Festival do Rio – 1° Parte (críticas)
Amigos , o site MAXIVERSO se faz presente no Festival do Rio 2016. Claro que é impossível assistir boa parte dos 250 filmes (por questões quantitativas e de logística), mas espero que apreciem as críticas dos filmes que vimos e que possamos ajudar a apreciar seus elementos e temáticas de longas que muitos sequer irão entrar em circuito.
Esta é nossa real intenção , passar para nossos leitores novas possibilidades e despertar a vontade de conhecer mais os filme em si, e claro, sobre outras vertentes cinematográficas. Assim vamos durante a semana publicar pequenas críticas sobre os filmes o mais breve possível.
Logo no primeiro dia assisti três longas. As sessões foram gradativamente enchendo durante o dia e mesmo com certa confusão do site de vendas com o passaporte de ingressos e falta de informação dos realizadores, as sessões (pelo menos as que me fiz presente) ocorreram dentro da absoluta normalidade.
Seguem as críticas dos filmes assistidos no primeiro dia:
O pos-Minimalismo de Eva Hesse
Direção: Marcie Begleiter
Eva Hesse foi uma das mais importantes e uma das mais influentes artista plástica de todos os tempos. Com seu conceito dela mesmo ser o material de trabalho e se adaptando ao minimalismo da arte a sua própria vida pessoal como base de inspiração, ela acabou se tornando também um símbolo feminista dentro de um mundo dominado por homens que a chamavam de ”Artista Plástica Mulher” que teve seu auge no experimentalismo dos anos 60.
Mesmo se tratando de uma expressão artística pouco popular, a diretora Marcie Begleiter consegue dentro de uma narrativa bem cronológica e convencional, através dos diários deixado pela artistas , passar por todas as principais fases da vida de Eva. Assim vamos desde seu nascimento numa família Judia dentro de Alemanha Nazista, passando pelo seu despertar para as artes, seus amores, dores , preconceitos, decepções e morte moldadas pelos depoimentos dos amigos e ex-companheiros de vida e profissão. Tudo muito superficial, mas o suficiente para apresentar a personalidade de Eva.
Muito se pode alegar que seria um documentário destinado e restrito ao círculo artístico e que a narrativa temática do filme possa ficar desequilibrada por momentos focar em conceitos específicos da arte plástica e por isso acaba causando certo desinteresse do público (o que não seria errado). Mas se tratando de uma mulher que esteve à frente do seu tempo e enfrentou tudo com determinação e consciência de sua humanidade (e que nada é eterno), vale como interessante registro e exemplo.
Cotação 3/5
Direção: Kim Nguyen
Elenco: Dane DeHaan, Tatiane Maslany, John Ralston e Kakki Peter
Dois amantes e um urso causa estranhamento depois de assisti-lo. Não somente pelo tom por vezes onírico e fantasioso (que tem como explicação o fator psicológico de um personagem), mas por tentar definir a temática do filme de maneira clara. Mas obviamente esta falta de direção talvez seja esta a característica do filme do diretor Kim Nguyen que vai de referências a Romeu e Julieta como até um leve pitada de terror psicológico dos filmes de suspense dos anos 80.
Lucy e Roman é casal que vive um dilema no dia que ela pretende deixar, por motivos profissionais, a isolada cidade do ártico e que poderá ser fim do relacionamento. Todavia, o conflito entre eles inicialmente tem um comportamento quase adolescente com acessos de raiva resolvido com sexo e com cenas por vezes gratuitas. Assim a necessidade de dar a profundidade no drama moldado por diálogos que lembram Jack e Rose em Titanic, enfraquece um pouco a narrativa ou quando se encontram num local isolado a personagem solta um “Alô, tem alguém aí?”.
Mas depois do seu segundo ato o longa vai se transformado em um road movie gélido onde a fotografia (adoro fotografia no gelo) vai dando a atmosfera e tensão ideal para o conflito interno ocasionado pelos fantasmas pessoais que tanto atormenta o casal (principalmente Lucy), cuja solução dada é suficientemente dramática. Não chega a ser um filme ruim, mas fica aquém do suas reais intenções. Mas valeu a conferida.
Cotação 3/5
Eis o delírio do mundo conectado
Direção : Werner Herzog
O documentário dirigido por Werner Herzog sobre a internet e sua consequências na nossa sociedade atual é didático. O diretor consegue criar uma estrutura que possui elementos inerentes a todos, assim temos momentos de humor, histórico, drama, horror, conspiração internacional e previsões para o futuro da humanidade.
Dividido em 10 tomos vemos a criação da internet dentro de um pequena na sala de uma universidade em Los Angeles até se tornar o que é hoje. Este hoje é o que devemos refletir, principalmente numa terra sem lei que a internet se tornou, onde as pessoas espalham ódio e preconceito que infelizmente vemos diariamente nas redes sociais. Onde indivíduos tem coragem de compartilhar a dor de terceiros por curiosidade mórbida sem se dar conta que estão lidando com pessoas e sentimentos alheios (pessoas que , como disse um famoso Hacker, sempre foi o elo frágil da internet).
Rendendo bons momentos , como a reação de um jogador de futebol com robôs ou o depoimento do tal Hacker , o diretor às vezes abraça questões que parecem pouco inerente ao assunto principal, como viagem a marte e os mecanismos para tal e que acabam desperdiçando assuntos mais, digamos assim, humanos. Ou até mesmo a questão da consciência própria que internet possa ter se torna superficial dentro de tantas frentes temática e acaba diluindo o potencial do documentário.
Contudo, vale sempre a necessidade de analisarmos nossa dependência da internet na nossa sociedade como indivíduos e espécie.
Cotação 3/5
Rodrigo Rodrigues
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