Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros – 30 anos
Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros (1993) – Sinopse: Um parque construído por um bilionário, John Hammound (Richard Attenborough) tem como habitantes dinossauros diversos, extintos sessenta e cinco milhões de anos antes. Isto é possível graças à descoberta de um inseto fossilizado, que tinha sugado sangue destes dinossauros, de onde pôde-se isolar o DNA, o código químico da vida, e, a partir deste ponto, recriá-los em laboratório. Três cientistas, os paleontólogos Alan Grant (Sam Neill) e Ellie Sattler (Laura Dern) e o matemático Ian Malcolm (Jeff Goldblum) fazem parte de um seleto grupo escolhido por John Hammound para conhecer o parque com seus dois netos, antes de sua inauguração. Mas, o que parecia ser um sonho se torna um pesadelo, quando a experiência sai do controle de seus criadores e os dinossauros ficam livres…
O aclamado cineasta Steven Spielberg (1946 -), fez uma carreira de mais de 50 anos dirigindo e produzindo grandes filmes que se tornaram franquias de sucesso absoluto muitas das quais são listadas como as melhores produções do cinema de todos os tempos como: Tubarão (1975 – o filme que mudou o cinema ao lado de Star Wars), Contatos Imediatos do 3° Grau (1977), Os Caçadores da Arca Perdida (1981), E.T. – O Extraterrestre (1982), Gremlins (1984), De Volta para o Futuro (1985), Goonies (1985), O Resgate do Soldado Ryan (1998), A Lista de Schindler (1993), dentre outros.
Nos anos 90, o diretor se interessou no livro best seller daquele momento, Jurassic Park, do escritor e roteirista Michael Crichton, lançado em 1990. Depois de comprar os direitos de produção para os cinemas, Spielberg dirigiu e produziu Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros (Jurassic Park), lançando em 1993 com grande sucesso, tornando-se uma das maiores bilheterias da história do cinema (fazendo a última grande revolução dos efeitos especiais cinematográficos) e iniciando uma franquia que já conta com 6 filmes, desenhos animados, quadrinhos, jogos etc. Nada como um toque de midas da genialidade de Steven Spielberg pode fazer!
A origem – o romance
O escritor norte americano Michael Crichton (1942 – 2008), foi um autor, roteirista, diretor de cinema, produtor e ex-médico estadunidense mais conhecido por seu trabalho nos gêneros de ficção científica, ficção médica e thriller. Seu currículo como escritor fez dele um dos mais lidos do mundo em todos os tempos, vendendo nada menos que algo em torno de 200 milhões de cópias pelo globo.
Formado em medicina pela Harvard Medical School, começou a colocar no papel ideias que exploram a tecnologia e as falhas da interação humana com ela, especialmente resultando em catástrofes com biotecnologia. Um dos seus livros lançado em 1969, The Andromeda Strain, sobre um satélite que cai no nosso planeta liberando um vírus alienígena que mata todos em uma cidadezinha, menos um bebê e um bêbado, chamou a atenção dos estúdios de Hollywood, que compraram os diretos e lançaram um filme em 1971, O Enigma de Andrômeda, dirigido pelo lendário diretor Robert Wise (O Dia que a Terra Parou, Invasores de Corpos, Jornada nas Estrelas – O filme) e muitos anos depois, uma telessérie.
A partir destes momento, Chrichton ficou milionário, passando a ser chamado para escrever roteiros de filmes e séries ou adaptar seus romances de sucesso. Ele também se arriscou atrás da câmeras, foi diretor e roteirista do filme Westworld – Onde Ninguém tem Alma (1973), que custou US$ 1.25 milhão e rendeu 10 vezes mais, gerando a continuação Futureworld (Ano 2003 – Operação Terra) sem qualquer envolvimento dele, e dois seriados de TV, incluindo um recente pela HBO, de bastante sucesso (pelo menos nas duas primeiras temporadas…). Segundo o próprio Crichton, a ideia de Westworld surgiu quando visitou o parque da Disneylândia e gostou bastante de ver o salão dos Presidentes Norte-Americanos recriados com bonecos mecânicos (animatrônicos).
Parque de diversões para adultos… ideia inicial para Westworld… e para outra ideia que teria mais a frente!
No início dos anos 80, Crichton estava procurando por novas ideias, e começou a se interessar por biogenética, manipulação de DNA, clonagem, etc. Ele começou a ler artigos do etimologista Dr. George Poinar Jr. e sua esposa Roberta Poinar, sobre a ideia de que um DNA antigo poderia ser extraído de insetos fossilizados em âmbar. Estes DNAs poderiam ser usados para recriar animais extintos. Então Crichton começou a usar esse conceito como um elemento para uma história. Bem antes de o romance ter sido publicado, suas primeiras ideias foram formadas. Em uma entrevista, Crichton disse que levou “dez anos do início ao fim” para este romance.
