Indiana Jones e a Relíquia do Destino ganha novidades na SW:Celebration 2023

A Star Wars Celebration é um evento oficial e anual criado pela produtora Lucasfilm para ser um misto de convenção e lançamentos, que sempre conta com a presença de público e imprensa mundial para saber as últimas novidades da franquia Star Wars, criada em 1977 pelo cineasta George Lucas.

No ano passado ela aconteceu em Anaheim (Califórnia) nos EUA, onde foram divulgados as primeiras informações sobre o quinto filme da franquia Indiana Jones. Este ano, ela aconteceu entre 07 a 10 de Abril de 2023, no eXcel Center em Londres, capital do Reino Unido.

Além das novidades sobre Star Wars sobre as séries atuais e futuras e os três novos filmes, o evento serviu novamente para promover o lançamento de Indiana Jones e a Relíquia do Destino (titulo brasileiro após a mudança no começo do ano). No palco do evento a CEO da Lucasfilm, a controversa Kathleen Kennedy, que também é produtora do filme (e também tem parte na produção dos filmes anteriores), chamou ao palco o diretor James Mangold. Pouco depois o astro principal do filme, o ator Harrison Ford, que não pode comparecer devido ao compromisso de gravação nos EUA do filme Capitão América 4 da Marvel/Disney, deixou uma mensagem no telão agradecendo os fãs pelo apoio ao personagem e a carreira ao longo dos anos:

“Olá, Star Wars Celebration. Espero que todos estejam se divertindo muito em Londres. E sinto muito por não poder estar lá. Estou trabalhando. Todos vocês, os melhores fãs do mundo, significam muito para mim e estou muito grato por seu apoio. Interpretar Indiana Jones todos esses anos também significou o mundo para mim. Esses filmes são cheios de aventura, emoção e, por algum motivo, cobras. Por que tinha que ser cobras? Em meu nome, Jim, Kathy, Steven, Frank e todos os outros por trás de Indiana Jones and the Dial of Destiny, agradecemos muito por embarcar nesta aventura mundial conosco. Mal posso esperar para que todos experimentem minha última viagem como Indiana Jones. Como em qualquer nova aventura, estamos trazendo alguns novos amigos para o grupo. Então, por favor, dêem as boas-vindas aos meus colegas Mads Mikkelsen e Phoebe Waller-Bridge. Obrigado. Vejo vocês nos cinemas!”

Em seguida subiram ao palco os atores: Mads Mikkelsen que interpretará o vilão Jürgen Voller e a atriz inglesa Phoebe Waller-Bridge, que fará a afilhada de Indiana Jones, Helena Shaw.

O Diretor James Mangold comentou:

“O trabalho de Steven é algo, esses filmes são algo com o qual cresci. Eu vi o primeiro Indiana Jones no norte do estado de Nova York quando eu tinha 17 anos e mudou minha vida. Além disso, o trabalho de Steven e o trabalho de George fizeram parte da minha vida desde que eu tinha uma câmera Super 8 em minhas mãos na minha adolescência. De certa forma eu senti que, sim, é um grande trabalho assumir o lugar de Steven. Mas de outras maneiras, seu estilo é algo que tenho estudado e admirado toda a minha vida, então foi apenas uma questão, e tem sido uma grande influência no meu trabalho mesmo antes de eu entrar em um filme como este. Então eu tento ficar dentro da minha própria voz, mas também, como eu acho que as pessoas vão ver quando eles veem o filme, nos primeiros 25 minutos ou mais, estou fazendo o meu melhor para canalizar Steven 100%.”

Sobre a época que o filme se passa na vida do herói, Mangold comentou:

“Bem, é um ótimo ponto, você sabe que os anos 60 são uma espécie de grande período de mudança. É a chegada do modernismo, é a chegada do cinismo, é a chegada da realpolitik e da triangulação e das guerras em que nem sabemos mais por quem estamos torcendo, e a guerra fria, a energia nuclear e os pousos na lua. E então, de uma forma ou de outra, teríamos que fazer um filme que se passasse nesse período. Então o filme é realmente interessante quando começa e você encontra Indy. Não está mais na moda, esse tipo de herói. E ele meio que tenta provar seu valor novamente no decorrer do filme. Mas o período de tempo tem um efeito realmente interessante na história, é claro.”

E após apresentaram o esperado trailer final:

Também foi divulgado o poster final do filme, que desta vez terá a arte do ilustrador americano Tony Stella, devido ao fato do tradicional ilustrador, Drew Struzan, já ter se aposentado. No poster podemos notar algumas novidades, apesar de ser uma produção da Disney com a Lucasfilm, o logo da Paramount Pictures, está presente, devido ao acordo que permitiu que um novo filme fosse lançado, já que o antigo estúdio terá participações na renda mundial. E isto pode significar também que a famosa abertura com o logo da montanha da Paramount, se transformando em algo similar no filme, poderá se repetir nesta quinta aventura.

