrutura.

Assim sendo, segue abaixo a primeira parte dessa pequena “enciclopédia”, que aborda os principais títulos ambientados no “universo lovecraftiano”, no sentido de auxiliar os jogadores recém chegados ao hobby, que porventura estejam interessados em adquirir jogos desse gênero.

01) ARKHAM HORROR

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Imagem: BGG – Arkham Horror (3ª Edição) – Caixa

O Arkham Horror é um jogo cooperativo da série Arkham Files, para 1 a 6 jogadores, dos designers Richard Launius, Nikki Valens e Kevin Wilson. A arte do jogo é dos artistas Anders Findér, Justin Adams e W.T. Arnold. O tempo de partida é de 180 minutos, seu peso no BGG é 3.33, e ele ocupa a posição 293 no ranking geral e 83 no Ludopedia (dados da 3ª Edição).

As principais mecânicas do jogo envolvem rolagem de dados, diferentes habilidades, movimento ponto-a-ponto e narração de histórias. No Arkham Horror a ação ocorre dentro da cidade fictícia de Arkham, criada por H. P. Lovecraft. Ele segue o esquema padrão dos Arkham Files, ou seja, os jogadores são investigadores do sobrenatural, que lutam para defender o nosso mundo dos Antigos, tentando impedir que eles despertem e destruam toda a realidade.

Uma coisa que as pessoas, mesmo aquelas dentro do hobby, nem sempre sabem, é que o Arkham Horror é na verdade um jogo muito antigo. Ele é bem anterior à era dos board games modernos, iniciada com o Catan em 1995. A primeira edição do Arkham Horror é de 1987. A segunda edição é de 2005 e a terceira, que é a edição atual, é de 2018. As expansões do jogo, atualmente disponíveis no mercado, têm como base essa terceira expansão.

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Imagem: Wikipedia – 1ª Edição de 1987

As histórias e cenários do Arkham Horror são muito sólidos e costumam gerar partidas épicas onde, às vezes, o destino do mundo se resolve no rolamento de um dado. Entretanto, assim como os demais jogos Arkham Files, para que a partida seja boa, é fundamental os jogadores entrarem no clima, e encarnarem os personagens. Junto a isso, é preciso considerar que as partidas do Arkham Horror são normalmente muito longas, e é comum durarem mais que o tempo indicado na caixa do jogo. Por isso, é comum ver os entusiastas do jogo indicarem que, mesmo sendo para até 6 jogadores, o melhor é jogar com no máximo 4, para não alongar muito a partida.

Outro aspecto do longo tempo de partida do Arkham Horror é que ele é o chamado “jogo evento”. Nesses jogos, as partidas são verdadeiros eventos especiais, até porque fica inviável gastar 3, 4 ou 5 horas por semana, para jogar apenas um jogo. Além disso, os fãs mais apaixonados costumam investir em uma produção melhor, com uma trilha sonora especial, apetrechos customizados, velas, fantasias, uma toalha temática para a mesa, entre outros recursos. Claro que nada disso é fundamental para que se possa jogar, mas com certeza, auxilia bastante as pessoas a entrarem no clima da jogatina.

Os links de vídeos de jogatina são os seguintes:

Arkham Horror – Gameplay – Jack Explicador:

https://www.youtube.com/watch?v=fzFBQ9RmEvY  –  1/3

https://www.youtube.com/watch?v=sbckphfxpnI  –  2/3

https://www.youtube.com/watch?v=WoOrsjukLBE  –  3/3

 

 02) ELDER SIGN

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Imagem: BGG – Elder Sign – Caixa

O Elder Sign é um jogo da série Arkham Files, de 2011, lançado no Brasil em 2016, para 1 a 8 jogadores, dos designers Richard Launius e Kevin Wilson (mesmos do Arkham Horror). A arte do jogo é de Dallas Mehlhoff. O tempo de partida é de 90 minutos, seu peso no BGG é 2.35 e sua posição no ranking geral é 624 (534 no Ludopedia).

Ele também é um jogo cooperativo e as principais mecânicas são rolagem de dados, diferentes habilidades e tabuleiro modular. Diversas cartas representam os cômodos do Miskatonic University Museum, onde se passa o jogo base. Assim sendo  no Elder Sign os investigadores estão dentro de um museu, conforme dito acima, passando por diversas salas, lutando para cumprir missões e recolher artefatos, os signos arcanos (Elder Sign). Estes artefatos funcionam como selos, que impendem os Antigos, de despertarem. Caso isso ocorra, os investigadores deverão lutar diretamente contra essas entidades, e impedir o fim do mundo.