No ano de 1983 Crichton escreveu um roteiro sobre um jovem estudante que recriou geneticamente um pterodátilo a partir de um fóssil de DNA. Crichton disse em uma entrevista que “o roteiro não deu certo. Foi fantástico um evento desses, ser mantido em segredo, que foi o que aconteceu nessa história.” Crichton trabalhou durante anos para tornar a história mais convincente. “O problema dessas criaturas é que uma vez que você os tem, então o que você faz com eles? Quer dizer, qual é a história depois que eles existem? A história não havia sido muito satisfatória dessa forma, e eu desisti.” Crichton também não acreditava no início que fosse possível recriar os dinossauros, e que foi uma das principais razões para que ele abandonasse a ideia. Mas durante os anos seguintes “havia mais e mais pesquisas, o que sugeriu que não era tão improvável assim, e eu comecei a levar a ideia mais a sério.”
A medida que o romance começou a tomar forma, todos os personagens “foram baseadas mesmo em pessoas reais“. As obras e a personalidade do físico Heinz Pagels forneceu a inspiração para o personagem de Ian Malcolm. Alan Grant foi baseado no paleontólogo Jack Horner. John Hammond “é o único que não foi baseado em ninguém”, mas em entrevista Crichton afirma que Hammond seria como uma versão sombria, ambiciosa, de Walt Disney.
Crichton começou a escrever o romance definitivo no momento em que sua filha Taylor nasceu em 1989. Crichton disse que havia uma relação entre os dois eventos. “Eu comprei um monte de brinquedos de pelúcia, e todos eles eram dinossauros porque era o que estava disponível na época. Minha esposa não gostou. Tinha um esquema de cores para o berçário e eu estava observando isso. Havia todos estes grandes animais, brilhantemente coloridos. Então, nós tivemos uma espécie de acordo em que eu não iria comprar mais nada, mas depois eu comprei um pouco mais. Eu era claramente obsessivo. Tive de começar a pensar, em algum momento, porquê os dinossauros me fascinavam tanto e por quê eu os associava tanto à infância. Algumas dessas preocupações me levaram a encontrar o caminho certo para o livro.”
Um problema que Crichton tinha que resolver em primeiro lugar, era o por que de os dinossauros serem recriados. “Embora eu acreditasse que era possível recriar geneticamente essas criaturas… Eu não podia ver quem iria pagar por isso. Porque não é uma cura para o câncer. Você sabe, é muito divertido, e a única coisa que eu conseguia pensar era que seria uma forma de entretenimento. Foi por isso que o romance aconteceu em um parque temático.” Crichton, então, escreveu a história do ponto de vista de um garoto que estava presente quando os dinossauros escaparam.
Quando seu primeiro projeto ficou pronto, ele os deu para as habituais cinco ou seis pessoas que leem seus rascunhos. Mas todos eles odiaram a história. Crichton ouviu reações como “Por que você escreveu um livro como este?!” Mas quando ele perguntou o que tinha de errado com a história, eles não conseguiram apontar algo particular. “Eles simplesmente odiavam… cada parte dela.” Então, um dos leitores de Michael disse que a característica mais irritante da história era que tinha um ponto de vista de uma criança. Ele disse: “Eu quero que esta seja uma história para mim.” Então ele reescreveu seu romance, que desta vez, tinha um ponto de vista adulto. E então todos gostaram.
O livro foi publicado oficialmente em 20 de novembro de 1990, com 416 paginas (do original) pela editora Alfred A. Knopf. O livro se tornou um dos mais vendidos do ano, se tornando um best-seller instantâneo. Também recebeu críticas amplamente favoráveis dos críticos. Em uma crítica para o The New York Times, Christopher Lehmann-Haupt o descreveu como “um espécime superior do mito [Frankenstein]” e “facilmente o melhor dos romances do Sr. Crichton até hoje”. Em 1996, foi premiado com o Secondary BILBY Award. Foi traduzido para diferentes línguas e lançado em diferente países e em todos fez sucesso.
Em 1995, após o sucesso do livro e posteriormente da adaptação de Steven Spielberg para os cinemas, Michael Crichton lançou a continuação, The Lost World, pela editora Knopf. Ele nunca tinha escrito continuações de seus livros ou filmes, mas a pressão de fãs e editores fez ele mudar de ideia. Chegando a dizer: “um problema estrutural muito difícil porque tem que ser o mesmo, mas diferente; se for realmente o mesmo, então é o mesmo – e se for realmente diferente, então não é uma sequência. Portanto, está em algum território intermediário engraçado”. Novamente um sucesso se tornando novo best seller. Mesmo com pressão de estúdio de cinema e fãs, Crichton não escreveu mais sobre o tema.
Steven Spielberg quer dirigir o filme!
No final dos anos 90, Steven Spielberg e Michael Crichton entraram em um acordo para um roteiro baseado nas experiências do dia a dia de uma equipe de médicos em um hospital fictício de Chicago. Este roteiro, já estava sendo preparado por Crichton desde 1974, relembrando seu tempo de estudante de medicina. A ideia era que Spielberg dirigisse o filme, intitulado inicialmente de Emergency Room (posteriormente o projeto virou o seriado E. R. – Plantão Médico).