Outra novidade no poster é a presença do nome de Steven Spielberg e George Lucas como produtores do filme. Lucas, cineasta criador da franquia e cujos créditos nos filmes não eram vistos desde que vendeu a sua antiga produtora Lucasfilm para a Disney, concordou em ser produtor após ler o roteiro que o diretor James Mangold desenvolveu e achar maravilhoso. E por último, na listagem dos roteiristas do filme, além de James Mangold e os irmãos Jez e John-Henry Butterworth, também se destaca o nome de David Koepp, que inicialmente trabalhou no primeiro roteiro, quando Steven Spielberg ainda estava ligado à produção como diretor. Pra quem não sabe, Koepp foi também o roteirista final do filme anterior, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal.

Após apresentação do diretor e elenco e divulgação do público, para a surpresa geral, foram exibidos 6 minutos de uma perseguição tiradas do filme, para o delírio da galera que lá se encontrava. Após isto, Mangold e os atores ainda bateram um papo com os apresentadores da SW: Celebration, que pode ser conferido neste vídeo:

Falando ao IG, o diretor James Mangold revelou o motivo de ter nazistas de volta: “Eles fazem parte do personagem de Indiana Jones tanto quanto qualquer outro elemento com o qual estamos familiarizados. Mas também acho que há um milhão de maneiras pelas quais isso é relevante até mesmo para o nosso mundo hoje, sejam eles chamados de uma coisa ou de outra, essas coisas não desaparecem. Esses grupos têm uma espécie de sonhos de ordem e dos velhos tempos e tentam retornar a eles. Então, senti que era familiar e relevante”.

Falando em origens, Mangold também falou sobre se tornar o primeiro diretor, além de Steven Spielberg, a dirigir um filme de Indiana Jones. Para ele, foi um momento de sonho poder fazer parte dessa franquia icônica, mas até ele tinha as próprias ressalvas: “Bem, no começo eu estava hesitante por causa da minha admiração por Steven (Spielberg) e Harrison (Ford)”, disse Mangold. “Mas quando eles vieram até mim, havia um sentimento de que eles ainda estavam abertos para o que a história seria. E então eu tive a oportunidade de trabalhar por um ano com os irmãos Butterworth, Jez e John-Henry, sobre qual seria a história deste filme. E, de certa forma, o perigo com as sequências é: elas existem apenas para ganhar dinheiro ou têm algo a dizer? E essa é uma pergunta meio direta para mim. O dinheiro é maravilhoso, mas não estou realmente interessado no ato criativo de apenas fazer uma coisa que está aqui apenas para lucrar com o nome. Tratava-se de encontrar uma razão para este filme ser e algo que ele tenha a dizer. Acho que conseguimos. E tem sido uma das jornadas mais milagrosas da minha vida. Não apenas tendo a chance de colaborar com todos aqueles que você mencionou, mas também com esses caras (Waller-Bridge e Mikkelsen), Harrison, John Williams e a equipe milagrosa nos bastidores do filme. Quando você é jovem e assiste a filmes que admira, pensa: ‘gostaria de fazer isso algum dia, ou algo assim algum dia’. Mas é uma coisa tão milagrosa se ver realmente fazendo isso. Você está em uma caverna com teias de aranha com Harrison Ford, Phoebe Waller-Bridge e nazistas. E é inspirador. Nos momentos em que você realmente está fazendo isso, você acaba sem esse sentimento porque você tem muito trabalho a fazer para assegurar a grandeza do que veio antes. Mas em momentos como este, você meio que pensa, uau, isso é meio louco.”

A atriz Phoebe Waller-Bridge interpretará Helena Shaw, que por acaso é afilhada de Indy. No entanto, não espere que ela simplesmente siga os passos do padrinho: “Acho que ela realmente olha para frente, enquanto acho que Indy olha para trás em termos de amor pela história. E eu acho que é isso que os diferencia no começo, mas eles juntam as perspectivas um do outro de uma forma que eu acho muito bonita. O que eu sempre busco como atriz, escritora e como público é ter uma personagem que o mantenha alerta, alguém que você adora ver se metendo em problemas porque você sabe que o jeito que ela sair disso vai ser divertido. Mas ela também é alguém, essencialmente, no final do dia, com quem você se importa. E é isso que eu acho extraordinário neste filme. Para todas as aventuras, há tanto coração e você realmente se importa com todos os personagens”.