Na verdade a Fantasy Flight lançou o Elder Sign, seis anos após a 2ª edição do Arkham Horror, como uma tentativa de fazer um jogo bem mais simples, rápido e direto. Com isso as pessoas poderiam aproveitar um jogo com a mesma ambientação, sem ter que aprender uma infinidade de regras, nem passar por partidas com duração de várias horas. Por isso, o Elder Sign possui uma arte muito próxima a do Arkham Horror. Do mesmo modo ele também aproveita uma série de personagens, que aparecem em outros jogos Arkham Files.

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Imagem: BGG – Elder Sign – Ambientação

Curiosamente o Arkham Horror e o Eldritch Horror, são normalmente apontados como os “irmãos mais velhos” do Elder Sign, só que isso não é verdade. Isso porque o Elder Sign foi lançado após o Arkham Horror, mas antes do Eldritch Horror. Portanto na ordem correta na “família”, o Arkham Horror (a primeira edição é de 1987) é o filho mais velho, o Elder Sign (2011) é o filho do meio, e o Eldritch Horror (2013) é o filho mais novo. Por outro lado, não há dúvida alguma que o irmão mais velho e o “caçula” são muito maiores e mais pesados que o irmão do meio.

Entretanto, essa intenção de fazer um jogo mais simples, rápido e objetivo teve um preço. Como ponto negativo o Elder Sign, na sua simplicidade, não explora o cenário de forma tão profunda, quanto o Arkham Horror e o Eldritch Horror. Além disso, as mecânicas não são tão sofisticadas, e o Elder Sign ainda tem o problema de oferecer um grau de dificuldade bem mais baixo que os demais. Para resolver isso, e tornar o jogo uma experiência muito melhor, a expansão “Unseen Forces” (2013) é praticamente obrigatória, porque o jogo fica consideravelmente mais difícil. O mesmo se aplica a outras boas expansões como a “Gates of Arkham” (2015) e a “Grave Consequences” (2016).

Existem ainda outras expansões que se forem acrescentadas aumentam muitíssimo o grau de dificuldade, e tornam muito mais difícil bater o jogo. Essas expansões são “Omens of Ice” (2016), “Omens of the Deep” (2017) e “Omens of the Pharaoh” (2018). Aparentemente, para resolver as críticas em relação à baixa dificuldade do jogo base, os designers lançaram essas três expansões “pesando a mão” no sentido contrário, dificultando absurdamente a vida dos jogadores.

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Imagem: BGG – Expansões do Elder Sign

Infelizmente as expansões do Elder Sign, que melhoram muito a experiência do jogo, não foram, e provavelmente, jamais serão lançadas por aqui. Isso torna muito difícil conseguir tais expansões, principalmente com o dólar alto, porque elas precisam ser importadas. Normalmente quem tem não vende ou vende muitíssimo caro, por conta da raridade.

Para resolver isso, existem diversas “regras da casa” (house rules), criadas pelos jogadores nos fóruns de jogos, que tornam o jogo mais difícil e desafiador, mesmo sem o uso das expansões. A primeira dessas regras da casa, mais comuns, determina que os personagens sejam sorteados, após a determinação da ordem dentro do turno. Assim, primeiro se define quem joga primeiro, e só depois são sorteados os personagens. Isso dificulta o jogo bastante, porque impede que sejam montados aqueles combos, para lá de manjados, em que o grupo de investigadores tem uma enorme sinergia entre si, combinando mais que goiabada com queijo.

Outro exemplo é a regra que limita a quantidade de novos personagens, que os jogadores podem pegar, para continuar o jogo, após a morte dos personagens escolhidos inicialmente. E isso é muito comum acontecer durante a partida. Essa regra inclusive foi adotada na versão digital do jogo, “Elder Sign Omens”, que com isso ficou muito mais difícil do que sua versão física.

Existe outra “regra da casa” que também dificulta bastante o jogo. Essa regra determina que quando um personagem entra em um dos cômodos do museu, ele só pode sair após resolver os desafios daquele cômodo. Se o cômodo envolver perda de vitalidade, e muitos dele são assim, outros jogadores acabam tendo de entrar no mesmo cômodo, para resgatar o personagem em dificuldades. Quanto menos gente, combatendo os monstros e seus asseclas, e coletando os “selos ancestrais”, menor a chance de ganhar o jogo.