Quando o projeto já estava em fase de pré-produção por volta de outubro de 1989, Spielberg quis saber de Crichton que projetos ele estava trabalhando no momento, então o escritor falou que estava trabalhando no romance sobre dinossauros. O diretor achou a ideia sensacional. Em uma conversa por telefone, relatada em uma entrevista, Spielberg ouviu do autor que “era uma romance envolvendo dinossauros e DNA” e o diretor imediatamente ligou os pontos e perguntou: “eles [os dinos] vão voltar?” e diante da resposta positiva pediu pra ler o livro antes da publicação e ficou bastante interessado em adaptá-lo para o cinema.
Antes de publicar o livro, Crichton exigiu uma remuneração de US$ 1,5 milhões além de uma porcentagem substancial da receita bruta. Não só Spielberg estava interessado. Tim Burton e Warner Bros., Richard Donner e Sony Pictures Entertainment, e Joe Dante e 20th Century Fox tentaram obter os direitos. O diretor James Cameron (Aliens – O Resgate, Exterminador do Futuro, Avatar), também se interessou em dirigi-lo.
No final a Universal adquiriu os direitos para Spielberg em maio de 1990. A Universal pagou ao autor um adicional de US$ 500.000 para ele adaptar seu próprio romance, que ficou pronto no momento em que Spielberg filmava Hook – A volta do Capitão Gancho. Crichton observou que, como o livro foi “bastante longo” seu roteiro tinha apenas cerca de 10 a 20 por cento do conteúdo do romance, muitas cenas foram retiradas por razões práticas e orçamentais. Depois de concluir Hook, Spielberg queria filmar A Lista de Schindler. O presidente Sid Sheinberg da então Music Corporation of America deu sinal verde para o filme com uma condição: que Spielberg fizesse Jurassic Park primeiro. Depois Spielberg disse: “Ele sabia que quando eu tivesse dirigido Schindler não seria capaz de fazer Jurassic Park.”
Elenco
Montagem do elenco foi um pouco difícil. Para o papel principal do paleontólogo Alan Grant, foi oferecido inicialmente para o ator William Hurt (O Beijo da Mulher Aranha), mas ele recusou sem ao menos ler o roteiro. Harrison Ford também recusou, e o escolhido foi o ator neozelandês Sam Neill (Caçada ao Outubro Vermelho, O Piano).
Neil comentou sobre sua escolha: “tudo aconteceu muito rápido. Eu não tinha lido o livro, não sabia nada sobre ele, não tinha ouvido nada sobre ele e em questão de semanas estou trabalhando com Spielberg”.
Para o papel do matemático Ian Malcolm, a escolha foi da diretora de elenco do filme, Janet Hirshenson, que não pensou em mais ninguém apenas no ator Jeff Goldblum (A Mosca, Independence Day). Jim Carrey também fez o teste para o papel. De acordo com Hirshenson, Carrey “foi ótimo também, mas acho que rapidamente todos nós adoramos a ideia de Jeff“.
Já a atriz Laura Dern (Veludo Azul) foi a primeira escolha de Spielberg para o papel da cientista Ellie Sattler, embora ela não tenha sido a única atriz a receber o papel. Robin Wright e Juliette Binoche recusaram o papel. Gwyneth Paltrow e Helen Hunt fizeram o teste para o papel da Dra. Sattler.
Spielberg escolheu escalar também Wayne Knight como Dennis Nedry depois de ver sua atuação como ator em Instinto Selvagem. Para o papel do criador do Jurassic Park, John Hammond, a ideia original era ter o veterano ator Sir Sean Connery (007 e Indiana Jones), mas outro ator britânico talentoso e também diretor, Sir Richard Attenborough (Gandhi) foi a escolha mais certa. Para as crianças e netos de Hammond, o papel de Lex Murphy, ficou com Ariana Richards: “Fui chamada a um escritório de elenco e eles só queriam que eu gritasse. Ouvi mais tarde que Steven tinha assistido a algumas garotas em fita naquele dia, e eu era a única que acabou acordando a esposa dele adormecida no sofá, e ela veio correndo pelo corredor para ver se as crianças estavam bem”. Christina Ricci (A Família Addams) também fez o teste para o papel. O garoto Tim ficou com Joseph Mazzello, que fez um teste de tela para um papel em Hook, mas foi considerado muito jovem. Spielberg prometeu a ele que trabalhariam juntos em um futuro filme, na qual foi Jurassic Park. O elenco ainda contava com B. D. Wong como Dr. Henry Wu (figura importante para os futuros filmes da franquia) e Samuel L. Jackson (Pulp Fiction, Vingadores) como Ray Arnold.