Mangold então entrou na conversa e elogiou Waller-Bridge e o que ela trouxe para o papel: “Quando começamos, quando nos preparavámos, lembro-me de Phoebe me dizendo enquanto eu ainda trabalhava no roteiro e conversava com todos, e ela me disse: ‘eu realmente quero que Helena seja… tem uma primeira vez que você a encontra, então uma segunda vez, então uma terceira e uma quarta e uma quinta, mas a segunda vez tem que ser uma pessoa radicalmente diferente da primeira vez. E então o desafio para ela seria reunir todos esses lados divergentes. E ela faz isso de maneira maravilhosa. Mas é algo bem divertido de se fazer pois você geralmente cria essa trilha de migalhas de pão direto para uma personagem. E então é ótimo trabalhar com uma atriz que é tão boa nas pistas de esqui da atuação que ela poderia esculpir dessa maneira e depois esculpir de outra maneira e ao mesmo tempo manter o centro da personagem.”

Quanto a Mads Mikkelsen, Alex Stedman, do IGN EUA, perguntou ao ator por que ele ama tanto interpretar vilões. Afinal, ele interpretou vilões em Harry Potter, Star Wars, Marvel, James Bond e agora em Indiana Jones: “Eles me amam. Eu não sei. Posso culpar o sotaque engraçado, eu acho. Não, um bom vilão é apenas alguém em quem todos os atores querem mergulhar. Quando eles são bem escritos, como definitivamente neste caso, eles têm dois lados da moeda. Temos que encontrar uma pequena parte deles onde isso faz sentido. Posso segui-lo tão longe. E então é claro que vai um pouco longe demais. Portanto, é muito humano, se você puder encontrar a humanidade do personagem, isso se tornará interessante. E sempre tentamos fazer isso. Isso não é estar do lado do personagem, é apenas encontrar algo com o qual possamos nos conectar”.

Mangold pulou os comentários de Mikkelsen e acrescentou ainda mais contexto para o amor de um bom vilão: “Você não acha que os antagonistas são quase sempre os personagens mais interessantes e motivados dos filmes? Acho que são. E eu acho que uma das coisas interessantes no século 20 é que se tornou menos legal ser um herói, querer coisas, conquistar coisas, pegar coisas, um protagonista. Portanto, a maioria de nossos heróis está mais confuso e dividido. Mas uma das coisas bonitas como escritor, quando você escreve antagonistas ou vilões ou como quiser chamá-los, é que eles sabem o que querem”.

A CEO da Lucasfilm e também produtora executiva do filme, Kathleen Kennedy, falando ao Collider revelou que o filme será o mais longo da franquia: “São cerca de 2 horas e 22-23 minutos. Devo dizer que os primeiros filmes eram mais curtos. Foram menos de duas horas e 15 minutos. E conversamos bastante sobre isso… Mas, como você sabe, com o tempo de execução, tudo depende de como você se sente, certo? A razão pela qual isso é interessante é porque a narrativa de formato longo é algo que gostamos no espaço de streaming”.

Sabe-se também que nos EUA, o filme receberá a classificação PG-13, na justificativa da classificação, é dito que ele tem “sequências de violência, linguagem inapropriada e tabagismo”.

A revista Total Movie Maganize do Reino Unido, trouxe duas fotos inéditas em sua última edição de Maio.

Uma boa notícia, foi que o filme será lançado oficialmente em entre 28 a 30 de Junho de 2023, dependendo do país, mas foi confirmada sua Premier Mundial durante o Festival de Cannes 2023. Segundo o diretor do festival, o francês Thierry Fremaux, deu o primeiro review positivo ao filme: “Eu vi, o filme é maravilhoso. Teremos o maior prazer em exibi-lo em Cannes.” O filme será exibido em 18 de maio, no 76º Festival de Cinema de Cannes, disseram os organizadores e também prestará uma homenagem ao seu protagonista, Harrison Ford, de 80 anos.

Lembrando que no ano passado, o filme Top Gun: Maverick foi lançado no festival e recebeu reviews positivos que o ajudaram a ser a segunda maior bilheteria do ano de 2022, e pelo jeito o quinto Indiana Jones também quer seguir esta trilha.

Indiana Jones e a Relíquia do Destino estreia no Brasil em 30 de junho de 2023.

[RM-RS – Lucasfilm/Disney / O Vício / IGN EUA / Collider / The Raider.net ]

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Ricardo Melo

Profissional de TI com mais de 10 anos de vivência em informática. Tem como hobby assistir seriados de TV, ir ao cinema e namorar!!! Fã de rock'n'roll, música eletrônica setentista, ficção-científica e estudos relacionados a astronáutica. Quis ser astronauta, mas moro no Brasil... Os anos 80 foram meu playground!

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