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Imagem: Wikipedia – Elder Sign Omens

Outro problema é que o jogo envolve muita rolagem de dados, e a dependência do fator sorte é muito predominante. Esse é um elemento que normalmente afasta os jogadores mais experientes, que não apreciam essa característica, e são mais focados em estratégias melhores e bom planejamento. Por outro lado, o Elder Sign tem o ponto positivo de ser um jogo bem barato, fácil de encontrar cópias usadas, e que é bem divertido, para jogadores menos sérios. Por isso ele é especialmente indicado para quem curte jogatinas de horror, mais simples e rápidas, e que não se importem com a prevalência da rolagem de dados.

 

Os links de vídeos de jogatina são os seguintes:

Elder Sign – Gameplay – Covil dos Jogos:

https://www.youtube.com/watch?v=n0yQALgUw3U

 

Elder Sign – Review e Gameplay das Expansões – Canal GONG:

https://www.youtube.com/watch?v=242KNMnNcYs – Unseen Forces

https://www.youtube.com/watch?v=mQLiRhVHGvQ – Gates of Arkham

https://www.youtube.com/watch?v=GGF1GE2deVo – Grave Consequences

https://www.youtube.com/watch?v=yhQqr_-FxDk – Omens of the Deep

https://www.youtube.com/watch?v=pzg8XSE-kIA – Omens of Ice

https://www.youtube.com/watch?v=IYyVPDf1OKU – Omens of Pharaoh

 

Elder Sign Omens – Gameplay Digital – Jack Explicador:

https://www.youtube.com/watch?v=FQOqF2kst3w

 

03) ELDRITCH HORROR

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Imagem: Ludopedia – Eldritch Horror – Caixa

O Eldritch Horror é um jogo cooperativo Arkham Files, de 2013, lançado no Brasil em 2014, para 1 a 8 jogadores, de um dos mais célebres designers de jogos Corey Konieczka e de Nikki Valens. A arte do jogo é dos artistas Anders Findér, David Griffith, Ed Mattinian, Patrick McEvoy, entre outros. O tempo de partida é de 120 a 180 minutos, seu peso no BGG é 3.32 e sua posição no ranking geral é 98 (69 no Ludopedia). As principais mecânicas do jogo são as mesmas do Arkham Horror, ou seja, rolagem de dados, diferentes habilidades, movimento ponto-a-ponto e narração de histórias.

Como o Eldritch Horror foi lançado após o Arkham Horror e o Elder Sign, ele acabou simplificando apenas um pouco em relação ao primeiro, sem exagerar na dose, como aconteceu com o segundo. Por isso, para muitas pessoas no cenário nacional e internacional, o Eldritch Horror é um jogo melhor que seus irmãos mais velhos. O Eldritch Horror tem ótimos cenários e entrega uma experiência muito parecida à do Arkham Horror, mas com partidas não tão longas. Isso explica a sua posição muito superior no ranking do BGG. No cenário nacional, os jogos são mais próximos em termos de preferência do público.

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Imagem: Ludopedia – Eldritch Horror – Gameplay

A diferença primordial entre os dois, é que enquanto Arkham Horror se passa apenas na cidade de Arkham (jogo base), no Eldritch Horror o mapa abrange o mundo inteiro. Mas, fora isso, os jogos têm muita semelhança, especialmente na arte, e alguns personagens aparecem nos dois jogos, como Agnes Baker e Daisy Walker.

Do mesmo modo que o Arkham Horror, o Eldritch Horror também possui diversas expansões lançadas nacionalmente, que acrescentam muito ao jogo. Elas aumentam muito a sua rejogabilidade (quantidade de partidas que as pessoas conseguem jogar, sem enjoar do jogo). Nesse sentido merece destaque a expansão “Conhecimento Perdido” de 2014. Outra expansão, da mesma época, a Montanhas da Loucura acrescenta inclusive muito mais material, mas é dificílima de encontrar para comprar.

Para resumir, o Eldritch Horror é uma ótima opção para os apreciadores do gênero, que não se importem com partidas de duas e meia a três horas de duração, em média.

 

Eldritch Horror – Gameplay – Canal GONG:

https://www.youtube.com/watch?v=G0UiZa-M2UQ

 

04) ARKHAM HORROR: HORA FINAL

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Imagem: Ludopedia – Arkham Horror Hora Final Caixa

O Arkham Horror: Hora Final é um jogo de 2019, para 1 a 4 jogadores, dos designers Carlo A. Rossi e Todd Michlitsch, sem indicação da arte do jogo. O tempo de partida é de 60 minutos, seu peso no BGG é 2.30 e sua posição no ranking geral é 3.714 (750 no Ludopedia). As principais mecânicas são ações programadas e dedução.