Filmagens
Após 25 meses de pré-produção e planejamento, as filmagens começaram em 24 de agosto de 1992, na ilha havaiana de Kauai. Várias cenas externas foram filmadas lá… mas pra desespero da equipe de filmagens, em 11 de setembro, elas tiveram que ser interrompidas pelo furacão Iniki, que iria passar justamente em cima da ilha. Alguns dias de filmagem infelizmente foram perdidos, mas aproveitando-se do tempo ruim, Spielberg ordenou que várias cenas que estavam no roteiro do filme tratando justamente de uma tempestade fossem filmadas com cenas reais do próprio furação Iniki. Os estúdios da Universal, em Hollywood, foram usados para as filmagens da cena de ataque dos velociraptors aos netos de Hammond. Também na Universal foi filmada a cena de Grant salvando Tim, utilizando um suporte de quinze metros com rodas hidráulicas para a queda do carro, e o encontro com os braquiossauros. Mais tarde, continuaram com as gravações das cenas do laboratório e da sala de controle, que usaram animações para computadores criadas pelas empresas Silicon Graphics e Apple.
Efeitos visuais – práticos ou CGI?
Spielberg queria muita realidade na apresentação dos dinossauros do filme, por isto chamou a equipe técnica de Stan Winston e seu estúdio de animatrônicos, responsável por efeitos dos filmes O Enigma do Outro Mundo (1982) – talvez o maior filme de terror já feito, Exterminador do Futuro (1984), Aliens – O Resgate (1986), Exterminador do Futuro 2 (1991) entre outros, para construir os grandes dinossauros que aparecem no filme. O T-Rex com mais de quatro metros de altura manipulado por 16 pessoas impressionou Spielberg.
Ao mesmo tempo o cineasta chamou a tradicional empresa de efeitos do amigo George Lucas, ILM (Industrial Light & Magic) para criar os efeitos práticos de dinossauros menores e gráficos do filme, sob responsabilidade de Dennis Muren, que colocou um dos melhores mestres de efeitos práticos da empresa, Phil Tippett (creditado como Supervisor de Dinossauros) para criar dinossauros em movimento para planos gerais e por fim, o paleontólogo Jack Horner foi convidado para ser o supervisor de desenhos de produção.
O desejo de Spielberg era só um: animais gigantescos desenhados com movimentos reais, muito diferentes de todas as inúmeras tentativas da indústria do cinema até então: “Já os dinossauros parecem tão reais quanto qualquer animal que se vê atrás das grades no zoológico. Suam, balançam a pança e mostram os dentes como se tivessem tomado um jato da pré-história até o século XX.”
Mas ao mesmo tempo que na ILM, Tippett e sua equipe se esforçavam para criar seus animais pré-históricos usando as técnicas convencionais de modelos e animatrônicos, outra equipe dentro da empresa, “secretamente”, se esforçava em um projeto de criar os dinossauros usando técnicas de CGI (computação gráfica, bastante incipiente até então).
Dennis Muren deu sinal verde para essa tentativa, apenas para experiência e testes, já que os efeitos especiais evoluíam muito desde que George Lucas revolucionara o campo com suas pesquisas para os seus filmes de Star Wars e conseguiu fazer uma revolução no mundo das imagens digitais.
Durante a fase de pré-produção de Parque dos Dinossauros, ficou acertado que a Industrial Light & Magic entraria apenas com alguns efeitos digitalizados, como os que foram usados em O Segredo do Abismo e Exterminador do Futuro 2, assim como nos videoclipes de Michael Jackson.
Alguns dos técnicos da empresa, Steve Williams e Mark Dippé, no entanto, acharam que poderiam fazer mais do que isso. Eles aperfeiçoaram a técnica de CGI durante várias semanas, trabalhando com os oitenta computadores Silicon Graphics de alta resolução da Industrial Light & Magic (só a NASA possuía mais aparelhos desse tipo). Williams conseguiu então criar na tela imagens de dinossauros iguais às que se obteriam com uma câmara de 32 milímetros apontada para um dino de verdade. Primeiro desenhou cada osso e articulação do bicho, depois o cobriu com pele, músculos e finalmente lhe deu movimento.
Quando Spielberg foi chamado para ver o resultado da experiência, ficou de queixo caído, mandou cancelar a confecção da maioria dos bonecos de dinossauros em tamanho natural e optou pelos dinos digitais.
Isto foi um duro golpe para a equipe de artistas e artesãos e do próprio Phil Tippett. Quando Tippett soube que os dinossauros do Jurassic Park seriam gerados por computador, ele ficou chocado, exclamando “acabei de ser extinto“, uma frase que Spielberg pega emprestada e usa no filme. Longe de ser extinto, Tippett evoluiu à medida que a animação em stop-motion deu lugar a imagens geradas por computador ou CGI.
Por causa do histórico de Tippett e compreensão do movimento e comportamento animal, sua experiência com as etapas de movimentação e sua noção de anatomia e funcionalidade muscular e óssea, Spielberg manteve Tippett para supervisionar a animação em 50 fotos de dinossauros para Jurassic Park. Tippett supervisionou os animadores da Tippett Studio e ILM, e o resultado do trabalho foi dinossauros digitais inacreditavelmente realistas que respiram, flexionam e contraem músculos, e reagem ao ambiente.