O jogo é cooperativo e segue o mesmo roteiro padrão dos jogos Arkham Files, inclusive com personagens e Antigos que aparecem em outros jogos da coleção.  Mas diferentemente, o jogo não usa rolagem de dados, mas sim cartas de ação. Essas cartas apresentam dois resultados possíveis, que ocorrem mediante a ordem determinada de entrada das cartas. Mesmo sendo um jogo cooperativo, o Arkham Horror: Hora Final utiliza um sistema de comunicação limitada entre os jogadores, que indicam as ações a serem jogadas primeiramente, através de cartas numeradas. Esse é um diferencial, em relação aos outros jogos Arkham Files, mais tradicionais, que são fortemente baseados em rolagem de dados.

Diferentemente do Elder Sign (que fica restrito ao museu), no Arkham Horror: Hora Final a história acontece dentro de todo o campus da Miskatonic University. Como de costume, os jogadores são investigadores lutando contra entidades sobrenaturais e seus associados humanos. Tal qual o Elder Sign, o Arkham Horror: Hora Final também foi uma tentativa de passar um pouco da experiência do board game Arkham Horror, sem ter de gastar horas em uma partida, nem de lidar com muitas regras complicadas.

 

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Imagem: BGG – Arkham Horror: Hora Final – Tabuleiro

Porém, os designers do Arkham Horror: Hora Final obtiveram um resultado bem mediano, e muito abaixo do esperado. O jogo ficou mais curto, mais simples, mas também muito menos interessante. Por isso, ele é considerado um jogo inferior ao Elder Sign. A diferença de posições entre os dois, no ranking do BGG, dispensa maiores comentários.

Por conta dessa simplificação, depois de algumas partidas, o jogo se torna um pouco previsível e repetitivo, e isso que leva as pessoas a enjoarem rápido. Por outro lado, o Arkham Horror: Hora Final é uma opção muito mais barata e mais rápida (e mais sem graça), que o Arkham Horror, o Elder Sign e o Eldritch Horror.

 

Os links de vídeos de jogatina são os seguintes:

Arkham Horror: Hora Final – Gameplay – Jack Explicador:

https://www.youtube.com/watch?v=xj_zjRgm2DI&t=1412s

05) ARKHAM HORROR: THE CARD GAME

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Imagem: BGG – Arkham Horror Card Game – Caixa

O Arkham Horror: The Card Game, ou AHLCG, é um jogo para 1 a 4 lançado originalmente em 2016 (a atual Revised Edition é de 2021). Os designers são Nate French e MJ Newman, e a arte é de Cristopher Hosch, Marcin Jakubowski entre outros artistas. O tempo de partida indicado no BGG varia entre 45 a 180 minutos, mas no Ludopedia esse tempo é de aproximadamente 120 minutos. O peso no BGG é 3.60 e sua posição no ranking geral é 2.604 e no Ludopedia 75 (dados da Revised Edition).

Esse é o “superstar” desse final de 2022, e o jogo tem um verdadeiro exército de admiradores. Eles consideram o jogo um dos melhores já feitos até hoje, especialmente em relação à qualidade dos cenários e das histórias, e que trás a melhor experiência no gênero. Segundo essas pessoas, o AHLCG pode ser jogado tanto por 4 jogadores, quanto em modo solo sem perder a qualidade.

O Arkham Horror: The Card Game é um jogo de cartas colecionáveis, que segue o formato LCG (Living Card Game). Esse formato funciona de forma diferente dos jogos de cartas colecionáveis mais comuns, os TCG (Trading Card Game). Essa diferença reside no fato de não haver uma “compra às cegas”, das cartas do jogo. Em outras palavras, o comprador sabe exatamente o que virá em cada expansão e material do jogo, podendo escolher melhor o que mais lhe agrada.

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Imagem: Arkham Horror Card Game – Componentes

Como de costume os jogadores são investigadores que têm de resolver uma série de cenários (são 3 cenários na caixa base, cada um com 3 ou 4 finais diferentes, o que resulta em 12 finais possíveis). Para isso, os investigadores utilizam um conjunto de cartas, que geram uma quantidade enorme de permutações possíveis.

As opiniões sobre o Arkham Horror: The Card Game variam em relação à rejogabilidade. Aqueles que são mais focados em resolver o cenário, talvez achem o jogo com pouca rejogabilidade. Porém, para aqueles que gostam de experimentar estratégias e combinações diferentes, aí o jogo realmente brilha e terá uma rejogabilidade altíssima. Infelizmente um impeditivo é o alto preço do jogo e das expansões, que serão necessárias para aumentar a quantidade de cenários.

 

Os links de vídeos de jogatina são os seguintes:

 

Arkham Horror: Hora Final – Gameplay – Covil dos Jogos:

https://www.youtube.com/watch?v=0GTddlLQ7_w&t=1480s

 

06) CTHULHU: DEATH MAY DIE

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Imagem: Ludopedia – Cthulhu Death May Die

O Cthulhu: Death May Die é um jogo cooperativo de 2019, lançado no Brasil em março/2020, para 1 a 5 jogadores, do designer consagrado Eric Lang e Rob Daviau, com arte de Karl Kopinski, Adrian Smith e Nicolas Fructus, entre outros artistas. O tempo de partida é de 90 a 120 minutos, seu peso no BGG é 2.40 e sua posição no ranking geral é 93 (114 no Ludopedia). As mecânicas envolvem rolagem de dados, diferentes habilidades e narração de histórias.

Esse é outro ótimo jogo cooperativo dentro do universo “lovecraftiano”, mas apesar disso, ele não faz parte do Arkham Files, por ter sido lançado por outra editora, a CMON, especializada em jogos com miniaturas. Por conta disso, as miniaturas são um show à parte. Entretanto, elas são tão fantásticas, tão bem feitas e com tantos detalhes, que encarecem muito o jogo. Desse modo, o Cthulhu: Death May Die tem um dos preços mais salgado dessa lista.

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Imagem: Ludopedia – Cthulhu Death May Die – Miniaturas

Outro problema é que o tempo real de partida geralmente é bem maior do que aquele indicado na caixa do jogo. Independente disso, o jogo conta com vários episódios ou cenários que podem ser jogados de forma independente, e são bem trabalhados. O enredo é mais ou menos o mesmo, ou seja, investigadores lutando contra os Antigos.

O jogo se desenrola em duas fases como ocorre no Elder Sign. Na primeira os jogadores devem evitar que o Antigo acorde, e se isso acontecer, na segunda fase eles lutam contra ele. Entretanto, diferentemente do Elder Sign, se algum personagem morrer, ainda na primeira fase, todos os jogadores perdem o jogo. Na segunda fase, se apenas um dos personagens sobreviver, mantendo a lucidez, todos ganham.

Esse jogo também é muito bom, e especialmente indicado para aqueles que curtem jogos com belas miniaturas, e que estejam dispostos a pagar mais caro por isso.

 

Os links de vídeos de jogatina são os seguintes:

Cthulhu: Death May Die – Gameplay – Jack Explicador:

https://www.youtube.com/watch?v=JuFqQXnCJxQ – 1/2

https://www.youtube.com/watch?v=L_zUcIj61KY – 2/2

 

07) PANDEMIC: REINO DE CTHULHU

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Imagem: BGG

O Pandemic: Reino de Cthulhu é um jogo cooperativo de 2016, para 2 a 4 jogadores, dos designers Matt Leacock (o mesmo do Pandemic) e Chuck D. Yager, com arte de Philippe Guérin, Fred Jordan, Atha Kanaani, Paul Kluka e Chris Quilliams. O tempo de partida é de 40 minutos, seu peso no BGG é 2.18 e sua posição no ranking geral é 421 (158 no Ludopedia). As mecânicas do jogo envolvem gerenciamento de mãos, rolagem de dados, coleção de conjuntos, diferentes habilidades, movimento ponto-a-ponto, pontos de ação e negociação.

Outra característica desse jogo, como todo jogo cooperativo, é que ele é muito propenso à aparição do “Alpha Player”. Esse é aquele jogador, normalmente mais experiente, que tenta mesmo que inconscientemente dirigir a ação dos demais jogadores. Para evitar isso é necessário que todas as ações sejam discutidas em conjunto, e que todos os jogadores tenham a oportunidade de se manifestar.

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Imagem: BGG – Pandemic: Reino de Cthulhu – Gameplay

Quanto ao cenário, o Pandemic: Reino de Cthulhu é uma adaptação do famoso jogo de controle de doenças e epidemias globais, o Pandemic, porém ambientado na região da cidade Arkham, criada por H. P. Lovecraft. Nesse jogo, ao invés de ter de eliminar focos de doenças, os jogadores tem de eliminar focos de cultistas, que são acólitos que tentam despertar os Antigos. O jogo é uma boa adaptação, e nele foram inseridos alguns elementos do gênero como a questão da loucura, que gera incapacitações variadas aos personagens.