O trabalho feito em Jurassic Park resultou no desenvolvimento de Craig Hayes, do Tippett Studio, e do DID (Digital Input Device), que foi fundamental na transição do stop motion para a animação gerada por computador ao dar vida às criaturas. Tippett também foi alvo de um meme humorístico da Internet a respeito de seu crédito no filme (“Supervisor de Dinossauros”), que é exibido com o slogan “Um emprego, Phil! Você tem um emprego!“, o que implica porque ele não supervisionou os dinossauros corretamente, ele foi o responsável pelas mortes na tela. Ao ser questionado em entrevista em abril de 2014 sobre esse meme, Tippett chamou de “além de bobo” também “uma perda de tempo”.
Nos dezoito meses seguintes, uma equipe de cinquenta técnicos da empresa de George Lucas trabalhou sem parar para fabricar os dinossauros do filme. Para se ter uma ideia do tamanho da tarefa, a memória dos computadores utilizou 250 bilhões de bytes, suficientes para fazer funcionar todos os computadores pessoais de uma cidade pequena dos Estados Unidos.
Efeitos Sonoros
A direção dos efeitos sonoros que são usados no filme, em especial dos dinossauros, ficou a cargo da empresa Skywalker Sound com a direção de sonoplastia realizada por Gary Rydstrom, que possui no currículo filmes como Cocoon, Caravana da Coragem, Exterminador do Futuro I e II e Caça-Fantasmas II dentre outros. Seu trabalho de som em Jurassic Park levou a mais inovações, já que ele e sua equipe começaram a criar sons de dinossauros misturando inúmeras vocalizações de animais diferentes para fazer o público sentir como se bestas pré-históricas gigantes os cercassem.
Em entrevista ao site Vulture, Rydstrom revelou rindo: “Se as pessoas soubessem de onde vêm os sons do Jurassic Park, seria classificado como R!”. Embora o trabalho jurássico tenha sido divertido, Rydstrom se lembra dele como uma tarefa difícil: ele teve que criar dezenas de ruídos distintos de dinossauros essencialmente do zero, já que ninguém sabe realmente como seriam esses animais mortos há muito tempo. Sua solução foi passar meses gravando ruídos de animais – alguns exóticos, outros não – e depois ajustar esses sons caseiros para criar algo sobrenatural, mas ainda orgânico.
A lista de onde vem alguns sons:
Velociraptores: Os raptores inteligentes parecem ter sua própria linguagem simples, e acontece que é a linguagem do amor. “É um tanto embaraçoso, mas quando os raptores latem um para o outro para se comunicar, é como uma tartaruga fazendo sexo”, disse Rydstrom. “É uma tartaruga em acasalamento! Eu gravei isso no Marine World… as pessoas de lá disseram: ‘Você gostaria de gravar essas duas tartarugas que estão acasalando?’ Parecia uma piada, porque o acasalamento das tartarugas pode demorar muito. Você precisa ter muito tempo para sentar e assistir e gravá-los.”.
Gallimimus: Se o rebanho gallimimus te lembra de uma debandada de cavalos selvagens, há uma boa razão para isso. “Lembro-me de gravar uma égua, e o cavalo passou direto por ela e ela gritou porque estava no cio”, riu Rydstrom. “Muitos animais no cio emitem um som único, e ela gritou com esse macho porque ele se aproximou um pouco demais e ela estava animada com o macho, presumo. E esse é o guincho que os gallimimuses fazem quando estão passando, e o guincho que alguém faz quando está sendo comido por um T. Rex. Um dos elementos-chave dos gritos do raptor era um golfinho no cio, então você pode ver um padrão aqui!”.
Tiranossauro Rex: O temível T-Rex é um dos maiores animais do Jurassic Park, mas alguns de seus principais ruídos vieram do minúsculo Jack Russell terrier de Rydstrom, Buster. “A maneira como eles animaram o T. Rex era muito canina, especialmente quando ele agarra os gallimimus e os sacode até a morte”, disse Rydstrom. “Todos os dias eu via meu cachorro brincando com o brinquedo de corda e fazendo exatamente isso, fingindo que está matando sua presa.” A participação especial de Buster em Jurassic Park foi um incidente isolado? “Não, eu uso meus animais de estimação o tempo todo”, riu Rydstrom. Quanto ao rugido do T- Rex de arrepiar os ossos e sacudir o cinema: “O elemento-chave do rugido do T-Rex não é um elefante adulto, mas um bebê elefante”, disse Rydstrom. “Então, mais uma vez, um pequeno animal fazendo um pequeno som desacelerando um pouco tem mais interesse para nós do que o que um grande animal pode fazer.”.
Dilofossauro: Este foi uma mistura ainda mais estranha: “O cisne emite um assobio bonito, então a versão fofa do dilofossauro era como um cisne”, disse Rydstrom. Mas ele também usou os ruídos de uma cascavel. “Sempre que dou aulas sobre o que eu faço, digo que uma das coisas mais importantes é que quando for gravar animais perigosos como leões, crocodilos e cascavéis, você precisa de um assistente”, brincou. “Em Jurassic Park eu tinha um assistente, Chris Boys, que continua vivo, e se eu precisava de uma cascavel eu pedia ‘Chris, você pode por favor gravar a cascavel?’ E eu ficava com a parte do cachorrinho de estimação!”.