Porém, diferentemente do Pandemic clássico, no Pandemic: Reino de Cthulhu existe rolagem de dados, especialmente nos testes de sanidade. Isso aumenta a influência do fator sorte, que não está mais restrito ao embaralhamento das cartas. Isso é um fator que costuma afastar jogadores mais experientes, que normalmente não apreciam jogos com dados. Outra diferença é que o Pandemic: Reino de Cthulhu possui miniaturas, enquanto que o Pandemic clássico não utiliza esse recurso.

O Pandemic: Reino de Cthulhu tem uma mecânica fácil, principalmente para quem já conhece o Pandemic clássico, com partidas bem rápidas, para esse gênero horror. O preço também é bom, considerando que o jogo trás miniaturas, o que sempre encarece os board games. Apesar de não ter um cenário tão bem trabalhado, como outros jogos da lista, o Pandemic: Reino de Cthulhu é muito interessante. Isso, principalmente para quem quer uma partida mais rápida e dinâmica. No resumo geral é uma boa pedida.

 

Os links de vídeos de jogatina são os seguintes:

Pandemic: Reino de Cthulhu – Gameplay – Canal GONG:

https://www.youtube.com/watch?v=Q3ZhwzABSYA&t=176s

 

08) CTHULHU WARS

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Imagem: Ludopedia – Cthulhu Wars

O Cthulhu Wars é um jogo de 2015 (inédito no Brasil) para 2 a 4 jogadores, dos designers Sandy Petersen e Lincoln Petersen, com arte de Kev Adams, Richard Luong, Peter Bartoldy, entre outros. O tempo de partida é de 90 a 120 minutos, seu peso no BGG é 3.15 e sua posição no ranking geral é 288 (367 no Ludopedia). As mecânicas envolvem rolagem de dados, diferentes habilidades, pontos de ação e movimento de área.

O Cthulhu Wars é uma exceção dentro dos jogos de horror, porque não é cooperativo, mas sim competitivo. Na verdade o jogo se passa em meio a uma verdadeira guerra civil, entre diversas facções do universo lovecraftiano. Cada jogador representa uma facção com seus próprios monstros, grimórios, habilidades especiais e tarefas específicas para desbloquear seus livros de feitiços. Isso faz com que cada facção tenha estratégias próprias para obter a vitória. Uma coisa interessante é que o jogo possui uma regra de balanceamento, de modo que nenhuma facção pode ficar com menos da metade do poder da facção mais forte, no turno. Nesse caso, o poder da facção mais fraca será reajustado, para atender essa regra.

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Imagem: BGG – Cthulhu Wars – Componentes

O tabuleiro do jogo é “dupla face” representando todos os continentes, com subdivisões próprias. A dependência de idioma é moderada, se restringido a algumas cartas e ao mini-tabuleiro do jogador, além do manual de regras, obviamente. Inicialmente os jogadores precisam acumular poder, para em um segundo momento realizar as ações possíveis. Essas ações variam entre movimentar as miniaturas, combater outras facções, conjurar monstros, abrir portais, lançar feitiços e despertar o seu Ancião. Após todos os jogadores esgotarem sua energia, a rodada termina, dando lugar ao turno seguinte. O jogador que conseguir atingir uma determinada quantidade de pontos na trilha de Condenação, desde que tenha desbloqueado os seis livros de feitiços, ganha a partida.

O Cthulhu War é um jogo realmente muito grande, fisicamente falando (principalmente a caixa) e o material é de primeiríssima qualidade. Ele trás 64 miniaturas, com tamanho variando entre 20 e 180 milímetros, o que é muita coisa. Só para efeito de comparação as miniaturas do Zombicide têm aproximadamente 30 milímetros. Esse alto padrão e quantidade de miniaturas, bem como o grande tamanho da caixa e peso físico tornam o jogo muito caro, inclusive para importar. Esse preço elevado, bem como a diversidade de outros jogos mais baratos e melhores, dentro desse mesmo universo lovecraftiano, torna remotíssima a chance de um eventual lançamento nacional.

 

Os links de vídeos de jogatina são os seguintes:

 

Cthulhu Wars – Gameplay – The Johnny is on the Table:

https://www.youtube.com/watch?v=pz4r1lL7Snc

 

09) GOLEM

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Imagem: Ludopedia – Golem – Caixa

Golem é um jogo da escola italiana, para 1 a 4 jogadores, dos designers Flaminia Brasini, Virginio Gigli e do famoso Simone Luciani, lançado em 2021 (novembro de 2022, no Brasil). Ele tem um tempo de partida aproximado de 120 minutos (mas as partidas costume demorar bem mais). O peso do jogo no BGG é 3.98 e sua posição no ranking geral é 819, mas no ranking Ludopedia ele ocupa apenas a posição 1.262. Essa baixa posição se deve ao fato do seu lançamento no Brasil ser muito recente, de modo que a posição certamente irá subir nos próximos meses. As principais mecânicas são: coleção de conjuntos, diferentes habilidades e rolagem de dados.

Esse é um jogo que não se encaixa genuinamente no gênero horror, embora isso seja muito discutível. Ele se baseia no folclore judaico (pouco explorado nos jogos de tabuleiro), em especial na lenda do “Golem de Praga”, o que é um tema bastante original. Os jogadores assumem o papel de cabalistas que tentam ativar seu golem e para isso precisam coletar recursos. O golem é uma criatura feita de materiais inanimados, normalmente barro, que possui força sobre humana, e que serve ao seu criador. Para animar a criatura, se escreve um dos “Nomes de Deus”, embaixo da língua, ou a palavra “Emet” (“verdade” em hebraico), normalmente na testa da criatura. Se o invocador apagar a primeira letra, a palavra passa a ser “Met” (“morto” em hebraico), e o golem volta ser apenas matéria inanimada.

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Imagem: BGG – Golem – Tabuleiro

Na versão mais conhecida da história, o rabino Judá Loew ben Betzabel, criou um golem na cidade de Praga, no século XVI, para proteger o bairro judeu da ação de grupos anti-semitas. Com o tempo, o golem ficou descontrolado e começou a atacar qualquer um, indiscriminadamente, inclusive aqueles a quem deveria proteger.

O jogo tem uma quantidade enorme de componentes e de ações possíveis, das quais os jogadores escolhem três. Ele conta ainda com um esquema de “pegar bolinhas”, tirado diretamente do jogo “Potion Explosion”. A partida transcorre ao longo de quatro rodadas. Algumas das ações possíveis são coletar recursos, criar objetos, ativar um golem e aumentar as trilhas pessoais, que envolvem estudos, artefatos e golens.

Outro fator interessante é que as criaturas do jogador se movimentam por Praga. Quanto mais criaturas o jogador possuir, mais difícil fica controlá-las. No tocante à arte, o tabuleiro parece um tanto o quanto poluído, com a quantidade de informação existente. Porém, a capa do jogo é belíssima, com uma ilustração muito expressiva. Isso é no mínimo contraditório, considerando que se trata de uma criatura praticamente inanimada, quase sem sentimentos ou pensamentos próprios.

“Golem” é um bom jogo, mas bem pesado (3.98 na escala BGG) e com muitos componentes. Portanto, ele não é recomendado para iniciantes. Porém, para os jogadores mais experientes vale uma conferida.

 

Os links de vídeos de jogatina são os seguintes:

Golem – Regras e Gameplay – Mesa Secreta:

https://www.youtube.com/watch?v=RvbU_f896ro

 

10) MYSTERIUM

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Imagem: Ludopedia – Mysterium Caixa

O Mysterium é um jogo para 2 a 7 jogadores lançado originalmente na Polônia em 2013, com o nome impronunciável Tajemnicze Domostwo, e internacionalmente em 2015 (2016 no Brasil). Os designers são Oleksandr Nevskiy e Oleg Sidorenko, que também contribuíram com a arte, juntamente com Xavier Collete (artista do belíssimo Abyss), Igor Burlakov, entre outros. Ele é um jogo bem leve e rápido, com tempo de partida de 42 minutos, peso no BGG de 1.91, ocupando a posição 316 no ranking geral (372 no Ludopedia).

Nenhuma lista de jogos de horror ficaria completa sem um jogo de “assombração” ou de “alma penada”, e é exatamente isso que o Mysterium é. Na verdade esse jogo é uma versão mal-assombrada do famosíssimo jogo de figuras “Dixit”, misturado com um pouco de “Clue”, mais conhecido por essas bandas como “Detetive”. No Mysterium os jogadores também devem descobrir o suspeito, a arma e o local do crime.

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Imagem: BGG – Mysterium Edição Original

O Mysterium envolve a execução de uma pessoa inocente, condenada injustamente, por um crime que não cometeu. Os jogadores são investigadores paranormais, tentando descobrir os verdadeiros detalhes do crime, e fazer justiça. Para isso eles contam com a ajuda do próprio fantasma do “de cujus” (nome pomposo para defunto), que é um dos jogadores. Mas tem um detalhe. O fantasma não pode falar, se comunicando com os investigadores apenas pelas cartas de imagens (visões), e usando somente gestos de certo ou errado.

Por conta disso, outra coisa muito legal no Mysterium, é que ele se baseia em imagens, sem texto escrito, o que permite que se jogue inclusive com crianças pequenas. Para incrementar o jogo, há um limite de rodadas, para que os investigadores descubram a verdade, e eles também têm tempo para votarem nas cartas de imagem que acham corretas.