Trilha sonora
O mestre das trilhas sonoras de Hollywood, amigo pessoal e colaborador de Steven Spielberg, maior indicado ao Oscar ainda vivo, Maestro John Williams, ficou encarregado da composição do filme. No final de Fevereiro de 1993, Williams começou a compor a trilha sonora de Jurassic Park. A direção musical de suas composições ficou a cargo, um mês depois, de John Neufeld e Alexander Courage, sendo gravada na Sony Scoring Stage, em Culver City, California. A gravação foi supervisionada por George Lucas, sendo concluída ao final de abril. Foi lançada comercialmente em LP, K7 e CD em 25 de maio com 16 faixas. O site Filmtracks disse que “…Foi, e sempre será uma das obras-primas mais impressionantes de John Williams […] Com Jurassic Park, Williams teve a oportunidade de combinar cada um de seus estilos de composição predominantes nos anos 1990 em uma única trilha sonora. E nesse processo, ele conseguiu criar um material com um núcleo magicamente coesivo que é extremamente poderoso no filme.”. Seu trabalho em Jurassic Park é considerado um dos melhores de toda a carreira.
Pós-produção foi terminada por… George Lucas!
Steven Spielberg também tinha outro projeto que estava desenvolvendo enquanto rodava Jurassic Park: A Lista de Schindler. O problema era que a locação deste segundo filme seria feita na Polônia e as condições de clima mais quente naquele país, que geralmente é muito frio, fez com que o diretor começasse as filmagens lá, assim que finaliza-se com Jurassic Park.
Spielberg explica: “Eu não queria ter que esperar um ano inteiro porque tinha que ser filmado na neve. E então basicamente chamei a produtora ‘Jurassic’, Kathy Kennedy e eu dissemos: ‘Tenho que pular do barco. Eu tenho que fazer ‘A Lista de Schindler’. E não me pergunte por que, eu só tenho que fazer isso agora.’” Spielberg explicou como estava na pré-produção de Jurassic Park naquele momento: “Eu tinha editado o filme inteiro e tudo o que restava era mixagem, correção de cores e edição de efeitos sonoros. E então Kathy assumiu a produção e eu perguntei a George Lucas se ele supervisionaria a dublagem, e George veio e dublou a imagem para mim”.
Neste período, Spielberg por videoconferência da Polônia a Los Angeles, falava com a equipe de Jurassic Park, para saber do andamento de tudo.
Marketing
A Universal Studios gastou mais de US$ 65 milhões na campanha de marketing para o Jurassic Park, fazendo acordos com mais de 100 empresas para comercializar mais de 1.000 produtos, que vão de jogos eletrônicos, brinquedos, action figures, camisetas, livros, trilha sonora a histórias em quadrinhos, etc.
O filme foi comercializado para a imprensa com a tagline “Uma aventura que levou 65 milhões de anos para ficar pronta”. O teaser trailer divulgado do filme davam apenas uma noção fugaz de dinossauros, uma tática que o jornalista Josh Horowitz descreveu como “aquele velho costume de Spierlberg de nunca revelar muito”, trazendo cenas que nem mesmo fazem parte do filme.
Lançamento
Jurassic Park – Parque dos Dinossauros, foi lançado oficialmente com grande expectativa por parte do público e imprensa em 11 de Junho de 1993 nos EUA. No Brasil foi lançado alguns dias depois em 25 de junho.
O filme arrecadou US$ 47 milhões em seu primeiro fim de semana e chegou aos US$ 81,7 milhões em sua primeira semana. Ficou em primeiro lugar durante três semanas, arrecadando US$ 357 milhões nos Estados Unidos e no Canadá. O filme também se saiu muito bem nos mercados internacionais, quebrando recordes no Reino Unido, Japão, Coreia do Sul, México e Taiwan, totalizando finalmente, cerca de $ 914 milhões em todo o mundo. Por fim, o filme tornou-se o filme mais bem sucedido financeiramente na época de seu lançamento, superando E.T. – O Extraterrestre do mesmo diretor Spielberg, que detinha o título anteriormente. Ele permaneceu com este título até ser superado 4 anos depois por Titanic de James Cameron em 1997.
Seu debute em home-vídeo do período:VHS e Laserdisc ocorreu no dia 4 de outubro de 1994, e foi lançado pela primeira vez em DVD no dia 10 de outubro de 2000. Posteriormente foi lançado em boxes com vários outros filmes da franquia que vieram depois e também disponibilizado em streaming vídeo.
Premiações
O filme foi indicado a três Oscars técnicos, e venceu todos os três na 66.ª cerimônia do Oscar em 1994, vencendo nas categorias de Melhor Som (Gary Summers, Gary Rydstrom, Shawn Murphy, e Ron Judkin), Melhor Edição de Som (Gary Rydstrom e Richard Hymns) e Melhores Efeitos Visuais (Dennis Muren, Stan Winston, Phil Tippett e Michael Lantieri). O esforço de Phil Tippett finalmente seria recompensado lhe rendendo seu segundo Oscar.
Nesta noite também Steven Spielberg recebeu 2 Oscars por Lista de Schindler (que no final foi o grande vencedor da noite, com 7 estatuetas de 12 indicações). Jurassic ainda ganhou outros prêmios como o Bambi Awards da Alemanha, como Melhor Produção Internacional, um total de quatro Saturn Awards (Melhor Diretor para Spielberg, Melhor filme de Ficção Científica, Melhor Efeitos Visuais e Melhor Roteiro), Premiação da Academia Cinematrográfica do Japão por Melhor filme Internacional, 1 BAFTA Awards por Melhor Efeitos Especiais, BMI Film Music Award por Melhor Trilha Sonora para o Maestro John Williams, Blue Ribbon Awards da associação de jornalistas do Japão como Melhor Filme Estrangeiro, Czech Lions da Rep.Tcheca para Melhor Diretor (Spielberg) e finalmente o aclamado Hugo Awards de Melhor Longa Metragem de Ficção-científica, dentre outros.
Continuações
O sucesso estrondoso mundialmente foi a confirmação certeira da Universal Studios de que Jurassic Park iniciaria uma nova e lucrativa franquia.
Michael Crichton foi pressionado por fãs para escrever uma sequência de seu livro de sucesso, apesar de nunca ter escrito uma. Spielberg conversou com o roteirista David Koepp e Crichton, para falar sobre possíveis ideias para uma sequência nos cinemas. O cronograma de produção de um segundo filme de Jurassic Park dependia se Crichton escreveria uma sequência do primeiro romance.
Em março de 1994, Crichton, concordou que haveria novo livro e novo filme. Um ano depois, Chichton, informou que já estava finalizando o novo romance, com Spielberg assinando para dirigir o novo filme. Em setembro de 1995, finalmente Crichton, lançou o romance sequência, Lost World. E com base nele, Spielberg e Koepp, desenvolveram a ideia do novo roteiro.
Finalmente em maio de 1997, o filme The Lost World: Jurassic Park foi lançado alcançando novamente grande sucesso, apesar da história mais sombria em relação ao primeiro. Após este filme, Spielberg disse que não pretendia mais dirigir continuações da série, mas expressou desejo que ela continuasse com novo diretor. Michael Crichton não queria se envolver mais em um novo livro ou em filme.
A Universal Studios viu o grande potencial de Jurassic Park após dois filmes, e logo aprovou mais uma produção, Jurassic Park III, que foi dirigida por Joe Johnston (O Fantasma) e roteirizada a três mãos: Alexander Payne, Jim Taylor e Peter Buchman e lançado nos cinemas em 2001. Acabou tendo uma lucrabilidade menor que os anteriores e abaixo que a Universal desejava… assim, um quarto filme planejado ficou anos nas gavetas, até que em janeiro de 2013 a Universal, após várias idas e vindas do roteiro, reativou a franquia com produção de Steven Spielberg, e direção de Colin Trevorrow, que lançou em 2015 Jurassic World, praticamente inaugurando uma nova trilogia, seguido por Jurassic World: Reino Ameaçado em 2018, dirigido por J. A. Bayona e fechando com Jurassic World – Domínio em 2022, novamente dirigido por Colin Trevorrow.
Todos os três filmes novos renderam quantias superiores a U$ 1 bilhão nas bilheterias.
Uma série animada spin off Jurassic World: Camp Cretaceous (Acampamento Jurassic), com 5 temporadas, foi exibida na Netflix entre 2020 a 2022.
Atualmente no reino das especulações, é esperado que novas produções possam surgir no futuro, quem sabe até uma nova terceira trilogia, mas só o tempo dirá.
Legado
Jurassic Park, lançado em 1993, marcou não só o surgimento de uma nova franquia popular e lucrativa ao lado de Star Wars, Star Trek, Alien, os filmes da Marvel ou DC ou a saga do bruxinho Harry Potter, como também foi um novo marco no campo dos efeitos visuais, onde pela primeira vez, seres a milhares de anos extintos podiam ser ressuscitados quase que perfeitamente, mostrando que a CGI, havia chegado a um nível jamais visto.
O impacto que a produção causou foi tão grande, que outros diretores viram a chance de finalmente tirar do papel novas ideias e produções a muito vistas como impossíveis. Foi o caso por exemplo do cineasta George Lucas, que chegou a editar Jurassic Park a pedido do amigo Spielberg. Lucas viu ali a oportunidade finalmente seguir com sua saga Star Wars montando uma nova trilogia (a prequela) a partir de 1999. Outro diretor que também foi tocado pela produção foi Stanley Kubrick, que por mais de 20 anos tentou tirar do papel o filme A. I. – Inteligência Artificial, convidando Steven Spielberg para trabalhar no projeto ao lado dele e que posteriormente seria assumido por Spielberg, após o falecimento de Kubrick.