No Mysterium, como ocorre no Dixit, mais legal do que ganhar, é morrer de rir, com as explicações dos jogadores para as relações que fizeram entre as suas cartas e as dicas do fantasma. Isso faz do Mysterium um jogo muito leve e divertido, especialmente indicado para grupos maiores. O jogo possui uma expansão “Secrets & Lies” lançada em 2017, e uma versão temática e independente, “Mysterium Park” lançada em 2020, ambas em português. O jogo é uma ótima opção de “jogo família”, capaz de agradar a todos, desde o netinho, até o vovô.

 

Os links de vídeos de jogatina são os seguintes:

Mysterium – Gameplay – Qual é o Jogo?

https://www.youtube.com/watch?v=Ha8wt8WIHOc

 

Com isso, chega ao fim essa primeira parte da lista com alguns dos melhores jogos de tabuleiro de horror, que com certeza agradarão os amantes do gênero.

 

Um forte abraço e boas jogatinas!

 

Iuri Buscácio

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Iuri Buscácio

Leitor voraz de filosofia, teatro, literatura brasileira e estrangeira, suspense, e de romances históricos, de fantasia e ficção científica, além de ser fã de quadrinhos americanos e europeus, desde os tempos da saudosa Ebal, amante do cinema e das séries, e também um grande entusiasta e pesquisador dos jogos de tabuleiro, tanto clássicos quanto modernos, cuja trilha sonora é o bom samba, a MPB de qualidade, black music e música pop dos anos 70 e 80.

10 thoughts on “Pequena “Enciclopédia” Sobre Board Games de Horror – Parte 1

    1. Cara Marie

      Muito obrigado, e fico muito satisfeito que você tenha gostado.

      Um forte abraço e boas jogatinas!

      Iuri Buscácio

  1. das duas uma, ou vc pesquisou muito pra escrever isso, ou jogou muito jogo, espero que seja o segundo caso pq ai vc é uma pessoa muito feliz kkk parabens

    1. Cara Vera Cristina

      Na verdade o meu caso é uma mistura das duas coisas. Eu já joguei, e ainda jogo muitos board games. Mas também pesquiso bastante antes de escrever, para poder dar uma opinião bem fundamentada, nos meus textos.

      Um forte abraço e boas jogatinas!

      Iuri Buscácio

  2. esse Mysterium me intrigou heim… na Ludopedia falam que é mistura de Dixit com Detetive… parece legal

    1. Caro Allanderson

      O Mysterium tem mais ou menos essa levada de Dixit com Detetive, embora ele esteja mais para o primeiro do que para o segundo. Se você quiser experimentar, eu te aconselho a comprar a versão digital na Steam, que custa apenas R$ 14,49. Claro que não é a mesma coisa que jogar o jogo físico com os amigos, mas com certeza é bem mais barato, e mais seguro, do que gastar R$ 300,00, e descobrir que o jogo não lhe agrada.

      Além disso, a versão digital dos jogos de tabuleiro normalmente não tem gráficos tão elaborados e dinâmicos, de modo que eles não precisam de uma máquina muito potente para rodar.

      Por fim, além do Mysterium tradicional, já existe uma nova versão, o Mysterium Park, que se passa em uma mistura de circo e parque de diversões do anos 50.

      Um forte abraço e boas jogatinas!

      Iuri Buscácio

  3. muitoooooooooooo boa essa relação de jogos, sensacional… sempre quis saber a diferença entre o Eldricht e o Elder Sign hahaha so me permita uma observação, os contos do Lovecraft abrangem varios cenarios, nao é totalemente correto informar que a maioria deles se passa em uma unica cidade, no mais so tenho elogios ao texto parabens

    1. Caro Airton Braga Robbert

      Na verdade, tecnicamente você está correto. O próprio Call of Cthulhu, talvez o conto mais famoso, não se passa em Arkham, mas sim no meio do mar. Por outro lado, Arkham é o cenário mais recorrente dos contos.

      Um forte abraço e boas jogatinas!

      Iuri Buscácio

    1. Caro João Silvério

      Muito obrigado e já que você gostou do texto, pode esperar que ainda faltam a parte II e III, da enciclopédia, que é igual a filme de terror da série Sexta-Feira 13. Mesmo com o Jason morrendo no final de cada filme, os produtores sempre acaba arrumando um jeito dele voltar para mais uma sequência.

      Um forte abraço e boas jogatinas!

      Iuri Buscácio

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