Análise crítica de Rodrigo Rodrígues
Para cada cinéfilo existe uma pequena gama de filmes que o marcam de uma maneira a ponto de tornar um batismo para se cooptado definitivamente pelo cinema, principalmente pela memória afetiva, e como cresci nos anos 80, obviamente tal década foi de farta contribuição para tal significado – E.T, Indiana Jones, De Volta para o Futuro etc.
Mas é interessante notar que, mesmo na época onde os conflitos adolescentes pediam filmes em que pudéssemos identificar tais dilemas – A Sociedade dos Poetas Mortos, por exemplo, me marcou demais – ainda tinha o espaço para o espetáculo visual da década passada; e claro que isso somente foi possível através das mãos de Spielberg.
Esse conflito entre o amadurecimento e o espetáculo, inclusive, é visto, no próprio diretor que em 1993 lançou nada mais que A lista de Schindler e também Jurrasic Park que acabou sacramentando ainda mais seu legado com o impressionante filme sobre os dinossauros trazidos à vida pela manipulação genética (isso três anos antes do nascimento da ovelha clonada Dolly).
Não é difícil recordar quando assisti o filme aos 14 para 15 anos no antigo e saudoso Madureira 1 ou 2 (algo que fará mais sentido para os cinéfilos cariocas) e ficar afundado na poltrona devido a tensão do filme. Claro que é visível que o objetivo do filme é a opulência de seus efeitos e que os humanos estão ali como vítimas como num filme slasher com personagens nada além do óbvio: os especialistas que não vê com bons olhos confrontar a natureza, o advogado inescrupuloso, o criador do empreendimento com ares de Dr. Frankenstein moderno e… crianças. Basicamente a forma do filme são diálogos para realçar os personagens pouco dimensionados (claro, Jeff Goldblum sendo o mais divertido por ser Jeff Goldblum) que se separam e tentam se reencontrar no final do filme, onde cada grupo tem sua fase/missão de sobrevivência com os dinos em seus encalços.
Mas o que torna o filme impressionante? Ora, dinossauros quase reais perseguindo humanos num parque temático, numa luta entre naturezas separadas por 65 milhões de anos! Como disse o crítico Roger Ebert (aliás, ele não se empolgou tanto com o filme): “Você quer grandes dinossauros, você tem grandes dinossauros”.
E isso Spielberg entrega com toda maestria. Obviamente, a cena que vem à mente é o ataque do T-Rex ao jipe. Seguindo a cartilha de suspense (como visto em Tubarão), o diretor estende o maior tempo possível antes do surgimento da criatura, envolvendo o espectador em toda sequência iniciada simplesmente com água tremendo dentro de um copo. Nascendo clássica, a cena é primor de condução tecnológica em nome do cinema, surgindo como passagem de bastão dos efeitos mecânicos para o CGI, que mudaria para sempre o audiovisual; soa quase inimaginável que um filme desse porte hoje em dia pudesse ter a capacidade narrativa de gerar uma tensão crescente sem apelar para gritaria, frases de efeito a cada segundo e cortes rápidos.
Auxiliado por John Williams com mais um tema inesquecível, Spielberg sabe que tinha o público nas mãos e que não se importaria com qualquer deslize. Não sendo coincidência que até hoje relembro o frio na barriga na sequência da cozinha com os temidos velociraptors e a reação do público praticamente uníssona de surpresa e sustos como somente o cinema é capaz de fazer.
Essas sensações ajudaram a definir minha paixão pelo cinema, as lembranças das pessoas que estavam comigo, os risos após a sessão, os comentários com os colegas na escola no dia seguinte. Sim, fugi um pouco do filme em si. Admito que 30 anos depois de sua estreia (é difícil para meu saudosismo latente acreditar que 30 anos se passaram) pouco posso dizer sobre o filme que já não tenha sido dito. Sempre que puder, vale a pena a revisão, claro, os efeitos continuam excelentes mesmo para época dos PC ‘s com disquetes. Os dinossauros continuam vivos até hoje no imaginário, assim como os bons momentos que vivi naquele dia.
Ricardo Melo
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muita gente acha esse filme meio infantil, e a historia dele é rasinha mesmo: gente fugindo de bicho num zoo… o que ele tem de especial é o fato dos bichos serem dinos e os efeitos especiais serem revolucionarios (assistindo hj, nao sao tao bons assim… os brontossauros que sao os primeiros a aparecer sao CGI bem fracos, ja o T-Rex (que mistura animatronico) esse sim é perfeito)!
acho esse filme subestimado… ele mudou o cinema, mas so se lembram dele em ocasioes especiais como essa… assisti ele de novo ontem com minha filha de 10 anos e ela gostou bastante
Foi um marco que mudou a forma de fazer cinema. Mas Spielberg já tem um cartel enorme de filmes de sucessos antes dele também, então talvez seja um dos menos lembrados.
de vez em qd o cinema tem uma obra prima como essa que muda tudo!